segunda-feira, 18 de março de 2024

The End: Joaquim Santos (1952-2024)


Joaquim Santos, quatro vezes campeão nacional de ralis, e o piloto da mítica equipa Diabolique, que correu com um Ford Escort de Grupo 4, e depois, num RS 200, morreu nesta segunda-feira, aos 71 anos. Estava doente há algum tempo, e o anuncio foi feito na página do Facebook da Diabolque.

Nascido a 9 de junho de 1952, em Penafiel, a sua carreira passou essencialmente pela equipa mais carismática dos ralis em Portugal, a Diabolique, construída no Porto graças à paixão de Miguel Oliveira, seu navegador e a pessoa que montou a equipa mais organizada dos ralis portugueses nos anos 80, que durou até 1990, andando sempre com máquinas Ford. Primeiro com o 1800 de Grupo 4, depois com o RS200 de Grupo B, e no final, com o Sierra Cosworth de Grupo A.

A sua carreira de piloto de ralis iniciou-se em 1974, num Datsun 1200, no rali do Sport Clube do Porto. Dois anos depois, começou a participar no primeiro rali de Portugal, num Datsun 1200, acabando na 11ª posição. Em 1979, trocou por um Opel Kadett GTE, onde conseguiu um oitavo lugar no rali de Portugal, no mesmo ano em que conseguiu a sua primeira vitória, no rali James/Póvoa de Varzim. Dois anos depois, em 1981, começou a participar na Diabolique, ganhando no Rali Internacional Douro Sul, a bordo do Ford EScort 1800 de Grupo 4. 


Em 1982, ganhou o primeiro dos seus quatro títulos nacionais de ralis, com nove vitórias, incluindo triunfos no Algarve, Rota do Sol, Açores, Camélias, Volta a Portugal, entre outros. Repetiu o título em 1983 e 84, contra uma concorrência que tinha Joaquim Moutinho, num Renault 5 Turbo, e António Rodrigues, num Lancia 037. Foi nono no rali de Portugal de 1983, o seu melhor resultado de sempre. 

Quando perdeu o campeonato nacional, em 1985, a favor do Renault de Moutinho, a Diabolique decidiu ir buscar um carro de Grupo B, o RS200. Chegado a tempo do Rali Sopete, em Espinho, onde desistiu por causa de uma quebra na caixa de velocidades, o rali seguinte foi o de Portugal, onde na classificativa da Lagoa Azul, despistou-se, causando três mortos e mais de meia centena de feridos. Os pilotos de marca acabaram por se retirar, alegando falta de segurança, e dois meses depois, com o acidente fatal de Henri Toivonen, na Córsega, os Grupo B foram banidos. Apesar de tudo, ganhou quatro ralis, um deles o Rota do Sul, e o outro o Algarve. 


Em 1987, ficou com o Sierra Cosworth de Grupo A, onde foi nono no rali de Portugal e vitórias no Rota do Sol e Alto Tâmega. Vice-campeão em 1988 e 1990, a partir de 1991, com o final da Diabolique, passou para a Toyota, onde a bordo de um Celica, acabou por ganhar o campeonato nacional de ralis em 1992, onde foi oitavo classificado no rali de Portugal. No final dessa temporada, decidiu pendurar o capacete, em termos competitivos.

Em 2007, regressou às provas, neste caso dos Clássicos, no mesmo Ford Escort 1800 que competiu 25 anos antes, mostrando novamente o seu estilo de pilotagem espetacular.      

Um excelente piloto nas classificativas, fora delas era uma pessoa calma, introvertida, e simpática. Contudo, o seu estilo arrojado fazia com que tivesse uma enorme legião de fãs, que acompanhavam-no com fervor e admiração, bem como à Diabolique Motorsport, que marcou uma era. 

Foi-se o humano, a lenda fica para a eternidade. Ars longa, vita brevis. 

Youtube Automotive Vídeo: Cirone entrevista Gandini

Na semana que se soube da morte de Marcelo Gandini, aos 85 anos, os tributos a um dos desenhistas mais geniais da segunda metade do século XX aconteceram um pouco de todo o lado. E quase ao acaso, acabei por descobrir, num dos mais canais de Youtube favoritos, o do italiano Davide Cironi, que para além de recuperar carros de um passado recente, também fala com gente importante do mundo do automóvel.

