sábado, 7 de fevereiro de 2009

Pilotos reforçam a sua oposição ao preço das Super-Licenças

Podem ser novas nuvens negras no horizonte da Formula 1. O aumento dos preços das Super-Licenças está a provocar atritos entre a GPDA (Grand Prix Drivers Association) e a FIA, e pode haver consequências. A GPDA lançou ontem um comunicado, afirmando que os pilotos não podem pagar pela manutenção da segurança dos circuitos, e que tais aumentos, para além de serem absurdamente altos, foram feitos à sua revelia.

"Os pilotos entendem que os valores das Super Licenças não deveriam ser uma fonte de lucro para a FIA", afirma a Associação, liderada pelo piloto de testes espanhol da McLaren, Pedro de la Rosa. O comunicado lembra que "em apenas um ano, e sem qualquer aviso prévio, os preços subiram 200 por cento (o preço base) e 350 por cento (o custo por cada ponto)", o que para os pilotos é "irrazoável e injusto". "Estes aumentos foram feitos sem qualquer consulta prévia aos pilotos, e estes só souberam dos aumentos quando as respectivas equipas receberam as facturas e pelos órgãos de comunicação social em Janeiro de 2008. Os aumentos propostos são injustos, quer na forma como foram introduzidos, quer no impacto que têm nos pilotos enquanto indivíduos", pode-se ler na declaração, concluindo que "a FIA deveria angariar fundos suficientes da exploração dos direitos comerciais".

Max Mosley já afirmou há algumas semanas, quando foi confrontado com os primeiros sinais de constestação aos aumentos, que estava disposto a negociar, com a condição de ver revelados publicamente os salários anuais dos pilotos de Formula 1, algo que a GPDA nega fazer, por considerar que os "ganhos dos pilotos são confidenciais, e dizem respeito apenas a si, aos seus empresários, aos seus consultores financeiros e a quaisquer autoridades fiscais, e devem ser respeitados como tal".

Contudo, a GPDA já afirmou por mais do que uma vez que não está contra os aumentos por si, mas sim a percentagem do aumento, por ser bastante superior à inflacção. Revela também que está na disposição de encontrar uma solução, ajudando a FIA a angariar os "aparentes 1,7 milhões de euros em falta necessários para gerir a Federação em 2008 e 3 milhões adicionais que serão necessários em 2009, de acordo com os números citados por Mosley em Monza".

Uma coisa é certa, em tempo de crise na economia, tenta-se arranjar dinheiro noutros sítios, mas tentar comprar uma guerra num sitio aparentemente adormecido e desunido, que são os pilotos, pode fazer com que despertealgo maior. Nâo se pode afirmar que haja uma repetição de Kyalami 1982, porque acho que ninguém acredita nisso, mas somente a ameaça de uma greve pode abalar os alicerces de Formula 1 que também sofre com a crise.

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