sábado, 15 de novembro de 2008

Recordando Tazio Nuvolari

"O melhor piloto do passado, do presente e do futuro", disse um dia Ferdinand Porsche. De facto, para muitos, ele foi o melhor piloto do século XX, não só pelo seu estilo de condução, mas também por sobreviver às adversidades e ter uma enorme vontade de correr.



Hoje é dia de nascimento do italiano Tazio Nuvolari. Se tivesse vivo, estaria a comemorar o seu 116º aniversário. O "Mantuano Voador" suscitou admiração por todos, quando esteve vivo, e agora, quando muitos só o podem ver através dos inumeros videos e fotografias que foram tirados ao longo da sua carreira.




Tazio Nuvolari era supersticioso: corria sempre com uma camisa amarela, um casaco de cabedal e calças azuis. Sentava-se bastante alto no banco e fazia caretas enquanto conduzia. O seu estilo de condução era apreciado pelos colegas, e mais tarde, pilotos como Stirling Moss o copiaram.




A sua primeira vitória foi em 1922, nas.... motos, ganhando uma prova em Belfori, aos comandos de uma Harley-Davidson. Ganhou as Mille Miglia por duas vezes, e (poucos sabem isto) venceu as 24 Horas de Le Mans em 1933, em conjunto com o francês Rayomond Sommer, ao volante de um Alfa Romeo 8C. Teve uma excelente relação com Enzo Ferrari, que teve os seus altos e baixos, especialmente nos anos 30, quando os Alfa Romeo eram sistematicamente batidos pelas máquinas alemãs da Mercedes e da Auto Union, ricamente financiadas por Adolf Hitler, um confesso adepto dos desportos motorizados.



Mas foi nessa altura que teve aquela que é, para muitos, a sua melhor corrida: a vitória no GP da Alemanha de 1935, onde em pleno "Inferno Verde" conseguiu calar 350 mil alemães, cujos organizadores, de tão incrédulos que ficaram, nem tinham guardado o disco com o hino italiano... Felizmente, Nuvolari andava sempre com um, e lá passaram, para grande embaraço das autoridades nazis.



Contudo, nem ele podia evitar que corresse nas máquinas alemãs, e em 1938, com a Auto Union a precisar de um piloto de primeira linha, após a morte de Bernd Rosemeyer, em Janeiro, contratou Nuvolari, que lhes deu duas vitórias, uma em monza e outra em Donington. E nos treinos para essa corrida, aconteceu o insólito: Nuvolari atropelou um veado. O italiano fracturou algumas costelas, mas teve força e determinação suficiente para ganhar aquela corrida. Para além do troféu de vencedor, embalsamou a cabeça do animal que o atropleou, e penduou-o no salão da sua casa.



Nuvolari correu até 1950, e nunca declarou oficialmente a sua retirada. Por essa altura já andava doente, chegou até a guiar nas Mille Miglia de 1948 com um lenço na mão e o volante no outro, cuspindo sangue. Por esta altura, já tinha 55 anos, e mais de três décadas de carreira. Quando morreu, em 1953, aos 61 anos, vítima de um acidente vascular cerebral, mais de 55 mil pessoas assistiram ao seu funeral. O seu caixão foi ladeado Por pilotos como Alberto Ascari, Luigi Villoresi e Juan Manuel Fangio.

5 comentários:

Daniel Médici disse...

Nuvolari é um daqueles caras que personificaram o automobilismo, com a vantagem de tê-lo feito quando este esporte ainda fazia sentido.

Fábio Andrade disse...

Um dos grandes da história. Pena que seu nome hoje seja apenas um nome...

hjg disse...

O que falar de me Deus?... ele é o motor de minha vida.

Salve Tazio
Salve querido maestro!

Anónimo disse...

"Pena que seu nome hoje seja apenas um nome..."

não para mim :)

Anónimo disse...

Um enorme piloto. Tenho um relógio Eberhard Tazio Nuvolari, lançado em 1992 em homenagem a ele.