Esta entrevista a Gandini é de 2018, e aqui, fala essencialmente como nasceram carros icónicos que vão desde o Miura até ao Stratos, passando pelo Counthach e o X1/9, boa parte deles projetos que foram para a Lamborghini, mas também acabaram nas mãos e outras marcas, como a Lancia e a Fiat, porque todos eles partiram da casa Bertone, onde trabalhou entre 1965 e 1980. 

Nos próximos dias colocarei outro vídeo sobre Gandini, e o assunto será outro. 

The End: Kenjiro Shinozuka (1948-2024)


O japonês Kenjiro Shinozuka, antigo piloto de ralis e vencedor do Dakar pela Mitsubishi, morreu esta segunda-feira aos 75 anos, em Suwa, na província de Nagano. Ele sofria de em cancro do pânceras há algum tempo. As suas últimas aparições públicas aconteceram no ano passado, com a sua introdução do Hall of Fame do automobilismo japonês em 2022 e em 2023, fez parte da equipa de segurança do WRC no Rally do Japão.

Essencialmente piloto da Mitsubishi - mas depois também correu pela Nissan, na parte mais tardia da sua carreira - ele ganhou dois ralis no WRC, ambos na Costa do Marfim, em 1991 e 92 - antes de ganhar o Rally Dakar em 1997, sendo o primeiro japonês a realizá-lo.

Nascido a 20 de novembro de 1948 em Ota, na província de Tóquio, começou a correr aos 19 anos, em 1967, nos ralis, especialmente nos africanos. A sua estreia foi no Rali Safari de 1976, mas foi em 1989 que conseguiu os seus primeiros grandes triunfos, quando ganhou o primeiro Campeonato Ásia-Pacifico, essencialmente acabando na primeira posição no Himalayan Rally, ao volante de um Mitsubishi Galant VR-4.

Participando essencialmente nos ralis africanos - Quénia e Costa do Marfim - foi neste último país onde alcançou os seus melhores resultados, ao triunfar em 1991 e 92, mas também foi segundo classificado no Rali do Quénia de 1994, antes de se concentrar nas areias do deserto do Dakar, onde já participava desde 1986.


Ali, os primeiros resultados de relevo foram dois pódios, um terceiro lugar em 1987 e um segundo em 88, logo atrás do vencedor, Juha Kankkunen, no seu Peugeot. Regressaria aos pódios ao ser terceiro em 1992 e 95, antes do seu grande feito, em 1997. Guiando um Mitsubishi Pajero, conseguiu aguentar as areias do deserto e evitar as suas armadilhas, antes de chegar a Dakar como o vencedor, a prikeira grande vitória alcançada por um piloto japonês.

A associação com a Mitsubishi acabou em 2002, não sem antes ter sido segundo em 1998 e terceiro em 2002. Passou para a Nissan, mas logo em 2003 sofreu um acidente sério, capotando a alta welocidade numa duna e sofrendo fraturas faciais. Colocado em coma induzido, acabou por recuperar dos ferimentos e regressou em 2004. O seu último rali foi em 2006, onde terminou num modesto 59º lugar na geral.    

sábado, 16 de março de 2024

Formula E: Bird triunfa em São Paulo


O britânico Sam Bird triunfou esta tarde em São Paulo, numa corrida decidida na última volta, quando o piloto da McLaren superou o carro de Mitch Evans, para conseguir o seu primeiro triunfo na temporada. Oliver Rowland ficou com o lugar mais baixo do pódio, depois de um duelo ao último metro com Pascal Wehrlein e Jake Dennis. António Félix da Costa, no segundo Porsche, conseguiu também os seus primeiros pontos, ao ser sexto classificado na corrida paulista. 

Partindo de quinto na grelha, Bird viu Wehrlein a ir bem na partida, ganhando alguns metros perante a concorrência, na primeira de 31 voltas à pista desenhada à volta do Sambódromo do Anhembi, no centro da metrópole paulista. Vandoorne era o segundo, e foram esses dois os primeiros a irem para o Attack Mode, na terceira volta, para conseguirem dois minutos de potência extra. Ali, Bird ficou com a liderança, mas pouco depois, ele foi para o Attack Mode, também para dois minutos, perdendo a liderança para os Porsches de Werhlein e Felix da Costa.

