terça-feira, 3 de novembro de 2009

The End: Ingvar Carlsson (1947-2009)

Um dos muitos pilotos de ralies vindos da Suécia, muito comuns nos anos 70 e 80, os maiores feitos de Ingvar Carlsson, falecido na passada quinta-feira, aos 62 anos, foram ao serviço da Mazda, onde desenvolveu o modelo 323 4WD no final da década de 80, numa altura em que os Lancia dominavam com o seu modelo Delta.


Começando no final da década de 60 conduzindo Volvos, Carlsson quis alargar os seus horizontes ao correr no Rali RAC de 1972, a bordo de um Fiat 124. Ao longo dos anos 70, Carlsson continuou a competir, mas sem grandes resultados de relevo. Até que em 1984, o director desportivo da Mazda, Archim Warmbold contratou-o para desenvolver o modelo RX-7 no sentido de ser um carro de Grupo B com motor rotativo Wankel, dado que este era o tipo de motor utilizado pela marca japonesa. Contudo, o projecto foi um fracasso, dado que este modelo tinha apenas tracção traseira, numa era onde a tracção total, introduzida pela Audi em 1980, com o modelo Quattro, era a norma.

Assim sendo, em 1985, Carlsson começou a desenvolver o modelo 323 4WD, de quatro rodas motrizes, para o Grupo A, na altura um grupo secundário, dado que os principais interesses estavam nos poderosos, mas frágeis Grupos B. A estreia dos Mazda 323 foi em Montecarlo, no inicio de 1986, mas quer ele, quer Warmbold, não chegaram ao fim. Em 1987, com a abolição dos Grupo B e a ascensão dos Grupo A para a categoria principal, a Mazda já tinha um ano de avanço perante outras marcas, como a Lancia.

Contudo, apesar desse avanço, o carro nunca foi nem uma máquina vencedora, nem foi um grande opositor ao avanço dos Lancia, no ano seguinte. Mas entre 1987 e 1989, deu luta. No primeiro ano, foi quarto classificado em Montecarlo e Suécia, onde o seu companheiro, Timo Salonen, foi o vencedor, e depois de uma temporada de 1988 em branco, em 89, aproveitou bem as condições para ganhar dois ralies: o primeiro na neve sueca, que tão bem conhecia, e depois deu um espectaculo imemorável no Rali da Nova Zelândia, ao vencer com mais de dois minutos de avanço sobre o neozelandês Rod Millen, num carro semelhante. No final dessa temporada, terminou em sétimo lugar do campeonato, a sua melhor classificação de sempre.

Continuou a conduzir pela Mazda até 1991, altura em que esta saiu dos Ralis, devido à sua falta de resultados. Aproveitando a deixa, Carlsson, na altura com 44 anos, decidiu abandonar os ralies a tempo inteiro. Ars lunga, vita brevis.

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