quarta-feira, 21 de maio de 2008

GP Memória - Belgica 1978

O campeonato de 1978 estava a ser bem equilibrado e competitivo, com Lotus e Ferrari a serem os grandes favoritos ao título mundial, com a Brabham e a Tyrrell à espreita por uma oportunidade para brilharem, como fizera Patrick Depailler no Mónaco, 15 dias antes.


Só que em Zolder vai entrar um novo factor, decisivo para o resto da época: o Lotus 79.


Quando a Lotus estreou o seu carro, apenas para Mario Andretti, esperava-se que a sua diferença marcasse o pelotão e fizesse com que a equipa partisse rumo a ambos os títulos. Os adversários temiam isso, e tinham razão: desde os primeiros treinos que Andretti dominava a tabela de tempos. Após as qualificações de Sábado, Andretti dficava com a "pole-position". O Ferrari de Carlos Reutmann era o segundo, seguido por Niki Lauda, no seu Brabham-Alfa Romeo. Gilles Villieneuve era quarto, no seu Ferrari, enquanto que Jody Scheckter era quinto. Ronnie Peterson, no velho modelo 78, era sétimo na grelha, ao lado de Riccardo Patrese, no seu Arrows-Ford. Quanto a Emerson Fittipaldi, o seu Copersucar era 15º da grelha.


Numa prova onde estavam 30 inscritos, para 24 lugares, seria obvio que seis pilotos ficariam de fora. O Lotus privado de Hector Rebaque, o Merzário do seu fundador, o Surtees de Rupert Keegan, o Theodore-Ford de Keke Rosberg, o Hesketh de Derek Daly, e o ATS de um piloto italiano que se estreava na Formula 1 nesse fim de semana: Alberto Colombo.


A corrida começa com Andretti disparado na frente, mas logo atrás, era o caos: Reutmann falha uma marcha, e Niki Lauda também se atrasa, sendo batido pelo Wolf de Scheckter. Um pouco mais atrás, Patrese desentende-se com o McLaren de James Hunt e também chocam, e causa ainda mais confusão atrás, quando Jacky Ickx tenta se safar... mas bate no copersucar de Fittipaldi. Resultado de toda esta carambola? Lauda, Hunt e Fittipaldi acabam as suas corridas logo ali.


Querm aproveita esta carambola é Gilles Villeneuve, que vai para o segundo posto, tentando perseguir Andretti. No terceiro lugar segue Scheckter, depois Peterson, no modelo 78, Patrese e o Brabham de John Watson. Reutmann circula no oitavo posto atrás de Jean-Pierre Jabouille, no seu Renault Turbo. À medida que as voltas passam, Andretti começa a afastar-se do resto do pelotão. Reutmann ultrapassa Watson, e Scheckter atrasa-se quando tem que substituir o nariz do seu Wolf, que sofria com os estragos da sua batida com Lauda.


Na volta 40, Villeneuve sofre um furo no pneu dianteiro esquerdo, e tem que ir para as boxes. Cai para o sexto posto, mas inicia uma recuperação espectacular, que o leva ao quarto lugar final. Entretanto, os Lotus ficavam na frente, mas por pouco tempo, pois Peterson tem que trocar de pneus na volta 56, ficando no quarto posto, atrás de Reutmann e do Ligier-Matra de Jacques Laffite. Relegado para o quarto lugar, faz uma corrida de recuperação, conseguindo apanhar Reutmann e Laffite, e pelo meio, faz a volta mais rápida da corrida.


No final, a Lotus conseguia a primeira dobradinha do ano, com Andretti no lugar mais alto do pódio. Entretanto, o terceiro lugar era um duelo de morte entre Reutmann e Laffite, que terminou com ambos a baterem, deixando o francês da Ligier nas berma. Contudo, ainda se classificou no quinto lugar! E para fechar os pontos, vindo do 23º posto da grelha, o francês Didier Pironi, no seu Tyrrell.


Com esta dobradinha, todos sentiam que, a não ser que algo de contrário acontecesse nas provas seguintes, a maré tinha mudado a favor da Lotus, pois o seu novo carro era realmente superior aos restantes, pois aproveitava em todo o seu esplendor o conceito de efeito-solo.


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