quarta-feira, 10 de junho de 2009

Speeder Questiona... Ricardo Batista (Supermotores)

De vez em quando consigo trazer para aqui alguém que faz parte da blogosfera em português de Portugal, mas neste caso em particular, ele não é dono de um blogue, mas sim de um site de automobilismo com experiência: o http://www.supermotores.net/. Hoje, o meu entrevistado é Ricardo Batista, (à esquerda, na foto de baixo), um rapaz de 26 anos de Alenquer, no centro de Portugal, e tem como grandes paixões o jornalismo e o desporto motorizado.


Começou a sua ligação aos ralis e ao desporto motorizado muito cedo, pois os seus pais estiveram ligados á modalidade como organizadores de eventos. E quanto ao jornalismo, começou muito cedo, com quinze anos de idade, ainda antes de passar para os ralis, como navegador. A sua carreira competitiva começou em 2004, então com 21 anos, e já completou mais de três dezenas de provas, conquistando dois títulos nacionais de navegadores, no Nacional de Promoção (2004), no Troféu Fiat Punto de Promoção (2005) e várias vitórias em provas, no Open de Ralies.


Fã confesso de Ayrton Senna, Colin Mcrae e Nicky Grist, tem também como referências nacionais outros dois navegadores: Mário Castro e Nuno Rodrigues da Silva. Podem ver este palmarés e as suas peripécias no seu sitio pessoal: http://www.ricardobatista.com/


1 – Olá, é um prazer ter-te aqui, neste humilde blog, a responder às minhas perguntas. Queres explicar, em poucas linhas, como surgiu a ideia do teu site?

Surgiu muito por “culpa” das minhas paixões pelo desporto motorizado e pelo jornalismo. Fiz parte de um projecto Web anteriormente, mas como esse estagnou, decidi lançar o SuperMotores.net


2 – O nome que ele tem, foi planejado ou saiu, pura e simplesmente, da tua cabeça?

Saiu pura e simplesmente da minha cabeça no dia em que decidi avançar com o projecto e penso que a pouco e pouco começou a ser conhecido.


3 – Antes de começares este projecto, já tinhas tido alguma participação em outros blogues ou sites?

Fui colaborador de um site durante 2/3 anos.


4 – Em que dia é que começaste, e quantas visitas é que já teve até agora?

Comecei a 18 de Fevereiro de 2003. Em seis anos o SuperMotores.net atingiu os 400 mil visitantes únicos.


5 – De todos os que já escreveste, lembras-te de algum que te orgulhe… ou não?

Sim, foi o Pregoafundo.


6 – Em que é que tu, escrevendo sobre Formula 1, consegues ser diferente dos outros?

Não me preocupo em ser diferente porque nunca tentei copiar ninguém. Tenho o meu estilo e penso que consigo perceber mais do que o óbvio, se calhar pela minha ligação às corridas, mas acima de tudo escrevo o que vejo e não procuro inventar nada, pois quem vai por esse caminho acaba desacreditado.


7 – Daqueles blogues que conheces sobre automobilismo, qual(is) dele(s) é que tu nunca dispensas uma visita diária?

O Continental Circus! (risos)


8 – Falamos agora de Formula 1. Ainda te lembras da primeira corrida que assististe?

A primeira corrida foi garantidamente em 1984 e muito provavelmente foi a vitória do Lauda no Estoril, com o Prost e o Senna a completarem o pódio.


9 – E qual foi aquela que mais te marcou?

Sem dúvida que a que mais me marcou foi o GP de San Marino a 1 de Maio de 1994. Era um miúdo de 10 anos que estava sozinho no quarto a ver a F1 e assisti ao vivo á morte do meu ídolo da F1. Esse dia jamais esquecerei…infelizmente!


10 – Fittipaldi, Piquet e Senna. Qual dos três é aquele que mais agrada, e porquê?

Sem dúvida o Ayrton. Foi sem dúvida o melhor piloto de sempre de Fórmula 1.


11 – E dos pilotos portugueses?

Sem dúvida o Pedro Lamy. Não só por ser natural de Alenquer como eu, mas pela carreira exemplar que teve. Foi campeão de Motocross, Kart, Fórmula Ford, Fórmula Opel, Fórmula 3 e Vice-Campeão Mundial de F3000 num ano em que correu com um carro do ano anterior. Faltou-lhe ($$) para ter chegado a uma equipa de topo na F1. Não tenho dúvidas que em caso de ter chegado a uma equipa de topo, poderia ter lutado por vitórias.


12 – E achas que algum dia, Felipe Massa vai fazer parte deste trio de campeões?

O Massa pode nunca vir a ser Campeão, mas depois daquele final dramático em 2008 no Brasil vai ser seguramente lembrado e acarinhado pelos brasileiros, mas não está ao nível dos seus três compatriotas do passado.


13 – Comparando-o aos três pilotos acima referidos, Massa é mais parecido com quem, e porquê?

É muito diferente de qualquer um deles. A irreverência do Piquet, o talento e a humanidade do Senna, o desportivismo e a forma descontraída do Emmo são coisas que não “jogam” com o Massa.


14 – Achas que o título de 2008 foi bem entregue?

Acho que foi muito bem entregue, mas diria o mesmo se fosse para o Massa. O Lewis foi mais regular, mas o Massa foi o piloto que mais corridas venceu, por isso qualquer um deles seria um justo vencedor, mas como só pode haver um…


15 – Tirando os brasileiros, qual é para ti o piloto mais marcante da história da Formula 1, e por quê?

Apesar de nunca ter gostado do seu estilo, sem dúvida o Michael Schumacher. Não vale a pena enumerar argumentos, porque a sua carreira na Fórmula 1 responde a tudo.

16 – Para além de Formula 1, que outras modalidades de automobilismo que tu mais gostas de ver?

Os Ralis! É a maior paixão da minha vida e digo-o sem rodeios. Se algum dia conseguir ser navegador profissional de ralis podia dizer que era o ser humano mais feliz do Mundo ehehe. Mas claro, gosto muito de tudo o que tenha motores, nem que seja radiomodelismo!


18 – E miniaturas de carrinhos, tens algum?

Sim, vários. Tenho os últimos do Senna e do Lamy na F1 e alguns modelos míticos dos ralis.


19 – Passando para a actualidade, como tens seguido a actual temporada da Formula 1?

Este principio de temporada ainda que totalmente dominado pelo Jenson Button está a ser fascinante, mais não seja por finalmente voltarmos a ver ultrapassagens. Acredito que dentro de uma ou duas provas e o Jenson vai “finalmente” deixar de ganhar com tanta facilidade e isso será bom para o campeonato, embora considere que a Brawn GP seja o raro “fenómeno” de qualidade e competência que se torna líder apenas pelo trabalho em detrimento do orçamento.


20 – Agora que a temporada começou, achas que Ross Brawn fez bem em escolher Rubens Barrichello em detrimento de Bruno Senna, na Brawn Grand Prix?

Eu percebo a escolha do Ross Brawn. Ele é sem dúvida das pessoas mais sensatas e competentes que passou pela Formula 1 e sabia que precisava na equipa não de um, mas de dois pilotos com provas dadas, pois o “milagre” a que hoje assistimos podia muito bem não estar a acontecer. Imagine-se o que seria esta equipa estar ao nível de 2008 e com o nome Senna na cauda do pelotão.


21 – O que achaste sobre a polémica dos difusores? Era uma forma das outras equipas tentar corrigir o seu mau arranque, ou tinham razão?

Acho que foi o argumento utilizado pelas principais equipas para justificar o facto de estarem a ser ultrapassadas, apenas isso.


22 - Com isto tudo, Jenson Button é o teu favorito ao título mundial?

O Jenson Button é um piloto que na minha opinião só não foi ainda Campeão Mundial porque simplesmente nunca esteve na equipa certa, por isso sim, é sem dúvida o grande candidato e é para mim à muito tempo um piloto ao nível do Alonso e do Raikkonen.

23 – Agora temos uma briga entre a FOTA e a FIA, sobre coisas como o sistema de pontuação e os custos controlados na Formula 1. Achas que esta briga será algo parecido com o que aconteceu em 1980, ou poderemos correr o risco de ver uma cisão na Formula 1, como aconteceu nos Estados Unidos?

