sábado, 6 de junho de 2009

Pérola televisiva do dia



Esta vi no blogtorsport, do AC. Se quiserem, pode ser considerado com o o"momento Saloma do dia". Demonstra que na Alemanha também há humoristas e tipos capazes de provocarem o adversário...

GP2 - Ronda 3, Istambul (Corrida 1)

Foi uma corrida agirada e atribulada, mas no final, o russo Vitaly Petrov venceu a primeira corrida do fim de semana turco, em Istambul, com os Ocean a perderem soberana oportunidade de pontuar nesta corrida. Karun Chandhok ficou parado na grelha de partida, o que obrigou à saída do Safety Car, e Alvaro Parente despistou-se na famigerada Curva 8, quando seguia na segunda posição.


As primeiras curvas ficaram marcadas por bastantes trocas de posições nos lugares da frente. Com Chandhok parado, Luca Fillipi e Romain Grosjean a disputarem a curva 3 de forma impossivel, com prejuizo maior para o piloto francês, que caiu para a nona posição. Alvaro Parente, que com isto tudi subia para a quarta posição, tentava uma ultrapassagem "impossivel", resultando numa saida de pista e perda de duas posições, para o espanhol Javier Villa e o austroárabe Andreas Zuber.



Assim, teve de forçar o andamento para recuperar o tempo perdido. Primeiro para ultrapassar Villa, o que conseguiu, e depois a pressionar o alemão Nico Hulkenberg, o "poleman", que foi assim até este ir às boxes, para fazer o seu reabastecimento. Assim Parente era segundo, e na volta 14, quando tentava forçar o ritmo para ficar à frente dos dois após a sua passagem pelas boxes, um despiste na famigerada Curva 8 terminou com a sua corrida.



A má colocação do monolugar da Ocean na curva forçou à entrada do Safety Car, que reagrupou o pelotão. Pouco depois da saída deste, o espanhol Dani Clos, numa manobra muito optimista, levou ao abandono do italiano Edoardo Mortara e quase colocava Karun Chandhok de fora, embora Mortara tenha sido mesmo o único a ficar no local. Numa prova com bastantes abandonos, o líder do campeonato, Romain Grosjean, não viu a bandeira de xadrez, o mesmo sucedendo com outro espanhol, Roldan Rodriguez.



Incólume a todos os incidentes e trocas de posições esteve sempre Vitaly Petrov, que cruzou a meta isolado e sem qualquer preocupação. Luca Filippi ficou em segundo, na frente do italiano David Valsecchi e do brasileiro Alberto Valério, que conseguiu segurar o quarto posto ante os ataques de Hulkenberg nos momentos finais. O venezuelano Pastor Maldonado, o holandês Gierdo van der Garde e o espanhol Javier Villa terminaram nos restantes lugares pontuáveis.



Amanhã de manhã realiza-se a Sprint Race em que só pontuam os seis primeiros, e em que a tarefa dos pilotos da ORT não será fácil: Chandhok parte de 14º, enquanto que Parente vai partir de 20º. Aparentemente é mais um fim de semana para esquecer...

Formula 1 - Ronda 7, Turquia (Qualificação)





Uau! O meu piloto favorito na "pole-position". Pois é, Sebastien Vettel foi o homem do dia na qualificação para o GP da Turquia, batendo Jenson Button por 0.105 segundos.

Por um lado, é bom ver que os Brawn GP não são imbativeis, por outro, é excelente que a pessoa que os bateu seja Sebastien Vettel. Pela sua juventude e postura em campo (e fora dela) faz sentir algo que não tinha desde os tempos de Jacques Villeneuve: um piloto com carisma.

"Depois de ontem, em que tivemos um problema de motor e rodámos muito pouco, fiquei com um bom 'feeling' acerca do carro e hoje fizemos um bom trabalho. Finalmente, conseguimos ficar à frente dos 'homens de branco'", afirmou o piloto alemão de 21 anos. Vettel também aproveitou o facto do RB5, desenvolvido por Adrian Newey, ter recebido recentemente um novo pacote aerodinâmico, nomeadamente um novo difusor duplo.

Depois de Vettel, ficaram os homens da Brawn GP, com Button a ficar à frente de Rubens Barrichello. Sabia-se que os tempos de ontemm onde os Brawn GP estiveram no meio da tabela, não inidicavam realmente o seu potencial, e isso confirmou-se na qualificação.

"Ontem , foi um dia difícil, com as condições da pista muito instáveis, devido ao vento, mas hoje com algumas alterações na afinação do carro e com a acalmia do vento, conseguimos estar bem melhor. É bom estar na primeira linha e tenho de dar os parabéns ao Sebastian pelo bom trabalho. Aqui é possível ultrapassar por isso será uma corrida interessante", afirmou o líder do mundial, na conferência de imprensa realizada no final da qualificação.


Já Rubens Barrichello, que ainda não conseguiu superar Jenson Button esta temporada, vai partir da terceira posição na grelha. Apesar disso, mostra-se satisfeito com o resultado: "Foi uma qualificação difícil, porque na Q2 tive alguns problemas com o tráfego, mas na fase decisiva decidi correr com os pneus principais [duros], embora nunca saibamos bem quais são os melhores. Podia ter feito melhor na segunda tentativa mas voltei a apanhar tráfego. Mas estou contente, até porque estou no lado limpo da pista", referiu o veterano piloto brasileiro.

Depois dos homens da Brawn GP ficou o segundo Red Bull de Mark Webber, seguido por Jarno Trulli, do Toyota. Kimi Raikonnen e Felipe Massa conseguiram levar os seus Ferrari à Q3, e conseguiram, respectivamente, o sexto e sétimo tempos. Dada esta época, até foi um bom resultado colectivo, mas uma desilusão em relação aos anos anteriores, pois Felipe Massa é o actual "Sultão turco" devido às suas três vitórias consecutivas em Istambul...

A fechar o top ten ficaram o Renault de Fernando Alonso, o Williams de Nico Rosberg e o BMW Sauber de Robert Kubica, que finalmente consegue meter o seu carro na Q3. Se a Ferrari consegue dar um ar da sua graça, a McLaren vive dias de amargura: Heiki Kovalainen e Lewis Hamilton estão no fundo da tabela, na 14ª e 16ª posições. Hamilton, o actual campeão do mundo, nem passou da Q1! Mas ficou á frente de Nelson Piquet Jr...

Para finalizar, deixo uma frase com as expectativas de Vettel para amanhã. Quando lhe mostraram que todos os vencedores do GP turco partiram da pole-position, afirmou: "Estamos a dar o nosso máximo para mantermos essa estatística". Ele não vai leve para a corrida?

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Feliz Aniversário, Rianov!

O soviético favorito da Blogosfera (não, não é o Flávio Gomes...) fez anos. Rianov Albinov, dono do fabuloso F1 Nostalgia e actualmente a escrever no site Motorpassion, comemorou ontem mais um aniversário natalicio. Certamente deve ter comemorado em grande com a sua familia e amigos, espero que sim!


Para celebrar essa data, decidiu criar um desafio impossivel. Sim! Não é que ele vai sacar uma foto de quase impossivel identificação? Um teste feito no inicio de 1982, no circuito de Paul Ricard, a bordo de um Ligier. Ele quer saber quem é o senhor que está sentado no "cockpit". Alguém sabe? Eu deixei o meu palpite no site...


E já agora... Feliz Aniversário, Rianov!

GP2 - Ronda 3, Istambul (Qualificação)

Ao mesmo tempo que temos a Formula 1, a GP2 também corre este fim de semana, e a qualificação teve lugar esta tarde, com o alemão Nico Hulkenberg na pole-position, a sua primeira da carreira, e os Ocean em boa posição, depois de terem liderado nos treinos livres da manhã. O indiano Karun Chandhok foi quinto e o português Alvaro Parente irá partir da sétima posição, no melhor resultado de conjunto da equipa nesta temporada.

Hulkenberg bateu o italiano Luca Fillipi, da Super Nova Racing, por um décimo de segundo, dando a primeira posição da grelha à ART. Na segunda fila da grelha ficaram os Addax de Romain Grosjean e Vitaly Petrov, que ficaram na frente de Chandhok. A qualificação deu com que falar na sua fase final, quando Petrov parou no meio da pista, alegadamente devido a uma avaria na caixa de velocidades, obrigando a amostragem de bandeiras amarelas. Nessa altura, quer Parente, quer Chandhok estavam em pista, e as suas performances ficeram irremediavelmente prejudicadas.


Apesar dos resultados terem sido um pouco aquém das expectativas, confiança não falta nas bandas da equipa de Tiago Monteiro para as corridas do fim de semana. Pelo menos é o que transpira nas declarações dos seus pilotos:



"Podíamos estar no Top 3 sem grandes problemas, porque tanto de manhã como na qualificação estivemos sempre nos primeiros lugares. Mas depois tanto tempo sob bandeira amarela não permitiu aproveitar o segundo jogo de pneus. Acontece, mas mesmo assim não estamos mal. Penso que teremos uma boa afinação para a corrida e partir da terceira linha abre boas perspectivas. Sem dúvida que o carro melhorou muito desde que começámos em Barcelona. A frente está muito mais precisa e há outros pequenos pormenores que fazem muita diferença. Vamos fazer tudo para merecer um bom resultado", diz Chandhok.


"Nos últimos minutos estava a fazer uma volta muito rápida mas no último sector fiquei atrás do Pastor Maldonado que estava numa volta lenta. Depois veio a situação da bandeira amarela que me prejudicou tal como aconteceu a tantos outros pilotos. Mesmo assim o lugar na quarta linha é bom e deixa em aberto uma boa corrida. O carro está bom nos treinos livres mostrámos que estamos cada vez mais competitivos. Estou confiante para as duas corridas aqui na Turquia," garante Parente.


A primeira corrida da jornada dupla em terra turcas começará às 14 horas de amanhã.

Formula 1 - Ronda 7, Turquia (Treinos)

Duas semanas depois do travado Mónaco, passamos para o veloz circuito de Istambul, na Turquia, com os treinos de hoje, sempre "a feijões", a demonstrarem o típico dos treinos livres: Nico Rosberg na frente numa sessão, e Heiki Kovalainen a liderar noutra.
Na primeira sessão de treinos livres, Nico Rosberg valeu o epíteto de "rei das sextas-feiras" ao ser mais rápido, batendo o McLaren de Lewis Hamilton, que tinha liderado grande parte da sessão. O piloto alemão conseguiu o tempo de 1.28,952 segundos, mais 0.311 segundos que o actual campeão do mundo. Jarno Trulli, da Toyota, ficou na terceira posição, com o tempo de 1.29,271 segundos, a escassos oito milésimos de segundo de Hamilton. Sebastien Vettel, no seu Red Bull, foi o quarto.

Os Brawn-Mercedes de Rubens Barrichello e Jenson Button foram respectivamente, nono e 11º classificados, a mais de meio segundo de Rosberg. quanto aos Ferrari, Felipe Massa classificou-se na quinta posição, e Kimi Raikonnen foi sétimo.

Na segunda sessão do dia, o McLaren de Heikki Kovalainen foi o mais rápido, colocando o seu McLaren-Mercedes à frente do Renault de Fernando Alonso por apenas... 0.006 segundos! Isso demonstra que o carro do piloto espanhol estará melhor do que nas últimas provas, fruto das novas melhorias introduzidas no R29.

Nesta sessão, o BMW Sauber de Robert Kubica fez o terceiro tempo, a pouco mais de dois décimos de segundo do mais rápido, na frente do Williams de Kazuki Nakajima. Nico Rosberg, o "rei da sexta-feira", foi apenas sétimo, batido pelo Red Bull de Sebastien Vettel e pelo Toyota de Jarno Trulli. Rubens Barrichello foi oitavo, e o seu compatriota Felie Massa foi 11º, logo à frente do actual líder do Mundial de Formula 1, Jenson Button.

O 12º lugar do piloto inglês colocou-o logo na frente de Lewis Hamilton, mas pior, pior, ficou Kimi Raikonnen, que foi apenas 15º classificado na grelha. Mas este ficou a 0.679 segundos de Kovalainen, o que evidencia o enorme equilibrio existente na actual grelha de partida. Amanhã vai ser a qualificação, e como é obvio, será o momento da verdade... Vamos ver mais do mesmo ou haverá alguma surpresa?

GP Memória - Estados Unidos 1989

Uma semana depois da Cidade do México, a Formula 1 chegava aos Estados Unidos, e iria estrear um novo circuito citadino numa remota localidade com tradição no desporto automóvel, devido ao seu pequeno circuito oval nos arredores da cidade. Phoenix, a capital do estado do Arizona, parecia ser um local improvável para se albergar a Formula 1, especialmente no meio do deserto. Mas as ruas alargadas dessa cidade foram as escolhidas para suceder a Detroit como local para albergar o Grande Prémio dos Estados Unidos.


Ainda por cima, a corrida desse ano iria ser disputada no inicio de Junho, numa altura em que o deserto americano faz das suas, com temperaturas a rondar os 40 graus Celsius. Logo, sol e muito calor esperavam máquinas e pilotos para o fim-de-semana competitivo, num circuito muito travado (nove curvas eram feitas em segunda velocidade…) onde a Lótus comemorava o seu 400º Grande Prémio da sua carreira. Nas pré-qualificações de sexta-feira de manhã, com os Brabham de Martin Brundle e Stefano Modena a conseguirem facilmente a passagem aos treinos qualificativos, o Onyx de Stefan Johansson e o Dallara de Alex Caffi ficaram com as restantes duas vagas.


Um dia depois, as qualificações deram a Ayrton Senna a sua oitava polé-position consecutiva e finalmente, batia o recorde que pertencia a Jim Clark e que tinha igualado na semana anterior, no México. A seu lado estava, a mais de 1,4 segundos do piloto brasileiro, o seu companheiro Alain Prost. Na segunda fila estava Alessandro Nannini, no seu Benetton, tendo a seu lado o Ferrari de Nigel Mansell. O quinto na grelha era o Brabham de Martin Brundle, com Alex Caffi a seu lado, no Dallara-Judd. O segundo Brabham de Stefano Modena era sétimo, à frente do segundo Ferrari de Gerhard Berger. A fechar o “top ten” estavam o Tyrrell de Michele Alboreto e o Arrows de Derek Warwick.


Dos 30 pilotos que foram permitidos treinar nessa qualificação, os quatro azarados foram os Ligier de René Arnoux e Olivier Grouillard, o Larrousse de Yannick Dalmas e o Coloni de Roberto Moreno.


Na partida, Senna é superado por Prost, mas na primeira curva, o brasileiro recupera a liderança. Nannini, o terceiro, estava a queixar-se de dores no pescoço, devido a uma batida no “warm up”. Abandonou na décima volta, devido a problemas físicos. Mansell herda a posição, seguido do Brabham de Modena, o Dallara de Caffi, o Brabham de Brundle.


Com o avançar da corrida, Senna ganha distância sobre Prost, mas a partir da vigésima volta, o motor do seu McLaren começa a soar estranho, e se de inicio não afectou a condução, a partir da 30ª volta Prost aproxima-se e apanha Senna na liderança. Nessa altura, Mansell fica com o alternador do seu Ferrari avariado e Gerhard Berger e Alex Caffi ascendem á segunda e terceira posição. O Williams de Riccardo Patrese e o Arrows de Eddie Cheever estão atrás, e Brundle é sexto.


Na volta 44, depois de se atrasar bastante, Senna desiste com uma avaria eléctrica. Prost passa para a frente, com Berger em segundo e Patrese em terceiro. Poucas voltas depois, outro momento cómico do ano, protagonizado por Andrea de Cesaris: na volta 51, estava a ser dobrado pelo seu companheiro Alex Caffi, quando… toca nele e o coloca fora de pista! De Cesaris acabou a corrida na oitava posição, mas provavelmente deve ter voltado a pé para o hotel…


O final de corrida transformou-se mais numa prova de resistência. Levado até ao limite de duas horas, Berger desistiu na volta 61, com um alternador avariado, e Jonathan Palmer perdeu um quarto lugar garantido devido à… falta de gasolina. O lugar foi herdado pelo Rial de Christian Danner que partira… da última posição. No final, que aconteceu na volta 75 das 81 previstas, Alain Prost vencia pela segunda vez no ano, seguido por Patrese e Eddie Cheever, que iria conseguir o seu último pódio da sua carreira. Depois de Danner, chegaram o Benetton de Johnny Herbert e o Williams de Thierry Boutsen.


Fontes:


Santos, Francisco – Formula 1 1989/90, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1989

Vatanen a presidente? Se for, eu apoio!

Li isto, esta tarde, no Blog do Ico.


Sabe-se há bastante tempo que a FOTA procura por um opositor a sério para contestar Max Mosley na FIA, nas eleições de Outubro. Eleições essas que Mosley poderá concorrer de novo, mostrando que após 18 anos no poder, ainda quer ficar lá até morrer. Sabe que tem o apoio das federações, já que até agora não apareceu ninguém a sério para o contestar.


Ninguém a sério... até agora. Pode haver um sério rival à sua presidência, que tem o melhor de dois mundos: foi piloto de competição, e tem experiência politica: o finlandês Ari Vatanen.





Um dos muitos "finlandeses voadores" que puluaram na década de 70 e 80 nos Ralies, Vatanen tem 52 anos e correu pela Ford, Peugeot e Subaru. Correu em máquinas lendárias como Ford Escort e o Peugeot 205 Turbo 16. Foi campeão do Mundo de Ralies em 1981, tendo como navegador David Richards. Sim, o actual patrão da Prodrive...


Em 1985, sofreu um acidente bastante grave no Rali da Argentina, no qual ficou quase dois anos a recuperar dos seus multiplos ferimentos, e depois foi correr no mítico Rali Paris-Dakar, onde uma das suas edições, a de 1987, foi tão acesamente disputada com Jacky Ickx, que Jean Todt, então director desportivo da Peugeot, teve de a desmpatar via moeda ao ar. Ganhou o finlandês.


Correu no Mundial de Ralies até 1998, com carros como o Ford Escort RS Cosworth e o Subaru Impreza, na equipa do seu amigo David Richards. Depois envolveu-se na politica. Alinhando pelos conservadores europeus, foi eleito em 1999 para o Parlamento Europeu, primeiro por um partido finlandês., e depois pelos franceses da UMP. A razão dessa mudança? Simples: já vivia em França há mais de 15 anos...


Mas as suas tarefas no Parlamento Europeu não o impediam de participar em competições. Prova disso foi que particicipou no Rali Dakar de 2007, alinhando num Volkswagen Touareg, onde não conseguiu chegar ao fim.


Portanto, eis alguém que está no melhor de dois mundos. Espero que aceite mais este grande desafio pela frente, pois bem precisamos de alguém que combine o amor pelo desporto pelas preocupações politicas prementes, quer na Formula 1, quer em Le Mans, quer, claro, nos Ralies. E ainda por cima, está um pouco "fora" da actual orbita de Max Mosley e Bernie Ecclestone. Se aceitar o desafio, tem todo o meu apoio!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

5ª Coluna: Tudo calmo na frente ocidental...

Fim-de-semana sem Formula 1, anda tudo numa calmaria tão grande, que este silêncio parece ser ensurdecedor. Ao mesmo tempo, temos a avalancha de anúncios de novas equipas de Formula 1 para 2010, cujo prazo para a inscrição expirou no passado dia 29 de Maio. Mas ainda estamos à espera de uma confirmação por parte da FIA, que acontecerá na próxima sexta-feira, dia 12 de Junho. Qual vai ser a surpresa reservada?


