segunda-feira, 12 de março de 2007

O piloto do dia: Jack Brabham (1ª parte)

Qualquer dia tinha que ser. Na senda da semana australiana, dedicada a tudo que tem a ver com o pais que no final da semana inaugura o Campeonato do Mundo de Formula 1 de 2007, falo-vos do homem mais bem sucedido na Formula 1, tanto como condutor, como construtor. Falo-vos de Jack Brabham, tri-campeão do Mundo de Formula 1, o único que até agora ganhou simultaneamente como condutor e como construtor.

Sir Jack nasceu a 2 de Abril de 1926 em Hurtsville, nos subúrbios de Sydney. Era filho de um merceeeiro, e aos 15 anos abandonou a escola para ir trabalhar para uma oficina, como mecânico de automóveis. Algum tempo depois, na Segunda Guerra Mundial, serviu na Força Aérea Australiana. Quando a guerra acabou, tinha 19 anos e decide o que há de fazer na sua vida: abrir uma oficina. Nessa altura, conhece um homem que o irá acompanhar na sua carreira: Ron Tauranac.

No final dos anos 40, decide correr em carros midgets, em pistas de terra. Torna-se campeão do seu estado, a Nova Gales do Sul. Em 1955, aos 29 anos, decide ir para Inglaterra para correr. Nesse mesmo ano, entra no seu primeiro GP da sua carreira, com um Maserati no GP de Inglaterra, sem resultados. No final daquele ano, vai para a Cooper.

Nessa altura, John Cooper era rei nas Formulas de formação, com pequenos motores de 500 cc, montados atrás do condutor, que traziam vantagens em relação ao controlo do carro do que os carros com motor à frente. Nessa altura, ele queria levar isso para a Formula 1, mas as coisas iam lentas. Em 1956 e 1957, não houve resultados de relevo, mas em 1958, a Formula 1 entra em choque quando vê Moss a ganhar as duas primeiras corridas do campeonato (Argentina e Monaco) com o Cooper de motor atrás, a bordo dos carros de Rob Walker. Brabham aproveita esse choque ao levar o seu carro para o quarto lugar no Mónaco, a sua única corrida nos pontos desse ano.

Em 1959, a máquina está afinada, e Brabham era o piloto ideal para atacar o título e por fim ao domínio dos carros italianos de motor à frente. Ganha o seu primeiro GP, no Mónaco, e repete a proeza em Aintree, palco do GP de Inglaterra. No final da época, os frutos do trabalho são colhidos: Campeão do Mundo, com 31 pontos, duas vitórias, uma pole e 5 pódios, em nove possíveis.

O domínio continua em 1960: ganha cinco provas de seguida – Holanda, Bélgica, França. Inglaterra e Portugal (no circuito da Boavista), e fazendo três poles. O bi-campeonto é conquistado com 43 pontos.

O próximo desafio são as 500 Milhas de Indianapolis. Em 1961, leva um pequeno Cooper de motor traseiro para correr. A principio, as outras equipas gozam com aquele pequeno carro, mas cedo perdem a graça quando vê aquele carro a chegar ao terceiro lugar durante a corrida. No final acabou em nono, mas já tinha deixado a sua marca. Mas se as coisas correram bem na América, na Europa era o contrário. O máximo que conseguiu foi 4 pontos, que lhe deu o 11º lugar na classificação final.

Em 1962 funda a Brabham Racing Organization, com o seu amigo de sempre, Ron Tauranac. Começa a correr com Lotus, mas no final da época, já tem pronto o seu primeiro carro: o BT 3. Com ele, consegue 9 pontos, dando-lhe o 9º lugar final.

Para 1963, as coisas melhoram, com o segundo lugar no México o seu melhor resultado. Os 14 pontos conquistados merecem-lhe o 7º lugar final.

Em 1964 tem um parceiro: o americano Dan Gurney. Vai ser este que dará a Brabham a sua primeira vitória como construtor, no GP de França. O australiano vai conseguir dois pódios, e o oitavo lugar final, com 11 pontos. Nesta altura, os carros eram bons, mas não eram fiáveis. Para além dos azares, Brabham tinha a reputação de ser um homem muito poupadinho. Acerca dessa reputação, Dan Gurney diria: "Jack was tighter than a bull's ass in fly season".
(fim da primeira parte. A segunda parte é publicada amanhã)

1 comentário:

Tony Costa disse...

Muito bom
grande Abraço, continua o blog, ta muiuto bom

LASER