sábado, 8 de agosto de 2009

The End: Raul Solnado (1929-2009)



Ele foi eventualmente, para muitos da minha geração, um "avô da comédia". Muito do que se faz hoje, já ele fazia há quarenta anos, numa altura em que as coisas eram muito mais difíceis do que agora, pois aí vivia-se numa ditadura.
E no meio dessa ditadura, cujos ultimos anos se viviam no terror de uma guerra de independência em três frentes, que mobilizava a juventude daquele tempo, aparecia alguém a gozar a situação de forma subtil, e ao mesmo tempo, cómico. Foi o Raul Solnado e a sua "Guerra de 1908", e eventualmente foi dos momentos mais brilhantes da comédia portuguesa do século XX.


Depois, ele fez, com o Fialho Gouveia (um dos homens que anunciou, anos depois, na TV, os homens que estavam por detrás do golpe de Estado que derrubou essa ditadura, em 1974), e Carlos Cruz (outro apresentador famoso que caiu em desgraça com as acusações de pedofilia no Caso Casa Pia, denunciado em 2002 e que nunca mais acaba...) em 1969, aproveitando a abertura politica de então, um "talk-show" chamado Zip Zip, que prendia os portugueses nas Segundas-Feiras à noite. Desse tempo, Solnado contou certo dia que se encontrou com o presidente da Companhia das Águas de Lisboa, dizendo que nesse dia, pelas 10 da noite, eles detectavam uma enorma descarga de água nos seus sistemas. Veio-se a descobrir depois que isso coincidia com o intervalo do programa, quando centenas de milhares de pessoas iam para a casa de banho...


Ah! E sabem porque é que em Portugal os bilhetes são mais baratos às Segundas-Feiras? Isso foi implementado por causa deste programa, que comemora agora o seu 40º aniversário...





Pois é, pessoal. Hoje pode ser um dia triste para a comédia do nosso país, mas não devemos chorar. Devemos mas é fazer como outros senhores que nos deliciaram com momentos agradáveis e que conseguiam ser optimistas e tirar partido destes momentos tristes. Eles cantavam certa canção cujo refrão começava assim: "Always look on the bright side of life..." Ars lunga, vita brevis.

Noticias: Felix da Costa vence primeira corrida em Assen

O piloto português António Felix da Costa está definitivamente a caminho de um título na Formula Renault. Pelo menos na North European Competition. Na jornada dupla deste fim de semana, no circuito holandês de Assen, o piloto português da Motorpark Academy conseguiu não só a pole-position, como também a vitória na corrida desta tarde, no mítico circuito holandês.



Aliás, nesta corrida foi "barba, cabelo e unhas", pois não só conseguiu vencer, partido da "pole-position", como também conseguiu fazer a volta mais rápida da corrida, com um tempo cerca de meio segundo mais veloz do que o do segundo melhor e batendo mesmo... o seu tempo da qualificação. No pódio, Felix da Costa foi acompanhado por dois dinamarqueses: Marco Sorensen e Kevin Magnussen, o filho de Jan Magnussen, que passou na Formula 1 nos anos 90. Curiosamente, os três são da mesma equipa...



"De facto, arranquei muito bem e consegui ganhar preciosos metros para o segundo classificado. A partir dai continuei sempre a ganhar terreno, chegando a ter mais de 9 segundos de vantagem para o meu mais imediato perseguidor. Foi uma corrida sem grande história, mas que me permitiu ampliar a liderança do Campeonato Norte Europeu e me deixou ainda mais confiante para a segunda corrida deste fim-de-semana", comentou o piloto português.


"Aproveitei esta corrida como teste para o Europeu de Fórmula Renault, o meu principal objectivo desta temporada. Na parte final da corrida, tendo em conta o avanço que dispunha, tentei realizar algumas voltas rápidas para ver como o carro se comportava com os pneus usados e acabei por conseguir bater o tempo da qualificação, pelo que estou bastante satisfeito com o trabalho desenvolvido pela equipa que tem evoluído bastante de corrida para a corrida. Gostava de aproveitar para agradecer todo o trabalho efectuado até agora e que me tem permitido dominar ambos os campeonatos que participo, o Europeu de Fórmula Renault e Norte Europeu", concluiu.


Com este resultado, o piloto da Motopark Academy reforçou a sua liderança no campeonato, e é cada vez mais o favorito à vitória final. Amanhã disputa-se a segunda corrida desta jornada holandesa do NEC, com o piloto português a partir da oitava posição tendo em conta que a grelha é invertida.

Uma volta de avião diferente



O pessoal do mítico programa de automóveis Top Gear decidiu assinalar os 40 anos da chegada do Homem à Lua com algo diferente, mas significativo: um dos seus apresentadores, James May, decidiu dar uma volta de avião. Mas não num avião qualquer, foi no famoso avião-espião U2, da Força Aérea Americana, que consegue voar a 21 mil metros de altitude, em plena estratosfera. Isso é o dobro do que voa um normal avião comercial, só para terem um exemplo.


Quando se vê a reportagem e a maneira como May descreve a vista que se têm, lembro-me do Pálido Ponto Azul, do Carl Sagan, e da maneira como nós olhamos para a Terra. Todos dizem que quem se vai para o Espaço e volta, torna-se numa pessoa diferente. Dar a volta ao mundo a cada 108 minutos, de facto, é muito para a nossa mente. E é uma experiência poderosa.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Para começar o fim de semana...




Bom, aqui na Europa já é sexta-feira à noite, logo, o fim de semana já começou. Como estamos em Agosto, o mês de férias por excelência no Hemisfério Norte. Também é um mês dos festivais de Verão por excelência, embora não saiba se estes senhores andam a actuar nalgum...


Enfim, numa nota diferente, fica "We Are The People", dos australianos Empire of The Sun. Nâo sei se repararam nos disfarces, mas não parecem que é mais uma banda a pegar na onda revivalista dos anos 80?

