segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O piloto do dia: Piers Courage

Hoje recebi umas fotos de Formula 1. Como sou sou fã delas, gosto de as colecionar. Mas entre as de hoje, uma ficou na memória. É esta que voês vêm.


E porquê. Porque estão a olhar para um homem com os minutos contados. Alguns minutos mais tarde, ele despistou-se e morreu. Seu nome? Piers Courage.

Courage nasceu a 27 de Maio de 1942 em Inglaterra e o seu pai era o proprietário das Cervejas Courage, uma marca de cervejas agora pertencente à australiana Foster's. Educado no Colégio de Eton (um dos mais elitistas de Inglaterra), começou a sua carreira a correr num Lotus 7, mas evoluiu para a Formula 3 e 2, onde foi notado pela sua rapidez e inconstância. Em 1967 chegou à Formula 1, mas não impressionou. No ano seguinte, vai para a BRM, onde faz algumas provas interessantes, mas no final da época fica sem carro oficial. Foi aí que conhece um conterrâneo, de seu nome... Frank Williams.
Em 1969, Williams compra um Brabham BT26 e corre sobre o seu nome (o primeiro Williams da história), e Courage mostra aquilo que é capaz: Dois pódios - 2º lugar no GP do Mónaco e no GP dos Estados Unidos, mais uma grande corrida no GP de Itália, onde termina em quinto, faz com que acabe em oitavo lugar na classificação final, com 18 pontos.

Em 1970, Williams e Courage decidiram correr com um De Tomaso, em resultado de um acordo com o seu proprietário, o argentino Alessandro de Tomaso (1928-2003). Contudo, o carro era pesado e pouco fiável, tendo desistido em todas as corridas.

O Grande Prémio da Holanda de 1970, no dia 7 de Junho desse ano, era o primeiro sem Bruce McLaren (1937-1970), que tinha morrido cinco dias antes em Goodwood, testando um carro de Can-Am. Courage tinha feito um excelente treino e partia da nona posição da grelha. Na corrida, tinha subido até ao quinto lugar e tudo corria bem, até que à volta 22, o carro inexplicavelmente despistou-se contra os rails, bateu em ricochete e ficou ao contrário, em chamas.

Para piorar as coisas, o carro era feito de uma liga de magnésio, um metal leve, mas incandescente. O calor provocado pelo incêndio pegou fogo à vegetação em volta. O inquérito revelou mais tarde que Courage teve morte imediata, pois o seu capacete foi encontrado no local do impacto. Coincidência terrivel: três anos mais tarde, outro inglês, Roger Williamson, irá morrer exactamente no mesmo local... Courage era casado e tinha dois filhos.

Consta-se também que foi exactamente nesse mesmo dia que Jochen Rindt, o vencedor desse Grande Prémio da Holanda, decidira que iria retirar-se no final desse ano. Três meses mais tarde, em Monza, Rindt despistou-se no seu Lotus 72 na Parabólica antes da meta. Teve morte imediata. Algumas semans mais tarde, ele tornava-se no único Campeão do Mundo a título póstumo.

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