sábado, 6 de dezembro de 2008

WRC - Rali da Grã-Bretanha (Dia 2)

A segunda etapa do Rali de Gales, disputada sob más condições atmosféricas, foi um duelo entre o Ford de Jari-Mari Latvala, o líder, o o Citroen de Sebastien Löeb, que agora estão separados por apenas 7,3 segundos.


O dia de hoje do Rali de Gales foi basicamente o duelo entre o finlandês da Ford, que esteve na liderança durante todas as etapas de hoje, tentando aguentar os ataques de Sebastien Löeb, pois ao abrir a estrada, o finlandês da Ford não tinha a vantagem sobre o carro pilotado pelo agora penta-campeão mundial.


A diferença entre ambos chegou a estar reduzida somente a 2,4 segundos, mas Latvala respondeu ao vencer o derradeiro troço do dia, voltando a dilatar a margem. No "jogo de nervos", Latvala referiu que preferia ser segundo na estrada, caso não tivesse uma margem razoável, enquanto que Loeb respondia, afirmando que a diferença é agora demasiado grande para a posição na estrada poder ser determinante.

O espanhol Dani Sordo, no segundo Citroen oficial, é terceiro, enquanto Petter Solberg (Subaru Impreza) está classificado logo a seguir. Per-Gunnar Andersson, no seu Suzuki Swift, ascendeu ao quinto lugar mas tem o norueguês Henning Solberg, no seu Stobart-Ford, anda por perto.


No PWRC, enquanto que o austriaco Andreas Aigner roda na terceira posição, a 27 segundos dum lugar que lhe dá o título, os portugueses Armindo Araújo e Bernardo Sousa , nos seus Mitsubishi Lancer Evo IX, são 10º e 11º respectivamente.

Quanto a Valentino Rossi, que está aqui a fazer uma "perninha" nos automóveis, teve hoje uma ligeira saída de estrada, escapando com danos menores no seu Ford Focus. É 15º a cerca de 10 minutos do líder.

Noticias: Toyota garante permanência na Formula 1

Ainda sentindo as ondas de choque da retirada da Honda, e quando começaram a surgir dúvidas sobre a permanência da outra marca japonesa na Formula 1, a Toyota, esta emitiu ontem à tarde um comunicado oficial a afirmar que permanece na categoria máxima do automobilismo.




"A Toyota está comprometida a fazer sucesso na Formula 1 e a reduzir os custos da categoria. Estamos contribuindo para as actividades da Formula One Teams Assotiation (FOTA) que visam diminuir os gastos, enquanto se mantiver o espírito desportivo. Esperamos que as propostas da FOTA recebam o apoio que merecem, já que vão firmar as bases para uma Formula 1 sólida, e é disso que precisamos no momento", diz a Toyota no seu comunicado, captado no site Pitstop.


Para a marca sediada em Colónia, na Alemanha, a saída da sua rival Honda é lamentada: "É uma pena para nós, uma vez que somos também uma equipa japonesa. Mas não comentamos o assunto, porque isso cabe apenas à Honda", afirmou.


A Toyota está na Formula 1 desde 2002, quando correu com Mika Salo e Alan McNish, e desde então, o máximo que conseguiram foram duas "pole-positions", uma volta mais rápida e três segundos lugares, numa equipa onde já passaram pilotos como Olivier Panis, Cristiano da Matta, Ralf Schumacher e a actual dupla, Jarno Trulli e Timo Glock.

Noticias: Honda assegura fornecimento de motores à IRL

Apesar da Honda F1 ter decidido fechar as portas, noutras partes continua de pedra e cal. Depois de se ter garantido que as operações no Moto GP continuariam, a divisão americana anunciou hoje que continuará a fornecer motores aos carros da equipa até ao final do contrato, em 2010.


Em comunicado oficial, a marca nipónica afirmou que a sua presença é muito reduzida na IRL, visto que os motores são construídos pela Ilmor, sendo esta uma operação mais de Marketing que propriamente desportiva. A participação maior é na American Le Mans Series, através da Acura, o nome que adoptam nos "states", onde construiram e sustenntam pelo menos dois protótipos na classe LMP2.


Entretanto, a IndyCar Series anunciou recentemente uma parceria com a APEX-Brasil no fornecimento do etanol para a categoria a partir da temporada de 2009. O acordo entre a APEX-Brasil, Indy Racing League e Indianapolis 500 inclui uma cooperação da UNICA, a Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar.

GP2 Asia - Ronda 2, Dubai (corrida 2)

Que o automobilismo nos últimos dias está a atravessar uma tempoestade, lá isso é verdade. Mas nunca esperava que a segunda corrida da segunda jornada dupla da GP2 Asia Series, que deveria ocorrer esta manhã no Dubai, fosse cancelada devido... à chuva!

Incrivel, mas verdadeiro. As fortes chuvas que cairam este fim de semana no emirado, algo raro naquela zona, causaram inundações em algumas partes da pista, fazendo com que os comissários desportivos, após uma vistoria exaustiva, decidido que não estavam reunidas as condições de segurança até à hora da corrida, marcada para as 13 horas locais. Sendo assim, o cancelamento foi inevitável.


Agora resta saber o que vai acontecer a esta corrida por realizar, e que tinha o japonês Sakon Yamamoto na "pole-position". Os organizadores ponderam adiá-la para outra data, caso seja necessário, ou então deixar tal como está. Mas ver uma prova de automobilismo cancelada devido à chuva, num local onde tal é raro, é um feito!

Speeder questiona... Rianov Albinov (F1 Nostalgia)

No meio da tempestade dos últimos dois dias, com a retirada da Honda e o futuro da Formula 1 em jogo, retomo a secção de entrevistas "Speeder questiona..." e apresenta hoje o quinto entrevistado da série, eventualmente um dos mais aguardados. Ainda há outros, que serão desvendados nas semanas que aí vêm, mas hoje é dia de entrevistar Rianov Albinov.

A personagem que trago esta semana para a entrevista é alguém que constrói um blog de automobilismo, no mínimo original. Tem 23 anos, é originário de Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, mas mora agora no Rio de Janeiro. Quer seguir o sonho de ser jornalista, apesar de ter sido, segundo as palavras do próprio “um menino com sérios problemas com o Português, mas que com o passar do tempo, vai melhorando”. Aos 19 anos, teve um grave acidente de viação, do qual andou muito tempo em convalescença. Mas isso não o deixou baixar os braços e gozar com a vida.

E como “o seu sonho era correr de Formula 1 na década de 70, mas como nasceu na época errada, resolveu falar sobre a tal.” E assim nasceu a Formula 1 Nostalgia. Senhoras e senhores, o homem por detrás desse blog, o “soviético” Rianov Albinov.


1 - Oi Rianov, é um prazer ter-te aqui a responder às minhas perguntas. Queres explicar, em poucas linhas, como começaste o teu blogue?


Bom, o F1 Nostalgia começou por "culpa" do Capelli. Assim que ele começou um tópico no Blog dele chamado "Do Baú", eu comecei a mandar algumas sugestões para ele (bem fracas, eu assumo) e vi que tinha um bom material "obscuro" em mãos. Tanto é que, hoje, o F1 Nostalgia se baseia em fatos pouco conhecidos do público.


2 - O nome que ele tem, foi planeado ou saiu, pura e simplesmente, da tua cabeça?

Sinceramente não lembro, e se não lembro, não deve ter sido planejado.

3 - Explica-me o teu "nickname", Rianov Albinov. É influência da extinta União Soviética e do Flávio Gomes, não?

Pois é, foi uma brincadeira de Orkut que acabou pegando. Por coincidência comecei o Blog e usava este nick, agora, não dá mais para mudar (e nem quero). E sim, o nome foi inspirado no lendário Leandrov Alfonsov.

4 - Antes de começares o teu, já tinhas participado em algum blogue ou site?

Nunca, nunca. O máximo que aconteceu foi uma de minhas sugestões para o "Do Baú" do Capelli ter sido publicado. Lembro-me que era Paul Tracy testando a Benetton no Estoril.

5 - Em que dia é que começou, e quantas visitas é que já teve até agora?

Comecei no dia 11 de Março. No início, eram poucas visitas. Cheguei a ficar um mês sem fazer uma postagem. Mas, depois que reiniciei, o Blog só foi crescendo. Hoje tenho 62 mil acessos e uma média de 550 acessos por dia.

