domingo, 3 de fevereiro de 2008

Bolides Memoráveis - Benetton B186 (1986)

Hoje falo de uma equipa que foi em tudo diferente as normais. Tudo graças à maneira irreverente como esse grupo encarou a Formula 1. A Benetton, uma marca de roupa do norte de Treviso, no Norte de Itália, foi uma das equipas que marcou a Formula 1 durante quase 20 anos, e que revelou ao mundo nomes como Alessandro Nannini, Michael Schumacher e Giancarlo Fisichella, entre outros.


Contudo, a equipa também revelou um dos mais marcantes directores de equipa dos últimos tempos: Flavio Briatore. Mas por agora, falo-vos do Benetton B186, o primeiro carro desenhado sob nova gerência.


Depois de uma temporada fantástica em 1984, onde revelou ao mundo o brasileiro Ayrton Senna, a temporada de 1985 foi difícil e desastrosa. Contudo, conseguiram o apoio da Benetton, que comprou a equipa a meio do ano, mudando o seu nome na temporada de 1986. Apesar disso tudo, a estrutura não se alterou: Peter Collins era o director, e Rory Bryne era o projectista. Então, com esse dinheiro extra, conseguiram adquirir motores BMW Turbo, de quatro cilindros em linha. Para além disso, podiam sustentar dois carros: para além de Teo Fabi, a equipa foi buscar um jovem talentoso vindo da Arrows: o austriaco Gerhard Berger.


O chassis B186 era uma evolução do Tolerman TG185. Não houve grandes diferenças em relação à configuração, já que o motor BMW era parecido com os motores Hart do ano anterior, mas Bryne fez algumas alterações: colocou duas entradas de ar laterais e fortaleceu o chassis, no sentido deste aguentar os mais de 150 cavalos de potência que tinha o motor BMW. Para além disso, mantiveram os pneus Pirelli, e ao longo da temporada melhoraram em termos de aerodinâmica, que lhes deu excelentes resultados na segunda parte do campeonato. Mas isso explico mais diante...


Os carros estavam prontos na primeira corrida do ano, em Jacarépaguá, e começaram a pontuar regularmente. Em Imola, Berger levou o carro ao seu primeiro pódio, quando chegou na terceira posição. Contudo, as coisas estavam piores a meio da temporada, pois quer Fabi, quer Berger, não conseguiam terminar as corridas. Mas tudo mudou a partir da Austria: nessa corrida, a Benetton estreou uma nova asa traseira, e os resultados foram evidentes: Teo Fabi e Gerhard Berger conseguiram a primeira linha daquela corrida, com o primeiro lugar da grelha a pertencer ao italiano. Na corrida, Berger fez a melhor volta. Em Monza repetiram o feito, de novo com Fabi ao volante. Contudo, esse feito não foi traduzido em resultados.


Somente na Cidade do México é que todas essas promessas nos treinos é que deram resultados na corrida, quando Berger ganhou no Autodromo Hermanos Rodriguez, aproveitando o facto do motor BMW Turbo funcionar bem em altitude. No final do ano, esta primeira temporada mostrou ao mundo que o dinheiro bem aproveitado resultou em excelentes resultados e um chassis potencialmente vencedor. Estava dado o mote para os anos seguintes.


Chassis: Benetton B186
Projectista: Rory Bryne
Motor: BMW Turbo de 4 cilindros em linha
Pilotos: Teo Fabi e Gerhard Berger
Corridas: 16
Vitórias: 1 (Berger)
Pole-Positions: 2 (Fabi)
Voltas Mais Rápidas: 3 (Berger 2, Fabi 1)
Pontos: 19 (Berger 17, Fabi 2)

1 comentário:

Anónimo disse...

È sempre um gosto quando tenho tempo vir espreitar.Um abraço.