O português ficou com a liderança pouco depois, e na volta 9, os Porsches foram para o Attack Mode, com o alemão a fazê-lo pela segunda vez, com Bird a ficar com a liderança... por alguns instantes, antes de ser passado por Evans, no seu Jaguar. As ultrapassagens aconteciam frequentemente, e por vezes, existiam três carros lado a lado, especialmente nas retas. 

Na volta 16, a primeira desistência, quando Nick Cassidy ficou de fora da corrida, por causa de um acidente que quebrou a sua asa dianteira, e depois, o fez bater no muro, acabando na escapatória. Safety Car na pista, para recolher os destroços do Jaguar, e a corrida recomeçou na volta 20, com Bird na frente de Evans e dos Porsches, com o Andretti de Jake Dennis em terceiro. 

Evans não demorou muito até ficar com o comando da corrida, mas Bird não desistiu, e agora, começou a haver um duelo entre os dois que só se resolveu na volta final, com o britânico a conseguir passar o neozelandês, para ficar com a vitória. Atrás, Dennis tentava aguentar os ataques de Rowland e Wehrlein, e perdia o lugar mais baixo do pódio para o piloto da Nissan.

Com isto, Cassidy, apesar da retirada, continua a liderar, com 57 pontos, seguido por Wehrlein, com 53, e Evans e Vergne, ambos com 39. Agora, a Formula E ruma a Tóquio, onde correrá o primeiro ePrix em ruas japonesas.   

CPR 2024 - Rali do Algarve (Final)


O britânico Kris Meeke triunfou neste sábado no Rali do Algarve, conseguindo bater Ricardo Teodósio e Armindo Araújo, que estavam num duelo entre eles para serem o melhor português. No final foi Teodósio, que corria "em casa", que foi batido pelo piloto de Santo Tirso, por 2,4 segundos. 

Contudo, ambos foram os únicos que ficaram a menos de um minuto de Meeke, o vencedor: Armindo a 55,6, Teodósio e 58,8.

Posso dizer que foi um fim de semana perfeito, dez anos depois de ter competido aqui no Algarve, na altura no WRC. Sinto-me feliz por ter somado a segunda vitória consecutiva este ano, mantendo o Hyundai i20 N Rally2 cem por cento vitorioso. Ser o primeiro piloto na estrada revelou-se algo complicado, como eu já previa, encontrando os pisos muito escorregadios, mas creio que tanto eu como o James [Fulton] fizemos bem o nosso trabalho, conseguindo ser rápidos o suficiente para vencer”, declarou Meeke no final do rali.


O sábado começou com passagens duplas por Silves, São Marcos e Messines, Araújo decidiu começar a manhã ao ataque, apesar de Meeke ter ganho todas as especiais da manhã. O piloto de Santo Tirso foi segundo na primeira passagem por Silwes, 5,4 segundos atrás do britânico, mas a 1,6 de Teodósio, enquanto na primeira passagem por São Marcos, o piloto so Skoda perdeu 1,3 para Meeke, mas foi 0,3 segundos mais rápido que o piloto algarvio. Por fim, em Messines, Araújo prdeu 10.2 segundos, mas ficou na frente de Teodósio por 2,1 segundos.

Quem estava a fazer um rali interessante era Rui Madeira, que no final da manhã tinha subido para oitavo, a bordo de um Fiesta Rally2 com algum tempo. 

Meeke continuou a ganhar na parte da tarde, e Araújo continuou a ser o melhor, na frente de Teodósio. O piloto so Skoda tinha perdido 4,2 segundos, mas tinha ganho 3,3 sobre o algarvio da Hyundai, numa altura em que a distância entre ambos era agora de 1,3 segundos, a duas especiais do final. Armindo conseguiu o que queria em São Marcos, ganhando 2,3 segundos sobre Teodósio e passando para o segundo lugar, agora com um segundo de vantagem. E no final do rali, no Powerstage de Messines, Armindo conseguiu uma vantagem maior de 1,4 segundos sobre Teodósio. 

No final, o piloto de Santo Tirso estava satisfeito com o resultado e as escolhas deste dia: “Assumimos uma escolha e gestão de pneus com a clara noção que poderíamos não ser tão rápidos no primeiro dia, mas que nos dava uma boa posição na estrada nas especiais de hoje. Isso obrigou-nos a fazer uma recuperação e a travar uma intensa luta até à última especial. Conseguimos subir até ao segundo lugar no penúltimo troço e segurar a posição no final. Estrategicamente fomos eficazes”, disse.


Já Teodósio admite que o pódio no rali algarvio foi agridoce.

Podia ter sido muito melhor, fruto da aplicação que o Ricardo e eu colocámos na preparação deste rali. Sabemos que temos adversários de grande nível e por isso temos de respeitar que estes tenham sido mais rápidos! Foi um rali muito bem disputado e, no final, acho que estamos todos de parabéns!”, afirmou.

Depois dos três primeiros, o quarto foi Ernesto Cunha, a 2.47,7, nem longe dos três primeiros, seguido por Rui Madeira, quinto a 3.06,0 no seu Ford Fiesta Rally2. Lucas Simões foi o sexto, a 3.33,5, na frente de Paulo Neto, a 4.01,0. Oitawo foi Ricardo Filipe, a 4.43,9, e a fechar o "top ten" ficaram o lituano Martinas Samsonas, no seu Skoda Fabia N5, a 4.55,8 e o Mitsubishi de Adruzilo Lopes, a 5.46,0.

O Campeonato de Portugal de Ralis continua no final de abril, com o Rali Terras D'Aboboreira. 

Formula E: Wehrlein foi o melhor na qualificação paulista


O Porsche de Pascal Wehrlein foi o melhor na qualificação para o ePrix de São Paulo, terceira corrida do campeonato, que aconteceu esta manhã, na capital paulista. O piloto alemão bateu o DS do belga Stoffel Vandoorne por... dois milésimos de segundo! Quanto a António Félix da Costa, desta vez, acabou por ter uma boa qualificação, partindo de oitavo da grelha. 

Com os treinos de qualificação a começarem logo depois dos treinos livres, debaixo de tempo encoberto e quente, o primeiro grupo começou com os dois DS, de Vandoorne e o Jean-Eric Vergne, a serem os melhores perante o Jaguar de Mitch Evans e o Abt Cupra de Nico Muller. Um dos que ficaram de fora foi o segundo Jaguar de Nick Cassidy.

No segundo grupo, o melhor foi o Maserati de Max Gunther, ficando na frente de Wehrlein, do Mahindra de Edoardo Mortara e no McLaren de Sam Bird. Contudo, o piloto da Maserati acabou por ser penalizado por causa de uma troca de caixa de velocidades, caindo para o fundo da grelha, e para piorar as coisas, terá de cumprir um Stop & Go durante a corrida!

No primeiro duelo dos quartos de final, Evans ira correr contra Vandoorne, o belga conseguiu levar a melhor por 156 centésimos, indo para a meia-final, onde iria se bater com Jean-Eric Vergne. No terceiro duelo, Wehrlein conseguiu superar Mortara por 522 centésimos, fazendo o tempo de 1.12,846. No último duelo dos quartos de final, Gunther levava a melhor sobre o McLaren de Bird.   

Na meia final, o duelo fratricida no DS resultou que o belga conseguiu triunfar, com quase 721 centésimos sobre o francês, enquanto no segundo duelo, entre alemães, Werhlein foi melhor que Gunther, com uma diferença de 247 centésimos.

A final, entre Wehrlein e Wandoorne, foi mesmo apertada, com os dois milésimos da final a se tornarem na segunda margem mais curta da história da Fórmula E.

A corrida acontecerá pelas 17 horas deste sábado, com transmissão em Portugal pela Eurosport. 

sexta-feira, 15 de março de 2024

CPR: Fontes quer um bom resultado


No dia em que começa o segundo rali do campeonato, em terras algarvias, José Pedro Fontes, que já triunfou neste rali em duas ocasiões, vem com o objetivo de amealhar bons pontos para o campeonato a bordo do seu Citeoen C3 Rally2, isto sem prejuízo dos objetivos mais ambiciosos, que passam por lutar por uma posição no pódio.

O campeonato de Portugal de ralis é uma competição dividida em duas partes, que exige concentração e uma estratégia bem desenhada. A fase inicial é composta por quatro provas em pisos de terra, que exigem uma abordagem cautelosa, pois, os abandonos são muito penalizadores nas contas finais, razão por que apostamos em manter os nossos objetivos primordiais: amealhar o maior número de pontos nesta fase da competição”, começou por explicar José Pedro Fontes.

Naturalmente que isso não quer dizer que não estaremos focados em objetivos maiores como chegar a um dos lugares do pódio. Conheço muito bem a prova algarvia e a sua dureza e, também, todos os nossos adversários, por isso tenho a perfeita noção de onde nos situamos e o que temos de fazer para lutar pelos primeiros lugares.”, concluiu.

