domingo, 15 de novembro de 2009

Extra-Campeonato: Os All Whites



Quando falamos da Nova Zelândia, lembramo-nos dos "All Blacks", a temida e respeitada equipa de rugby que nos momentos antes dos jogos, fazem a famosa "haka", a dança de origem maori que serve para intimidar os adversários, afirmando que estão prontos para a "guerra", pois é isso que ancaram os jogos: como uma batalha. Graças a isso, o rugby é o desporto nacional da Nova Zelandia.


Mas nesse país de 4,3 milhões de habitantes, que serviu de cenário para a triologia do "Senhor dos Anéis", de Peter Jackson (ele próprio um neozelandês) também existe uma selecção de futebol: os All Whites, que jogam de branco (mas também jogam de preto, mas como "jersey" alternativo), e que durante anos a fio viveram na sombra da Austrália, na sua confederação oceânica, porventura a mais fraca das existentes. E mais fraca ficou quando a Austrália decidiu jogar na confederação asiática, onde teria mais chances de se qualificar para o Mundial.


Os "All Whites" estiveram uma vez no Mundial, em 1982, e jogaram num grupo constituido por Brasil, União Soviética e Escócia. Perderam todos os jogos, mas o que contava era participar. E dessa selecção ficou um nome: Wynton Rufer, que depois fez carreira na Europa, ao serviço dos alemães do Werder Bremen.




Com os critérios existentes na sua condederação, o apuramento é dificil, e implica ao vencedor que este dispute um "playoff" com alguém de outra confederação. No último Mundial, a Austrália jogoou com o Uruguai, da Confederação sul-americana, e venceu após os "penalties". Agora, em 2010, foi jogar contra o Bahrein, da Confederação Asiática, num jogo a duas mãos. Depois de um encorajador 0-0 no emirado barenita, o jogo da segunda mão foi em Wellington, a capital neozelandesa. E no minuto 43, o jogador Rory Fallon, que joga nos ingleses do Plymouth Argyle, deu a cabeçada que colocou os All Whites para o maior palco do mundo, 28 anos depois de Espanha. Um senhor feito, de um país que está na 83ª posição do ranking da FIFA, o mais baixo de todos até agora.


E agora, na pátria que deu ao automobilismo nomes como Chris Amon, Dennis Hulme e sobretudo Bruce McLaren, e é conhecida pela sua selecção de rugby, o futebol sai da sombra para ter hoje o seu dia de glória. Com direito a parada triunfal e tudo!

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