segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O piloto do dia - Mika Hakkinen, 40 anos! (2ª parte)

(continuação do dia anterior)

A temporada de 1996 começa com Mika Hakkinen recuperado e com um novo companheiro de equipa, o escocês David Couthard. As coisas melhoraram um pouco, com o finlandês a conseguir quatro pódios, todos na terceira posição, e no final da temporada ficou com 31 pontos e o quinto lugar da classificação geral. Contudo, apesar desta melhoria geral, havia algo que o escapava: as vitórias. E Hakkinen cumpria agora a sua sexta temporada…


No início da temporada de 1997, a McLaren levava três temporadas e 49 Grandes Prémios sem vencer, a maior seca desde que Ron Dennis chegara à equipa, no final de 1980. Os críticos já falavam no declínio da equipa, mas ainda em 1996, Dennis tinha ido buscar à Williams o projectista Adrian Newey, e desenhou um modelo de transição, o MP4/11. Na primeira corrida da temporada, David Coulthard ganhou convincentemente na prova de abertura, na Austrália, mas até ao meio da temporada, os bons resultados foram escassos. Mas depois o carro melhorou, e Hakkinen começava a colher os frutos desse trabalho. Em Monza, fez a volta mais rápida, apesar de ter acabado em nono lugar, e em Nurburgring, fez a “pole-position”. Tudo indicava que iria vencer o seu primeiro Grande Prémio, mas numa só volta, os motores dele e de Coulthard partiram, tirando-lhe a vitória que tanto buscava.


Mas a sua entrada na galeria dos vencedores estava à espreita. E foi na última corrida do ano, cortesia de Jacques Villeneuve. Depois de uma disputa entre ele e Michael Schumacher, que acabou na volta 47 naquela famosa colisão, Villeneuve decidiu ceder a vitória na última volta a Hakkinen, que vinha à frente de Couthard, dando inesperadamente a ele a vitória, e os finlandeses incrédulos, ouviam de novo o hino a ser tocado no pódio de uma corrida na Formula 1, algo que já não acontecia desde 1985. No final daquele ano, com uma vitória, uma pole-position e uma volta mais rápida, Hakkinen terminava o ano com 27 pontos e o sexto lugar no campeonato.


O ano de 1998 tinha a McLaren como o principal favorito à vitória no campeonato. O novo modelo, o MP4/13, desenhado por Adrian Newey, já tinha totalmente o seu toque, e os motores Mercedes estavam finalmente afinados, e todos preparavam para arrasar a concorrência, vinda de Michael Schumacher e a Ferrari. A hierarquia estava definida pela antiguidade: Hakkinen era o primeiro piloto, Couthard o segundo. E se duvidas havia, o GP da Austrália, primeira prova do ano, encarregou-se de o demonstrar: na volta 56, a duas voltas do fim, depois de um engano ter levado Hakkinen às boxes vinte voltas antes, Ron Dennis ordena a Coulthard para deixar passar o finlandês para que ele ganhasse a corrida. A hierarquia foi mantida, e a decisão foi na altura uma das mais controversas da história da Formula 1.


Hakkinen venceu em Melbourne, e foi também vencedor no Brasil, Espanha, Mónaco, Áustria, Alemanha, Luxemburgo (no circuito de Nurburgring) e Japão. Para além disso, conquistou nove “pole-positions” e seis voltas mais rápidas, sendo Campeão Mundial, com uns redondos cem pontos. Pela primeira vez desde 1991, a McLaren comemorava em conjunto o título mundial de pilotos e o de Construtores.


Em 1999, sabia-se que a Ferrari iria reagir, e Hakkinen tinha outra tarefa dura pela frente: defender o título, e se possível reconquistá-lo. O McLaren MP4/14, que previam ser um melhor sucessor do que o modelo anterior, era menos fiável, e as coisas ficaram mais duras, o que levou a cometer mais erros. Hakkinen desistiu em Melbourne, ganhou no Brasil, teve um erro clamoroso em Imola, ganhou em Barcelona e no Canadá, e perdeu uma roda em Silverstone, na mesma corrida em que Michael Schumacher teve o seu acidente mais grave da sua carreira, ao bater contra o muro de protecção na Curva Stowe, fracturando uma perna.


Pensava-se que a partir dali, as coisas estariam mais facilitadas para Hakkinen, mas os erros e as falhas continuavam. Desistiu na Alemanha, ganhou na Hungria, e fez novo erro clamoroso em Monza, para gáudio dos “tiffosi” e desespero do piloto, que até chorou pela oportunidade perdida. Mas manteve a cabeça fria, e após ser terceiro na Malásia, atrás dos dois Ferrari, sabia que tinha de ganhar em Suzuka para ser campeão do Mundo, à frente do inglês Eddie Irvine, apesar de estar atrás do irlandês na classificação geral, por quatro pontos.


Nos treinos, foi segundo, atrás de Schumacher, o “poleman”, mas Irvine esta atrás dele na grelha, no quinto posto, e era isso que lhe interessava. Na partida, Hakkinen saltou para a frente da corrida, e tinha que aguentar os ataques do regressado Michael Schumacher. Irvine era um distante terceiro, e tinha que rezar para que o finlandês tivesse alguma quebra para ser campeão. Isso não aconteceu, e no final, Hakkinen comemorava no pódio o seu segundo título mundial, com 76 pontos, conquistando cinco vitórias, onze pole-positions e cinco voltas mais rápidas. Ele era agora o primeiro bicampeão finlandês, e o homem que mais dera luta a Michael Schumacher.


(continua amanhã)

2 comentários:

Anónimo disse...

Em suzuka nao foi segundo no grid de largada?

Speeder76 disse...

Tens razão, confundi com o Coulthard. Obrigado pelo aviso, já corrigi o erro!