Formula 2: um novo começo e um piloto de futuro


Vamos ao fim de semana que passou. Sem Formula 1, tivemos o WTCC em Valência, bem como o começo da Formula 2, que ressuscitou após 25 anos de hibernação. Se no primeiro caso, a Seat e a BMW venceram as corridas do fim de semana, demonstrando que as coisas estão um pouco normalizadas, depois da polémica da etapa anterior, no circuito francês de Pau, e com um bom resultado para as cores portuguesas, com Tiago Monteiro a subir ao pódio na segunda posição, após a primeira corrida, no caso da Formula 2, apadrinhada por Max Mosley, que fez questão de se apresentar no circuito espanhol, o grande dominador foi o canadiano Robert Wickens, que venceu as duas corridas do fim de semana. Não fiquei surpreso com ele, pois apesar dos seus tenros 20 anos, tem enorme experiência em monolugares: World Séries by Renault, A1GP, Formula 3 e agora Formula 2. E foi sempre um vencedor. Auguro um enorme futuro na Formula 1, caso chegue lá, e trilhar os caminhos vencedores encetados no passado pela família Villeneuve… olho nele, pessoal!


As novas equipas: uma cortina de fumo?


No dia 29 de Maio, data da inscrição das novas equipas, muitos, quando viram a inscrição das equipas FOTA no calendário de 2010, soltaram frases de alivio, afirmando que a guerra FOTA-FIA tinha acabado. Nesse mesmo dia, disse no meu blog a seguinte frase: “Parece que depois de toda aquela conversa de que iria haver cisão e dois campeonatos em 2010, o facto de hoje todas as equipas FOTA terem confirmado a sua inscrição dá a ideia de que todos viraram amiguinhos e tudo ficou em paz. Nada mais enganador, pessoal!”


O tempo está-me a dar razão. Hoje, Max Mosley veio a público afirmar que a FIA não vai ceder pois as condições impostas pelas equipas para participarem na próxima temporada são irreais. "Quem faz as regras é a FIA. Há 60 anos que é assim e vai continuar dessa forma. Algumas das propostas que a FOTA apresentou são absolutamente irreais, como por exemplo o pedido de um novo Pacto de Concórdia. Não é possível que esteja pronto a 12 de Junho”, declarou ao jornal suíço Motorsport Aktuell.


E deixou uma ameaça clara: “Temos um conflito, e vamos ver quem vai vencê-lo. Para mim as coisas são claras: Se querem impor as vossas próprias regras então façam-no num vosso campeonato. Mas garanto que haverá campeonato de Fórmula 1".


Do lado da FOTA, Stefano Domenicalli, o director desportivo da Ferrari, enumerou no passado dia 29 de Maio, dia da inscrição provisória das equipas na sede da FIA, em Paris, as condições da organização para continuar na Formula 1 em 2010:


"As equipas submeteram uma inscrição de conjunto que só nos compromete a continuar no campeonato da FIA se esta aceitar as nossas condições:

1 - Que um novo Pacto da Concórdia seja assinado até ao dia 12 de Junho;

2 - Que as regras técnicas e desportivas tenham por base os regulamentos de 2009 com as alterações por nós propostas e que diminuirão em muito os custos de participação das equipas;

3 - Que não exista tecto orçamental por esse não fazer sentido face às nossas propostas; e que as nove equipas que estão activas no seio da FOTA sejam aceites em bloco sem que nenhuma fique de fora do Mundial de 2010.

Caso sejam respeitadas as nossas exigências, teremos todos muito gosto em continuar na Formula 1 para além do final deste ano, pois com o novo Pacto da Concórdia todas as equipas se comprometem a permanecer na categoria até ao final de 2010. Caso isso não aconteça, iremos estudar em conjunto alternativas para continuarmos a competir ao mais alto nível, pois a F1 deixará de ser o topo de tecnologia e da competição automóvel."



Os dias que se seguiram ao “deadline” de 29 de Maio mostraram uma série de notícias a conta-gotas sobre novas equipas: Superfund, March, Brabham, Épsilon Euskadi… todas elas são equipas com nome mas sem estrutura por trás, excepto a Brabham e a Épsilon. Mas reparem: a antiga equipa de Jack Brabham foi detida durante 15 anos por um tal “anãozinho tenebroso” chamado Bernie Ecclestone… em suma, desconfio que todas estas equipas não sejam mais do que “tigres de papel”, uma série de noticias largadas por alguém ligado à FIA para mostrar à FOTA que podem ir à sua vida, que terão equipas suficientes para manter a Formula 1, à maneira de Ecclestone e Mosley, com o seu tecto salarial e tudo o mais.


Mas então reparem: se Mosley quer esticar a corda, para quê se apoiar nestes “tigres de papel”, sem grande credibilidade, excepto por dois ou três? Na realidade, ele está a apostar todas as suas fichas na coesão da FOTA. É um teste, para saber se as ameaças são para ser levadas a sério. Sabe que a Williams e a McLaren estão internamente fragilizadas, e pode manipulá-las à sua vontade. Se no primeiro caso, a Williams tem contratos com FIA para construir os chassis da Formula 2, no segundo caso, tem ainda a ver com as consequências do “Liargate”, que evitou a sua exclusão da Formula 1 este ano. Se essas duas ficarem na Formula 1, outras poderiam seguir o seu exemplo, como a Brawn GP e a Force Índia. Assim só sairiam as construtoras, como a Ferrari, BMW, Renault e Toyota. Mas esta última já disse que ficaria até 2012.


Neste momento, todos os cenários estão em cima da mesa. Mas eu digo que a maior parte destas equipas, da maneira como estão a ser anunciadas, são autênticos “tigres de papel”. E a FOTA afirma que as suas inscrições estão condicionadas pelas regras que querem impor até ao “deadline” de 12 de Junho. Uma imposição que Mosley já disse que não aceitará. E depois?


Depois… pode ser uma nova fase da guerra FOTA-FIA. Veremos se será mais dura do que a anterior. Mas até lá, gozemos o fim-de-semana turco, quer na Formula 1, quer na GP2. Até lá!

Afinal... temos polémica! Brabham ameaça processar Formtech

A inscrição da Brabham poderá estar envolvida em polémica. A Formtech, equipa alemã, presidida por Franz Hilmer, que anunciou anteontem a inscrição no Mundial de Formula 1 de 2010 sob esse nome, poderá ser alvo de um processo judicial por parte da familia Brabham por uso indevido do nome.


"Sir Jack Brabham e a familia Brabham expressaram a sua surpresa com as notícias recentes que indicam a inscrição de uma equipa para o Mundial de 2010, por parte da Formtech, com a intenção de funcionar como Brabham Grand Prix Limited. A família gostaria de deixar claro que não estão envolvidos com a Brabham Grand Prix Limited e não receberam qualquer contacto acerca dos planos da companhia de reavivar o seu histórico nome na Fórmula 1. A família está a receber aconselhamento jurídico e irá tomar os passos necessários para proteger o seu nome, reputação e os seus interesses", lê-se na declaração emitida pela família Brabham, citada pelo Autosport inglês. Isto demonstra que a familia de Sir Jack Brabham não foram nem tida, nem achada, no processo de uso do seu nome para uma nova inscrição na Formula 1.