6 - De todos os posts que já escreveste, lembras-te de algum que te orgulhe… ou não?

Os que mais me orgulho são os de testes. Gostei de fazer os testes de Senna na pré-Formula 1 em 1983, gostei também de fazer os testes dos carros de 6 rodas na F1 e o do Csaba Kesjar na Zakspeed.

7 - O teu blogue é diferente dos demais. Como é que uma personagem como tu, tão novo, fala sobre carros do passado?

A Internet é uma grande invenção do homem. Sem ela não saberia nada de Formula 1 e teria de me resumir ao que a TV mostra. Com a Internet, procuro fatos obscuros e que ninguém lembra mais, fatos bem raros e antigos são meu forte. É uma união passado-presente muito interessante.



8 - As fotografias que tu colocas, muitas das vezes, não se vêm em mais lado algum. Tu vais a algum fórum, ou tens alguém que te fornece as fotografias?


Pois é, gosto de mostrar o "novo". Todo tempo livre que tenho vasculho sites e fóruns obscuros. Tipo sites da Rússia, Hungria... e fóruns que nunca ouviste falar. Consegue-se várias raridades por lá.


9 - Daqueles blogues que conheces sobre automobilismo, qual(is) dele(s) é que tu nunca dispensas uma visita todos os dias?


Os que não dispenso uma visita diária são os que estão no meu "Blogroll": Blig do Gomes, Blog do Groo, Blog do Capelli, Blog do Fábio Seixas, Blog do Ico, BlogSport, Bruno Mantovani, Continental Circus (claro), Pandini GP, A mil por hora, Velocidade Máxima Total e Voando Baixo. E tem inúmeros outros que toda semana eu dou uma passadinha.


10 - Falamos agora de Formula 1. Ainda te lembras da primeira corrida que assististe?

Olhe, criança se impressiona com coisas fortes né? Por isso, a 1ª lembrança que tenho da Formula 1 são acidentes. Lembro da Ferrari do Berger pegando fogo em Ímola, lembro do Gugelmim voando na largada de Paul Ricard em 89, mas corrida completa mesmo, vi uma das mais clássicas. Mónaco 92. As voltas finais me fizeram apaixonar pela Formula 1. Sensacional.

11 - E qual foi aquela que mais te marcou?


Sinceramente? A última. Das que vi pela TV, esse GP Brasil de 2008 vai entrar para história.

12 - Fittipaldi, Piquet e Senna. Qual dos três é aquele que mais te agrada, e porquê?


Puxa, agora você me apertou sem me abraçar. Cada um tem um espaço diferente no meu coração. Mas fico com Senna, pois, como disse antes, foi com ele que comecei a me apaixonar pela Formula 1.


13 - E achas que algum dia, Felipe Massa vai fazer parte deste trio de campeões?


Tem chances. O grupo de pilotos da época actual tem um nível muito parelho. Excluindo-se a diferença dos carros, temos no mínimo 10 pilotos que estão no mesmo patamar, então, se tiver um carro melhor, tem grandes chances de sagrar campeão.


14 - Comparando-o aos três pilotos acima referidos, Massa é mais parecido com quem, e porquê?

Pergunta difícil. Acho Massa bem arrojado, e se encaixa mais no estilo de Senna.




15 - Achas que o título de 2008 foi bem entregue?


Sim, a McLaren foi a equipe que menos errou no mundial e Lewis Hamilton é um excelente piloto. Para quem fosse entregue, seria justo.



16 - Tirando os brasileiros, qual é para ti o piloto mais marcante da história da Formula 1, e porquê?


Marcante não quer dizer melhor, certo? Sempre gostei muito de Patrick Depailler, talvez influência da Tyrrell P34 que ele pilotou. O mais belo carro de todos os tempos.



17 - Para além de Formula 1, que outras modalidades tu mais gostas de ver?

Gostava muito de basquete, principalmente da NBA. Fui um grande jogador também (que modéstia hein?), mas o destino quis que não continuasse. (Arremesso bolas de 3 pontos como ninguém)

18 - E achas que vale a pena falar sobre eles no teu blogue, nem que seja no passado?
Não, não tem nada a ver com o princípio do Blog.


19 - O que é que tu alcançaste, em termos de prémios e convites, desde que tu iniciaste o teu blogue?



Recentemente fui entrevistado por Lucas Pretti, um dos jornalistas do Estadão. Ele fez uma matéria sobre blogues de automobilismo e citou o F1 nostalgia lá. Para mim foi uma honra ver meu nome e o Blog estampados em grandes jornais do Brasil (Estadão e Jornal da Tarde - JT)

20 - "Correr é importante para as pessoas que o fazem bem, porque… é vida. Tudo que fazes antes ou depois, é somente uma espera." Esta frase é dita pelo Steve McQueen, no filme "Le Mans". Concordas com o seu significado? Sentes isso na tua pele, quando vês uma corrida?



Verdade, sinto sim. A tensão que me tomou, por exemplo no último GP Brasil foi algo inexplicável, soberbo.



21 - Tens alguma experiência automobilística, como karting? Se sim, ficaste a compreender a razão pelo qual eles pegam num carro e andam às voltas num circuito?



Quando me mandaste este e-mail, não tinha, mas hoje já tenho. A convite do Germano Caldeira, do Blog 4x4, andei de Kart indoor aqui no Rio. E para um estreante me dei muito bem. Dos 12 pilotos que competiram, larguei em 5º e cheguei a ficar em 2º na prova, mas, num acidente de corrida, um piloto me fez rodar e perder posições. Mesmo assim cheguei em 4º, no melhor estilo Alesi.



22 - Tens algum período da história da Formula 1 que gostarias de ter assistido ao vivo?

Claro, a era Turbo!

23 - Costumas jogar em algum simulador de corridas, como o "Gran Turismo", o "Formula 1", ou jogos "online", como o BATRacer ou o "Grand Prix Legends"?

Super Mônaco GP para Mega Drive serve? (risos). Jogava Gran Turismo, era muito bom por sinal (novamente… Que modéstia, hein?), mas já faz dois anos que não sei o que é um jogo de vídeogame.

24 - Já alguma vez viste a briga entre o René Arnoux e o Gilles Villeneuve, no GP de França de 1979? Para ti, aquelas voltas finais significam o quê?

Lembro que foi o primeiro vídeo de Formula 1 que baixei para meu computador. Voltas antológicas, aquelas últimas! A briga roda a roda, curva a curva foi um colírio para meus olhos. Acho que já vi este vídeo mais de 500 vezes, e não me canso em nenhuma.

25 - Eu sei que não é a tua secção, mas gostaria de ter uma opinião tua: Bruno Senna, Lucas di Grassi, Nelson Piquet Jr. Um já está lá, os outros dois querem lá chegar. Achas que algum dos três tem estofo de campeão? Se sim, qual?

Gosto muito do Di Grassi, fez óptimas corridas na GP2. Mas acho que os 3 vão estar juntos na Formula 1 daqui a algum tempo. O Brasil está bem servido de pilotos.


26 - Tens alguns planos para o blogue, no futuro, do género, novas secções?
Sempre tenho ideias, o problema é tempo para desenvolve-las. Uma das que pensei era exactamente igual a essa. Uma secção de entrevistas com os blogueiros.

Já agora, se quiserem ver as entrevistas anteriores, carreguem nos respectivos links:

22 de Novembro - Marcos Antônio Filho (GP Series)

26 de Novembro - Vick, Ludy, Tati e Lu (Octeto Racing Team)

29 de Novembro - Hugo Becker (Motor Home)

3 de Dezembro - Fabio Andrade (De Olho na Formula 1)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Noticias: Audi abdicará da American Le Mans Series

Poucos dias depois da Audi ter anunciado a sua nova montada, o R15, e de ter afirmado que não iria participar oficialmente na Le Mans Series europeia (pera defender o título), a marca de Inglostadt anunciou esta sexta-feira que não participará também na American Le Mans Series (ALMS).


Wolfgang Ullrich, director da Audi Motorsport, já havia referido que esta decisão se deve à necessidade de contenção financeira. "A decisão de abandonar foi muito difícil. A dedicação extraordinária e a precisão da equipa campeã foi a chave do sucesso para as vitórias da AUDI nos últimos anos na América", afirmou.


Assim sendo, a participação da marca dos quatro anéis irá restringir-se apenas às 12 Horas de Sebring, em Março, e às 24 Horas de Le Mans, em Junho, nas quais irá colocar o seu novo R15 TDI à prova.

