segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A minha imagem do dia

Há exactamente 70 anos atrás, Mercedes e Auto Union tentavam bater o recorde mundial de velocidade no troço da auto-estrada entre Frankfurt e Darmstadt. A equipa de Estugarda tinha trazido Rudolf Caracciola para tentar o recorde, algo que conseguiu, com 432 km/hora. A Auto Union tinha trazido um excelente piloto, então com 28 anos: Bernd Rosemeyer.


Vencedor de 10 corridas no Campeonato Europeu (a antecessora da Formula 1), e campeão em 1936, Rosenmeyer queria melhorar o recorde de Caracciola. A equipa, comandada por Dr. Ferdinand Porsche, sabia que naquele troço de auto-estrada havia o perigo de ventos cruzados nessa manhã. Contudo, Rosenmeyer ignorou o perigo e fez a sua tentativa. Contudo, a meio do caminho, quando circulava a cerca de 400 km/hora, um vento lateral atirou-o para a esquerda e fez capotar o carro, matando-o instantaneamente.


Esta placa marca o local onde Rosemeyer foi encontrado. Adolf Hitler, o ditador nazi, concedeu-lhe um bombastico funeral de estado, mas foi tão partidarizado que a sua viúva, Elly Beinhorn (1907-2007), e uma das maiores aviadoras do seu tempo, decidiu abandona-lo a meio.

1 comentário:

Unknown disse...

Fantástico Speeder...
Este é um dos meus pilotos preferidos de todos os tempos.

Apaixonei-me pela sua história desde cedo. A sua passagem pelas motos deu-lhe o sentido de equilíbrio que era necessário para domar o "monstro" da Auto Union (só ele e o lendário Novolari o conseguiram). COnfesso, eu sou um adepto do minimalismo. A fórmula um de hoje é uma montra de tecnologia, de técnica e engenharia. É bom que assim seja, afinal de contas é a categoria rainha do desporto automóvel digam lá o que disserem. Mas, não posso deixar de olhar para estes pilotos do pré-guerra com uma perspectiva diferente daquela que uso para medir as estrelas de hoje. O type C ou type D, bem como os flechas de prata da mercedes, eram também montras de tecnologia do seu tempo, no entanto, o piloto tinha um papel muito mais activo que agora. Conduziam carros ridiculamente potentes para a época com pneus que não lembram a ninguém e sem qualquer dispositivo fr protecção digno desse nome.

Infelizmente muitos perderam a vida, tal como Rosemeyer, mas o seu legado para o desporto automóvel foi imenso. Num tempo de politicas sujas e regimes assassinos, estes eram alguns dos heróis que faziam as multidões esquecer por momentos que a guerra vinha a caminho.

Muito bem recordado...
Abraços