terça-feira, 27 de janeiro de 2009

GP Memória - Brasil 1974

Quinze dias depois de Buenos Aires, máquinas e pilotos estavam em São Paulo para disputar a segundo corrida do campeonato, no circuito de Interlagos cheio para torcer pelo campeão Emerson Fittipaldi, agora sobre as cores da McLaren.


Desde então, as coisas tinham andado normalmente, excepto com a Shadow, que tiveram que mandar para o Brasil um novo chassis, já que o tripulado por Peter Revson tinha ficado com estragos irreparáveis. Mandaram buscar outro chassis para o Brasil, mas ficou algum tempo empatado na Alfândega devido a problemas burocráticos. Temeu-se o pior, mas depois, tudo se resolveu em bem.


Com os problemas resolvidos, passou-se para o fim-de-semana da corrida. Na qualificação, Fittipaldi afinou perfeitamente o seu carro e conseguiu a pole-position, à frente do Brabham de Carlos Reutmann. O terceiro lugar foi para o Ferrari de Niki Lauda, que partia ao lado de Ronnie Peterson, no seu Lotus-Ford. A terceira fila era ocupada pelo segundo Lótus de Jacky Ickx e o Shadow de Peter Revson. Na quarta fila estava o terceiro McLaren de Mike Hailwood e o segundo Ferrari de Clay Regazzoni. José Carlos Pace, no seu Surtees, era 12º na grelha.


O dia da corrida aconteceu sob calor e alguma falta de civismo de alguns espectadores, que atiraram garrafas de vidro ao chão, para tentar incomodar os adversários. A partida é retardada um pouco, mas quando acontece, Reutemann engata melhor e passa para a liderança, com Peterson e Fittipaldi logo atrás. Contudo, o calor que se fazia sentir nesse dia degradou mais rapidamente os pneus do Brabham do argentino, e cedo foi apanhado pelos seus perseguidores.


A partir dali, os ex-companheiros de equipa batalharam um com o outro pela liderança da corrida, até que na volta 16, o sueco sofre um furo (eventualmente causado por algum vidrinho resultado das garrafas atiradas à pista), e vai para as boxes, regressando na nona posição. Agora, o segundo classificado era o Ferrari de Clay Regazzoni, seguido por Jacky Ickx.


E tudo continuaria assim até à volta 31, quando os céus de São Paulo Fazem das suas: uma tempestade aparece na zona, e a chuva faz com que o asfalto fique molhado, logo , demasiado perigoso para continuar a corrida, e a nove voltas do fim, é mostrada a bandeira vermelha, dando indicação do final da corrida. Fittipaldi ganhava assim a sua primeira vitória do ano, a primeira com a McLaren, com Regazzoni em segundo, mostrando que a Ferrari tinha ressuscitado, e que os resultados da Argentina não tinham sido sorte. A fechar o pódio ficava Jacky Ickx, no seu Lótus, e nos restantes lugares pontuáveis ficariam o Surtees de José Carlos Pace, o terceiro McLaren de Mike Hailwood e o Lótus de Ronnie Peterson.


A Formula 1 voltava agora somente dentro de quase dois meses, na Africa do Sul, tempo para Fittipaldi e mais alguns pilotos fazerem uma visitinha de cortesia a Brasília para inaugurarem o autódromo local, numa corrida extra-campeonato, sob a presença do então presidente da Repúblca, General Ernesto Medici. O regime militar também abraçava o automobilismo…

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