sexta-feira, 10 de setembro de 2010

GP Memória - Itália 1995

Quando máquinas e pilotos chegaram a Monza, palco do GP de Itália, já se sabia que as coisas em 1996 iriam ser muito diferentes. Michael Schumacher iria para a Ferrari, provavelmente levando o numero um com ele, enquanto que a Benetton iria ter uma dupla totalmente nova, já que Johnny Herbert também não ficaria na equipa. Na Williams, Damon Hill continuaria na frente, mas provavelmente teria a companhia do canadiano Jacques Villeneuve, filho do mitico Gilles e que por esta altura era um valor muito seguro na CART e tinha vencido as 500 Milhas de Indianápolis.

Isso significa que o jovem escocês David Coulthard não ficaria na Williams para 1996, tendo de arranjar novo poiso. E para provar-se a si mesmo e às outras equipas que era um bom piloto, fez a pole-position para a corrida italiana, tendo a seu lado o alemão Michael Schumacher. Na segunda fila estava o Ferrari de Gerhard Berger, à frente de Damon Hill, numa má qualificação para ele. Jean Alesi, no segundo Ferrari, foi o quinto, à frente do Jordan-Peugeot de Rubens Barrichello. O McLaren-Mercedes de Mika Hakkinen era sétimo, seguido pelo segundo Benetton de Johnny Herbert. Mark Blundell era o nono, no segundo McLaren-Mercedes e a fechar o "top ten" ficava o Sauber-Ford de Heinz-Harald Frentzen.

O dia da corrida estava radioso e o autódromo cheio de "tiffosis" prontos para verem a prestação dos carros do Cavalino Rampante, e antes de começar, já havia "frisson" quando David Coulthard se despistou na volta de aquecimento, à saída da Variante Ascari. O que não se sabia era que iria ser o primeiro de muitos incidentes nessa tarde...

Na largada, sem Coulthard, Schumacher sai sem problemas na frente, com os Ferrari atrás e o segundo Benetton de Herbert, que tinha feito uma excelente largada de oitavo na grelha. Mas quando os carros passam pela Variante Ascari, os que estavam nos últimos lugares começaram a despistar-se e a bloquear a pista, causando a intrerrupção da corrida. Como o incidente ocorreu no final da primeira volta, segundo os regulamentos, as coisas iriam começar do zero, logo Coulthard iria assumir o primeiro posto na grelha.

Na segunda partida, Coulthard manteve o comando, atrás de Berger, que tinha superado Schumacher, Damon Hill e Jean Alesi. O escocês abre uma vantagem confortavel, mas na volta onze, há um problema com as rodas, que bloqueiam e Coulthard entra em pião para acabar a corrida de vez. Com isso, Berger herda a liderança, seguido de Schumacher, Hill e Berger.

Contudo, na volta 23, quando os dois candidatos ao título tentam passar o Arrows de Taki Inoue, o inglês atrapalha-se na aproximação ao Retifilio e toca no carro do alemão, despistando-se ambos, indo parar na gravilha e deixando os Ferrari nas duas primeiras posições, para delirio dos presentes na pista italiana.

Pouco depois, Berger vai às boxes e cede a liderança a Alesi. Quando volta, aproxima-se do seu companheiro, mas na volta 32, acontece um dos mais bizarros incidentes da história do automobilismo, quando uma câmara do carro de Alesi, instalado na asa traseira, se solta e bate na suspensão frontal do carro de Berger, danificando-o. Não faltou muito para ser um susto ainda maior, mas ficou-se pelo bizarro e o austriaco desistiu.

Alesi manteve-se no comando, mantendo uma distância estável de oito segundos sobre Herbert, mas a sete voltas do final, a prespectiva de nova vitória naquela temporada esfuma-se quando um dos rolamentos das suas rodas avaria e tem de parar, cedendo o comando a Herbert, que fica no primeiro lugar até cruzar a meta.

E numa tarde em que os melhores desistiram, o pódio era um autêntico "bodo aos pobres": Herbert vencia pela segunda vez naquele ano, Mika Hakkinen e Heinz-Herald Frentzen acompanhavam Herbert no pódio, conseguindo simultaneamente o seu primeiro e o primeiro de sempre da equipa, e nos restantes lugares pontuáveis chegariam o segundo McLaren de Mark Blundell, o Tyrrell de Mika Salo, que conseguia nesse dia os seus primeiros pontos da carreira, e o segundo Sauber de Jean-Christophe Bouillon, que nos últimos metros conseguiu ultrapassar o Arrows de Max Papis.

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