A saída da Honda, visto pelo Bruno Mantovani

Como adepto, sinto pena pela marca, mas já se previa que isto iria acontecer. E também sinto pena pelos dois, Rubens Barrichello e Bruno Senna, por eles virem a sua chance de resolver a situação para 2009 "bater asas e voar". O Bruno safa-se, agora quando ao Rubens... não sei não.


Acho que o Mantovani tem que refazer aquela caricatura dos finados da Formula 1 de 2008...

Duas ou três notas soltas desta sexta-feira...

Bem sei que é um dia triste (ou não) para a Formula 1, com a retirada da Honda, mas existem ainda alguns motivos para sorrir, pelo menos na comunidade blogosférica, a saber:

1 - O Ico comemora hoje o seu milésimo post no seu blog. Para já, dou os parabéns a ele, por ter um excelente estaminé, mostrando que mesmo trabalhando para orgãos de comunicação oficiais, ainda pode ter um blog independente, para comentar a Formula 1 e outros assuntos mais importantes. Para mim, pode-se dizer que é um modelo a seguir. Parabéns Ico, e um abraço!


2 - Amanhã, o meu entrevistado no "Speeder Questiona" vai ser o Rianov Albinov, do F1 Nostalgia. É um entrevistado interessante para conversar, ainda mais nestes últimos dias, depois de termos conseguido contactar via MSN. As perguntas, claro, não fogem ao padrão, mas acho que com a crise destes dias, e com a quantidade de entrevistados que ainda tenho que escoar, penso que ainda vou ter de fazer mais algumas perguntas, por uma questão de actualidade...


3 - Saiu hoje o aniuário da Formula 1 do Francisco Santos. Confesso que o comprava sempre, todos os anos, desde 1989 a 2005, altura em que deixei por achar que em termos de conteúdo, já era pobre. Bem sei que as fotografias valem muita coisa, mas as dos primeiros tempos eram muito mais ricas em termos narrativos. Hoje, andei a folhear, e vi coisas interessantes para se ler. Provavelmente, vou comprar o deste ano. Agora, se são 21 Euros bem gastos ou não, isso é outra história...


E por agora é só. Gozem o fim de semana!

GP2 Asia - Ronda 2, Dubai (Corrida 1)

A primeira corrida do fim de semana árabe da GP2 Asia não correu muito bem para as cores da Ocean, já que Yelmer Buurman abandonou a corrida, vítima de um toque com o carro do brasileiro Diego Nunes. Por essa altura, o holandês estava a fazer uma prova consistente, dentro dos dez primeiros. O segundo piloto da equipa, Fabrizio Crestani, rodou sempre na segunda metade do pelotão e terminou a prova no 14º lugar.

O grande vencedor foi o japonês Kamui Koboyashi, numa luta feroz contra o russo Vitaly Petrov e o espanhol Roldan Rodriguez. Partindo da pole-position, Koboyashi comandou na primeira parte da corrida, altura em que foi às boxes para a paragem obrigatória, caindo para a terceira posição, atrás de Petrov e Rodriguez. Empenhado em recuperar a sua liderança, o nipónico ultrapassou os seus dois adversários em grande estilo para segurar uma vitória muito importante.

O piloto russo debateu-se com alguns problemas na parte final da corrida, caindo da segunda para a quinta posição, fazendo com o italiano Davide Valsecchi herdasse o lugar mais baixo do pódio. o holandês Gierdo van der Garde acabou na quarta posição. A segunda corrida da ronda árabe terá lugar amanhã.

Noticias: Mosley anuncia motor "standard" com a Cosworth

No mesmo dia em que a Honda anunciou o seu abandono imediato da Formula 1, o priesidente da FIA, Max "Whipmaster" Mosley, anunciou que chegou a um acordo com o mitico preparador de motores Cosworth para a construção de motores "standard".

Segundo Mosley, que reagiu ao anuncio da marca japonesa como "um sério aviso" para a Formula 1, o acordo com a Cosworth será fundamental para reduzir os custos na modalidade para lá de 2010, num acordo para fornecimento de motores e transmissões por valores próximos dos seis milhões de libras. Contudo, esse acordo só acontecerá com esses valores se pelo menos quatro equipas assinarem um acordo para correrem com essa marca.

"Terminamos o processo de candidaturas e estamos agora em negociações exclusivas com a Cosworth e a Xtrac e Ricardo Transmissions (XR) para o fornecimento de um pacote completo de motor e transmissão a partir de 2010. O motor será um dos actuais, ao passo que a transmissão será uma peça de excelência e um esforço conjunto de duas companhias que já fornecem transmissões à maior parte da grelha", começou por afirmar Max Mosley.


"O custo desta opção será de 1.97 milhões de euros de inicio e de 6.42 milhões por cada um dos três anos de contrato (2010, 2011 e 2012). Este valor, baseado no acordo de quatro equipas, inclui apoio técnico completo, apoio em todas as corridas e testes e os 30 mil quilómetros de testes", asseverou o presidente da FIA, acrescentando que "o custo anual será reduzido se mais equipas aderirem a esta opção", concluiu o presidente da FIA.

Esta foi, aparentemente, a melhor solução, deixando cair a hipótese do motor unico, que tinha resultado em oposiçºao geral das construtoras e avisos de retirada por parte de equipas e pilotos. Contudo, estes não poderão, em caso nenhum, ter melhor performance do que os motores standard. Para já, as equipas têm até ao próximo dia 11 para aderirem a este novo motor, com a FIA a garantir que continuará a trabalhar com a FOTA para reduzir os custos, de modo a tornar a F1 "financeiramente sustentável", no mesmo dia em que a crise bateu forte à porta da modalidade.


Uma coisa e certa: se "o ultimo a rir, ri melhor", ele deve estar às gargalhadas neste momento...

Oficial: Honda abandona a Formula 1

Agora é oficial: A Honda anunciou esta madrugada, na sua sede em Tóquio, que iria abandonar a Formula 1, com efeito imediato. Nessa conferência, o chefe-executivo da marca japonesa, Takeo Fukui, anunciou a decisão graças à crise financeira mundial e incerteza económica instalada em todo o mundo, alimentada pela recessão japonesa.


"A Honda chegou à conclusão de que iremos cessar todas as actividades relativas à Fórmula 1, fazendo de 2008 nosso último ano como competidores. Esta difícil decisão foi tomada devido à forte quebra sentida nos nossos negócios, que tem como causa principal a crise financeira global, que como se sabe é motivada pelo grave problema económico que os EUA enfrentam".


"A empresa precisa garantir a sustentabilidade do seu core business, a construção e venda de automóveis. A recuperação deverá levar tempo e, por isso a Honda decidiu tomar medidas que sirvam para reagir face à crise. Entre elas, está o final da nossa participação na F1."


Fukui disse que caso não fizessem nada, a marca tinha orçamento operacional para manter a equipa a correr no início de 2009, mas devido à escalada dos custos no meio da presente crise financeira internacional, a Honda poderia ter de encerrar a equipa antes de concluída a temporada, um cenário que não era do agrado dos nipónicos.


Sendo assim, a Honda decidiu que precisava de se concentrar totalmente no seu negócio principal, que é a fabricação e venda de carros comerciais, e uma recuperação dos seus negócios deve levar algum tempo para ser alcançada, pois na véspera, tinha anunciado uma queda de 25 por cento nas vendas de automóveis nos Estados Unidos. A decisão parece ter sido ainda mais difícil de ser tomada, quando o dirigente se lembrou da única vitória da equipa, conquistada em 2006, e também da quantidade de dinheiro já investido na construção do carro da próxima temporada.


Quanto às suas operações em Brackley, sede da equipa de Formula 1, a Honda deu três meses a Nick Fry e Ross Brawn, dirigentes da equipa, patra encontrarem comprador, caso contrário, fecharão as suas portas. Ambos viajarão para o Japão na próxima segunda-feira para discutir o seu futuro, pois caso contrário, a Fórmula 1 terá uma equipa a menos quando a temporada começar em 2009, na Austrália, e Jenson Button e Rubens Barrichello ficarão sem emprego...

Em altura de crise, nada como recordar o passado

Em altura de crise, tempo de desenterrar o passado, logo, lembrei-me de uma crónica que escrevi a 24 de Maio deste ano, quando a Super Aguri se extinguiu, e falei sobre o que se passava, o que poderiamos esperar do futuro, e a razão pelo qual não acreditava nesta actual Formula 1, cheia de construtoras e quase sem "garagistas".


Eis alguns extractos dessa crónica:

"Enquanto dizemos adeus a mais uma equipa de Formula 1, pensemos nisto: temos uma grelha reduzida perigosamente a 20 carros, num ano em que se prometia o acréscimo para 24. A Formula 1, o topo da carreira automobilistica por excelência, está a ficar cada vez mais elitista. Para piorar as coisas, nos últimos cinco anos, são mais as equipas que se extinguem do que as que entram. Os custos são cada vez mais astronómicos, e tirando os construtores, os milionários com espirito garagista fogem cada vez mais de um desporto que apesar de ser cada vez mais rico, é um sorvedouro de custos."

(...)

"Bernie Ecclestone e Max Mosley têm apostado nos últimos anos numa formula que julgam ser vencedora: reunir o maior numero de construtores, pois assim eles lucram com a exposição das suas marcas na maior montra do desporto automóvel. Lá conseguiram: BMW, Ferrari, Renault, Mercedes, Honda, Toyota, estão todos lá."

"(...) todas estas marcas querem ganhar, e ficar no meio da tabela não é algo que gramem muito, e mais cedo ou mais tarde, eles se irão embora. Estas equipas não tem paciência infinita, e se isto tem uma parcela muito pequena nos seus orçamentos, isso tem impacto nas suas vendas. E para piorar as coisas, temos uma crise mundial à porta, onde tudo aumenta: os alimentos, o petróleo... Estas multinacionais também sofrem, ou julgam que não?"

"(...) Esta formula não vai durar para sempre. Ao menosprezar os "garagistas" estão a enxotar os verdadeiros fãs da Formula 1. Alterações nos regulamentos, impedindo "equipas B", prejudicam a concorrência e afastam investidores, em vez de os atraír."

(...)

"A história do automobilismo teve ciclos destes: quando as marcas eram as unicas a participar, a competição acabava na primeira crise que aparecia. A Formula 1, desde o seu inicio, teve sempre equipas privadas, com pilotos privados. Alguns garagistas, como Ken Tyrrell e Frank Williams, começaram assim: comprando chassis de outras equipas, e depois montaram os seus próprios chassis."

E terminava com esta frase:

"Pense nisso, Tio Bernie. E faça alguma coisa, antes que aquilo que andou toda a vida a construir, morra antes de si."

Se quiserem ler a crónica na sua integra, podem clicar aqui, ou então aconselho a procurar no arquivo do bloque, na semana de 5 a 11 de Maio.

Quando há umas semanas, houve um congresso aqui em Lisboa sobre Karl Marx, dizia-se que "em tempo de crise, nada como ler de novo os clássicos". Pois bem, agora que a crise explidiu na Formula 1, nada como ler um pouco do passado, e ver o que se acertou e o que não. Se sinto vingado por ter alguma razão antes de tempo? De uma certa maneira sim. Mas choro por dentro, ao ver a Formula 1, tal como conhecemos, com uma grelha definhada, em estado crítico. Acho que esta é a altura ideal para uma refundação da Formula 1.

Notas soltas sobre a crise...

Enquanto o anuncio oficial não é feito (vai acontecer às 13:30 de Sexta-feira, hora de Tóquio, 03:30 em Lisboa) vão ouvindo mais alguns rumores. Uma delas vem no site brasileiro Grande Premio: a Toyota pode seguir o mesmo caminho em 2010. Pode fazer sentido, pois quer a Honda, quer a Toyota, eram as equipas com os orççamentos mais generosos da Formula 1, e com parcos resultados...


Hà bocado, lembrei-me de uma frase do Adrian Campos, da Campos Grand Prix, da GP2, numa matéria que coloquei na semana passada, sobre a hipótese de ir para a Formula 1, e que era esta: "A ideia de ter uma equipa de Fórmula 1 continua sempre na minha cabeça, mas o fecho da Super Aguri mostra que agora não é a altura indicada. A Fórmula 1 chegou a um colapso e é certo que vai mudar muito, veremos o que se passa a partir de 2010." Pergunto: será que ele sabia de alguma coisa, ou foi uma simples prenomonição?


Outros rumores andei a ler agora no Flávio Gomes e no Fábio Seixas: David Richards e Paul Stoddart podem estar a considerar a compra da estrutura de Brackley, eventualmente com toda a gente lá dentro, no caso de Richards. Ou seja, caso acontecça pode ser o regresso de algo semelhante à BAR, ou a Minardi. E quem fala destes dois, pode falar de mais gente...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Rumor do dia: Honda sai da Formula 1?

Antes de falar, quero afirmar isto: à hora que escrevo este post, não tinha visto nada sobre este assunto em sitios como o Autosport inglês ou a inglesa GP Update, para referir algumas das que costumo seguir, portanto, não levem isto muito a sério...


Mas o grandprix.com, outro dos sites que costumo usar, colocou esta noticia no seu site:


"Multiple sources are now reporting that Honda Racing F1 is being put up for sale and that if the sale is not completed by Christmas the team will be closed down. There is no confirmation from any Honda company officials, but teams across Europe are reporting that they have received a rush of applications from Honda F1 personnel in the course of the day.

The fact that the team is not responding to requests for statements is a bad sign, as if the rumours are not correct they would need to be killed as quickly as possible.

The official announcement of such a move is unlikely to come from the United Kingdom and thus the F1 world is waiting for Japan to wake up in around five or six hours to see if the news will be made official by the company.

Given the lack of credit available in the world at the moment it is not going to be easy for Honda to find a buyer, although big companies that might have an interest in running their own Formula 1 team do exist.

We will keep you informed as more news come to light."

Uma das regras do jornalismo é de ver as mais diversas fontes sobre este assunto, e pelos vistos, foi o que fizeram. Se é para levar a sério ou não, não sei, mas caso o pior se confirme, é mau, muito mau. Porque ficamos reduzidos a um pelotão de 18 carros. E há uma segunda noticia, no mesmo Grandprix.com, onde se fala que as vendas da Honda nos Estados Unidos foram reduzidas em um terço, as mesmas que a Toyota. Ora, se a reacção japonesa for esta, como será nas hostes da outra marca japonesa na Formula 1?

GP2 Asia - Ronda 2, Dubai (Qualificação)

A segunda jornada dupla da GP2 Asia Series de 2008-09, que está a decorrer no circuito arabe do Dubai marca a primeira aparição da nova equipa de Tiago Monteiro, a Ocean Racing Technology (ORT). E em paragens árabes, o holandês Yelmer Buurman não se deu mal com a nova montada, ao se classificar na sexta posição da grelha, cuja pole-position foi obtida pelo japonês Kamui Koboyashi, que a obteve depois de uma árdua luta com o seu compatriota Sakon Yamamoto. O russo Vitlay Petrov foi o terceiro.


Buurman melhorou o tempo da manhã, ficando na qualificação a apenas 0.459s do mais rápido, ao passo que o seu companheiro de equipa, o italiano Fabrizio Crestani, foi apenas 23º.


A jornada dupla da segunda corrida da GP2 Asia vai ocorrer amanhã e Sábado, no circuito dos Emirados. Espera-se que a boa prestação da Ocean nos treinos se confirma na corrida...

Hakkinen: "Lewis pode ser o melhor de sempre"

O bi-campeão do Mundo de Formula 1 de 1998 e 1999, Mika Hakkinen, acredita que Lewis Hamilton pode ser o melhor piloto de todos os tempos. Em entrevista ao jornal britânico "The Times", afirmou:


"O Lewis guia muito depressa e por causa da forma que ele tem de guiar, irá sempre cometer erros ao longo da sua carreira. Mas acreditem que ele é mesmo bom, e para além disso é ainda muito jovem. Tem uma relação fantástica com a sua equipa, e mostrou que trabalha com afinco. Por todas estas razões, não vejo porque não se pode tornar no melhor de sempre. Lembro que ele está apenas na sua segunda época na Fórmula 1, disciplina onde a pressão é incrível. E ele suportou-a! É jovem, tem talento, e pode tornar-se o maior de sempre", referiu o bi-campeão finlandês.


Hakkinen, agora com 40 anos, correu na McLaren entre 1993 e 2001, onde foi por breves meses companheiro de Ayrton Senna, afirmou que caso Hamilton, que se tornou no mais jovem campeão do Mundo de sempre, aos 23 anos, continuar a progredir como está a acontecer agora, poderá suplantar os recordes do alemão Michael Schumacher, o maior rival do piloto finlandês durante a sua careira, nos anos 90.

