terça-feira, 20 de março de 2007

O piloto do dia: Pedro Lamy

Pois é, pela primeira vez escrevo sobre um piloto português “de gema”. E faço por uma razão em especial: hoje ele completa 35 anos de vida! O puto que não percebia de anúncios, mas de carros cresceu e tornou-se num piloto mais maduro. Mas a rapidez continua lá, e o sucesso também. Este ano vai participar no desafio da Peugeot nas 24 Horas de Le Mans, a bordo do modelo 908, na tentativa de contrariar o favoritismo dos Audi R10 a diesel.

Mas a vida dele começa muito antes: Pedro Lamy Viçoso nasceu a 20 de Março de 1972, na Aldeia Galega, perto de Alenquer. O seu pai, António Lamy, também foi piloto, mas de ralies. Aos 5 anos, o pai dá-lhe uma mota, que o faz com que competisse no mini-motocross, tornando-se tetra-campeão nacional na categoria. Aos 13 anos, vira-se para o karting, ganhando o título nacional em 1988.

Sendo assim, é altura de passar para os monolugares. Vai para a Formula Ford, onde ganha o título nacional de 1989, aos 17 anos! No ano seguinte vai para a Formula Opel-Lotus, na altura uma categoria de formação, onde se bate contra futuros companheiros de Formula 1 como Rubens Barrichello, Shiniji Nakano ou David Coulthard. Nesse ano, juntamente com Diogo Castro Santos, ganham em Spa-Francochamps a Taça das Nações. No ano seguinte, continua na Formula Opel, onde ganha o título com autoridade, contra o seu maior rival: o compatriota Diogo Castro Santos. E repetem o título da Taça das Nações, desta vez, no Estoril.

Em 1992, apoiado por Domingos Piedade, vai para a Formula 3, mais concretamente para a equipa de Willi Weber, então o “manager” de Michael Schumacher. Ganha a competição logo no seu primeiro ano. Para além disso, ganha a Marlboro Masters de Zandvoort e acaba em segundo lugar no GP de Macau.

Em 1993, vai para a Formula 3000, mais concretamente para a Crypton Engineering, equipa que no ano anterior tinha levado Luca Badoer ao título. Ganha em Pau, uma prova citadina tão ou mais difícil do que o Mónaco, mas falha o assalto ao título devido aos vários erros que comete no final da época, nomeadamente na prova de Spa-Francochamps. Quem leva a melhor nessa luta vai ser o francês Olivier Panis.

Entretanto, no mesmo circuito belga, Alex Zanardi bate violentamente nos treinos para o GP belga. A Lotus tem que arranjar um substituto, e dá uma chance a Pedro Lamy. Este aceita, e os responsáveis da Lotus ficam agradados com o piloto. Na prova seguinte, em Monza, o português estreia-se na Formula 1, aos 21 anos. Fica em 24º lugar na grelha e desiste a poucas voltas do fim, quando seguia no 11º lugar. Apesar de tudo, foi uma boa estreia, e fica até ao final da temporada, alinhando nas quatro últimas corridas, sem contudo chegar aos pontos.

Em 1994, continua na Lotus, desta vez com motores Mugen-Honda. No Brasil e em Aida, faz boas corridas, embora fique nos últimos lugares. Em San Marino, não foge à regra, mas envolve-se nos trágicos acontecimentos desse fim de semana, quando na partida para o GP, o seu Lotus colide violentamente de lado com o Benetton do finlandês Letho. Os destroços de ambos os carros irão ferir seis pessoas, mas os dois safam-se sem nenhum arranhão.

Mas duas semanas depois, em Silverstone, ao testar o carro com as novas modificações feitas pela FIA, despista-se a mais de 240 km/h na zona da Bridge, e parte ambas as pernas. A convalescença vai ser longa (cerca de um ano), mas volta à Formula 1.

A meio de 1995, a Minardi contrata-o para substituir o italiano Pierluigi Martini, e começa a correr a prtir do GP da Hungria. Na etapa final, na Austrália, consegue algo inédito: torna-se no primeiro português a pontuar num Mundial de Formula 1, com um sexto lugar. Esse ponto faz com que se classifique no 18º lugar da classificação final.

Em 1996, Lamy fica a tempo inteiro na Minardi, tendo como companheiro de equipa um estreante: Giancarlo Fisichella. A temporada corre mal, pois os parcos recursos implicam pouco desenvolvimento do carro, e no final, os zero pontos reflectem as dificuldades típicas de uma equipa de final de pelotão.

Eis a sua carreira na Formula 1: 32 Grandes prémios, em quatro temporadas, 1 ponto.

Depois da carreira na Formula 1, Lamy vai para o campeonato FIA GT, pela ORECA, sendo um concorrente regular nas 24 Horas de Le Mans. Em 1999 corre pela Mercedes, quer na sua equipa de GT, como na DTM, mas sai ao fim de algum tempo, porque se queixa de ser preterido em favor de outros pilotos.

Continua nos GT’s, onde consegue bons resultados: Ganha as 24 horas de Nurburgring por duas vezes (2003 e 2004); ganha os V8 Star alemães (2003), e corre pela equipa oficial da Aston Martin durante dois anos, tendo ganho em 2006 a Le Mans Séries na categoria GT1.

Este ano, vai fazer parceria com os pilotos Stephane Sarrazin, Nicolas Minassian, Marc Gene, Sebastien Bourdais e Jacques Villeneuve na equipa oficial da Peugeot para a European Le Mans Séries, e para as 24 Horas de Le Mans, a bordo de um Peugeot 908 Diesel. Lamy guiará com Minassian e Sarrazin.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá!
Sou do F1 Girls e vim conhecer teu site, muito legal, vários assuntos. To conferindo primeiro os seus posts sobre os pilotos, legal ver vc falando do Pace e do Lamy. Obrigada pela visita e volte sempre, ok?