Formula Renault: Felix da Costa espera resultado positivo em Assen

Depois de um interregno de um mês, o piloto português Antonio Felix da Costa volta à acção na Formula Renault 2.0, mais especificamente no North European Competition. O piloto da Motorpark Academy é o actual lider dos dois campeonatos em que participa, este e o Europeu. E este fim de semana corre no circuito holandês de Assen, para o campeonato NEC, onde está confiante num bom resultado.

"A equipa tem realizado um trabalho incrível, proporcionando-me um carro muito competitivo com o qual tenho conseguido excelentes resultados. O meu objectivo é conquistar a vitória do Campeonato Norte Europeu de Fórmula Renault 2.0 e tudo farei para o conseguir. Espero conseguir aumentar a minha vantagem em Assen, de forma a poder controlar as próximas corridas do NEC. Esta jornada é também muito importante para manter o ritmo competitivo a fim de estar em forma para as duas ultimas provas do Eurocup", referiu António Félix da Costa em http://www.felixdacosta.net/ .


Félix da Costa lidera o Campeonato Europeu de Fórmula Renault 2.0 com um total de 159 pontos, mais 31 que o seu mais directo adversário, o piloto finlandês Daniel Aho. Amanhã e Domingo acontecerão as duas corridas do fim de semana.

Laudismo do dia: "Schumacher arrependeu-se da decisão de abandonar em 2006"

Desde que ele se dedicou a analisar a actual situação da Formula 1, Niki Lauda tornou-se famoso pelas duas declarações polémicas, muitas vezes mais para o desbocado do que outra coisa. Só que claro, por vezes, lá acerta num ou outro "laudismo". E para os "schumachistas de plantão" (dos quais eu NÃO me incluo), ele hoje pode ter dito algo inteligente. É que o austriaco tricampeão do mundo afirmou que Michael Schumacher se arrepende de ter abandonado a competição em 2006.

"Ele não conseguiu desintoxicar-se do espírito competitivo, como vimos com as suas actividades nas motos. Na minha opinião, ele retirou-se no final de 2006 porque já não via um desafio real - e provavelmente arrependeu-se da sua decisão. Agora, tem a oportunidade única de substituir o lesionado [Felipe] Massa e de ajudar a sua antiga equipa e descobrir por si mesmo, o quão competitivo ele ainda é", afirmou Lauda ao site oficial da Fórmula 1.


"É verdade que há alguns obstáculos que ele tem de superar, como o desconhecimento da pista e o facto de não ter podido testar o carro deste ano, mas isso faz parte do desafio e é por isso que ele o está a fazer. E é por isso que todo o mundo vai estar a ver", observou.

Lauda afirma apesar dos paralelismos, Schumacher não volta a correr para ganhar, mas sim para ver como se mede no meio deste pelotão: "Na verdade, venci a segunda corrida após o meu regresso, mas o Michael não está a correr por nenhum campeonato. Eu voltei porque queria vencer. Para o Michael não é nada mais do que experiência interessante. Esqueçam a idade. Ele está em forma, está a levar a cabo um treino rigoroso e mentalmente está à altura do desafio. Vai fazer todos os possíveis para estar em forma em Valência", concluiu.

Correr para ganhar ou para ajudar a equipa, isso não sabemos. Mas a expectativa deste seu regresso é alta. E nunca a Formula 1 se tornou tão interessante e excitante como esta temporada.

Alguns pormenores do novo Pacto de Concórdia

O F1 Around, o blog de Becken Lima, mostra hoje uma matéria feita pelo colunista finlandês Heikki Kulta, um dos melhores jornalistas finlandeses, mostrando partes do Acordo de Concórdia, assinado pelas equipas no final da semana passada. Kulta, profissional do jornal Turun Sanomat, mostra excertos interessantes desse acordo, nomeadamente:
- Caso seja necessário, uma equipa fornecerá um terceiro carro para preencher a Grelha. Esse carro não poderia marcar pontos nos campeonatos de construtores e pilotos;

- Contudo, se esse carro finalizar uma corrida nos pontos, os carros que chegarem imediatamente atrás terão sua pontuação afectada pela posição desse terceiro carro.

Estranho, hein?

Outras medidas divulgadas pelo jornal:

- O numero minimo de carros na grelha de partida será de 20;
- As equipas FOTA não criarão uma nova categoria até 2012;
- O futuro presidente da FIA (seja Ari Vatanen, Jean Todt ou outro qualquer) terá menos influência sobre os regulamentos técnicos e desportivos;
- As decisões serão aprovadas por maioria, com a Ferrari a ter direito de veto em caso de mudança nos dois regulamentos;
- As SuperLicenças são mais baratas por ponto (440 euros por cada ponto conquistado, em vez dos 1609 euros actuais)

Caso isto seja verdadeiro, este Pacto reduz os poderes do presidente da FIA na Formula 1 quase a um nivel protocolar. Em suma, é o campeonato que a FOTA queria, só que dentro da FIA.

Noticias: USF1 rejeitou pilotos pagantes e pensa em Alex Wurz

Ken Anderson e Peter Windsor, os homens por detrás do projecto da USF1, revelaram hoje que rejeitaram dinheiro de dois pilotos pagantes, que segundo eles, "cobririam quase 75 por cento do nosso orçamento".

"Quando nos ofereceram o dinheiro, olhei para o Ken (Anderson) e ambos tivemos de ser fortes e dizer 'não'! Não aceitámos o dinheiro, que era muito, pois queremos mantermo-nos fiéis à nossa convicção. Espero poder colocar a correr dois jovens pilotos americanos. Contudo, em 2010 um dos lugares deverá ir para um piloto experiente, como por exemplo Alex Wurz.", referiu Windsor.

Desconhecem-se quem eram os pilotos, mas eles próprios disseram que foram dois pilotos da GP2, com vitórias no curriculo. Um deles seria provavelmente o russo Vitaly Petrov, actualmente piloto da Barwa Addax e com reputação de ter consigo patrocinios a rondar os 50 milhões de euros...

Enquanto isso, para além do facto de Anderson e Windsor estarem atentos a Wurz, procuram por um piloto americano que o acompanhe. Graham Rahal, Ryan Hunter-Reay e Jonathan Summerton são três boas hipóteses, agora que a hipótese Danica Patrick está quase descartada. A USF1, que já assinou o Pacto de Concórdia, afirmou que terá o primeiro chassis pronto no próximo mês de Novembro para os primeiros testes em pista.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

5ª Coluna - Partindo para férias

Esta é a ultima crónica antes de um periodo de duas semanas de férias, aproveitando o facto da Formula 1, e boa parte do automobilismo internacional estar a apanhar sol nas praias espalhadas um pouco por todo o mundo. Aproveitando a ocasião, a 5ª Coluna desta semana fala dos preparativos do regresso de Michael Schumacher às pistas, do despedimento de Nelson Piquet Jr. da Renault e do Rali da Finlândia, onde eventualmente, Kimi Raikonnen, prepara a sua vida após a Formula 1...
Para ler o resto, basta seguir este link. Volta na próxima quinta-feira depois do GP de Valência, dia 27 de Agosto. Até lá!

Noticias: Burti defende mais segurança nos capacetes

O acidente de Felipe Massa em Budapeste e a segurança dos pilotos em caso de acidente continua a ser discutida. Outro ex-piloto brasileiro, Luciano Burti, escreveu uma carta aberta à imprensa revelando que um passo para a melhoria das condições poderia passar por algo que já existiu no passado: a colocação de um parafuso extra para segurar o capacete. E Burti recorrer à sua própria experiência para falar sobre o assunto, pois sofreu um forte acidente no GP da Belgica de 2001, quando corria ao serviço da Prost.

As fotos do meu capacete mostram que se o casco fosse de fibra de carbono, como os atuais, o estrago seria muito menor. Isso prova a evolução que a FIA e as fábricas de capacetes conquistaram em relação à segurança dos pilotos.


Porém, algo que funcionou muito bem no meu acidente foi o fato de a viseira ser fixada por quatro parafusos em vez de dois (para o capacete ficar mais leve) como a maioria dos capacetes atuais. Podemos ver pelas fotos que um dos parafusos quebrou no impacto, mas, mesmo assim, a viseira permaneceu no lugar e garantiu a minha segurança. Lembrando que recebi um impacto frontal contra os pneus do muro que atingiram o meu capacete.Em contrapartida, no acidente do Felipe a viseira se soltou porque o único parafuso do lado esquerdo quebrou com o impacto; com a exposição, as conseqüências poderiam ter sido piores, principalmente para a sua face.

Confio na FIA e nos fabricantes de capacetes quanto ao assunto, por isso a segurança dos pilotos evoluiu muito nos últimos anos. Mas gostaria de usar esses dois fatos, em acidentes diferentes, para sugerir que a fixação da viseira seja repensada, buscando uma melhoria para a mesma não abrir ou desprender quando receber fortes impactos. Algo indiscutivelmente superior quando comparado a um capacete de oito anos atrás.

Devido a minha própria experiência no acidente de 2001, sinto-me responsável em trazer o assunto à tona visando à segurança dos pilotos.

Por causa desse acidente, Burti não mais competiu na Formula 1. Actualmente é comentador da Rede Globo e corre na Stock Car brasileira.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

15 anos depois, Ayrton Senna é pop

Queria ter sido eu a divulgar isto, pois descobri-os há mais de mês e meio num programa de rádio chamado "bons Rapazes" da estatal rádio portuguesa Antena 3. Alvaro Costa e Miguel Quintão deram a conhecer aos meus ouvidos a história da banda indie espanhola Delorean, que lançaram um EP de estreia chamado... Ayrton Senna. É isso mesmo meus amigos, ouviram bem: agora temos discos de musica com o seu nome.

Mas como disse atrás, "queria ter sido eu a descobrir isto". Mas o tempo não me deixou ter tempo para escrever sobre tal coisa. Quem aproveitou, e bem, foi o Daniel Médici, que descorre sobre esta matéria no seu excelente Cadernos do Automobilismo. Ouvir este EP não é para ouvidos destreinados, pois esses não endenderiam a tonalidade deste disco. Provavelmente estão mais habituados a "riffs" mais fortes, ou a melodias de choro fácil, que servem para "fazer bebés". Para vos situar, digamos que anda próximo de um álbum dos Air.


Eventualmente, o grupo de Barcelona (ainda por cima, são todos de origem basca...) devem ser fãs de automobilismo. Mas quando se descobre que tens o nome de um piloto como título de disco, fico a lembar as minhas conversas na Universidade com um professor meu, o Miguel Gaspar, agora colunista no jornal "Público". Muitas das vezes falavamos dos mitos modernos, de como os desportistas de hoje, heróis do presente, agora substituem os do passado: reis, guerreiros, exploradores, aqueles que pelos seus feitos asseguram a sua imortalidade, ou como cantava Luis Vaz de Camões, nos Lusíadas: "Aqueles que da Lei da Morte se vão libertando..."


Ayrton Senna já tinha assegurado a sua imortalidade muito antes da Lei da Vida ter feito a sua parte. E fez melhor do que ninguém, ao impedi-lo de envelhecer, de sair do carro pelo seu próprio pé e se tornar num ser como todos os outros e deixar a outros o epíteto de "Heróis dos Domingos de manhã", pelo menos no Brasil... Quem diria que o legado dele iria virar um álbum de musica? Pessoalmente adoraria que fosse uma serigrafia de Andy Warhol, caso este tivesse vivido mais uma década!

Rumor do Dia: Schumacher pode não voltar?

Os festejos do regresso de Michael Schumacher aos Grandes Prémios podem ser permaturos. Sabine Kehm, a sua acessora de imprensa, avisou hoje que o heptacampeão alemão, considerado por muitos como o melhor de todos os tempos, ainda sofre de dores no pescoço devido ao acidente de moto que teve em Março, e que pode prejudicar a sua preparação para o GP de Valência. Em última análise, até podem impedir o seu regresso à Formula 1, para substituir Felipe Massa.


"Ainda não sabemos se o seu pescoço vai suportar tudo, e se o retorno vai acontecer em Valência", disse Sabine à emissoa alemã ZDF. "Por isso, para confirmar que Michael vai correr, dependemos das análises médicas." Estas análises poderão ser realizadas na próxima semana, e só aí que existirão certezas sobre o regresso ou não do piloto alemão, actualmente com 40 anos.

Noticias: John Surtees fala sobre o filho Henry

Três semanas após a morte do seu filho Henry, John Surtees, o campeão do Mundo de Formula 1 de 1964, fala sobre a vida e a carreira do seu filho. Em entrevista à BBC, ele considera que o seu acidente mortal do passado dia 19 de Julho, durante a prova de Formula 2 no circuito inglês de Brands Hatch, foi "anormal". "Porque é que aquela roda conseguiu se soltar e viajar a uma velocidade anormal?" questiona. "Estava a falar com o Bernie Ecclestone acerca desse mesmo assunto. Esta morte não vai ser em vão, porque irão acontecer progressos na segurança dos cockpits. É a maneira como se trabalha neste desporto.", concluiu.

Comparando com o seu tempo em competição, onde as mortes em pista eram frequentes, Surtees referiu: "Eu corri num periodo onde as mortes no desporto eram uma verdadeira tragédia, parcialmente devido à concepção dos circuitos e devido à maneira como os carros eram construidos. Só mais tarde, quando chegou mais dinheiro ao automobilismo é que se começou a investir fortemente na segurança. Hoje em dia, este desporto é muito mais seguro do que outras coisas mais triviais. Esta é a ironia da situação", afirmou.

Quanto ao seu filho em particular, John Surtees afirmou que ele tinha acabado de fazer os exames de final de curso do ensino secundário, e referiu o seu estado de espírito: "Era um homem diferente daquele período. Estava aliviado do estado de stress e podia concentrar-se verdadeiramente naquilo que mais gostava. Antes da corrida fatídica, fui ter com ele na grelha, cumprimentei-o e desejei-lhe boa sorte para a corrida. Mal sabia que estavamos a despedir-nos". concluiu. A familia considera agora constituir uma Fundação em seu nome.

Noticias: Felipe Massa já saiu do hospital, Schumacher provoca loucura na Belgica

O brasileiro Felipe Massa saiu esta noite do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde esteve internado durante dois dias para se submeter toda uma bateira de testes. O seu médico pessoal, Dino Altmann, afirmou o seguinte, em conferência de imprensa: "Após realizar todos os exames de rotina para verificar as condições de saúde de Felipe, a equipe médica do hospital e o próprio médico do piloto optaram por sua liberação."

Enquanto isso, Massa saia do hospital por uma porta das traseiras, driblando a imprensa. Vai agora ficar em casa para fazer a sase final da sua recuperação, enquanto que o seu substituto Michael Schumacher no GP de Valencia, no próximo dia 23 de Agosto.

Entretanto, a possibilidade de ver o alemão em Spa-Francochamps, o sitio mais próximo da sua Alemanha natal, fez disparar a procura de bilhetes para o GP da Belgica. Segundo os organizadores, é vendido em média um bilhete por minuto. Espera-se pelo menos 70 mil pessoas presentes no fim de semana de 29 e 30 de Agosto, uma semana depois de Valencia.

O regresso dos Campeões - 5. Nigel Mansell

Neste capitulo final sobre os regressos dos campeões de Formula 1, fala-se agora no caso interessante de Nigel Mansell, que com 40 anos e um título mundial, voltou de novo à categoria máxima do automobilismo para ajudar um compatriota a vencer o campeonato do mundo. E que poderia ter saído por cima, quando venceu na última prova do ano. Só que aceitou um último desafio, cuja conclusão foi mais pífia do que triste.

Em 1992, com 39 anos e o título mundial no bolso, Nigel Mansell zanga-se com Frank Williams pelo facto de ter assinado um contrato secreto com Alain Prost no inicio da época. Mansell, que já estava escaldado com o piloto francês desde os tempora em que correram juntos na Ferrari, em 1990, decidiu que o meohr seria correr noutras paragens. Assim sendo, aceita a proposta da Newman-Haas para correr no campeonato CART para a temporada de 1993.

Mansell dá se bem nos Estados Unidos e acaba campeão da categoria. em 1994, as coisas não correm assim tão bem no campeonato quando os acontecimentos de Imola causam caos na Williams. Só com Damon Hill contra Michael Schumacher, e com o substituto de Ayrton Senna, o jovem escocês David Coulthard, demasiado novo para a competição, Frank Williams convence Mansell, agora com quase 41 anos, a regressar em algumas etapas da Formula 1 que não concidam com o campeonato CART. O inglês aceita e regressa em Magny-Cours, palco do GP de França. Mansell desiste e só volta para fazer as três últimas etapas do ano, em Jerez, Suzuka e Adelaide.

Desistindo na pista espanhola, no Japão consegue levar o carro até ao quarto lugar debaixo de chuva. Para finalizar, no polémico GP da Australia, em Adelaide, o inglês faz a pole-position e vence a corrida, enquanto que os principais adversários ao título mundial, Damon Hill e Michael Schumacher, sofrem uma polémica colisão que resulta no primeiro título do piloto alemão. Mansell consegue apesar de tudo o nono lugar da classificação geral.

O contrato de Mansell na Williams tinha a opção de correr na temporada de 1995, mas Frank Williams perferiu escolher David Coulthard. Pouco depois, Mansell tem uma proposta de Ron Dennis para correr na McLaren, ao lado de Mika Hakkinen, com Mark Blundell como terceiro piloto. Mansell aceita, mas na realidade, esta entrada na equipa era mais uma imposição do seu principal patrocinador, a Marlboro, do que propriamente um desejo de Dennis. Para piorar, eram duas personagens absilutamente contrastantes, logo, muitos especulavam quanto tempo é que iriam durar...

Nos primeiros testes, descobriu-se que Mansell... não cabia no carro! Enquanto que um novo chassis era feito para o inglês, Mark Blundell corria pela equipa nas etapas sul-americanas. Voltou em Imola, mas não foi mais longe do que o décimo lugar. O carro tinha sérios problemas de subviragem, o que não era adequado ao seu estilo de pilotagem. Depois de desistir em Barcelona, decidiu que o melhor era desistir da competição de vez.

A carreira neste seu regresso à Formula 1: Seis Grandes Prémios, em duas épocas (1994-95), uma vitória, uma pole-position, 13 pontos.

GP Memória - Alemanha 1984

Depois de Brands Hatch, a Formula 1 movia-se agora para Hockenheim, na Alemanha, para disputar o Grande Prémio. Com as suas longas rectas, a pista alemã, a par de Monza, era o paraíso para os potentes motores Turbo, pois poderiam demonstrar toda a sua potência perante o público e os especialistas.


Nestes quinze dias, o "affaire Tyrrell" continuava no Tribunal de Apelo da FISA e enquanto que a sentença não era ditada, eles poderiam ainda correr. Irónicamente, Stefan Bellof não podia correr o seu Grande Prémio caseiro devido aos seus compromissos na equipa oficial da Porsche nos Sport-Protótipos. No seu lugar ia o piloto neozelandês Mike Thackwell, então o actual lider do campeonato de Formula 2. ele iria correr ao lado do sueco Stefan Johansson.

Na Toleman, a equipa decidiu correr somente com um carro para Ayrton Senna, pois com a destruição do carro de Johnny Cecotto, só exisitam dois chassis na equipa. Enquanto não construissem outro chassis, não haveria outro piloto a correr ao lado do jovem prodígio brasileiro.

Nos treinos, o dominio McLaren, que era evidente em corridas, tinha-se expandido desta vez nos treinos. Alain Prost era agora o "poleman" nas longas rectas alemãs, tendo a seu lado o Lotus-Renault de Elio de Angelis, que conseguiu surpreendentemente esta posição. Na segunda fila estavam os Renault de Derek Warwick e Patrick Tambay, enquanto que na terceira fila tinha o Brabham-BMW de Nelson Piquet (uma surpresa pela negativa) e o Ferrari de Michele Alboreto. Niki Lauda iria partir apenas da sétima posição, tendo a seu lado o segundo Brabham-BMW d o italiano Teo Fabi. Ayrton Senna e René Arnoux, no segundo Ferrari, fechavam o "top ten".

No dia da corrida, cerca de 90 mil pessoas assistiam à corrida ao vivo, enquanto que dezenas de milhões de pessoas um pouco por todo o mundo viam tudo via TV. E na partida, todos iriam ver De Angelis a conseguir superar Prost e passar à frente da corrida. Piquet tinha passado os Renault e era terceiro, enquanto que Senna tinha passado de nono para sexto, estando apenas atrás dos dois Renault. Senna ultrapassou Tambat na segunda volta, mas na quarta, a sua asa traseira descola-se e bate de traseira na zona da segunda chicane, terminando ali a corrida.

De Angelis continuou na frente até à volta oito, quando o seu Turbo cedeu e teve de abandonar. Prost era agora o novo lider, mas era pressionado por Piquet. A sua liderança duraria apenas meia volta, pois Piquet o ultrapassou para a liderança. O francês adoptou um andamento mais prudente, para poupar pneus e maquinaria, e compensou na volta 23, quando o pinhão da caixa de velocidades do Brabham foi à vida. Prost voltou à liderança, com Lauda logo a seguir e Warwick na terceira posição. Isto praticamente arrumou a corrida, pois esta ordem ficou inalterada até à bandeira de xadrez.

Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Lotus de Nigel Mansell, o Renault de Patrick Tambay e o Ferrari de René Arnoux.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Formula 1 em Cartoons - O despedimento de Nelson Piquet Jr.

Esta vem da Bianca Moura, a menina do (pouco actualizado, ela própria confessa) blog Formula 1 Com Café. Um dia depois do despedimento de Nelson Piquet Jr. da Renault, e ao mesmo tempo que se ouvem os rumores de que Nelson Piquet Sr. poderá ter uma participação na BMW Sauber, substituindo a marca bávara, esta charge de Nelsinho até pode ter a sua piada, embora que eu, desde que o acompanho no Twitter, tenha uma certa simpatia e pena por ele...




Não ficaria admirado que ele se meta na Formula 1, só para colocar o Nelsinho a correr. Afinal, o Nelson é milionário, não?

E se a corrida à FIA for a três?

Pois é... com um ano escaldante, as coisas podem virar um vulcão a qualquer momento. E falo da corrida à presidência da FIA. Com Jean Todt e Ari Vatanen a competiram entre si pelo cargo de sucessor de Max Mosley, e com a actual contagem de espingardas a favor do francês para as eleições de Outubro, pode surgir a qualquer momento uma terceira via, e não é um "loose canon": o presidente da Federação Monagasca de Automobilismo, Michel Boeri, poderá envolver-se na corrida eleitoral. Quem diz isso é a edição desta semana do Autosport português.


A revista fala que Boeri tem o apoio de duas personalidades de peso: Bernie Ecclestone, que não pode ver Todt nem a ouro, e Mohamed bin Sulayem, um influente sheik árabe (e o tal que destruiu um Renault R28 há uns meses...), que afirma ter o voto de 41 federações de influência árabe, presumimos. Inicialmente apoiante de Todt, foi forçado a mudar o seu voto por ordens da sua familia real, que não morre de amores pelo "Napoleão". Assim sendo, parece que os planos de "Mad Max" Mosley em ver Todt como seu sucessor parecem ficar "furados"...


Até Outubro, tudo é imprevisível na corrida eleitoral.

GP Memória - Alemanha 1974

Depois de Brands Hatch, a formula 1 mudava-se de armas e bagagens para o circuito alemão de Nurburgring, que com os seus 22 quilómetros, era intimidante para qualquer piloto que corresse lá. E onde qualquer erro tinha potencial para ser fatal.

Naquele ano, o pelotão da Formula 1 estava cada vez mais alargado. Na prova alemã, estavam inscritos 31 carros, e alguns desses pilotos representavam regressos e ingressos. Os organizadores apenas permitiram a formação de uma grelha com 26 bólidos, logo, haveriam cinco pilotos que iriam ver a corrida da bancada.


Na Iso-Marlboro, Frank Williams trouxe para o seu segundo carro um jovem francês de 31 anos que tinha demonstrado potencial de rapidez, ao ser o vencedor no ano anterior da corrida de Formula 3 no Mónaco. Para além disso, tinha capacidade acima da média para sobreviver neste pelotão. O seu nome? Jacques Laffite. A Amon estava de volta aos circuitos, mas não com Chris Amon ao volante. O piloto neozelandês estava lesionado e foi buscar um promissor piloto australiano chamado Larry Perkins para guiar o carro. Contudo, o australiano não tinha experiência neste tipo de carros, o que aliado ao problemático carro, fez com que não conseguisse qualificar-se nesta sua primeira experiência.


Na Hill, Guy Edwards estava de volta, recuperado da mazela que o impediu de alinhar em Brands Hatch, enquanto que a novata Maki alinhava com Howden Ganley. Mas ele sofre um acidente na zona de Hatzenbach e fica ferido nos tornozelos. Este acidente encerra a sua carreira na Formula 1 e demonstra a periculosidade de Nurburgring...


A Token traz um piloto novato chamado Ian Ashley, um bom piloto inglês vindo da Formula 5000, mas dado a alguns excessos, que o fizeram baptizá-lo de "Crashley" pela imprensa especializada. contudo, conseguiu portar-se bem e qualificar o carro da Token na grelha de partida.


No final da qualificação, os Ferrari dominam a ptimeira fila da grelha de partida, com Niki Lauda a ser melhor do que Clay Regazzoni. Ambos bateram Emerson Fittipaldi, que foi o terceiro no seu McLaren, e Jody Scheckter, que partia na quarta posição com o seu Tyrrell. Na terceira fila estava o segundo Tyrrell de Patrick Depailler e o Brabham de Carlos Reutmann, enquanto que o veterano Denny Hulme e o sueco Ronnie Peterson eram sétimo e oitavo classificado, respectivamente. A fechar o "top ten" estavam o segundo Lotus de Jacky Ickx, que sempre se deu bem no Inferno Verde, e o Surtees de Jochen Mass.

Não-qualificados ficam cinco pilotos: para além de Ganley e Perkins, o BRM de Francois Migault, o Trojan de Tim Schenken e o Lola de Guy Edwards foram os contemplados.


Na partida, os Ferrari foram embora, enquanto que Fittipaldi larga mal e leva com o carro do seu companheiro, que quando tentou ultrapassá-lo, foi atrapalhado pelo Lotus de Ickx. Hulme abandona na hora, mas o brasileiro continua. Contudo, os danos na suspensão provocam um furo, que o arrastou até às boxes. Ele voltou à corrida, mas desiste na terceira volta, devido aos danos.


Na frente, os Ferrari tinham a oposição do Tyrrell de Scheckter, que pessionou Lauda até que este se despistou, a meio da primeira volta. O terceiro era agora Reutmann, que era seguido por Mass, o McLaren de Mike Hailwood e os dois Lotus. Pouco depois, na décima volta, o motor de Mass explode, e Peterson (que já tinha passado Hailwood) herdava a quarta posição. O McLaren tentou apanhá-lo, mas na volta 13, um salto mal calculado na Pflantzgarten faz perder o controlo do seu carro e a bater de frente com a valeta. Hailwood sofre ferimentos a nivel das pernas, e não volta mais a correr na Formula 1.


Assim, Ickx fica com o quinto posto e o último lugar pontuável irá pertencer ao Shadow de Tom Pryce. Na frente, os Ferrari continuam, impávidos e serenos, até à meta, onde Clay Regazzoni leva a melhor sobre Jody Scheckter e consolida a sua liderança.


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/1974_German_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr246.html

O regresso dos campeões - 4. Alain Prost

Hoje falamos da história do quarto piloto Campeão do Mundo que fez o seu regresso à Formula 1 após algum tempo de ausência. E neste caso, falamos de uma segunda história de sucesso, que é a de Alain Prost, que em 1993, depois de um "ano sabático", voltou pela porta grande, ao serviço da Williams, para conquistar o seu quarto e último título mundial.


No final de 1991, Alain Prost é despedido da Ferrari após o GP do Japão, no final de uma temporada tumultuosa e conflituosa dentro da equipa italiana. Procurou alternativas dentro do pelotão da Formula 1, mas nessa altura, os lugares de topo estavam preenchidos, nomeadamente na McLaren e Williams, que estava a preparar o seu chassis dominador, o FW14, com motor Renault V10. Prost considerou durante muito tempo um lugar na Ligier, com esses mesmos motores Renault, e fez dois dias de testes em Paul Ricard, um dos quais usou... o capacete de Eric Comas.

Após esses dois dias de testes, o piloto francês decidiu que o melhor seria tirar um ano sabático. Sendo assim foi comentador da TF1 francesa durante toda a temporada de 1992, enquanto que se preparava para assinar contrato com Frank Williams para a temporada de 1993. O contrato tinha sido assinado no inicio da temporada de 1992, um acordo que seria secreto até ao final dessa temporada. Falava-se que fora devido a isso que Nigel Mansell decidira sair da equipa e rumar para os Estados Unidos, onde correu na Newman-Haas e venceu o campeonato CART de 1993.

Prost fez uma temporada no FW15, no sentido de ganhar o seu quarto título mundial. com os seus rivias Ayrton Senna e Michael Schumacher com carros um pouco inferiores, e com um companheiro de equipa que pouco lhe poderia fazer mal, Damon Hill, Prost venceu na corrida do seu regresso, o GP da Africa do Sul de 1993. Venceu mais seis corridas, quatro dos quais consecutivas, e alcançou o título mundial quanso chegou na segunda posição no GP de Portugal daquele ano. Nesse fim de semana, Prost anunciaria que não iria correr mais na Formula 1 após o GP da Australia daquele ano.

Nessa altura, a rivalidade com Senna continuava ao rubro. Tinha uma clausula no contrato com a Williams que o impedia de correr com ele naquele ano, e tiveram duelos em pista durante aquela temporada. As corridas em Donington Park e Silverstone são as mais memoráveis. Mas na última corrida do ano, Senna, num enorme gesto de "fair-play", abraçou Prost, como sinal de agradecimento e reconhecimento pela rivalidade em pista, como adversários.

A sua carreira neste regresso: 16 Grandes Premios, numa temporada (1993), sete vitórias, 13 pole-positions, 12 pódios, seis voltas mais rápidas, 99 pontos. Campeão do Mundo de Pilotos em 1993.

Mamã, estou no 8W!

Ontem à noite, via o Rianov Albinov todo contente no seu blog. Intrigado, quis descobrir o porquê. Descobri que eventualmente uma das suas maiores descobertas tinha dado um artigo na 8W, provavelmente o melhor site de lingua inglesa na Formula 1. O piloto em questão era o húngaro Csaba Kesjar, que em 1987 tornou-se no primeiro piloto do então "Bloco do Leste" a pilotar um carro de Formula 1, neste caso, um Zakspeed.


Foi como demonstração na manhã do GP da Hungria daquele ano, e julgava-se que seria a primeira vez daquele promissor piloto hungaro, que começava a dar nas vistas na Alemanha, na Formula 3. Infelizmente, foi a sua unica vez que entrou num Formula 1, pois a 22 de Junho de 1988, nos treinos para a ronda de Norisring do Campeonato Alemão de Formula 3, sofreu um acidente fatal. Tinha 24 anos.

A felicidade daquele "soviético" tinha uma razão. António Correia decidiu fazer um artigo sobre o piloto hungaro, que enviou para o Forix, e foi publicado. E quais foram as fontes? O Rianov... é eu mesmo. É optimo fazer parte da colecção e ser referência, mas o meu contributo é apenas modesto. O Rianov foi o primeiro a descobrir, eu apenas divulguei a fiz uns acrescentos, que fui descobrindo noutros lados. No máximo, mereço a "medalha de prata"...


Enfim, são recompensas destas que valem a pena construir e manter este blog.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A capa do Autosport desta semana

Nesta semana louca para o automobilismo, como fazer uma cpaa que caiba isso tudo? Pois bem, o Autosport português decidiu fazer desta maneira: meteu a cara do heptacampeão Michael Schumacher na capa e fez o seguinte anuncio: "Schumacher está de volta!". Contudo, esse anuncio vem com um subtítulo cheio de dúvidas: "Será que o alemão pode fazer ainda a diferença?" Essa pergunta só poderá ser respondida dentro de três semanas...


Num canto mais pequeno, fala-se também dos 1000 km do Algarve, a primeira prova nocturna da Le Mans Series, que decorreu no novo Autódromo de Portimão, com um título que puxa mais a nossa brasa na sardinha: "Tiago brilha nas noites longas", olvidando os incautos que ele partilhou a condução com um Bruno Senna...


Também existem referências na capa ao Rali da Finlândia, para o WRC, o Rali Vinho da Madeira, a contar para o IRC, e a Superleague Formula, que teve uma dobradinha portuguesa numa das corridas de Donington Park...

Noticias: Nelson Piquet Jr. dispensado pela Renault

Ainda falta o comunicado oficial da Renault, mas o próprio Nelson Piquet Jr. confirmou esta tarde que a Renault dispensou os seus serviços, depois de uma época inglória a lutar contra um carro inferior ao de Fernando Alonso e contra o dono da equipa, Flávio Briatore. Como é óbvio, Romain Grosjean irá substitui-lo em Valencia, caso a FIA aceite o protesto da marca francesa e levante a suspensão aplicada pelos comissários de pista húngaros.

O jornalista Felipe Motta, da Rádio Jovem Pan, recebeu o mail do próprio Piquet Jr. a comunicar a sua decisão. Nesse mail, não deixa de criticar a postura de Briatore, considerando-o como o culpado da maioria das más decisões que tomou na sua época e meia na Formula 1:


"O caminho para a F1 sempre foi complicado, e meu pai e eu, por isso, assinamos um contrato de management com o Flavio Briatore. Acreditávamos que seria uma excelente opção, pois ele possuía todos os contatos e as técnicas de negociação necessárias. Infelizmente, foi aí que o período negro da minha carreira começou. Passei um ano como piloto de testes, mas com poucos treinos. No ano seguinte iniciei como piloto oficial da Renault F1. Após a abertura da temporada, algumas situações estranhas começaram a acontecer. Como um novato na F1, eu esperava de minha equipe muito apoio e preparação para me ajudar a alcançar nossos objetivos. Em vez disso, eu era apenas tido como “aquele que pilotava o outro carro”, sem atenção nenhuma. Para piorar, em inúmeras ocasiões, quinze minutos antes da classificação e das corridas, o meu manager e chefe de equipe me ameaçava, dizendo que se eu não conseguisse um bom resultado, ele já tinha outro piloto pronto para colocar no meu lugar. Eu nunca precisei de ameaças para obter resultados. Em 2008 eu conquistei 19 pontos e terminei no pódio uma vez em segundo lugar, fazendo a melhor temporada de estréia de um Brasileiro na F1." (...)


Lá diz o povo: "Quando se zangam as comadres, dizem-se as verdades". Nunca gostei muito da postura de Flávio Briatore na Formula 1. Lá ganhou a sua fortuna na Formula 1 concentrando-se em talentos, como Michael Schumacher e Fernando Alonso. Mas tirando isso, Briatore não sabe muito sobre os aspectos técnicos da competição. Li também algures que "o Flávio não tem amigos". E capaz de ser verdade...