O rali do Algarve terá nove especiais de classificação, percorridos entre hoje e sábado.

quinta-feira, 14 de março de 2024

As imagens do dia


Ando a seguir o Ollie Bearman. Estão a ser interessantes, os dias depois da sua inesperada estreia na Formula 1. Foi recebido como um herói na escola onde ainda estuda, no Reino Unido, aplaudido pelos seus colegas, e nesta quarta-feira, foi a Fiorano para aquilo que a Scuderia chama de "teste pré-definido", ou seja, anda num carro de 2022, o F1-75, para se habituar a um Formula 1. 

Alguns falam que isto poderá ser uma espécie de prevenção para Melbourne, caso Carlos Sainz Jr não for aprovado medicamente para correr. Mas não acredito: ele está convalescença, mas ate agora parece estar e recuperar bem.

Descobri, entretanto, que ele tem um canal do Youtube onde cobre as coisas que faz nos bastidores, um pouco para que conheçamos a pessoa por trás do piloto. É um ser humano como nós, embora tenha de afirmar nunca ter pensado que iria ver alguém ser recebido por alunos de um liceu onde ele é... também aluno, 24 horas depois da sua estreia na Formula 1!

Claro que, com esta estreia - no final, saiu do carro a queixar-se do pescoço, por causa das forças G's sofridas durante a corrida - tudo está em cima da mesa. Não correrá na Ferrari em 2024, a não ser que aconteça mais alguma coisa inesperada, mas outras marcas poderão estar interessadas nele, e além disso, tem a Formula 2 para realizar.

Contudo, esta é a situação do automobilismo atual: sim, pode pressionar os outros a mostrar o seu melhor, esperando fracassos da parte deles para poder aproveitar. Mas... quanto tempo quer ficar à espera? Quererá ser piloto de testes ad aeternum? Não quererá andar num dos Hypercars da Scuderia no Mundial de Endurance? Não pensará noutras competições, como a Formula E e a IndyCar? É que, sejamos honestos, a Formula 1 estagnou. 2024 é o primeiro ano em que ninguém entrou ou saiu do pelotão, por exemplo. E a Liberty Media só quer 10 equipas. Centenas de pilotos querem um dos 20 lugares existentes. Como será? 

E é sobre isso que escreve um inesperado observador: Helmut Marko

É claro que os jovens de hoje estão todos bem preparados quando entram em ação, mas só se alguém for realmente bom é que pode conseguir tais desempenhos logo desde o início”, começou por escrever no seu artigo de opinião que tem no site SpeedWeek. “A estreia de Bearman na Ferrari foi sensacional. Conduzir daquela forma numa pista como Jeddah sem muito treino foi muito forte. Às vezes, estava quase ao nível de Charles Leclerc. Mas o que é que a Ferrari vai fazer agora? [Com] Hamilton e Leclerc num contrato de longo prazo, e agora Bearman é um super talento. Se eu fosse Fred Vasseur, arranjava imediatamente um lugar na Formula 1 para Bearman noutra equipa, na Haas, por exemplo”.

Mas ele deixou um aviso: “Agora, [a Ferrari] irá ter de voltar a gastar dinheiro para o treinar. As equipas estão atualmente relativamente saturadas financeiramente, vão pagar caro por isso”.

São questões que o futuro apenas poderá responder. Foi uma excelente estreia, mas ainda não sabemos o resto da história.      

CPR: Araújo ambiciona um bom resultado no Algarve


Nas vésperas do Rali do Algarve, Armindo Araújo afirma que não sabe muito bem o que esperar daquele que será o seu centésimo rali da sua carreira nacional, ele que foi o melhor português no Serras de Fafe.

Ausentes na edição do ano passado, porque estavam a recuperar do acidente que sofreram em Fafe, o piloto de Santo Tirso encara este rali organizado pelo Clube Automóvel do Algarve como um trabalho redobrado para si e o seu navegador, Luís Ramalho. Mesmo assim, não esconde a ambição de querer trazer do Algarve um bom resultado em termos de campeonato, neste que será o seu centésimo rali no CPR.

Por não termos alinhado em 2023 não temos nenhuma referencia deste rali e a última vez que disputei classificativas em terra no Algarve foi há 12 anos, na altura em que disputava o WRC. Penso que alguns troços terão partes desse percurso, mas na sua generalidade é um rali totalmente novo para nós e teremos que trabalhar muito bem os reconhecimentos das especiais”, começa por dizer.