Alguém acredita na Fórmula 1 sem a Ferrari, Renault e Mclaren? Sem Button, Alonso, Raikkonen, Massa, Hamilton, Vettel? A FIA vai ceder mais cedo ou mais tarde…


24 - “Correr é importante para as pessoas que o fazem bem, porque… é vida. Tudo que fazes antes ou depois, é somente uma longa espera.” Esta frase é dita pelo actor americano Steve McQueen, no filme “Le Mans”. Concordas com o seu significado? Sentes isso na tua pele, quando vês uma corrida, como espectador?

Todos os que pelo menos uma vez na vida tiveram a possibilidade de fazer uma corrida percebem essa frase.


25 – Já agora, tens alguma experiência automobilística, como karting? Se sim, ficaste a compreender melhor a razão pelo qual eles pegam num carro e andam às voltas num circuito?

Já experimentei o Karting, mas eu realmente dou-me bem é no banco do co-piloto! (risos)


26 - Tens algum período da história da Formula 1 que gostarias de ter assistido ao vivo?

Gostava de ter visto a fantástica F1 da década de 70. Perco horas em canais internacionais a ver os resumos das corridas da década. Acho que foi a época mágica da modalidade.


27 - Já alguma vez viste a briga entre o René Arnoux e o Gilles Villeneuve, no GP de França de 1979? Para ti, aquelas voltas finais significam o quê?

A pergunta é: quem não viu? Essa é uma briga que demonstra o “perfume” da antiga Fórmula 1, aquela que dizia adorar ter visto.


28 – Jeremy Clarkson, o mítico apresentador do programa de TV britânico “Top Gear”, disse que Gilles Villeneuve foi “o melhor piloto que alguma vez sentou o rabo num carro de Formula 1”. Concordas ou nem por isso?

O Gilles é por muitos conhecido como um “louco”, mas a sua carreira terminou muito cedo para poder dizer mais sobre ele, mas sem dúvida que foi dos mais brilhantes pilotos que passou pela F1.


29 - Costumas jogar em algum simulador de corridas, como o “Gran Turismo”, o “Formula 1”, ou jogos “online”, como o BATRacer ou o “Grand Prix Legends”?

Sou completamente viciado na série WRC e nos mais recentes jogos do WTCC.


30 – E se fosses o Max Mosley, o que preferias ter na Formula 1? Uma grelha só de montadoras ou de “garagistas”?

Eu preferia um mix, mas com o constante crescimento de custos nos últimos anos isso não é possível. A Fórmula 1 envolve verbas verdadeiramente escandalosas hoje em dia e impossibilitadora para os projectos dos chamados “garagistas”. Acho que apenas a Williams ainda consegue manter um pouco desse espírito.


31 – Vamos falar do futuro próximo: Bruno Senna, Lucas di Grassi, Nelson Piquet Jr. Um já está lá, os outros dois querem lá chegar. Achas que algum dos três tem estofo de campeão? Se sim, qual?

Se fosse o Ross Brawn e tivesse que escolher o próximo colega de equipa do Button escolheria na hora o Lucas di Grassi. O Di Grassi é a par do Parente o piloto que mais admiro na GP2, pois é alguém que vai “sacar” todos os pontos que o seu monolugar permite e é um piloto que não erra. É seguramente bem melhor que o Piquet e mais completo que o Senna.


32 – E em relação aos pilotos portugueses, como Álvaro Parente e Filipe Albuquerque, achas que têm hipóteses de chegar á categoria máxima do automobilismo?

Eu penso que o Álvaro Parente já provou tratar-se de um piloto muito rápido e o teste efectuado com a Renault comprovou isso mesmo. A carreira dele está recheada de triunfos nos principais campeonatos, mas o tempo para entrar é já! O Filipe esteve durante alguns anos ligado á Red Bull e parece-me sem dúvida um piloto capacitado como comprova o seu palmarés. Penso que com o aparecimento das novas equipas eles terão uma chance em 2010.

33 - Que impressão é que ficas do novo projecto de Ken Anderson e Peter Windsor, a USF1? Achas que deve ser levado a sério?

Eles estão inscritos para o Mundial de 2010 portanto penso que deve ser considerado como sério. Não me parece é que uma equipa estreante na categoria possa escolher dois pilotos sem experiência de F1 como parece ser o caso. Isso é aquilo que me “preocupa” em termos de futuro para a equipa.



34 – Tens algum plano para o site, no futuro próximo? Novas secções, meteres-te num podcast ou videocast?

Tenho algumas e espero anunciar brevemente. Pode ser aqui também? (risos)

Sem comentários: