terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O piloto do dia - George Follmer

O piloto do qual falo hoje foi um dos melhores do seu tempo, nos anos 60 e 70 a bordo de carros de Turismo, com uma carreira recheada e variada, que passou até por uma temporada na Formula 1, na Shadow. Venceu na Trans-Am, na Can-Am, não fez feio na sua unica época no Mundial. Hoje retirado, a sua carreira foi reconhecida pelos seus pares, que o colocaram no Motorsports Hall of Fame em 1999. No dia em que faz 75 anos, falo de George Follmer.


Nascido a 27 de Janeiro de 1934 em Phoenix, no Arizona, cedo foi com os pais viver para a vizinha California, onde apesar de ter ficado com o bochinho da competição, somente começou a correr com 25 anos, a bordo de um Carocha modificado, no Autocross. Pouco depois, decidi mudar-se para a pista, onde a bordo de um Lotus 23, com motor... Porsche de 2 Litros, venceu o SCCA's United States Road Racing Championship de 1965. O carro foi uma construção totalmente artesanal, seguindo a boa tradição de "Hot Rod" - modificação de carros de Turismo para a competição. O motor Porsche, por exemplo, tinha sido retirado de um modelo 904.



No ano seguinte, passou para A resistência, onde a bordo de outro Porsche 904, e fazendo parceria com o seu compatriota Peter Gregg, venceu as 12 Horas de Sebring na sua classe. Nessa altura conhece um dos seus maiores competidores e amigos na sua classe: Mark Donahue. Juntos foram para uma nova classe de Turismos, a Trans-Am, que usava carros como o Ford Mustang, o AMC Javelin, o Chevrolet Camaro, entre outros, em pistas miticas na América como Riverside, Elkart Lake, Sebring, Watkins Glen, Daytona, entre outros. Follmer corre na Trans-Am, a bordo de um Mustang (ele, Donahue e Parnelli Jones foram mais tarde conhecidos como "The Pony Boys"), onde em 1968 se torna vice-campeão, sempre atrás de Donahue (que iria ser tri-campeão na categoria.



Entretanto, Follmer corre também na USAC Championship Series, uma das percursoras da CART, e depois da IRL. Durante cinco temporadas, entre 1967 e 71, com um regresso pontual em 1974-75, consegue 25 corridas, e uma vitória, na oval de Phoenix, em 1969. Outra das suas participações pontuais também acontecia na Cam-Am, onde entre 1966 e 1968, subiu ao pódio por três vezes, sendo a sua melhor participação um segundo lugar na ronda de Las Vegas, a bordo de um Lola-Ford T70, inscrito por um dos amigos de Donahue: Roger Penske.



Em 1970, Follmer continua na Trans-Am, ajudando Parnelli Jones a vencer o título, ficando na terceira posição na série. Por essa altura, fazia também participações especiais na Formula 5000, uma categoria onde albergava carros de competição semelhantes aos da Formula 1, mas com motores V8 da Ford ou da Chevrolet. Nesse ano, venceu duas corridas, numa série ganha pelo canadiano John Cannon.



Depois de um ano de 1971 sem grande história, o ano seguinte seria diferente: Na Trans-Am. depois de sair da Ford para correr com os AMC Javelin, para vencer finalmente o título que há muito procurava, na Can-Am, foi chamado à pressa por Roger Penske para substituir Donanhue, que tinha ficado maltratado das pernas, depois de um acidente numa sessão de testes em Road Atlanta. O carro que guiava era o modelo Porsche 917/30, alcunhado de "Turbo-Panzer" o mesmo modelo que corria em Le Mans e nas Endurance Series da Europa, mas sem capota. Correndo a partir da segunda prova do campeonato, venceu logo na sua primeira corrida, e quando Donahue recuperou dos ferimentos, Follmer era o lider destacado, e Roger Penske não teve outra alternativa senão arranjar outro Porsche 917/10, para ajudar Follmer a conseguir algo inédito: nunca um americano tinha ganho no mesmo ano a Trans-Am e a Can-Am, nem mesmo Donahue. A partir dali, Follmer passou a ser conhecido como "George-Am".


Isso atraiu as atenções de outra equipa que corria na Can-Am: a Shadow. No final desse ano, o seu fundador, Don Nichols, decidiu, com a ajuda da patrolifera UOP, tentar a sua sorte na Europa, mais concretamente na Formula 1. Follmer foi chamado para correr, ao lado do britânico Jackie Oliver, num carro desenhado por Tony Southgate, o DN1. Começaram a correr na terceira ronda do campeonato, na Africa do Sul, E Follmer conseguiu uma boa estreia, ao ser sexto classificado. Mas conseguiu melhor na sua segunda corrida, no circuito urbano de Montjuich, em Espanha, ao aproveitar os precalços dos lideres, e subir ao pódio na terceira posição, ao lado do vencedor, o brasileiro Emerson Fittipaldi e do segundo classificado, o francês Francois Cevert. Contudo, esta entrada excepcional não teve seguimento, e no final da temporada, foi 13º classificado, com cinco pontos. No final do ano, foi substituido por outro compatriota seu, Peter Revson.


Em 1974, de regresso à América, foi para a NASCAR, guiando um Ford Torino, onde em 15 aparições, conseguiu onze colcações no "Top Ten", numa série onde conseguiur uma posição tão alta é tão difícil como vencer. E ainda fez mais uma aparição na Can-Am, na sua última grande temporada, ainda na Shadow, e ainda ao lado de Jackie Oliver, onde foi vice-campeão. Nesta altura, Follmer já tem 40 anos, mas continua a ser competitivo.

Em 1976 volta a vencer a SCCA Trans-Am, a bordo de um Porsche 934, e ainda conseguiu algumas classificações honrodas, como o segundo lugar nas Seis Horas de Watkins Glen de 1977, num Porsche 935, ao lado do belga Jacky Ickx. Em 1978, com o regresso da Can-Am, Follmer, agora com 44 anos, volta a participar, e vence a corrida de Saint-Jovite, no Canadá, estando na luta pelo título, contra o australiano Alan Jones.

Contudo, na ronda de Laguna Seca, Follmer é vítima de um espectacular acidente, devido a falha mecânica. Quando o seu acelerador ficou preso, o carro desgovernado bateu a toda a força nas barreiras, lançando-o para o ar em várias dezenas de metros, magoando-o seriamente nas pernas, para além de fracturas em duas vertebras lombares. Depois de vários meses de recuperação, voltou a correr em 1979, de novo na Can-Am, para ser vice-campeão, e correr por mais uma temporada na Trans-Am e Can-Am, conseguindo a sua última vitória no traçado de Laguna Seca, quase dois anos depois do acidente que lhe ia tirando a vida. Feito isto, com 46 anos, decide que é tempo de se retirar da competição.

Desde então, George Follmer é presença activa em eventos de carros antigos por toda a América, especialmente aqueles em que se envolve as corridas de Trans-Am. Muitas das vezes, o próprio Follmer está a conduzir carros que ele próprio competiu há 35 anos atrás... em 1999, a sua carreira foi reconhecida pela Motorsports Hall of Fame of America, que o induziu na categoria de Turismos, pelos seus feitos na Trans-Am e Can-Am.

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