Sabemos que à partida teremos mais dificuldades neste rali que em qualquer outro esta temporada, mas isso não muda minimamente os nossos objetivos nem retirará a motivação para tentarmos, como sempre, lutar pelas primeiras posições da classificação e pela vitória. Os nossos adversários quererão certamente o mesmo que nós e, por isso, penso que será uma prova muito disputada. Estamos a trabalhar para sermos uma vez mais competitivos, tal como fomos em Fafe”, concluiu.

O rali do Algarve terá nove especiais de classificação, divididos em dois dias. 

Formula E: Felix da Costa está otimista para São Paulo


Depois de quase mês e meio de ausência, a Formula E está de volta à competição, com a ronda brasileira, que acontecerá na reta da meta o sambódromo de São Paulo, com várias zonas bastante rápidas que passam pela avenida Olavo Fontoura ou a conhecida marginal Tietê.

No caso de António Félix da Costa, ele que considera esta quase como a "caseira", esta é a sua chance de marcar uma posição, depois dos maus resultados das primeiras corridas. Ele afirmou que, juntamente com os engenheiros da Porsche, focou-se bastante em trabalhar com a equipa, tanto no simulador, como em procurar entender os problemas que têm afetado a sua performance, tendo chegado a importantes conclusões, juntamente com a sua equipa.

Para o piloto português, campeão em 2020, esta corrida é encarada desta forma: 

"Muito otimismo, motivação e vontade de correr num país que me acolhe sempre muito bem e onde tenho grandes amigos sempre a apoiar. O passado já lá vai e sei que tudo fiz para chegar aqui a São Paulo mais forte, quer a nível de entendimento do nosso carro, como a nível de preparação física e mental, portanto estou a sentir-me feliz, preparado e confiante em ter um bom fim-de-semana!"

A qualificação acontecerá por volta das 12:40, hora portuguesa, para a corrida acontecer mais tarde, pelas 17 horas, com transmissão pela Eurosport e Eleven 3.

Youtube Formula 1 Vídeo: As comunicações de Jeddah

O fim de semana saudita foi bem movimentado, com uma estreia inesperada e alguns sustos, apesar do vencedor ser... provável.

Assim sendo, eis o vídeo dos melhores momentos do GP saudita.   

quarta-feira, 13 de março de 2024

As imagens do dia



Miura, Countach, Diablo? Sim.

Stratos, Montreal, X1/9? Também.

Mas também... Citroen BX, BMW Série 5, Audi 50 e o Renault 5 Turbo foram sua criação.

Muitos consideraram como o maior desenhista do século XX, a par de Giorgeto Giugiaro. Mas é a Marcello Gandini que dão esse título, porque foi ele que fez tantos carros que foram marcantes na história dos automóveis, desde 1970 até hoje. 

Nascido a 26 de agosto de 1938, filho de um maestro - e curiosamente, 19 dias depois do nascimento de Giugiaro! - em 1963 chegou à Bertone com o intuito de procurar um emprego. Nuccio Bertone até queria, mas Georgeto Giugiaro vetou-o. Somente dois anos depois, em 1965, que foi contratado por eles, com a saída de Giugiaro. E foi graças a ele que criou o "estilo Bertone", especialmente com os protótipos da Lamborghini.   

Mas foi com um Alfa Romeo que introduziu a sua primeira inovação: as portas-tesoura. Nomeadamente, o protótipo 33 Carabo, com o seu estilo em cunha, abriu portas à década seguinte e a carros como o Lamborghini Countach, que começou a ser produzido em 1973. Esse foi o primeiro carro de produção a tê-lo, e marcou uma era.

E por essa altura, já existiam outros carros inesquecíveis: o Miura, apresentado em 1967, e o Lancia Stratos, com motor Ferrari, que nessa altura, já se estreara nos ralis, preparando-se para ganhar corridas e campeonatos.

Até a Ferrari teve carros desenhados por Gandini. O modelo 308GT4 foi o primeiro com motor Dino de 8 cilindros, e pode não ter sido um dos mais memoráveis, mas ao menos ele pode afirmar que existe um Ferrari desenhado por ele nas estradas um pouco por todo o mundo. 

