domingo, 8 de abril de 2007

O piloto do dia - Jim Clark (1ª parte)

Recordar um dos maiores pilotos de todos os tempos é sempre um bom exercício de memória, mas recordar as circunstâncias do seu desaparecimento é também um exercício doloroso, pois até hoje as circunstâncias da sua morte ainda são um pouco misteriosas… Contudo, o seu talento dominou a Formula 1 nos anos 60, e a sua fidelidade a uma equipa – a Lotus – fez com que ele e Colin Chapman se tornassem numa das duplas mais bem sucedidas da história da competição, a par de Ken Tyrell e Jackie Stewart, poucos anos mais tarde.

James Clark Jr. nasceu a 4 de Março de 1936 (teria 71 anos se estivesse vivo) numa quinta em Kilarny, no condado de Fife, na Escócia. Era o mais novo de cinco, e o único rapaz da família. Aos cinco anos, os seus pais mudaram-se para Duns, uma pacata vila na fronteira com a Inglaterra. Depois de concluir o liceu, em Edimburgo, começou a correr em rampas, apesar da oposição dos pais. Em 1958, corria em competições de turismo, a bordo de Jaguares Type –E, conseguindo bons resultados. A 26 de Dezembro desse ano, conhece o homem que o vai acompanhar no resto da sua vida: Colin Chapman, o fundador da Lotus.

Nesse dia, Clark tripulava um Lotus Elite, e ficou em segundo na corrida. Impressionado com a sua corrida, Chapman ofereceu a Clark um volante num Formula Júnior. E o resto é história…

Em 1960, chega à Formula 1 no GP da Holanda, a bordo de um Lotus 18, mas não chega ao fim. Mas na corrida seguinte, em Spa-Francochamps, termina em quinto. No Circuito da Boavista, no Porto, Clark consegue o seu primeiro pódio da carreira, ao terminar em terceiro. No final da temporada, os oito pontos alcançados dão-lhe o 10º lugar no campeonato.

Em 1961, a aprendizagem continua, e os bons resultados também. Chega a terceiro mos GP’s da Holanda e da França. Mas no GP de Itália, em Monza, envolve-se no acidente que tira a vida ao alemão Wolfgang von Trips e a mais 14 espectadores. Clark ficou ferido, mas recuperou o suficiente para correr no GP seguinte, em Watkins Glen, onde foi sétimo. Os 11 pontos conquistados deram-lhe o 7º lugar final.

Em 1962, Colin Chapman lança um carro revolucionário: o Lotus 25. O primeiro chassi monocoque, feito em alumínio, transformou-se num carro vencedor às mãos de Jim Clark. A sua primeira vitória foi em Spa-Francochamps, a primeira das suas três vitórias nesse ano. Para além disso, Clark fez a “pole-position” no Mónaco, França, Inglaterra, Itália, Estados Unidos e Africa do Sul. Contudo, na prova de East London, Clark abandonou a prova com uma fuga de óleo, dando o título mundial ao seu maior rival: Graham Hill. Contudo, conseguiu o vice-campeonato, com 30 pontos, seis pole-positions e cinco voltas mais rápidas.

Em 1963, Clark foi imperial: conseguiu o seu primeiro título mundial, ganhando sete das dez provas do campeonato. Contudo, quem o visse na primeira prova, no Mónaco, não pensava que tal fosse possível, pois tinha desistido a 20 voltas do fim. Mas a partir daí, só cedeu em Nurburgring (2º) e em Watkins Glen (3º). Resultado final: 63 pontos, sete poles e seis voltas mais rápidas.


Entretanto, Colin Chapman decidiu levar um Lotus 29 às 500 Milhas de Indianápolis, onde desafiou os carros com motor à frente. Clark disputou a liderança com A.J Foyt e Parnelli Jones. Jones ganhou, mas o desafio da Lotus foi tal que todos perceberam que a era dos motores à frente tinha chegado ao fim. Graças a essa corrida, ele foi o primeiro estrangeiro em muitos anos a ganhar a honra de ser o “Rookie of the Year”

Para 1964, Chapman continuou com o Lotus 25, e Clark começou bem o ano, com vitórias em Zandvoort, Spa-Francochamps e Brands Hatch. Mas problemas a meio da época fizeram com que a revalidação do título ficasse difícil. Contudo, só o perdeu na última prova da temporada, no México, a favor do Ferrari do seu compatriota John Surtees. Contudo, Clark conseguiu 32 pontos, resultantes de três vitórias, cinco pole-positions e cinco voltas mais rápidas.


Entretanto, tenta de novo a sua sorte em Indianápolis, com o Lotus 34, onde faz a pole-position e a volta mais rápida. Mas uma falha na suspensão tira-lhe uma vitória certa.

Passando para 1965. Aqui, Clark esteve de novo imperial, e conseguiu algo que só muito recentemente foi superado: sete vitórias consecutivas, e a famigerada vitória em Indianápolis, tornando-se no primeiro piloto a alcançar a vitória nas 500 Milhas e no Campeonato Mundial. De Africa do Sul à Alemanha, excepto o Mónaco, (onde não participou pois calhava no mesmo fim de semana das 500 Milhas), Clark ganhou todas elas. Quando terminou a corrida de Nurburgring, o escocês era Campeão do Mundo pela segunda vez, sem dar hipóteses à concorrência. 54 pontos, seis “pole-positions” e seis voltas mais rápidas compuseram o ramalhete.

Contudo, no final desse ano, a CSI (predecessora da FIA) decide mudar o regulamento dos motores, construindo a era dos motores de três litros, entrando em vigor na época seguinte. Esse seria um ano de transição, e a Clímax decidira retirar-se. Sem um motor fiável, A Lotus teve que recorrer ao motor BRM. Chapman desenhou um novo carro, o Lotus 43, mas não foi bem sucedido. Clark só ganhou uma corrida, em Watkins Glen, e conseguiu 16 pontos no campeonato, concluído no sexto lugar. Para além desta vitória, só conseguiu mais duas “pole-positions”.

1 comentário:

Felipe Maciel disse...

Bela escolha! Melhor que a do Yoong :) kkkkkkk
Grande Jim Clark! Esse era bom de verdade!

abraço