quinta-feira, 26 de novembro de 2009

The End: Gino Munaron (1928-2009)

O piloto italiano Gino Munaron, que teve uma participação fugaz em 1960, ao volante de um Cooper-Ferrari da Scuderia Castelloti, morreu no passado Domingo aos 81 anos em Valenza, Itália. Correu principalmente nas décadas de 50 e 60 em Turismos, em carros tão variados como Alfa Romeo, Peugeot, Ferrari e outros. Mas a sua carreira é mais do que algumas mercas passagens pela Formula 1.

Nascido a 2 de Abril de 1928 em Turim, Munaron vive rodeado de automobilismo: seu avô tinha sido um dos pioneiros da competição ao participar no primeiro GP de Itália, em Brescia, no distante ano de 1903. O seu pai tinha uma garagem da Alfa Romeo na altura em que nasceu, e um dos visitantes frequentes a essa garagem era Enzo Ferrari, então o director desportivo da marca italiana. Começou a correr no final da II Guerra Mundial, em provas de montanha, e em 1950, vence a sua primeira corrida, a "Ruota D'Oro" ao volante de um Fiat Topolino.

Continua a correr essencialmente em provas de estrada ao longo da década de 50, até que atrai a atenção de Enzo Ferrari após correr um dos seus modelos, um Monza 750, nas 12 Horas de Hyeres, pela Equipe Nationale Suisse, em 1955. Em 1957, corre na equipa oficial, vencendo as 12 Horas de Reims, ao volante de um 250 GT e torna-se campeão nacional de Sport nesse ano. Depois corre com a Osca em mais algumas provas de GT, como o GP da Venezuela de 1959, onde acaba em terceiro, ou o Thropheé D'Auvergne, onde também termina no mesmo posto.

Em 1960, tem a oportunidade de correr na categoria máxima do automobilismo. Tem 31 anos e pede a amigos seus, que incluiam Juan Manuel Fangio, para que alugassem um Maserati 250 F para competir no GP da Argentina de 1960, numa era em que os motores traseiros dominavam as grelhas de partida. No final, terminou a corrda na 13ª e penultima posição, a oito voltas do vencedor, Bruce McLaren. Mas a meio do ano, a Scuderia Castelloti o quer para correr no seu modelo Cooper T51, com motor traseiro. Só que este tinha um detalhe importante: era equipado com um motor de quatro cilindros... da Ferrari.

O Cooper, apesar de ter um bom chassis, era evidente que este motor não era grande coisa, como prova as três corridas oficiais em que participou: França, Grã-Bretanha e Itália. O melhor que conseguiu foi um 15º na pista de Silverstone. Em 1961, ainda correu algumas provas extra-campeonato, mas os resultados não foram bons. A partir dali, dedicou-se aos Turismos.

Participou em duas edições das 24 Horas de Le Mans, em 1959 e 60, mas não conseguiu chegar ao fim em ambas. Correu ainda com Ferraris, Alfa Romeos e Maserati até ao final da sua carreira, onde o melhor foi ser segundo nas 4 Horas de Monza de 1964. Depois dedicou-se aos negócios, onde foi o director da BMW Itália, para depois ser o representante da TWR, até se reformar para a sua quinta de Castelnuovo Belbo, no seu Piemonte natal, onde fazia aparições constantes em eventos de automóveis antigos, conduzindo ora Maseratis, ora Ferraris. Em 1987 ainda publicou um livro sobre o motor de 4 cilindros em linha da Ferrari, o motor que teve na sua curta passagem pela Formula 1. Ars lunga, vita brevis.

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