domingo, 1 de fevereiro de 2009

O Rali de Portugal está em perigo?

Hoje li atentamente a entrevista do Carlos Barbosa, o presidente do Automóvel Clube de Portugal, fez a dois orgãos de comunicação social, o Diário de Noticias e a TSF. Entre vários assuntos, falou-se do Rali de Portugal e o Grande Prémio de Formula 1, onde se referiu que hávia o perigo de o rali não se realizar em Março, porque o Estado ainda não pagou a sua parte na organização do rali em 2008. E essa parte é somente 1,5 milhões de euros.

"Se não tiver garantias, desta vez escritas, de que esse dinheiro vem, não faço Rali de Portugal em 2009, porque não me posso arriscar. O Automóvel Clube de Portugal é uma entidade de utilidade pública sem fins lucrativos. Eu não quero ganhar dinheiro - não posso é perder", disse Barbosa.



Para 2009, Carlos Barbosa peterende que o Estado contribua com 2,5 milhões de Euros, a mesma verba do que nos anos anteriores. Essa verba vem dividida, segundo ele, da seguinte forma: "Um milhão vem do Turismo de Portugal, e 1,5 milhões através do Instituto do Desporto [de Portugal]. Mas até agora ainda não recebi qualquer espécie de verba do Instituto do Desporto relativa a 2008. (...) O Turismo de Portugal já me pagou tudo, até ao último centavo, e o Instituto do Desporto, por razões que estamos neste momento a averiguar, não tinha nada contabilizado", afirmou.

A ameaça está feita, e até agora o Secretário de Estado do Fute... ops! do Desporto não reagiu à entrevista. Será que o Sr. Laurentino Dias estará interessado em deixar de entrar nos cofres do estado português algo que em 2007 gerou no turismo local lucros de 75 milhões de euros em somente quatro dias?



Adiante. Noutra parte da entrevista, Carlos Barbosa fala sobre a possibilidade do regresso do Grande Prémio de Portugal, agora que existe um Autódromo "de cinco estrelas" em Portimão. Mas depois disse o preço que seria necessário para trazer: "Mas a verdade é que só para termos a Fórmula 1 em Portugal, custa-nos 15 milhões. Possível é. Se o Estado me der dinheiro eu trago a Fórmula 1 para Portugal, não tenho problema nenhum", garantiu.


O problema, neste país, é que pagar 15 milhões por ano, dos cofres do Estado (uma gota de água no Orçamento) com lucros garantidos, seguramente, este valor é visto como "um escândalo, uma roubalheira" para o Zé Povinho, que pouco entende (e duvido que alguma vez entenderá...) sobre os preços a pagar para ter determinado evento, e o prestígio (e riqueza) que traz ao nosso país, provavelmente, muito maiores do que o futebol. E ainda por cima, gastar tal dinheiro em ano de eleições seria, infelizmente, ainda mais mal visto...