quinta-feira, 8 de julho de 2010

Extra-Campeonato: Deu asneira, acabou a Playboy Portugal

Confesso que esperava reacções sobre a capa de Julho, mas por esta não esperava. O jornal i anuncia esta tarde que a casa-mãe da Playboy rescindiu o contrato com a Frestacom, a detentora da licença para Portugal devido à capa deste mês. Após quinze edições, a experiência lusitana da revista mais famosa do mundo termina por aqui.

O jornal cita Theresa Hennessy, a vice-presidente da Playboy Entertainment, que afirmou que a publicação do ensaio com o J.C., em jeito de homenagem a José Saramago, constitui "uma violação chocante das normas" e não teriam sido publicadas se a Playboy tivesse conhecimento antecipado. Em declarações ao site norte-americano Gawker, a responsável garante: "Devido a esta e a outras questões com os editores portugueses, estamos prestes a rescindir o nosso acordo."

Gosto da parte "outras questões". Não deve ser tanto por causa da capa de Natal, onde colocaram um homem (mesmo que esse homem seja Ricardo Araujo Pereira), mas as outras questões que se diziam à boca pequena, como os atrasos nos pagamentos às famosas despidas, que em alguns casos deram processos em tribunal, devem ter colocado os responsáveis americanos de antemão com os cabelos em pé. E agora, esta capa deve ter sido uma espécie de "gota que fez transbordar o copo". Em suma, a ideia que fica é que um grupo de pessoas decidiu usar o nome da revista para abusar de certas liberdades.

Agora, fico espantado em saber que a Playboy tenha tido uma atitude tão puritana. A ideia que fica é que o lema deles lá pelos lados de Los Angeles é "Gajas nuas sim, anticlericanismo não", e esta razão soa mais a um bom pretexto para se livrar de uns tipos tão incómodos. Ao rescindir o contrato com a Frestacom, pode sacudir a água com o capote com este embaraço, mas mal ou bem, isto fica para a história.

Bom, tenho de correr para as bancas para comprar este exemplar. Sempre acreditei, por aquilo que tinha ouvido, que isto poderia ter vida curta. Mas esta razão que a casa-mãe deu entra mais no rol das desculpas esfarrapadas do que outra coisa... espero que o regresso seja breve. Espero.

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