terça-feira, 31 de março de 2009

Historieta da Formula 1: Pace e o molho de chaves

Parece que não, mas o brasileiro José Carlos Pace foi um dos pilotos mais azarados da Formula 1 no seu tempo. A diferença para outro azarado, como Chris Amon, é que o brasileiro, falecido a 18 de Março de 1977 num desastre de aviação no interior de São Paulo, ganhou uma corrida, e logo em casa: o GP do Brasil de 1975, no Autódromo de Interlagos. Hoje em dia, esse circuito tem o seu nome.


A história que se segue é contada pelo Gustavo Coelho, no já extinto site Pitstop, e aconteceu precisamente na corrida seguinte à sua vitória em Interlagos: o GP da Africa do Sul, no circuito de Kyalami. Pace sempre se deu bem nesse circuito, e depois de no ano anterior ter conseguido um segundo lugar na grelha, com um Surtees, nesse ano conseguiu convictamente a sua primeira (e unica) "pole-position" da sua carreira, a bordo do Brabham-Cosworth.


Na corrida, Pace parte bem e mantêm a liderança até á terceira volta, altura em que é ultrapassado pelo Tyrrell de Jody Scheckter, o piloto local, que irá ganhar a corrida. Estranhamente, Pace chegava sempre ao final da recta da meta numa velocidade claramente reduzida, como se o motor estivesse em baixa rotação. O piloto continua a corrida dessa maneira, e termina-a na quarta posição. No final, quando os mecânicos investigam o carro para saber o que se tinha passado, fizeram uma descoberta incrivel: um molho de chaves que algum mecânico tinha esquecido dentro do "cockpit", antes da corrida.


O chaveiro ficara preso debaixo do acelerador e limitava o curso do pedal, e desta forma Pace não conseguia acelerar a fundo. "Perdi para um chaveiro!", brincou José Carlos Pace após a corrida. Este é o azar mais famoso, mas o brasileiro já tinha tido outros durante a sua carreira. Três anos antes, no famoso GP do Mónaco de 1972, disputado debaixo de chuva, o brasileiro, então a conduzir um March inscrito por Frank Williams, perdera a viseira no meio da corrida e acabara a corrida... na última posição, a oito voltas do vencedor, o BRM de Jean-Pierre Beltoise. Se Amon é Rei, Pace deveria ser Duque ou Conde...

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