domingo, 29 de julho de 2007

O piloto do dia - Roger Williamson

Hoje, para assinalar mais um aniverdsário da sua morte, falo de um homem talentoso que se foi embora cedo demais. Faz parte do trio (os outros são Tony Brise e Tom Pryce) de pilotos ingleses que tem o nome de “geração perdida”, pois tinham imenso talento, mas que a morte os apanhou no início das suas carreiras na Formula 1. Eram contemporâneos de James Hunt, o campeão do Mundo de 1976, e caso tivessem sobrevivido, a Inglaterra teria mais campeões do Mundo nesse tempo… hoje é dia de falar de Roger Williamson.


Nasceu a 2 de Fevereiro de 1948 em Leicester, Inglaterra. Filho de um corredor, começou cedo, a guiar karts. Em 1967, começou a competir no Troféu Mini, onde de 18 corridas possíveis, ganhou 14. Entre 1968 e 1970, guia um Ford Anglia, onde se torna num piloto ganhador. Em 1970, vira-se para a Formula 3, onde ganha três campeonatos, em 1971 e 1972. É o terror das pistas, guiando num estilo rápido, mas eficaz. Os seus maiores rivais eram pilotos da estirpe de Dave Walker, James Hunt, Jody Scheckter, Tom Pryce, entre outros.

E é em 1971, mais concretamente no Mónaco, que conhece o homem que o vai ajudar no resto da carreira: Tom Wheatcroft. Espantado com o seu talento, passa a apoiá-lo na sua estrutura, tornando-se bons amigos. Williamson vai correr sempre na sua equipa até ao seu trágico fim.


No início de 1973, Williamson vai correr algumas provas de Formula 2, ganhando de ponta a ponta a prova de Monza. Ao mesmo tempo que é convidado para fazer testes com a BRM, no lugar de Clay Regazzoni. O resultado impressionou os responsáveis. Contudo, a hipótese de ficar a tempo inteiro não aconteceu, pois o seu patrão e mentor, Tom Wheatcroft, não deixou. O lugar ficou com… Niki Lauda.



Contudo, para o compensar, Wheatcroft adquiriu um chassis March, que pertencia a Jean-Pierre Jarier e Williamson estreou-se na Formula 1 no GP de Inglaterra, em Silverstone. Contudo, a sua “performance” só durou uma volta, pois ele foi um dos 14 pilotos que foram apanhados na carambola provocada pelo sul-africano Jody Scheckter, desistindo na hora.


Quinze dias mais tarde, Williamson participava no seu segundo grande prémio, no circuito holandês de Zandvoort. O carro foi reparado, e Williamson parte da 18ª posição da grelha. Na volta sete, um pneu rebenta e o inglês bate nos rails e fica de cabeça para baixo, causando um incêndio. A corrida prossegue, com os comissários somente a assinalar o local com bandeira amarela. Entretanto, um carro para: era o seu compatriota David Purley, que tenta desesperadamente salvar Williamson, que incrivelmente, não tinha sofrido ferimentos, mas que não conseguia respirar, devido á maneira como o carro tinha ficado. Purley tentou tudo: foi buscar um extintor, tentou convencer os comissários a ajudá-lo… mas nada. Limitaram-se a observar, pensando que ele tinha morrido na hora. Mais tarde, no inquérito, demonstrou-se que a morte de Williamson acontecera devido à inalação de fumos.



Purley ficou desolado por não o ter salvo. Mas o seu gesto fez com que fosse condecorado com a George Medal, a condecoração civil mais alta de Inglaterra, por feitos de bravura. E recebeu mais doze prémios semelhantes… As fotografias do acidente, e subsequente tentativa de salvamento, foram tiradas pelo holandês Cor Mooij, que recebeu o prémio World Press Photo desse ano.



O seu funeral, em Leicester, foi seguido por mais de 25 mil pessoas, com toda a comunidade da Formula 1 em peso. Fala-se que foi isso que motivou Jackie Stewart a tomar a decisão de retirar-se no final daquela época. Três anos antes, Jochen Rindt tinha tomado essa mesma decisão quando passou pelo mesmo local, e viu os restos carbonizados do carro de Piers Courage. Só que ele não viveu para concretizar essa decisão…



Depois, soube-se que Ken Tyrrell queria o piloto inglês para conduzir o terceiro carro da marca nos grandes prémios norte-americanos, ao lado de Stewart e Cevért. Contudo, Williamson recusou, afirmando que queria ser fiel a Wheatcroft, e estes pretendiam comprar um McLaren M23 para 1974, provavelmente com ajuda da casa-mãe. Isso acabou por acontecer, mas com Mike Hailwood



Trinta anos mais tarde, em 2003, foi erguida uma estátua no circuito de Donnington, que agora era propriedade do seu amigo e mentor Tom Wheatcroft. O museu tem uma pequena secção dedicada ao piloto inglês, com as suas vitórias na Formula 3. Visto o seu palmarés, e a maneira como tudo acabou, pode-se pensar no que poderia ter feito caso aquela tarde de Verão holandês tivesse acabado em bem…

2 comentários:

Felipe Maciel disse...

Bem lembrado, Speeder.
Sou péssimo pra guardar data, não lembrava que a tragédia tinha acontecido num 29/07, inclusive coloquei um post no blog quando soube do fatídico aniversário. Deixei uma indicação de sua postagem lá também, claro.
Abs

Anónimo disse...

Amigo Speeder, muito obrigado pelos elogios, mas visitando o teu blog só tenho uma coisa a dizer... uau!!! Excelente MESMO!

E 25.000 visitantes???? Caramba, eu que comecei duas semanas atrás com o meu blog fico torcendo pra passar dos 100...

Você está de parabéns, inclusive pelas belas retrospectivas. Eu pessoalmente vi o Roger Williamson morrer nas Chamas na TV na Alemanha, tinha 13 anos, já era apaixonado pelo automobilismo, mas aquilo foi um momento tão horrível, lembrando tudo aquilo, não tenho coragem de colocar vídeos e fotos no meu blog.

Enfim, passei para lhe dar os parabéns pela visita e, é claro, terei o maior prazer de recomenda o teu blog no meu blogroll.

Abraços do Brasil

Mario
www.gpinsider.wordpress.com