Em suma, os seus carros tornaram-se objetos de desejo. Preencheram as imaginações de milhões.  

Quando saiu da Bertone, em 1980, decidiu desenhar por conta própria, acabando com projetos para as grandes marcas europeias. Começou com o Citroen BX, continuando com o Renault 5 Turbo, e depois, com o 5 de segunda geração, o Maserati Quattroporte, todo um conjunto de carros que acabaram por chegar ao grande público, e em muitos aspectos, não deixaram de ser carros atraentes e desejáveis.

Mas apesar de tudo, não deixou de ser considerado como o homem que desenhou os Lamborghinis.        

Gandini morreu hoje, aos 85 anos. Ele pertence a partir agora à história, mas o seu génio vive para sempre enquanto existirem as suas criações. Ars longa, vita brevis.  

CPR: Teodósio quer brilhar em casa


O Rali do Algarve, segunda prova do Campeonato de Portugal de Ralis, acontece neste final de semana e  servir de rampa de lançamento para as boas prestações de Ricardo Teodósio e o seu navegador, José Teixeira, que bem precisa depois da modéstia em Fafe, onde apesar de ter acabado a prowa, ficou longe do pódio e de ter podido acompanhar o ritmo de Kris Meeke, seu companheiro na Hyundai Portugal, e Armindo Araújo, seu rival no campeonato. 

Para Teodósio, que "corre em casa", o que ele deseja é que o resultado do rali anterior, e,m Fafe, não seja um fator decisivo nas contas para a caminhada na renovação do título nacional, que ambiciona.  

Está a começar uma semana muito boa, a semana do nosso tão querido Rally Casinos do Algarve. A organização esforçou-se por fazer um rali com troços novos e novas dificuldades e, nos reconhecimentos, vamos tirar as ilações necessárias ao traçado a fim de conseguirmos estar mais competitivos. Queremos muito provar que o primeiro rali não se tratou de uma pedra na nossa caminhada para mais um tão ambicionado título. Enquanto Campeões Nacionais sabemos que partimos sempre como um dos principais candidatos, mas a primeira prova também provou que vamos ter adversários de grande nível. Vai ser um rali divertido e muito disputado”, explicou Ricardo Teodósio.

O rali do Algarve será feito em pisos de terra e terá nove especiais espalhadas ao longo de dois dias, no fim de semana de 15 e 16 de março. 

terça-feira, 12 de março de 2024

Youtube Automotive Vídeo: Quão longe os carros elétricos irão?

Eis um teste bem interessante, feito pela "WhatCar" britânica: andar com carros elétricos até acabarem com a energia nas baterias. E a variedade era bem interessante, desde o Tesla Model 3 até ao BYD Dolphin, BYD Seal, passando pelo MG4 e o VW ID.7. A ideia era aproveitar o inverno britânico, com chuva e frio, carregar as baterias e andar até parar. 

Para que? Saber a distância máxima e se os valores oficiais andam - ou não - longe da realidade. O wideo é longo - cerca de 25 minutos, mas creio que valerá a pena.

WRC: Canárias recebe o WRC a partir de 2025


O Rali das Canárias foi anunciado neste final de semana que irá fazer parte do Mundial de Ralis em 2025 e 2026. Depois do Rali da Catalunha ter estado no WRC entre 1991 e 2022, com duas exceções, 1994 e 2020, o rali espanhol do Mundial de Ralis passará em 2025 para as ilhas Canárias, que se estreia na competição depois de há muitos anos fazer parte do Europeu de Ralis.

A chegada do Rallye Islas Canarias ao WRC é a recompensa de muitos anos de trabalho”, começou por afirmar Germán Morales, o Diretor Executivo do Club Deportivo Todo Sport, promotor do evento. "Foi o objetivo desejado por muitas gerações, e agora em conjunto com o WRC Promoter foi possível atingir", continuou.

Este será o terceiro rali a se estrear no calendário no WRC na próxima temporada, depois da Letónia e da Polónia. Haverá mais um rali a estrear-se no calendário, na América do Sul, e o favorito será o Paraguai. Um rali em asfalto, igual ao que existia na Catalunha, acontece essencialmente nas estradas da ilha de Gran Canaria, provavelmente com centro na sua maior cidade, Tenerife. Resta saber quantos mais ralis entrarão - fala-se de Irlanda, outro rali em asfalto - e claro, saber quem sairá do calendário, com a Estónia a ser a primeira vítima.