Noticias: Takuma Sato cada vez mais perto da Toro Rosso

O piloto japonês Takuma Sato, que já passou por equipas como Jordan, BAR Honda e Super Aguri, pode andar muito perto de regressar à formula 1 pela Toro Rosso, substituindo Sebastien Bourdais. A prova disso é que os responsáveis pela equipa de Faenza, a equipa B da Red Bull, o convidaram para uma nova bateria de testes em Jerez de la Frontera, marcada para a semana que vêm. Este vai ser a terceira vez que vai testar pela equipa este ano, depois da sua última equipa, a Super Aguri, ter entrado em falência.


"Vemos isto como um bom passo, mas nada está ainda decidido", referiu Matthew Winter, o manager de Sato, em declarações ao site inglês http://www.autosport.com/.


Na corrida pelos dois lugares na Toro Rosso para 2009 permanecem ainda, para além do japonês, o francês Sebastien Bourdais e o suiço Sebastien Buemi. O patrão da Red Bull, Dietrich Mateschitz, já deixou perceber há mais de uma semana, que um dos lugares deverá ser ocupado por Buemi, mas certezas só com a confirmação oficial. Até lá tudo são suposições...

Boldes Memoráveis - Renault RE30 (1981-83)




Dois dias depois de ter escrito acerca do Renault RE20, achei por bem prosseguir um pouco a história da Renault na era Turbo er falar sobre um modelo que em uma temporada e meia, alcançou excelentes resultados, mas a sua falta de fiabilidade impediu Alain Prost de atacar o título mundial por duas vezes, em 1981 e 82. Mas deste período de tempo, foi o chassis mais bem sucedido da marca francesa na era Turbo. Hoje é dia de falar do Renault RE30.


Em 1981, a Renault decidiu construir uma versão melhorada do RE20, que era interessante, mas pouco fiável. Para além disso, houve modificações nos regulamentos, visando a abolição das "saias" nos carros, devido ao efeito-solo. Sendo assim, começaram a projectar o RE30. Parte do chassis foi construido em fibra de carbono, mas ao contrário da McLaren (MP4-1) e da Lotus (88), a base ainda era em aluminio. O motor foi desenvolvido, para dar potências a ronda os 540 cavalos ajudados por um turbocompressor KKK, o mesmo que equipava os motores turbo da Ferrari.

Nesse inicio de 1981, a Renault tinha contratado, no lugar do veterano Jean-Pierre Jabouille, um jovem e promissor piloto, vindo da sua temporada inaugural na competição máxima ao serviço da McLaren. Era Alain Prost. Tinha um estilo de pilotagem mais calculista e mais suave, em contraste com a agressividade do seu companheiro René Arnoux. Para além disso, ajudava muito no desenvolvimento do carro, e as suas apreciações eram melhor entandidas pelos engenheiros do que as vindas de Arnoux...

Contudo, os atrasos no desenvolvimento do carro fizeram com que este só estivesse pronto no GP do Mónaco. Até lá, Arnoux e Prost tinham que andar no RE20, que não lhes deu mais do que seis pontos ao todo, sendo o melhor resultado um terceiro lugar para Prost na Argentina.


Mas quando entrou o RE30 em acção, as coisas modificaram-se, e muito. Prost conseguiu a sua primeira das suas 51 vitórias da sua carreira, no circuito de Dijon-Prenois, seguido de uma "pole-position" na Alemanha ( e um pódio) e mais duas vitórias na Holanda e Itália. Por momentos, colocou-se na posição de "outsider" na luta pelo campeonato, mas uma desistência no Canadá deitou tudo a perder. No final desse ano, Prost conseguira três vitórias e mais dois pódios com o RE30, e o quinto lugar do campeonato, com 43 pontos (menos oito que Nelson Piquet). No campeonato de Construtores, a Renault foi terceira, com 54 pontos.


Para 1982, a Renault decidiu evoluir o RE30, fazendo uma versão B, com algumas modificações no chassis, como uma nova frente e uma nova asa traseira, e incrementos na potência do motor, que agora debitava cerca de 590 cavalos, bem como um novo sistema de injecção electrónica. que lhes iria provocar inumeras dores de cabeça... O anos de 1982 iria provar se a evolução do carro estava no caminho certo.



E o inicio de 1982 foi fabuloso para Alain Prost. Na Africa do Sul, aproveitou o facto dos Turbo evoluirem bem em altitude (Kyalami fica a 1500 metros acima do nível do mar), para dominar a corrida (e num um pneu furado impediu disso acontecer), e no Brasil, aproveitou o facto de os dois primeiros classificados, Nelson Piquet e Keke Rosberg, terem sido desclassificados por irregularidades no carro, para herdar a vitória. à chegada a Long Beach, Prost tinha uma liderança confortável, com 18 pontos possiveis.



Contudo, para Prost, foram as suas unicas vitórias do ano, pois nas sete provas seguintes, não conseguiu pontuar. E muitas das vezes (excepto na Belgica e Mónaco) foram problemas mecânicos os grandes culpados das suas desistências... E quando teve hipótese de ganhar, como em França, o seu companheiro René Arnoux estragava tudo. Nessa altura, ambos os pilotos já não se falavam, e Arnoux sabia que era preterido a favor de Prost. E quando os Renault estavam em forma, como aconteceu na corrida de Paul Ricard, Arnoux desobdeceu às ordens da equipa para deixar passar Prost, e ficou com a vitória na prova. Arnoux eventualmente ganhou mais uma prova, em Monza, e contribuiu para que a Renault conseguisse de novo o terceiro lugar no campeonato de Construtores. Mas o quarto lugar de Prost na classificação geral mostrava que caso não fosse a pouca fiabilidade do carro, o título seria dele.


Em 1983, a FISA tinha banido o efeito-solo, e os Turbo eram reis. Mas o novo RE40 não estava pronto para o primeiro Grande Prémio da temporada, no Brasil, e a Renault teve que fazer uma versão C do seu RE30, para ele e para o americano Eddie Cheever, que tinha substituido René Arnoux, que tinha ido para a Ferrari. O novo carro estreou-se em Long Beach, apenas com Prost, mas Cheever ainda conduziu o RE30C na prova americana.

No final, o Renault RE30 tornou-se, devido ao seu uso durante mais de duas épocas, no mais bem sucedido chassis da Renault, até à chegada do RS25 e RS26, os carros que deram o bi-campeonato ao espanhol Fernando Alonso. Caso não sofressem da crónica pouca fiabilidade, provavelmente "Le Professeur" poderia ter mais um, ou dois títulos, no seu palmarés, do que os quatro detidos actualmente...


Chassis: Renault RE30 Turbo
Projectistas: Michel Tetu e Gerard Larrousse
Motor: Renault Turbo V6 de 1.5 Litros
Pilotos: René Arnoux, Alain Prost e Eddie Cheever
Corridas: 28
Vitórias: 7 (Prost 5, Arnoux 2)
Pole-Positions: 16 (Arnoux 9, Prost 7)
Voltas Mais Rápidas: 7 (Prost 5, Arnoux 2)
Pontos: 120 (Prost 83, Arnoux 37)

Fontes:

Rumor do dia: Renault pode estrear R29 no Algarve

O site português http://www.sportmotores.com/ anuncia hoje que a Renault irá apresentar a sua montada para 2009 no próximo dia 20 de Janeiro, havendo a possibilidade do baptismo de pista se efectuar no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.


O site português afirma ter contactado fontes da marca do losangulo, que afirmam não confirmar a data, apesar de ser uma possibilidade, existindo a hipótese de Alonso descobrir a sua nova montada em terras algarvias. Nesse mesmo dia, 20 de Janeiro, está previsto que a Toyota rode pela primeira vez com o seu carro de 2009 no novo circuito português.


A formação do construtor francês conta regressar no próximo ano aos lugares de topo e, para isso, está a trabalhar afincadamente nas suas instalações de Enstone e de Viry-Châtillon. O R29, o carro da Renault para a temporada de 2009, reúne as esperanças da equipa, e de Fernando Alonso, para um terceiro título mundial.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Noticias: Giorgio Pantano sente-se menosprezado

O campeão de GP2 de 2008, o italiano Giorgio Pantano, confessa-se "abandonado" pelas equipas de Fórmula 1, que não lhe proporcionaram sequer um teste, ao contrário do que sucedeu com outros pilotos que ficaram atrás de si no campeonato. Em declarações à revista italiana Autosprint, Pantano, que passou pela categoria máxima do em 2004 ao serviço da Jordan, mostrou-se desapontado com o alheamento das equipas, que nunca o contactaram sequer para um teste.

