quinta-feira, 12 de abril de 2007

O piloto do dia: Jacques Villeneuve

Na semana em que completa 36 anos, e numa altura em que o piloto canadiano está numa nova fase da sua carreira, mostra-se aqui um exemplo acabado de um filho de peixe que soube nadar não só tão bem como o seu pai, mas que o fez em diversas águas.


Jacques Joseph Charles Villeneuve nasceu a 9 de Abril de 1971 em St. Jean Richelieu, no Quebec, a provincia francófona do Canadá. Filho do mítico Gilles Villeneuve (1950-1982) e de Joann Villeveuve, cresceu no meio automobilistico, já que a familia vivia numa "motorhome" que o levava para os circuitos europeus. Após a morte do pai, foi para um colégio interno na Suiça e aos 17 anos, em 1988, começou a correr na Formula 3 italiana. Em 1992, foi correr para o Japão, onde foi vice-campeão de Formula 3, ganhando três corridas.


No ano seguinte foi para os Estados Unidos, onde foi correr para a Formula Atlantic, onde ganhou cinco corridas e foi terceiro classificado. Em 1994, passou para a CART, onde ganhou a sua primeira corrida na 10ª prova da sua carreira, em Road America. Nas 500 Milhas de Indianápolis desse ano, terminou no segundo lugar, determinado em alcançar mais alto. Em 1995, conseguiu o que queria: vencer as 500 Milhas, tornando-se no primeiro canadiano a fazê-lo. Para além disso, ganhou mais três corridas, e no no final da temporada, ganhou o campeonato CART.


Foram esses resultados, aliados com a reputação do seu pai que fizeram com que Frank Williams desse uma oportunidade para testar este jovem talento de 24 anos. Depois de ter ficado impressionado, assinou um contrato de três épocas para tripular os seus carros. Um dos apelidos mais míticos da Formula 1 estava de volta!


O seu começo, no GP da Austrália, em Melbourne, foi espectacular: fez a pole-position, liderou até a 12 voltas do final, altura em que teve que deixar passar o seu companheiro de equipa Damon Hill (outro filho de campeão) devido a uma fuga de óleo. Terminou em segundo, mas a sua exibição tinha relembrado aos mais velhos o estilo do velho pai...

Quatro provas mais tarde, em Nurburgring, Jacques Villeneuve ganhou o GP da Europa, a sua primeira prova na Formula 1, aguentando a pressão de um Michael Schumacher no inicio da sua longa carreira na Ferrari. Iria ganhar mais três Grandes Prémios (Grã-Bretanha, Hungria e Portugal, onde fez uma espectacular ultrapassagem a Michael Schumacher na Parabólica Ayrton Senna), subiu ao pódio por 11 vezes, fez três "pole-positions" e seis voltas mais rápidas, terminando como vice-campeão do Mundo, com 78 pontos.

Para 1997, com Damon Hill Campeão do Mundo, a transferir-se para a Arrows, Jacques Villeneuve torna-se no primeiro piloto da equipa, e trabalha no sentido de ser Campeão do Mundo. Ganha sete provas, faz dez "pole-positions" e é o homem mais rápido em pista por três vezes. Contudo, o seu mais forte competidor, o alemão Michael Schumacher, levou a decisão do título até à última prova do Campeonato, no circuito andaluz de Jerez de la Frontera.


Nesse dia, depois de três pilotos terem feito o mesmo melhor tempo nos teinos do dia anterior, a batalha entre Schumacher e Villeneuve terminou na volta 48, mais precisamente na curva "Dry Sac", onde o piloto alemão tentou afastá-lo da corrida. Tal manobra não resultou e o alemão foi obrigado a abandonar. Mais tarde, a FIA desclassificou-o, tirando-lhe o título de vice-campeão do Mundo. E Jacques tornou-se no segundo filho de piloto vencedor de Grandes Prémios a tornar-se Campeão de Mundo, um ano depois de Damon Hill, com 81 pontos no total.

Em 1998, defender o título foi dificil. A Renault tinha-se retirado da competição, mas vendeu os seus motores como sendo a Mechachrome. Jacques não conseguiu mais do que dois terceiros lugares na Grã-Bretanha e na Alemanha, terminando em quinto lugar do campeonato, com 21 pontos. No final desse ano, e respondendo ao convite do seu "manager" Craig Pollock, decide ingressar na nova equipa da British American Racing (BAR).


Contudo, 1999 foi um ano desastroso para a equipa. Erros, acidentes, azar e os defeitos de uma estrutura estreante fizeram com que Jacques Villeneuve não marcasse um unico ponto em toda a temporada desse ano. Do Céu ao Inferno em dois anos! Nem o seu pai era capaz de uma coisa destas...

Para 2000, as coisas melhoraram um pouco. O carro ficou mais fiável, as performances foram melhores. Marcou como melhor resultado quatro quartos lugares, obtendo 17 pontos e um sétimo lugar no Mundial de Condutores. No ano seguinte, consegur chegar ao pódio em Barcelona e em Hockenheim, ambos no terceiro lugar. No final da época, consegue manter o sétimo lugar, com 12 pontos.


A partir de 2002, as performances de Jacques Villeneuve foram piorando. As boas exibições foram cada vez mais espaçadas, e as corridas nos pontos também. No final desse ano, conseguiu 4 pontos, em 2003 conseguiu seis pontos. No final desse ano sai da BAR e tira um ano sabático.

Contudo, no final de 2004, Flávio Briatore contrata Villeneuve para correr pela Renault nas três provas finais desse ano, substituindo o italiano Jarno Trulli. A oportunidade não foi aproveitada e Villeneuve não pontuou.

Mas isso foi o suficiente para que Peter Sauber lhe oferecesse um contrato de duas épocas para correr na sua equipa. Se no primeiro ano, Villeneuve assinou boas exibições (14º no Campeonato, com 9 pontos), em 2006, já com a Sauber a correr sobre a capa da BMW, Villeneuve era claramente inferior ao seu campanheiro de equipa, o alemão Nick Heidfeld. Após uma lesão sofrida no GP da Alemanha, a BMW decidiu que o melhor era rescindir amigavelmente o contrato que os ligava. Para substitui-lo, entrou o polaco Robert Kubica. No final, o seu palmarés na Formula 1 ficou assim ordenada: 165 Grandes Prémios, em onze temporadas, onze vitórias, treze pole-positions, nove voltas mais rápidas, 23 pódios, e o título de Campeão do Mundo em 1997.

Agora, Jacques Villeneuve está numa nova fase: correndo na equipa oficial da Peugeot para as 24 Horas de Le Mans, a bordo do 908 Diesel, vai tental algo alcançado somente por Graham Hill: juntar a vitória nas 24 Horas de Le Mans às que alcançou nas 500 Milhas de Indianápolis e no Campeonato do Mundo de Formula 1. Para além dele, outros ex-pilotos de Formula 1 o vão ajudar, como Marc Gené, Stephane Sarrazin e Pedro Lamy, para além do actual bi-campeão da CART, o francês Sebastien Bourdais.

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