A Formtech, estrutura alemã que fornece componentes para várias equipas de Formula 1, enviou na semana passada a sua candidatura para o Mundial de 2010 de Fórmula 1, optando pelo nome Brabham Grand Prix e recorrendo às infra-estruturas da antiga equipa Super Aguri, que adquirira em leilão no ano passado, após a falência da empresa.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A história do Formula 1 português

Numa altura em que toda a gente decidiu anunciar a sua inscrição no campeonato de Formula 1 na temporada de 2010 (só faltam a Lotus e a Tyrrell para completar o ramalhete...), o Luiz Alberto Pandini colocou, no seu mais recente "Mosca Blanca", um conjunto de desenhos mandados pelo projectista Ricardo Divila, sobre um Formula 1 português. Isto veio avivar-me a memória, pois ouvi muito sobre esse projecto, em 2006.


Lembro-me porque o descobri numa matéria do site 8W, que por sua vez, me levou a um fórum, o F1Portugal.com, onde um diligente forista, o Luis Grave, se encarregou de em 2005, traduzir a matéria publicada em Setembro de 1976 pela revista francesa Auto-Hebdo. Segundo o artigo, eles falavam que este carro teria um motor Cosworth normal, e que se estrearia no GP de Espanha, ou da Belgica, do ano seguinte, com a particularidade de ter... oito travões de disco! As duas pessoas que estavam por detrás disto eram o Eng. Bravo Marinho e José Megre (desconheço se é "o" José Megre...)

Enfim, eis o artigo traduzido para português. Se algum de vocês souber mais alguma novidade sobre o projecto, nomeadamente se isto tinha fundamento ou não, ou então porque ele não foi para a frente, já sabem: falam comigo ou para o Pandini.


NOVIDADE: UM FORMULA 1 PORTUGUÊS

Auto-Hebdo, Setembro 1976

Ainda não passou do estado de planeamento, mas merece indubitavelmente toda a nossa atenção em particular no caso de os autores obtenham os apoios necessários. Este projecto, de carácter nacional, não lhe falta nem audácia nem ousadia, mas deve ser considerado com reservas porque, como bem sabemos e a história demonstra, vai um longo caminho desde o projecto técnico até á pista. Eis aqui as bases daquilo que poderá ser no futuro o primeiro Fórmula 1 português.

Aquando do Grande Prémio de Monza conheci o Bravo Marinho. Sorrindo, mas com ar reservado, acedeu facilmente a nos falar do seu projecto.


- Quando é que este projecto surgiu?

- Existia em Portugal uma equipa dois litros, a B.I.P. (Banco Intercontinental Português). Essa equipa obteve uma vitória em Spa-Francorchamps, em 1974, com um Lola 2l. Deverí­amos ter construído este F1 em 1975, mas o banco foi nacionalizado na sequência dos acontecimentos em Portugal. Este ano tornamos a pegar nos desenhos do carro e adaptámo-los às regras actuais.

- Como é composta a vossa equipa?

- A equipa é composta por três elementos: o engenheiro José Megre e o técnico João Pereira ocupam-se da parte mecânica. Pela minha parte sou responsável pelo desenho e estudo da forma do carro.

- O formato do carro não é inovador?

- Sim. Nos F1 actuais a sua forma não permite que o ar que se encontra debaixo do carro de escapar, provocando perturbações. Após os nossos estudos, concluímos que uma forma arredondada melhorava este efeito na parte debaixo do carro. O que origina mais “downforce”, aumentando a pressão sobre as suspensões.

- Falando de suspensões, a sua disposição não é invulgar?

- Sim, os amortecedores foram colocados em V. A explicação é simples. Uma pressão vertical é exercida sobre as rodas. Esta reparte-se sobre os amortecedores, juntando-se à pressão de que falei anteriormente. Resumindo, obtêm-se a convergência de todas estas forças nos dois pontos A e B (ver esquema) assegurando desta forma uma melhor estabilidade do carro.



- Que motor estão a pensar utilizar?

- Muito provavelmente um Ford Cosworth. Já efectuamos ensaios a diversos motores. Este permite-nos de desenhar uma culassa de design revolucionário, que permite aumentar a potência de 480 HP para cerca de 650 a 700 HP. Como compreende, não posso dar mais pormenores.

- Esse aumento de potência não vos vai colocar problemas ao nível da refrigeração e da travagem?

- No que diz respeito ao circuito de refrigeração, não temos grandes problemas após a colocação lateral dos radiadores de óleo e água. Para a travagem temos uma inovação: o carro estará equipado com oito discos de travão de pequena dimensão. Quatro serão acoplados às rodas e os outros quatro estarão junto ao chassis.

- Já estabeleceram contactos com patrocinadores?

- Sim, já temos acordos de patrocí­nio com a Magneti Marelli e a Speedline. No entanto procuramos um patrocinador português (Vinho do Porto) que nos permita criar uma equipa portuguesa, à imagem da Ligier em França.


- Quando prevê que esteja pronto o vosso carro?



- Se os contactos com os patrocinadores se concretizarem rapidamente, pensamos estar prontos para o Grande Prémio da Espanha ou da Bélgica. (de 1977)



Testemunho recolhido por:


Fabrice ROUVEYROL.



CARACTERISTICAS:


CONSTRUÇÃO


- Chassis tubular.
- Via dianteira: 2500 mm.
- Via traseira: 1370/1470 mm.
- Travões: 8 de concepção especial e diâmetro reduzido (4 nas rodas e 4 no chassis).
- Suspensões: dianteira e traseira em V com amortecedores na projecção das forças convergentes.


MOTOR
Ford Cosworth DFV V8, 2.995 cc.
- 85,6 x 64,8.
- Potência/RPM: 480HP/11000.
- Radiadores de óleo e água em posição lateral. Culassas especiais permitirão obter cerca de 650 a 700 HP de potência.

Um mistério com 25 anos

Hoje comemoram-se os 25 anos do GP do Mónaco de 1984, a (meia) corrida que revelou o talento de Ayrton Senna e de Stefan Bellof à chuva. O brasileiro, no seu Toleman, e o alemão, no seu Tyrrell, foram respectivamente segundo e terceiro classificado, numa corrida interrompida na volta 32, em 76 previstas.


Depois de um atraso de 45 minutos em relação ao horário da partida, e sob chuva insistente, que ameaçava agravar, o então comissário de corrida do GP do Mónaco, o belga Jacky Ickx, provavelmente traumatizado com os eventos de 1972, onde sofreu para chegar na segunda posição dessa corrida, ganha pelo BRM de Jean-Pierre Beltoise, decidiu exibir a bandeira de xadrez na volta 32, quando deveria ter exibido a bandeira vermelha. Nessa altura, Senna já tinha apanhado o lider, o francês Alain Prost e prestava-se para ultrapassar.


Na altura, houve muita contestação ao desfecho. Os jornais ingleses falaram que Ickx favoreceu uma vitória Porsche no Mónaco (ele era na altura piloto da marca no Mundial de Sport-Protótipos, e o McLaren de Prost tinha motor feito pela Porsche) e muitos não gostaram dessa decisão. Mas o mais intrigante é algo que descobri anos mais tarde num livro escrito por Ivan Rendall, o "Bandeira da Vitória - História do Automobilismo", cujo excerto passo a colocar aqui:


"(...) Na precisa altura em que [Senna] parecia ser capaz de concretizar a ultrapassagem, as bandeiras vermelhas foram expostas. Prost desacelerou e deixou Senna passar, mas era demasiado tarde e a corrida foi ganha pelo piloto da McLaren, com apenas metade dos pontos a serem atribuidos. O Director de Prova, Jacky Ickx, tinha decidido que as condições eram demasiado perigosas, uma decisão que, de imediato, lhe valeu a acusação de favorecer uma vitória francesa. Mais tarde, a FISA multou Ickx em seis mil dólares e suspendeu a sua licença como Director, por não ter consultado os Comissários Desportivos antes de ter tomado a decisão."


Este episódio também está na Wikipédia, e com fonte. Acho estranho, pois muita gente contesta este facto. De inicio, achei isto verídico, mas como desde há algum tempo isso foi colocado em dúvida, faço esta pergunta aos meus visitantes e colegas da Blogosfera: até que ponto esta coisa dos 6 mil dólares de multa é verdadeira ou é um "hoax" (fraude)? Confesso que essa dúvida me remoi até hoje. E gostaria de ver isto definitivamente esclarecido, ou seja, uma prova irrefutável a dizer que Ickx nunca foi multado. Ou então, se o Mr Rendall é um Lemyr Martins em versão anglo-saxónica, de onde é que surgiu esta "mentira" que de tantas vezes contada, se tornou verdadeira? Em 1984 estavamos na era pré-Internet...


Hoje, meus amigos, dava jeito a vossa ajuda. Quem quer colaborar para resolver esse mistério?

Noticias: Brabham inscreveu-se para 2010

Já desconfiava de que iriam aparecer mais nomes para 2010, depois da "surpresa" Superfund, revelada no Domingo. Ontem a revista alemã Motorsport Aktuell noticiou que a Formtech, uma equipa que fornece peças para as equipas de formula 1 e comprou no ano passado o espólio da Super Aguri, detêm o nome Brabham e a inscreveu para a próxima temporada.




Ao abrigo das novas medidas propostas pela FIA para a contenção de custos, a Brabham juntou-se às restantes 17 inscrições para a Formula 1 em 2010. E não é o unico nome do passado: Lola e March também se inscreveram para a próxima temporada. Contudo, a hipótese de ser válida é pouca, pois somente a FIA tem três vagas para a próxima temporada, sendo que a Prodrive, Lola e USGPE são as mais fortes hipóteses. Contudo, a Formtech tem o "know-how" e as estruturas necessárias, pois pode usar quer a sede da extinta equipe de Aguri Suzuki, em Leafield, na Inglaterra, como base, quer a fábrica da empresa, em Niederwinkling, na Alemanha.

The End: Tony Maggs (1937-2009)

O piloto sul-africano Tony Maggs, que competiu pela Cooper entre 1962 e 63, e certamente um dos pilotos mais consistentes da sua época, morreu ontem á tarde na sua casa em Pretoria, na Africa do Sul, devido a complicações de ordem pulmonar. Tinha 72 anos de idade.


Maggs foi o piloto do seu país com maior palmarés até á chegada à Formula 1 de Jody Scheckter, doze anos mais tarde, para conquistar o seu título mundial. Na biografia que escrevi sobre ele em Dezembro de 2007, afirmou que começou a correr em 1958 no seu país natal, num Austin-Healey, para depois correr em Turismos na Europa. em 1960, corre na Formula Junior, onde se torna campeão em 1961, a bordo de um Cooper T56, pertencente à equipa de Ken Tyrrell. As suas performances não passaram despercebidas a Charles e John Cooper, que o contrataram em 1962, substituindo Jack Brabham e correndo ao lado de Bruce McLaren.


Conhecido pelo seu capacete amarelo vivo, Maggs conseguiu três pódios: dois segundos lugares em França 62 e 63, bem como um terceiro lugar no seu Grande Prémio natal, em 1962. Porem, o seu contrato não é renovado após a temporada de 1963, decidindo correr pela Scuderia Centro-Sud na temporada de 1964, ao volante de um BRM. A sua última corrida na Formula 1 foi o seu GP natal de 1965, a bordo de um Lotus 25 da Reg Parnell Team, terminando na 11ª posição. Em Junho desse ano, quando corria em Pietermaritzburg, atropela mortalmente uma criança e para de correr.


Em paralelo com a sua carreira na Formula 1, correu nos Turismos. Venceu por duas vezes as 9 Horas de Kyalami e disputou algumas edições das 24 Horas de Le Mans, sendo que o seu melhor resultado foi um sexto lugar na edição de 1964, ao lado do britânico David Piper. Depois da sua carreira competitiva, Maggs retirou-se para a sua quinta, situada no norte da provincia do Transvaal, e foi noticia mais uma vez quando sobreviveu a um desastre aéreo, que matou um dos trabalhadores.


Maggs encontrava-se doente há já vários meses e o desfecho verificou-se hoje. E de uma era onde os sobreviventes foram poucos, estes lentamente se vão. Ars lunga, vita brevis.

Speeder Questiona... Patricia Silva (New Grid Girl)

Depois de ter publicado na semana passada a entrevista com a Ingryd Lamas, publico outra entrevista com mulheres, e esta é de uma recém-chegada à Blogosfera. Patrícia Silva é o nome civil da Godess, nascida em Minas Gerais a 20 de Maio de 1985 e nutricionista de profissão. Vive em Curitiba desde há seis meses, após viver a maior parte da sua vida em São Paulo. A sua paixão pela Formula 1 ganhou-a através do seu pai e irmão. E essa paixão resultou na formação, há mês e meio, do blog “Formula 1 – Outro Ângulo”.


Neste sítio, a fotografia é rei. E vai muito mais do que falar sobre corridas e campeões. Aqui, fala-se tudo sobre o automobilismo, mostrando todos os seus aspectos. É um blog de alguém apaixonado pela matéria, mas consegue ter bom gosto nas suas escolhas. Uma paixão que, segundo ela, “quase não cabe mais no meu HD”.


1 – Olá, é um prazer ter-te aqui, neste humilde blog, a responder às minhas perguntas. Queres explicar, em poucas linhas, como surgiu a ideia do teu blog?

Tudo começou em uma conversa com uma amiga por msn. Estavamos trocando “fotinhos” de Formula 1 e ai, ela falou “Bem que a gente poderia fazer um blog sobre Formula 1, mas baseado principalmente em fotos, né?” Concordei e adorei a idéia. E em um rompante fui lá e iniciei a conta do blog. Ainda demorei alguns dias pra decidir que caminho seguir, e ai comecei a postar e o blog tá ai.


2 – O nome que ele tem, foi planejado ou saiu, pura e simplesmente, da tua cabeça?

Bom, queria mostrar pilotos e provas sobre ângulos diferentes em fotos, daí o nome. Claro que tem o fato de ser um blog feito por mulher sobre um assunto bem masculino, o que já sugere um ângulo diferente de ver os fatos também.


3 – Antes de começares este projecto, já tinhas tido alguma participação em outros blogues ou sites?

Nunca fui muito do tipo de comentar em blogs e sites. Sempre fui mais do estilo vouyer, de ler tudo, observar e adquirir conhecimento. De uns tempos para cá que tenho “frequentado” um pouco mais ativamente a “blogosfera”.


4 – Em que dia é que começaste, e quantas visitas é que já teve até agora?

Para falar a verdade não sei te informar o número de visitas. Ainda estou aprendendo a operar e a desvendar o misterioso mundo de ferramentas de um blog. Meu blog é recém-nascido (de 15 de Abril), acabou de completar um mês de vida.


5 – De todos os posts que já escreveste, lembras-te de algum que te orgulhe… ou não?

Bom, até o momento me orgulho de todos, foi bastante dificil escolher os temas e as fotos, mas gostei do resultado final deles. O mais dificil de fazer talvez tenha sido o de homenagem aos 15 anos da morte do Senna. Primeiro, porque todos os blogs iriam falar sobre o assunto naqueles dias e segundo que não queria falar sobre a morte dele em si. Depois de decidido como abordar o tema, a escolha das fotos foi novamente bem complicada, afinal como resumir a carreira do Senna em poucas fotos, mas que tivessem a dimensão do que ele foi e o que significa para a Fórmula 1? Mas acho que no final o resultado ficou até melhor do que eu esperava.


6 – Em que é que tu, escrevendo sobre Formula 1, consegues ser diferente dos outros?

Para escrever tem que tem um dom, que eu ainda acho que não tenho, pelo menos para me distinguir dos outros. A prosposta em si do meu blog não é narrar os fatos e sim mostrar como foi que eles aconteceram através das fotos.


7 – Daqueles blogues que conheces sobre automobilismo, qual(is) dele(s) é que tu nunca dispensas uma visita diária?

Perguntinha difícil esta, hein? Gosto de olhar todos os blogs, o Continental Circus, o F1 Database e o F1 Nostalgia são paradas obrigatórias. Mas gosto muito das histórias do Fittipaldionline, do Full Machine que tem um estilo muito similar ao meu e do GP Séries.


8 – Falamos agora de Formula 1. Ainda te lembras da primeira corrida que assististe?

Para falar a verdade não. Assistia as corridas, mas não me ligava em nome e fatos da época. Mas posso te dizer que a primeira temporada que acompanhei mesmo a fundo foi 1997 e de lá pra cá não perdi nenhuma.


9 – E qual foi aquela que mais te marcou?

Bom, a prova que mais me marcou não vou te dizer que foi pelo resultado, ou por ter sido uma grande prova, mas foi pela situação em si: GP Brasil de 2004 foi a primeira prova que assisti ao vivo e lembro até hoje de todas as emoções e sensações que vivenciei naquele fim-de-semana. O barulho dos motores, o cheiro do asfalto, as mudanças climaticas em Interlagos, apesar de ter passado raiva com Ferrari que só pra variar errou na escolha dos pneus do Rubinho, mas tudo bem. Valeu por tudo isso e foi marcante por ter sido a primeira.


10 – Fittipaldi, Piquet e Senna. Qual dos três é aquele que mais agrada, e porquê?

Pergunta difícil de responder. Gosto muito dos três e por motivos diferentes. Bom, como tenho que escolher digo Fittipaldi. Agora o porque: Bom, o Emmo foi uma espécie de pioneiro, grande responsavel pela paixão do brasileiro por Formula 1. Ele, merece a minha admiração, pois também vem de uma época em que o talento e a coragem era essenciais para se pilotar um carro e qualquer erro era quase fatal. Adoro também o Piquet e sua irreverência e seu estilo único de entender o carro de Fórmula 1 e o Senna por tudo que ele significou para a F1.


11 – E achas que algum dia, Felipe Massa vai fazer parte deste trio de campeões?

Neste momento acho que não. Ele teve a sua oportunidade, mas acho que ela passou. Hoje não vejo muitas possibilidades de isso acontecer, mas espero estar completamente errada a respeito deste assunto.


12 – Comparando-o aos três pilotos acima referidos, Massa é mais parecido com quem, e porquê?

Não dá para comparar os estilos destes três com o estilo do Massa. São pilotos totalmente diferentes e com estilos diferentes de pilotagem. O Felipe Massa é um piloto que ainda não tem a ousadia do Senna, a irreverencia do Piquet e nem a elagância do Fittipaldi. Tem um estilo arrojado e está a aprendendo a ser um pouco mais cerebral e menos passional em alguns momentos, mas longe ainda destes três gênios.


13 – Achas que o título de 2008 foi bem entregue?

Sim e não. Justo pela regulariedade do Hamilton, injusto porque no momento o Felipe Massa era o melhor piloto e estava com mais garra para ser campeão.


14 – Tirando os brasileiros, qual é para ti o piloto mais marcante da história da Formula 1, e por quê?

Bom, da história eu diria Fangio pela genialidade e Schumacher por ser tornar um piloto imbativel. Ele simplesmente foi batendo recordes e mais recordes dominando uma categoria por anos a fio, cravando seu nome na história. Agora admiro alguns pilotos e que me fizeram gostar deste esporte. Um deles é o Peterson. Fiquei louca quando o vi fazendo um drifting e pilotando um carro de 6 rodas. O outro é Gilles Villeneuve pela genialidade e ousadia, o cara não tinha nenhum limites, passava onde dava e onde não dava também e mesmo com o carro avariado persistia, um verdadeiro show de habilidade.


15 – Para além de Formula 1, que outras modalidades de automobilismo que tu mais gostas de ver?

Gosto de campeonatos de protótipos e o DTM.

16 – E achas que vale a pena falar sobre ele no teu blogue?

Mais para a frente quero falar sobre o assunto sim, principalmente sobre provas históricas de Le Mans.


17 – E miniaturas de carrinhos, tens algum?

Não. Sempre fui do tipo destruidora, meu pai não me deixava chegar perto de miniaturas, tinha medo que eu destruisse algum ou algo assim.


18 – Passando para a actualidade, como tens seguido a actual temporada da Formula 1?

Bom, com o pé atrás. Ainda estou estudando as mudanças que ocorreram. Até o momento não tivemos provas em que se pudessem realmente avaliar se as mudanças melhoraram ou não a categoria. Com relação a disputa, pode-se dizer que nesta temporada houve uma inversão de grid e é bom ver equipes que outrora foram figurantes passando ao papel principal no momento.


19 –Agora que a temporada começou, achas que Ross Brawn fez bem em escolher Rubens Barrichello em detrimento de Bruno Senna, na Brawn Grand Prix?

Sim, Rubens Barrichello é um piloto experiente e a Brawn necessitava disso neste momento atual. Pra mim, a eventual entrada do Bruno Senna na categoria seria precipitada.


20 – O que achaste sobre a polémica dos difusores? Era uma forma das outras equipas tentar corrigir o seu mau arranque, ou tinham razão?

Polémicas sobre componentes dos carros sempre vão existir, isso já ocorreu em outras épocas, e eu vejo como uma saida inteligente para se corrigir um problema que alguém encontrou. Se esta dentro do que o regulamento permite, sorte de quem foi mais esperto e se aproveitou da “brecha”, agora as outras que não enxergaram com tanta clareza o que podia ser feito, vão ter que deixar de chorar sobre o leite derramado e correr atrás.


21 - Com isto tudo, Jenson Button é o teu favorito ao título mundial?

Sim, eu não consigo torcer contra o Button. Talvez seja porque é um cara de boa, que merecia uma oportunidade melhor há muito tempo. Acho que se tudo correr dentro da normalidade, ele já é o campeão da temporada sim.


22 – Agora temos uma briga entre a FOTA e a FIA, sobre coisas como o sistema de pontuação e os custos controlados na Formula 1. Achas que esta briga será algo parecido com o que aconteceu em 1980, ou poderemos correr o risco de ver uma cisão na Formula 1, como aconteceu nos Estados Unidos?

Bom, acho que pode terminar com um novo Pacto de Concordia, como acabou em 1981, e vale a minha torcida para que seja assim. A cisão, a meu ver, só viria em caso extremo e na minha opinião poderia ser decretar o fim da Formula 1, pois novas categorias iriam surgir e estas jamais seriam as mesmas, mesmo se voltassem a se unir, como o que aconteceu com a IRL e a CART.


23 - “Correr é importante para as pessoas que o fazem bem, porque… é vida. Tudo que fazes antes ou depois, é somente uma longa espera.” Esta frase é dita pelo actor americano Steve McQueen, no filme “Le Mans”. Concordas com o seu significado? Sentes isso na tua pele, quando vês uma corrida, como espectador?

Concordo com o significado quando vejo corridas mais antigas, nas quais o piloto se arriscava por uma paixão: a de desafiar os limites de um carro. A formula 1 atual tem um monte de outros fatores envolvidos e correr por amor a velocidade não é mais assim tão verdadeiro.


24 – Já agora, tens alguma experiência automobilística, como karting? Se sim, ficaste a compreender melhor a razão pelo qual eles pegam num carro e andam às voltas num circuito?

Há muitos anos atrás, fui com uns amigos à um Kart em São Paulo. Foi bastante divertido a disputa, mas com o talento demonstrado pela minha pessoa na pista não creio que conseguiria uma me dar bem em uma temporada (risos).


25 - Tens algum período da história da Formula 1 que gostarias de ter assistido ao vivo?

Sim, claro, adoraria ter curtido os anos 70. Gostaria muito de ter sido testemunha dos primeiros titulos do Emerson e dos titulos do Stewart. Além é claro de ter visto Peterson fazer seus driftings ao vivo, Regazzoni, Ickx e outros correrem naquela época.


26 - Já alguma vez viste a briga entre o René Arnoux e o Gilles Villeneuve, no GP de França de 1979? Para ti, aquelas voltas finais significam o quê?

Para mim uma das melhores disputas da Formula 1, genialidade e ousadia de dois pilotos excepcionais. A cena favorita de 11 em 10 que adoram Formula 1 e um video essencial para quem quer começar a gostar do esporte. Pena que a Formula 1 nunca mais será a mesma. Sorte de quem pode assistir ao vivo no domingo e comentar na segunda. Deve ter sido maravilhoso.


27 – Jeremy Clarkson, o mítico apresentador do programa de TV britânico “Top Gear”, disse que Gilles Villeneuve foi “o melhor piloto que alguma vez sentou o rabo num carro de Formula 1”. Concordas ou nem por isso?

Não digo que Gilles foi o melhor piloto. Na minha opinião, ele foi com ser certeza um dos melhores, sem dúvida nenhuma correr estava em sua veia e a competitividade era parte dele. O Villeneuve era um autentico showman, era o cara de espetaculo, não conseguiu obter resultados expressivos, mas seus feitos foram realmente inesqueciveis.


28 - Costumas jogar em algum simulador de corridas, como o “Gran Turismo”, o “Formula 1”, ou jogos “online”, como o BATRacer ou o “Grand Prix Legends”?

Não tenho habilidade nenhuma com jogos, por isso nem me arrisco.


29 – E se fosses o Max Mosley, o que preferias ter na Formula 1? Uma grelha só de montadoras ou de “garagistas”?

Difícil, porque a Formula 1 surgiu essencialmente de montadoras, que corriam sobre a bandeira de seus paises. Depois tivemos uma fase em que as equipes garagistas dominaram a categoria e nos remete aos tempos aureos da modalidades. Gostaria de ver uma F1 com mais garagistas, mas não sem montadoras classicas como a Ferrari e Renault e de preferencia com uma equivalência entre as forças.


30 – Vamos falar do futuro próximo: Bruno Senna, Lucas di Grassi, Nelson Piquet Jr. Um já está lá, os outros dois querem lá chegar. Achas que algum dos três tem estofo de campeão? Se sim, qual?

Acho que todos têm potencial sim, pelo menos sangue de campeão, dois deles tem. Agora tudo depende de oportunidades e está ai o Hamilton pra provar isso. Destes três o que mais me agrada em estilo de pilotagem é o di Grassi.


31 - Que impressão é que ficas do novo projecto de Ken Anderson e Peter Windsor, a USF1? Achas que deve ser levado a sério?

Bom, estou como São Tomé nesta história, só vendo pra crer.


32 – Tens algum plano para o blog, no futuro próximo? Novas secções, meteres-te num podcast ou videocast?

Bom, ainda estou buscando a identidade no blog, tentando conquistar o meu espaço. O restante vem com o tempo e com a aprendizagem.