"Desafio toda a gente a ter um currículo tão bom como o meu. Venci dois títulos mundiais de karting, três europeus, três italianos, a Fórmula 3 alemã, a GP2 e estive sempre na frente na F3000", elucidou Pantano. "E agora não tenho lugar na Fórmula 1, isto é alguma piada? Se não se entrar em contacto com as pessoas, ninguém olha para ti. Sinto-me abandonado", confessou um amargurado Pantano, que se pode tornar o primeiro campeão de GP2 sem lugar na F1.

O italiano, actualmente com 29 anos, afirma, contudo, que unica pessoa que lhe foi correcto com ele foi Bernie Ecclestone. "Liguei-lhe há alguns dias atrás e dez minutos depois ele ligou-me de volta. Os únicos lugares disponíveis são na Honda e na Toro Rosso. O Bernie disse-me que se alguma coisa acontecer, eu serei o primeiro a saber", referiu, não se escusando a reforçar a sua ideia de que se sente desprezado pela categoria máxima.

"Sinto uma total indiferença em relação a mim. Leio sobre o Senna e o Buemi mas, na verdade, o que é que eles fizeram? Nesta altura, uma pessoa na minha situação deve pensar que ser piloto não é vantajoso e fazer qualquer outro trabalho seria melhor", acrescentou o amargurado italiano, asseverando que o talento já não é importante, mas sim o dinheiro.

A terminar, faz um pedido: "Só queria poder fazer um teste com um carro de F1. Assim que o teste acabasse, dir-me-iam se seria um possível campeão do mundo ou não", observou, referindo que isso traria "paz de espírito".

A conclusão a que se chega é simples: A Formula 1 é um desporto elitista. E para chegar a essa categoria máxima, no qual só existem 20 lugares de titular, e cujos critérios são cada vez mais apertados, são três: nome, dinheiro e juventude. Daí a aposta nos filhos (e familiares) dos pilotos consagrados dos anos 70 e 80, que tenham à volta dos 18 ou 20 anos, e obssessão pela precicidade faz-me pensar se não existem olheiros nas maternidades, procurando talentos para 2025 ou algo assim... para não falar no mais clássico: a mala cheia de dinheiro. E então numa altura de crise, como estas, tirem as vossas conclusões.

Acresce-se que Pantano teve uma passagem pela Formula 1, ao serviço da Jordan, do qual não deixou história. E para piorar as coisas, saiu da equipa antes do final da época, devido aos maus resultados. E foi substituido por... Timo Glock. Logo, ainda poderá haver pessoal que pense assim. Portanto, o melhor conselho que se pode dar a ele é esquecer a Formula 1 e procure outras paragens, como a América. Com a IRL a revavivar-se, acho que seria um meio ideal para mostrar todo o talento que têm. E até seria um regresso...

Bem-vindo ao clube, Bellote!

Este estaminé ainda não vai mudar de endereço, mas vi ontem o post colocado pelo Mauricio Morais, avisando que a Garagem do Bellote mudou de endereço, juntando-se ao clube dos "blogspot".


Eis a mensagem que deixou no Mauricio:


A mudança é criada por aqueles cujas imaginações são maiores que as suas circunstâncias”. A frase é de autoria desconhecida, mas tem um sentido muito interessante e amplo. Mudamos de casa. Com quase três anos de existência e milhares de acessos, o “Na Garagem” está agora hospedado no blogspot.


Desse modo, temos duas coisas distintas: a “Garagem do Bellote”, onde o leitor encontra ensaios e vídeos exclusivos, e o tradicional – e pioneiro – blog com a temática automotiva, que volta com pé embaixo e torque de sobra trazendo notícias, mais vídeos e, claro, um toque de pessoalidade
."


Bem-vindo ao clube, Renato!

Alonso avisa: "com motor unico, vou-me embora"

Fernando Alonso coloca a hipótese de abandonar a Formula 1, caso a ideia de Max Mosley de ter motores unicos para 2010 vá para a frente. ”Se aprovarem a regra do motor standardizado será a última gota. Seria o momento de pensar em retirar-me”, afirmou o bicampeão mundial, numa entrevista à Reuters.

O piloto das Asturias afirma mesmo que a Formula 1 está a tomar o caminho errado no capítulo técnico. ”Em 2005 tínhamos motores V10 com mil cavalos. Isso era excitante para o piloto, o automobilismo no limite. Passamos do futurismo para carros sem tracção nem ajudas electrónicas e com uma imagem visual do passado”, sublinhou Alonso.

Contudo, O piloto da Renault vê alguma esperança na luta pelo título em 2009, já que houve muitas mudanças no regulamento técnico, e todos os carros partirão do zero: "No próximo ano tentarei ser campeão. Não posso iniciar um campeonato sem acreditar que o vou vencer. O meu objectivo é vencer o título. É um objectivo muito claro, apesar de poder ser alterado com o decorrer do ano”.

Speeder questiona... Fábio Andrade (De Olho na Formula 1)

Esta deve ser até agora uma das entrevistas mais interessantes que já fiz, porque fiquei surpreendido com a qualidade das respostas que ele deu. Podemos dizer que esta entrevista valeu a pena ser feita, ainda por cima a quem fiz. Fábio Andrade tem 20 anos de idade e nasceu em Vitória, no estado do Espírito Santo. Actualmente, mora em Serra, nos arredores da cidade. Como todo bom menino, adorava brincar de carrinho, e mostrava especial preferência por ônibus (autocarros). “Eu pegava as caixas de sapato e colava os números dos ônibus daqui de Vitória. Ficava empurrando as caixas e simulando o ruído dos motores” – conta ele. O seu presente favorito da infância foi um autocarro amarelo (cor dos colectivos da região metropolitana de Vitória) de plástico. “O ônibus era feinho, mas foi meu brinquedo favorito durante anos.”


Andrade é neste momento aspirante a jornalista e louco por Formula 1 desde o ano 2000. “Corridas que coincidem com aniversários de familiares são um problema”, ele diz. Como outros milhões de fanáticos, já largou festas e farras para não perder as etapas da Formula 1. Entre suas vontades, estão ir a um GP Brasil (“vai ser uma coisa única na minha vida”) e trabalhar como jornalista, “de preferência, bastante envolvido com automobilismo.” Para começar a “treinar” na sua futura profissão, criou em Maio de 2008 o blog “De Olho na Formula 1”, onde analisa aquilo que de mais importante aconteceu na categoria máxima do automobilismo. Uma bela oportunidade para observar a maneira como escreve sobre a actualidade.


Segue-se a entrevista, feita por e-mail em meados de Novembro.


1 – Olá Fábio, é um prazer ter-te aqui, neste humilde blog, a responder às minhas perguntas. Queres explicar, em poucas linhas, como surgiu a ideia seste blogue?

O prazer é todo meu, Speeder! Rapaz, o blog surgiu meio num estalo. Sempre tive vontade de escrever sobre algo, as pessoas sempre me falavam que eu devia mesmo botar em prática a facilidade que tenho com as palavras, mas eu sempre negligenciei, deixava as pessoas falar e nunca fazia. De um tempo pra cá comecei a levar a coisa mais a sério. No início do ano tive a idéia de levar um blog sobre F-1 ao ar, mas fiquei meio receoso, estou em ano de vestibular, tive medo de não ter tempo. Mas não resisti, arrisquei e montei o blog.


2 – O nome que ele tem, foi planeado ou saiu, pura e simplesmente, da tua cabeça?

Não planejei muito o nome, nem nada. “De Olho na Fórmula-1” foi a primeira coisa que me veio a cabeça. Tentei conectar o nome do blog à idéia inicial que era (e ainda é) comentar as principais notícias do mundo da F-1. Daí a idéia de estar sempre de olho, atento ao que acontece.


3 – Antes de começares este blog, já tinhas participado em algum blogue ou site?

