domingo, 16 de dezembro de 2007

Colin Chapman, 25 anos depois

As pessoas que marcaram a história da Formula 1 normalmente são pilotos ou directores de equipa. São poucos os que marcaram a competição sendo a cara por detrás das marcas. Só me lembro de meia dúzia: Enzo Ferrari, Ken Tyrrell, Bernie Ecclestone, Max Mosley (o M da MARCH), e... Colin Chapman.

De qualquer maneira, ele foi o homem que deu a cara pela Lotus, talvez uma das três marcas que mais me marcaram na Formula 1. As outras duas foram a McLaren e a Ferrari. As suas contribuições para a Formula 1, de 1958 até à sua morte, em 1982, são tantas que se torna difícil enumerá-las. Mas cá vai:


Jim Clark deve ser o piloto com o qual melhor trabalhou ao longo da sua carreira. Aqui, comemora com Clark a vitória na GP de Inglaterra de 1964, no circuito de Brands Hatch, com o Lotus 25, o primeiro dos carros marcantes que Chapman irá desenhar, pois foi o primeiro chassis monocoque.


Depois de Clark, Jochen Rindt. A relação entre os dois foi tempestuosa, pois o austríaco achava Chapman louco, mas o inglês achava-o como o melhor piloto depois de Clark. Foi Rindt que estreou o carro mais bem sucedido de Chapman: o Lotus 72. Mas foi a bordo dele que o austriaco encontrou a morte, a 5 de Setembro de 1970.


Depois de Rindt, veio Emerson Fittipaldi. O brasileiro foi contratado por ele, depois de uma temporada bem sucedida na Formula 3 britânica, e ficou na equipa até 1973, desenvolvendo o Lotus 72 e ganhando o seu primeiro título mundial em 1972. Contudo, o facto de se ter dispersado recursos no seu novo companheiro de equipa, Ronnie Peterson, em 1973, e uma promessa quebrada por ele no GP de Itália desse ano, fez com que a associação terminasse e o piloto brasileiro ingressasse na McLaren em 1974.


Depois, veio Mario Andretti. Foi ele que pilotou os Lotus 77, 78 e 79, que reavivaram a marca no final dos anos 70, com uma das ideias mais revolucionárias que a Formula 1 assitiu: o efeito-solo. Com ele, a marca conseguiu ambos os títulos de pilotos e marcas, em 1978. Contudo, fora ultrapassado pelo resto do pelotão, em termos de exploração de um efeito solo total, e o Lotus 80 foi um desastre.



Tentou sempre dar a volta por cima, com o Lotus 88 de duplo chassis. Mas os tempos eram outros e a Formula 1 já não se compadecia com as ideias revolucionárias de Chapman. Para piorar as coisas, o seu envolvimento com o projecto De Lorean fez com que fosse envolvido numa fraude massiva com verbas dadas pelo governo britânico para construir uma fábrica na Irlanda do Norte. Quando a justiça britânica o iria acusar, morre com um enfarte fulminante, a 16 de Dezembro de 1982, apenas com 54 anos.


Foi-se o homem, ficou o legado.

Sem comentários: