quinta-feira, 13 de maio de 2010

O piloto do dia - Harry Schell

Hoje em dia, só os mais entusiasmados fãs de automobilismo se lembrarão deste piloto, mas ele foi considerado na altura como um dos melhores do seu tempo, e que teve uma das carreiras mais longas no automobilismo, num tempo em que quem correrees por mais de sete temporadas, era considerado um sortudo. No caso de Harry Schell, durou dez temporadas, e infelizmente não terminou bem. Hoje comemora-se o 50º aniversário da sua morte.

Henry O'Reilley Schell nasceu a 29 de Junho de 1921 em Paris, filho de pais americanos, expatriados em França. Laury Schell era um homem de negócios que guiava ocasionalmente, enquanto que a sua mãe era Lucy O'Reiley, uma herdeira americana, entusiasta de automobilismo e que se envolveu no projecto da francesa Delhaye, no final dos anos 30. Pouco depois do inicio da II Guerra Mundial, os pais sofreram um grave acidente de viação, onde o seu pai acabou por morrer e a sua mãe ficou gravemente ferida. Schell reagiu a este abalo na sua vida pessoal alistando-se na Guerra Russo-Finlandesa, na Força Aérea daquele pais. A guerra acabou em Março, mas dois meses depois, mãe e filho foram para os Estados Unidos para fugir à invasão nazi, na companhia de dois Delhayes. Henry correu as 500 Milhas de Indianápolis com um desses carros, não chegando ao fim.

Pouco depois, os Estados Unidos envolvem-se na II Guerra e Schell participa numa comissão de serviço na Artilharia. chegando a tenente. Acabada a II Guerra, Schell voltou para a Europa, onde começou a competir mais a sério. Herdeiro da fortuna da sua mãe, começou a viver uma vida de "playboy", mas tinha a paixão da velocidade, herdada dos seus pais. Quando as corridas recomeçaram na Europa, voltou à competição, a bordo de carros como o Cooper-JAP, o carro da moda na cena britânica. Não participou na primeira corrida oficial, em Silverstone, mas participou na seguinte, no Mónaco, onde foi um dos envolvidos num acidente na chicane. No final desse ano, adquiriu um Talbot-Lago para correr no GP da Suiça, sob a sua própria equipa, e Ecurie Bleue. Acabou na oitava posição.

Nos três anos seguintes, conquistou a reputação de ser um condutor seguro e prudente, apesar de não ter grandes resultados. Contudo, teve tambémn rasgos de génio. O primeiro deles aconteceu em 1954, no circuito espanhol de Pedralbes, quando pegou no seu Maserati 250F e saltou para liderança, onde ficou lá durante boa parte da corrida até sofrer um despiste e desistir devido a uma transmissão quebrada.

Pouco depois, no Mónaco, correu pela Ferrari, onde não terminou. Seria a unica vez que o faria na sua carreira, pois naquela que seria a sua segunda participação, na Belgica, não chegou a participar. Depois foi correr para a equipa oficial da Vanwall, onde conseguiu os seus primeiros pontos, no GP da Belgica de 1956, terminando no quarto posto.

No ano seguinte, começa o ano a acabar na segunda posição das 12 Horas de Sebring, ao lado de Stirling Moss, para depois começar a época na Scuderia Centro-Sud, ao voltante de um Maserati 250F, mas pouco depois passou para a equipa oficial, ao lado de Juan Manuel Fangio. Enquanto que o argentino marchava rumo ao quinto título mundial, com corridas memoráveis como o GP da Alemanha, no Nurburgring Nordschleife, Schell também conseguia algumas corridas memoráveis, como em Pescara, onde conseguiu o seu primeiro pódio, um terceiro lugar. No final da época, conseguiu dez pontos e o sétimo lugar do campeonato.

A temporada de 1958 começou com um Maserati da Joakim Bonnier Racing, mas depois continuou ao serviço da equipa oficial da BRM, onde conseguiu a sua melhor classificação de sempre: um segundo lugar no GP da Holanda. No resto da época foi um piloto regular nos pontos, terminando no sexto posto, com 14 pontos. Continuou a época de 1959 na BRM, depois de correr mais uma vez as 12 Horas de Sebring, terminando a corrida no terceiro posto. Num ano em que os carros de tracção traseira dominavam, ele, com o seu BRM de motor à frente, não podia fazer muito. no final, conseguiu cinco pontos e o 13º posto do mundial.

No final da época, com 38 anos, comprou um Cooper e decidiu correr por sua própria conta. Depois de correr na Argentina pela sua Ecurie Bleue, onde desistiu devido à exaustão de correr sob altas temperaturas, foi contratado pela Yeoman Credit para correr toda a temporada europeia com mais dois pilotos: um consagrado, Tony Brooks, e uma jovem esperança, Chris Bristow.

A primeira prova sob a nova equipa, foi o International Trophy, em Silverstone, uma prova extra-campeonato, já que a próxima prova oficial só seria no final daquele mês, nas ruas do Mónaco. Schell sempre um condutor prudente e um advogado pela segurança nas pistas, na altura lutava para a introdução dos "roll-bars" nos carros de competição, algo que já existia nas competições americanas.

a 13 de Maio de 1960, nos treinos para a corrida, Schell perdeu o controlo do seu carro na Curva Abbey, devido ao piso molhado, entrou na berma lamacenta, perdeu uma roda e capotou nas barreiras de segurança, destruindo o muro exterior do circuito, tendo morte imediata. Tinha 38 anos.

A sua carreira na Formula 1: 57 Grandes Prémios, em onze temporadas (1950-60), dois pódios, 32 pontos no total.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/Harry_Schell
http://www.grandprix.com/gpe/drv-schhar.html
http://memoiresdestands.hautetfort.com/archive/2010/05/11/la-belle-vie-jusqu-au-bout.html

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