Cara, eu participava esporadicamente, no Blog do Capelli, que é um dos points mais conceituados em matéria de automobilismo. Sempre lia o Blog do Gomes, também, mas participava raramente. Minha grande atividade a respeito de F-1, antes do blog, estava concentrada no site de relacionamento Orkut. Mas algumas coisas começaram a me irritar, como gente que está ali só pra tumultuar e a grande quantidade de fakes. O Orkut acabou se tornando um ambiente em que você é automaticamente rotulado se fala bem do piloto “A” e mal do piloto “B”. Resolvi me afastar e criar minha própria área de debate.


4 – Em que dia é que começaste, e quantas visitas é que já teve até agora?

Olha, o De Olho na F-1 tem uma data de nascimento meio dúbia. No meio de maio eu decidi criar o blog, pra ver que bicho que ia dar. Fiz um post miudinho, só pra já deixar o endereço garantido. Os trabalhos começaram de verdade em 2 de Junho, semana anterior ao GP Canadá. É essa última data que eu considero como a do nascimento do blog.

O número de visitas que eu tenho é de quase 5300 desde que instalei o contador, no dia 7 de setembro. Portanto, eu estimo que o número total de visitas desde o princípio do blog seja um pouco maior, mas não muito. Só comecei a fechar parcerias com blogueiros mais visitados a partir dessa data. Logo, antes disso eu era pouco visitado.



5 – De todos os posts que já escreveste, lembras-te de algum que te orgulhe… ou não?

Olha, não consigo me lembrar de um em especial. Na verdade tudo ali me orgulha. Acho que ter a sensação de que o trabalho está sendo feito com atenção e dedicação já me deixa muito satisfeito. E o que me orgulha mesmo são os comentários, os incentivos que recebo de outros blogueiros que passam pelo blog. Isso é o mais fantástico, sabe? Conseguir fechar parcerias e observar os parceiros lá, sempre presentes. É sinal de o que eu faço lá é levado a sério pelas pessoas. Acho que é isso que toda pessoa que escreve deseja.


6 – Começaste ainda este ano. Achas que vais conseguir ser diferente dos outros blogs?

Esse é o grande desafio. Já há muita gente boa escrevendo sobre automobilismo. Imagine quem sou eu diante de um Paulo Alexandre Teixeira, por exemplo? É dose, rapaz! Faço de tudo para o meu espaço não seja apenas um repetidor daquilo que os sites especializados já dizem. Sempre que produzo os posts, procuro fazer com que eles carreguem parte da minha opinião, afinal, o que mais é um blog, senão confronto de idéias?


7 – Daqueles blogues que conheces sobre automobilismo, qual(is) dele(s) é que tu nunca dispensas uma visita diária?

Speeder, todos os blogs da minha lista de links são visiados diariamente, aconteça o que acontecer. Sempre que o tempo permite, deixo um comentário também. Não participar, por participar, mas quando visito um blog parceiro e sinto vontade de dizer algo, digo logo. Acho que é uma forma de retribuir a atenção que os blogueiros me concedem, sempre me visitando. Jamais esperava tantos parceiros em menos de 6 meses de atividade.


8 – Temos algo em comum, estudamos Jornalismo. Para os nossos leitores: estudas onde, e em que ano, e como achas que o teu curso de pode ajudar no teu futuro profissional?

Cara, na verdade eu ainda não entrei na faculdade, vou tentar (mais uma vez) o vestibular. Desde a minha adolescência eu tinha vontade de cursar jornalismo. O negócio é que a universidade pública parece não me querer... E pagar uma particular está fora do meu alcance.

Se eu finalmente conseguir ingressar no curso em 2009, me formo no final de 2012. Espero já estar com o cenário profissional mais ou menos estabelecido até lá. Mas na verdade, na verdade, não faço muitos planos, cara. Planejo o mínimo e trabalho para que dê certo. O restante se ajeita de forma automática.

O sonho deste blogueiro é trabalhar na área, de preferência, bastante envolvido com automobilismo. Vamos ver onde isso vai dar...


9 – Falamos agora de Formula 1. Ainda te lembras da primeira corrida que assististe?

Curioso, isso. Não lembro qual foi a primeira corrida que assisti na íntegra. Eu sempre acompanhei a F-1 a uma certa distância na minha infância. Assistia se estivesse passando, mas não era a coisa mais importante da minha vida. O ponto de virada foi quando o Rubinho se transferiu para a Ferrari. Comecei a acompanhar mais atentamente e não parei mais. Dali em diante deixei de assistir a poucas corridas, e em todas as vezes que não vi alguma prova, foi por motivos bem fortes.


10 – E qual foi aquela que mais te marcou?

Olha, foram várias. O GP Alemanha do ano 2000 é muito especial. Me emociono só de ver os vídeos no Youtube. Aquela vitória do Barrichello foi muito desejada, sabe? Mas há várias outras. O GP Japão do mesmo ano, o famigerado GP Áustria em 2002. O GP Brasil 2003, corrida mais maluca que já vi. Agora, há três corridas bem recentes que acho que me lembrarei sempre: GP Brasil 2006, e os GP’s Itália e Brasil desse ano. Foram muito marcantes!


11 – Fittipaldi, Piquet e Senna. Qual dos três é aquele que mais agrada, e porquê?

Sou meio suspeito para falar. Do Fittipaldi tenho poucas memórias visuais. É difícil falar dele porque suas façanhas não foram tão reproduzidas pela mídia, então falar dele se torna um pouco complicado pra mim. Entre Piquet e Senna as coisas são mais fáceis. Acho que o Senna é favorito de 9 entre 10 pessoas, não só no Brasil, como no mundo. Apesar de não desprezar o Piquet, com sua malandragem carioca. Uma coisa que me irrita um pouco, e não tem nada a ver com as qualidade técnicas de cada um, mas sim com a personalidade, é que o Senna estava sempre disposto a lançar uma frase edificante, como se fosse um grande sábio. O Piquet era mais largado, expressava mais a brasilidade. Falava besteira, xingava a mulher do Mansell, saia no tapa, aprontava. Piquet me divertiu mais, mas o Senna mexeu mais com a emoção de todo mundo.


12 – E achas que algum dia, Felipe Massa vai fazer parte deste trio de campeões?

Acho que ele tem toda a chance. Está na equipe certa, tem velocidade e provou que também desenvolveu a capacidade de se controlar e não fazer burradas homéricas. Só que a turma que disputa com ele não é fácil. Alonso, Hamilton, Raikkonen (que jamais pode ser desconsiderado, vide 2007), Kubica e, dentro de alguns anos, Vettel, formam uma geração que é um osso duro de roer. Mas acho que sim, há tempo para que o Felipe alcance um título.


13 – Comparando-o aos três pilotos acima referidos, Massa é mais parecido com quem, e porquê?

Que fogueira... Rapaz, nunca tinha pensado nisso. É difícil fazer uma comparação e o medo de ser mal interpretado também é grande, mas acho que, guardadas as devidas proporções, o Massa se parece mais com o Senna. Eu jamais teria a petulância de insinuar que o Felipe está no mesmo nível de competitividade do Ayrton, mas pelo que fez e pela forma com que fez, o Felipe me lembra o Senna. Nesse último GP Brasil ele deu todas as provas de que a F-1 pode voltar a mexer com um país inteiro. Pelo que me lembro, só quem conseguiu isso foi o Senna mesmo.


14 – Achas que o título de 2008 foi bem entregue?

Acho que sim. Na verdade, acho que qualquer um dos dois postulantes merecia. Massa pelo crescimento pessoal, pelo reconhecimento que ele ganhou. Acabou aquela desconfiança que as pessoas (inclusive eu) nutriam pelo Felipe. Acho que esse ano foi conclusivo para ele: anulou o Raikkonen (que foi o primeiro campeão ferrarista pós-Schumacher) e disputou a taça até o último metro.

Hamilton mereceu por tudo o que fez. A cobrança sobre ele era muito grande, justamente por ter feito tantos estragos em sua temporada de estréia. Mesmo não fazendo uma temporada perfeita, acho que o Lewis mereceu pelo “conjunto da obra.” Fazer o que ele fez em dois anos de F-1 é dose. Claro, estar numa McLaren ajuda, mas vejam aí o Kovalainen: nem é estreante e passou vergonha o ano todo.


15 – Tirando os brasileiros, qual é para ti o piloto mais marcante da história da Formula 1, e porquê?

Michael Schumacher, sem dúvidas. É um ídolo maior da minha galeria. Ver o que esse cara fez foi um privilégio pra mim. Mesmo com todas as polêmicas e algumas vitórias conquistadas de forma não muito elogiáveis, o Schumi é muito admirado por mim. Apesar de ser conhecido como um cara meio frio, o Schumacher conseguia sim me transmitir bastante emoção. Graças e ele, acabei virando torcedor das patrulhas vermelhas da Ferrari.


16 – Para além de Formula 1, que outras modalidades de automobilismo que tu mais gostas de ver?

Sempre que posso vejo as provas da Indy. Aqui no Brasil automobilismo se resume quase que somente à F-1, na TV aberta. Fora isso, temos a Stock Car, que não me empolga muito. Eu até gostaria de poder acompanhar outras categorias, mas aí eu teria que instalar uma antena de tv por assinatura, o que está fora das minhas pretensões.


17 – E achas que vale a pena falar sobre ele no teu blogue?

É a velha história, Speeder, eu até gostaria, mas não tenho como assistir às outras categorias que gostaria. E desde que comecei com o blog estabeleci uma regra imutável: só falar sobre aquilo que eu vi. Não teria coragem de fazer um post sobre uma corrida que não assisti. Quando dá, escrevo algo muito superficial sobre Indy e/ou Motovelocidade, mas é raro.


18 – Eu sei que começaste há pouco tempo, mas… que é que tu alcançaste, em termos de prémios, convites, referências, desde que iniciaste o teu percurso na Blogosfera?

Rapaz, as referências são muito honrosas: todos os blogs da lista de links do De Olho na F-1 são verdadeiros troféus. Me lembro de ter sido apresentado com algumas honras no Blog F1 Grand Prix do Gustavo Coelho. Quase fiquei louco quando ele postou um textinho se referindo ao meu blog, quando pedi a ele para me “linkar” lá no blog dele. Prêmio, pelo que me lembro foi apenas um: o Esfera ao intelecto y la filosofia. Aliás, preciso pedir sérias desculpas aos organizadores do prêmio. Esse blogueiro indiferente deixou a indicação feita pelo amigo Paulo Maeda passar em branco.


19 - “Correr é importante para as pessoas que o fazem bem, porque… é vida. Tudo que fazes antes ou depois, é somente uma espera.” Esta frase é dita pelo Steve McQueen, no filme “Le Mans”. Concordas com o seu significado? Sentes isso na tua pele, quando vês uma corrida?

É, filho, assistir a esse filme, aliás, é uma das minhas metas... Ainda não vi, apesar de já ter escutado e lido maravilhas a respeito. Creio que seja uma daquelas experiências obrigatórias para quem realmente quer conhecer automobilismo.

Speeder, acho que para quem realmente gosta de carro na pista, o ano, os meses e as semanas são pontuadas pelo calendário das corridas. Sinto isso com muita exactidão aqui em casa. Não tem jeito, a principal actividade, a coisa que mais chama a minha atenção, aquilo que me faz parar e colocar tudo em segundo plano é uma corrida de F-1. Qualquer coisa que tenha a intenção de competir com as corridas terá de esperar. É quase patológico. Meus dias são claramente regidos pelo calendário, mas não o oficial e sim o da F-1. A espera, a semana que antecede uma corrida, os minutos anteriores, e, finalmente os segundos procedem a largada são de extremo nervosismo. O momento em que as luzes vermelhas se apagam é tudo o que importou durante toda a semana. O depois?... É ficar ruminando o que aconteceu durante aquela hora e meia.

Impossível não concordar com o McQueen. E se ele diz que “correr é importante para as pessoas que o fazem bem” e que “o antes e o depois, são somente uma espera” eu digo que assistir é importante para quem ama o esporte pelos mesmos motivos. O antes é a espera pela corrida que está para começar. O depois é a espera pela próxima.



20 - Tens alguma experiência automobilística, como karting? Se sim, ficaste a compreender melhor a razão pelo qual eles pegam num carro e andam às voltas num circuito?

Você não vai acreditar, mas nunca dirigi um carro. Minha família não possui carro próprio, portanto as oportunidades eram raras. Eu andei pedindo ao meu padrinho, para ver se ele deixava eu dar umas voltas com o Golzinho dele num terreno baldio aqui perto de casa, mas não rolou. Minha maior experiência com carros é virtual. Quando há um videogame e o jogo de corridas próximo a mim, fico horas. Um dos que mais jogo é o Gran Turismo 3. E não é por nada não, mas mando bem...

Tenho muita vontade de um dia pegar um kart (se bem que com esse um metro e noventa e com essa barriga que eu ando exibindo, vai ser bem difícil). O negócio é que o esporte a motor é uma coisa cara, né... Quem sabe um dia?


21 - Tens algum período da história da Formula 1 que gostarias de ter assistido ao vivo?

Olha, eu adoraria ter vivido os anos 80. Todas aquelas rivalidades, as disputas históricas. Para mim, foi o período de ápice, uma época em que a tecnologia já começava a fazer a diferença, mas o braço do piloto influenciava mais do que hoje. É uma pena que eu seja de 1988. Minhas primeiras lembranças da F-1 são de 1997, quando eu assisti o Schumacher jogando o carro para cima do Villeneuve e de 1998, quando também estava assistindo àquela largada “crash” de Spa. Antes disso não me lembro de quase nada. Do dia da morte do Ayrton, por exemplo, que foi uma coisa que marcou todo mundo, eu não me lembro. Me lembro de um detalhe posterior, na sexta-feira que sucedeu o 1º de Maio: o Globo Repórter era especial, se não me engano. Desse dia me lembro de ver meus pais chorando demais. Foi bem marcante.


22 - Costumas jogar em algum simulador de corridas, como o “Gran Turismo”, o “Formula 1”, ou jogos “online”, como o BATRacer ou o “Grand Prix Legends”?

É, o GT é o mais jogado. Demorei, mas consegui passar pela maioria daqueles campeonatos intermediários e já cheguei na tal Fórmula GT. Penei para conseguir todas aquelas licenças, mas consegui. Há uma passagem curiosa, porque o jogo e o videogame não são meus. Só jogo quando estou na casa dos meus primos. E tem uns pirralhos que inventam de fuçar no videogame. Não é que meu primo caçula apagou todos os dados do Memory Card? Fiquei muito irado na época, tive que remar tudo aquilo de novo, mas já voltei ao padrão top do jogo.


23 - Já alguma vez viste a briga entre o René Arnoux e o Gilles Villeneuve, no GP de França de 1979? Para ti, aquelas voltas finais significam o quê?

Já vi sim. É difícil falar, até porque não há muito o que dizer. Tudo já foi dito e na verdade, palavras não descrevem com exactidão. A minha tristeza é que aquelas voltas sinalizam uma F-1 que não existe mais. Nem tanto por causa dos pilotos, mas pela características dos bólidos. Hoje é impossível manter os carros tão próximos, lado a lado em curvas de raio razoavelmente longo, fora do “trilho.” Ao mesmo tempo, o esporte de hoje ainda pode nos surpreender. A temporada 2008 e o fabuloso GP Brasil nos mostraram isso.


24 – Vamos falar do futuro próximo: Bruno Senna, Lucas di Grassi, Nelson Piquet Jr. Um já está lá, os outros dois querem lá chegar. Achas que algum dos três tem estofo de campeão? Se sim, qual?

Dos três o Nelsinho me decepcionou bastante. Pelo que se falava dele e pelo que ele havia apresentado em 2006 na GP2, eu esperava bastante. Não sei o que houve com ele, mas ele entra em 2009 obrigado a mostrar serviço. E conseguir isso com um companheiro da qualidade do Alonso é complicado.

Senna e di Grassi são duas incógnitas. O velho e bom Galvão Bueno tem um chavão que pode ser adaptado ao caso dos dois: “chegar é uma coisa, passar é outra.” Adaptando, digamos que “chegar é uma coisa, impressionar é outra.” Já vimos muita gente que prometia muito nas categorias de acesso e deixou uma grande frustração na F-1. Acho que os dois não pertencem a esse grupo, mas nunca se sabe.


25 – Tens algum plano para o blogue, no futuro próximo? Novas secções, meteres-te num podcast ou videocast?

Nada... As coisas foram acontecendo de uma forma muito curiosa. Quando comecei não tinha em mente idéia alguma e as seções foram aparecendo. Combinamos assim: não há nada planejado, mas até Março de 2009 a cabeça desse blogueiro dá um jeito de inventar algo.