E quanto ao Romain Grosjean: acho que em pouco tempo, o pessoal vai ganhar novo saco de pancada. Tenho sérias dúvidas que ele pontue este ano, mas se calhar para Briatore, pode ser a sua próxima tábua de salvação na Formula 1: é francês e filho de um importante advogado da companhia... desejo-lhe sorte, mas não muita.

GP Memória - Alemanha 1969

Depois do duelo de Silverstone entre Jackie Stewart e Jochen Rindt, e com os astronautas da Apollo 11 de volta à Terra, depois da mítica viagem à Lua, a Formula 1 foi correr o GP da Alemanha no mítico circuito de Nurburgring, conhecido pelo apelido de Inferno Verde.


A temporada de 1969 mostrava um pelotão da Formula 1 muito reduzido. Normalmente entre oficiais e privados, a grelha tinha cerca de 16 carros a participar no campeonato, entre oficiais e privados. Ainda por cima, nesta prova alemã, a Scuderia Ferrari, que participava agora de forma mais esporádica, devido aos seus compronissos no Mundial de Endurance, aliado às dificuldades que o Commendatore Enzo Ferrari passava, e que tinham sido resolvidas com o acordo com o Grupo Fiat, decidira não participar na prova à última hora.


Assim sendo, para preencher a grelha, os organizadores costumavam organizar ao mesmo tempo uma prova de Formula 2, cujos pilotos partiriam um pouco mais atrás da grelha da Formula 1. Combinadas as duas grelhas, estavam 26 pilotos inscritos para a prova no Nurburgring Nordschleife: 14 carros de Formula 1 e 12 de Formula 2.


Na grelha de Formula 1, a Lotus inscrevia três carros, um para Graham Hill, outro para Jochen Rindt e um terceiro, um modelo 63 de quatro rodas motrizes, para o americano Mario Andretti. A Matra tinha o lider Jackie Stewart e Jean-Pierre Beltoise e não trouxe o modelo 84 de quatro rodas motrizes, pois este estava a ser submetido a uma bateria de testes. A McLaren tinha Dennis Hulme e Bruce McLaren, enquanto que a brabham só tinha Jacky Ickx, pois Jack Brabham ainda recuperava das lesões no tornozelo. A finalizar, ainda havia os BRM de John Surtees e Jackie Oliver, bem como quatro privados: o Lotus da Rob Walker Racing, de Jo Siffert, o Brabham inscrito por Frank Williams e corrido por Piers Courage, e os McLaren privados de Vic Elford e do veterano sueco Jo Bonnier.


A Formula 2 tinha na sua lista de inscritos vários pilotos que no futuro iriam dar cartas na categoria máxima: os franceses Henri Pescarolo e Francois Cevért, e o alemão Rolf Stommelen eram algums pilotos que estavam a rodar com os grandes, mas não em máquinas iguais. Outros, como Richard Attwood e Johnny Servoz-Gavin, estavam a correr na F2 enquanto não tinham a hipótese de correr na F1.


Um dos inscritos era a equipa de fábrica da BMW, que tentava a sua sorte na Formula 2. A equopa era constituida por Hubert Hanhe, Dieter Quester e Gerhard Mitter, todos alemães, todos com experiência em monolugares. Mitter e Hahne tinham até experiência na Formula 1. Mas na sexta-feira, Mitter perdeu o controlo do seu carro na zona de Flugplatz, tendo morte imediata. Abalado com o choque, a equipa retirou os seus carros, e Hans Hermann, no seu Lotus F2 da Winklemann, também decidiu retirar-se da corrida, em sinal de luto pelo que aconteceu ao seu amigo. Assim, a grelha da Formula 2 estava reduzida a oito carros.


Nos treinos, o melhor foi Jacky Ickx, que conseguiu bater o Matra de Jackie Stewart, o que era um feito naquela temporada. A seguir a estes dois vinha o Lotus de Jochen Rindt, que completava a primeira fila da grelha de partida (a grelha dessa altura estava composta um estilo 3-2-3-2). Depois vinha Jo Siffert, no seu Lotus privado, Dennis Hulme, no seu McLaren, e Vic Elford. Piers Courage e Bruce McLaren completavam a terceira fila, e a fechar o "top ten" ficavam Graham Hill e Jean-Pierre Beltoise.


Na partida, Ickx parte mal e é superado por Stewart, Siffert e Rindt, caindo para a quarta posição. Os carros circulam pela floresta, e a meio da primeira volta houve outro desastre, quando Mario Andretti perde o controlo do seu Lotus 63 de quatro rodas motrizes e bate na berma. Um dos pneus solta-se e bate no McLaren de Vic Elford, que por sua vez sai fora da pista a bate fortemente contra uma árvore. Andretti sai incólume a vai ajudar a tirar Elford dos destroços. O piloto inglês sai de lá com o braço direito partido e a sua temporada tinha acabado ali.

A partir da segunda volta, Ickx consegue recuperar os lugares perdidos na grelha de partida e paulatinamente ultrapassa Rindt e depois Siffert. quando o consegue na terceira volta, o belga tenta recuperar a distância de nove segundo que já tem sobre o Matra de Stewart. As quatro voltas seguintes são de duelo entre Stewart e Ickx, com o piloto da Brabham, um dos melhores a correr neste circuito, consegue paulatinamente diminuir a diferença ao piloto escocês.


As coisas pareciam ficar assim até que Stewart começa a ter problemas com a caixa de velocidades no inicio da sétima volta. Ickx aproveita a situação e consegue ultrapassar o escocês e afasta-se dele, sem olhar para trás e a caminho da vitória. Siffert era o terceiro classificado, mas a duas voltas do fim tem problemas de suspensão e retira-se. Mesmo assim, classifica-se no quinto lugar da geral. Quem fica com o lugar mais baixo do pódio é Bruce McLaren, enquanto que Graham Hill é quarto... e o último dos Formula 1 a cruzar a meta. Depois cruzam mais cinco carros de Formula 2, com Henri Pescarolo á cabeça, mas esses não contavam para o Mundial. Siffert e Beltoise encerraram os lugares pontuáveis.


Fontes: