sábado, 13 de novembro de 2010

Youtube Formula One: Alonso e Massa experimentam a montanha russa da Ferrari



O parque de diversões que a Ferrari montou em Abu Dhabi, com o desenho que faz lembrar uma aranha espacial, tem a montanha russa mais veloz do mundo, do qual aparentemente alcança os 240 quilómetros por hora ou algo assim. A ser verdade, cada vez mais me faz pensar que Abu Dhabi é cada vez mais a "disneylândia" que Bernie Ecclestone sempre sonhou e que os petrodólares dos "sheiks" ajudaram a erguer, para mal dos nossos pecados.

Mas o que queria era mostrar aqui era o vídeo no qual os pilotos da Ferrari foram experimentar a montanha russa. Fernando Alonso, o "Principe das Asturias", e o seu "fiel Escudeiro", Felipe Massa, foram lá para experimentar as emoções desse novo brinquedo, e adoraram. Ficaram realmente impressionados com a velocidade da coisa, eles que estão habituados a acelerar e a travar rapidamente, e estão sujeitos a acalerações semelhantes a aquelas dadas por esse brinquedo.

WRC 2010 - Rali da Grã-Bretanha (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Grã-Bretanha, que se disputa nas classificativas do País de Gales, continua a ser uma batalha pela liderança. Se ontem era Sebastien Löeb contra Jari-Matti Latvala, agora é o mesmo Löeb, mas contra o norueguês Petter Solberg, que nas estradas molhadas e escorregadias devido à muita chuva que caiu hoje, lutam pelo segundo. Com os dois pilotos a alternarem entre si as vitórias nos troços, exatamente com quatro para cada piloto, assim aconteceu igualmente em relação às mudanças no comando, com Solberg a passar para a primeira posição no início da segunda etapa, mas na décima especial do rali, um pião do norueguês fê-lo perder tempo e a liderança, para logo depois partir ao ataque à liderança do francês.

No final do dia, a diferença traduziu-se para 4,6 segundos entre os dois, favorável ao pluricampeão do mundo, embora ainda falte uma nova passagem pela super-especial de Cardiff Bay esta noite. Promete, assim, ser de grande luta o último dia do Rali da Grã-Bretanha e, também, o último dia dos WRC.

O terceiro posto é agora ocupado pelo finlandês Mikko Hirvonen, a quase minuto e meio dos da frente, com o finlandês da Ford empenhado agora em repelir os ataques do seu companheiro Jari-Matti Latvala, que no quarto posto, tem-se aproximado paulatinamente do pódio, após o furo no final do primeiro dia o ter colocado no sexto lugar. De manhã, logrou passar Dani Sordo, mas curiosamente, pouco tempo ganhou a Hirvonen ao longo da tarde, devido a algunms problemas eletrónicos no seu carro.

A seguie vem Dani Sordo, muito discreto no seu quinto posto, seguido por Henning Solberg, Matthew Wilson, Kimi Raikonnen, Mads Ostberg e Jari Ketomaa, os dois úlyimos a correrem em carros da categoria S2000.

Quanto á categoria de Produção, Armindo Araujo está cada vez mais confortável e vê o título cada vez mais próximo de si. apesar de ser agora o terceiro da sua categoria, atrás do estónio Ott Tanak e do checo Martin Smerad, Araujo vê o seu maior rival, o sueco Patrik Flodin, a atrasar-se cada vez mais, estando agora no quarto lugar, com mais de um minuto de atraso sobre o piloto de Santo Tirso. Araujo vê o bicampeonato cada vez mais próximo...

O rali da Grã-Bretanha termina amanhã.

Formula 1 2010 - Ronda 19, Abu Dhabi (Qualificação)

Como seria de esperar, um Red Bull fez a pole-position. E como já se tinha visto ontem, Lewis Hamilton iria ser o "joker" que poderia baralhar as contas. E Fernando Alonso fez apenas o que lhe competia, conseguindo o suficiente para continuar em boa posição para alcançar o tricampeonato. E Mark Webber está numa posição desfavorável quando largar amanhã do quinto lugar da grelha para a corrida de Abu Dhabi, atrás de Jenson Button.

Mais do que um "passear de superioridade" por parte da Red Bull, a qualificação teve na primeira parte o Ferrari de Fernando Alonso a dar nas vistas, enquanto que mais atrás ficavam os integrantes do costume: as novatas, com Jarno Trulli a ser o melhor delas, batendo o seu companheiro Heiki Kovalainen. E na Hispania, Bruno Senna foi melhor do que Cristian Klien. E o tal que ficaria junto delas foi o Toro Rosso do suiço Sebastien Buemi.

Com a segunda parte dos treinos a decorrer, Vettel foi para a frente da tabela dos tempos, e estes começaram a cair para além da cada de 1.40 minutos. Com os pilotos que nos interessam a qualificarem-se sem problemas para o "top ten" a grande surpresa foi os dois erros cometidos por Robert Kubica nas suas voltas rápidas, que o colocaram de fora da decisão final, enquanto que no seu lugar ia... Vitaly Petrov, que acabou a qualificação no 10º posto.

E assim chegavamos à parte mais interessante da qualificação. E foi mesmo. Primeiro, os McLaren deram tudo e colocaram-se nas duas primeiras posições, com Alonso logo atrás. Depois sairam as Red Bull para marcar os seus tempos, e na última hipótese, Hamilton ficou com o primeiro posto até que Sebastien Vettel fez a sua volta em 1.39,394 segundos, tirando 31 centésimos de segundo ao inglês da McLaren.

No final da qualificação, a reacção dos candidatos era diferente. No caso do "poleman" Sebastien Vettel, celebrava o feito alcançado momentos antes: "Não poderia ter sido melhor. Foi um classificação complicada, em condições traiçoeiras. Ontem, nos treinos livres, não parecíamos tão bons e demos um passo que nos permitiu pegar a pole-position. Foi uma sessão apertada, mas agora estou focado para amanhã, para ver o que vai acontecer", concluiu.

Já Mark Webber, o seu companheiro de equipa, não era um homem feliz depois dela, porque tinha consciência que podia ter deixado escapar a aua chance de título: "Não estou muito satisfeito, claro. Ser o quinto da grelha não é muito bom. É desapontante, claro, mas ainda há muito pela frente amanhã. O pano ainda não caiu. Gostaria de ter ficado mais à frente, mas não consegui apanhar o ritmo", começou por dizer aos jornalistas da BBC.

"Temos de terminar a corrida. Muitas coisas podem acontecer na corrida. Não facilitei as coisas com a minha performance de hoje mas já vimos corridas mudarem, pelo que não estamos terminados. O campeoanto ainda não está decidido mas seria bom estar mais à frente", reforçou, lembrando que ainda está "na caça ao título".

Por fim, Fernando Alonso assumia uma postura calculista e pragmática: "Acho que estamos mais ou mesmo na mesma situação de dois dias atrás, antes do primeiro treino livre. Sabemos qual é a situação, conhecemos os quatro candidatos. Acho que está tudo na corrida de amanhã, qualquer coisa pode acontecer e vimos nos últimos eventos as coisas mudarem. Na Coreia, as Red Bulls eram muito fortes e perderam a corrida com problemas mecânicos, no Brasil, vimos problemas nos pit stops. Tudo pode acontecer na corrida, precisamos completar as 55 voltas sem problemas. Será uma corrida difícil, longa, mas nós estamos em uma posição em que estamos muito fortes", disse o piloto da Ferrari.

Depois desta qualificação neste parque temático em tamanho-cidade, as peças do xadrez desta novela estão colocados desta forma: Sebastien Vettel tem a motivação e a capacidade de lutar pelo título, aliado a um bom carro, e vai tentar tudo para ser campeão do mundo. Lewis Hamilton é o tal "joker" que pode na corrida ser um "kingmaker", no sentido de, por exemplo, ir para a frente e arruinar as hipóteses da Red Bull, dando o título a Alonso, ou então segurar o piloto espanhol tempo o suficiente para que, por exemplo, Mark Webber o passar impedir o piloto das Asturias de chegar ao tricampeonato.

Mas há outras peças do xadrez que não podem ser menosprezadas. Jenson Button, o quarto, e Felipe Massa, o sexto, poderão querer participar na festa e fazer algo que impeça Mark Webber de chegar ao título. Se jogarem bem as cartas, poderão incomodar ou impedir a progressão de um ou mais candidatos ao título. Em suma, todas as hipóteses são possiveis, e todos eles estão a ser vigiados. O final "hollywoodesco" que Bernie Ecclestone sonha todos os anos, mas que raramente se concretiza, irá começar, a partir do meio da tarde local, numa televisão perto de si.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

WRC 2010 - Rali da Grã-Bretanha (Dia 1)

O primeiro dia do Rali de Gales mostrou essencialmente uma batalha entre Ford e Citroen, entre Jari-Matti Latvala e Sebastien Löeb, com o francês a levar o melhor mais para o final do dia, aproveitando um furo por parte de Latvala, que perdeu um minuto e caiu para o sexto posto da geral.

Contudo, a tarefa dos pilotos tem sido dificultada pelas más condições meteorológicas, já que na zona de Gales, a chuva tem caído de forma intensa, tornando os troços bastante escorregadios e traiçoeiros. Face a tudo isto, Löeb acaba por chegar ao final deste primeiro dia com a liderança da prova a cair ao seu colo, mas a luta pelo triunfo ainda está em aberto, pois o segundo classificado, Petter Solberg, está a apenas... 1,8 segundos. E Sebastien Ogier, o terceiro, tem apenas... 3,8 segundos de desvantagem para o lider. Os três são todos Citroen.

Tirando Latvala, que lutou pela liderança durante grande parte do dia e teve o tal furo atrás referido, o outro carro da Ford, guiado por Mikko Hirvonen, já tem uma desvantagem de 42 segundos para Löeb, que apesar de ser uma vantegem teoricamente recuperável, em relação aos outros três pilotos, está bastante distante de todos eles e depende mais dos azares dos outros do que própriamente aumentar o ritmo para poder lutar pela vitória. Dani Sordo vem na quinta posição, logo na frente de Latvala. Henning Solberg é o sétimo no seu Fiesta S2000, logo na frente de Matthew Wilson, Mads Ostberg e do Citroen C4 de Kimi Raikkonen.

Na Produção, o português Armindo Araujo tem as coisas controladas, e ao final do primeiro dia, tudo indica que está a caminho de revalidar o título. Segundo as contas do piloto de Santo Tirso, basta-lhe terminar o rali no sexto posto para revalidar o título no PWRC, mas para maior beneficio do piloto luso, o seu maior rival, o sueco Patrik Flodin, deu um toque com o seu carro numa das classificativas da tarde e acabou por danificar a direção, perdendo bastante tempo e descendo do primeiro para o terceiro posto, a menos de dois segundos de Armindo Araujo. Na liderança do agrupamento da prova está, agora, o estónio Ott Tanak, que tem 40,9 segundos de avanço sobre o piloto português.

O rali de Gales prossegue amanhã.

E ao final do dia, uma bronca...

A última corrida do ano dá sempre para isto: sessões de fotos em que todo o pelotão da Formula 1 se reune e posa para as câmaras, de uma maneira que nos dá a ilusão de união e "glamour" de um "paddock" mais opaco que casaco de lã negro. Esta operação de relações públicas é normalmente urdida pelo recém-octogenário Bernie Ecclestone, só que esta tarde, no lusco-fusco de Abu Dhabi, deu polémica.

A ideia é de juntar toda a gente, nomeadamente pilotos e directores de equipa. Ver Lewis Hamilton perto de Stefano Domenicalli, ou Frank Williams ao pé de Fernando Alonso, pode ser fantástico para muita gente, e o Tio Bernie sabe disso, daí ficar sempre no centro da fotografia, para que todos saibam que é ele que manda no "show", mas nessa foto de familia, houve três ausentes. Dois justificados e uma por justificar: a de Michael Schumacher.

Os outros dois, Bruno Senna e Timo Glock, estavam perfeitamente justificadas. Glock estava com o massagista para cirar a sua lesão no pé, enquanto que Senna Sobrinho estava a falar com os comissários de pista devido ao incidente que teve com o McLaren de Lewis Hamilton na segunda sessão de treinos livres. Mas Schumacher decidiu não aparecer... porque não apetecia lá estar. E o Tio Bernie ficou fulo. A historieta é contada por um dos que andam por lá, Adam Cooper, e aparentemente, Schumacher já andava de "shorts" e queria mais sopas e descanso do que fazer o seu sorriso "Pepsodent" para satisfazer a operação de relações públicas montado pelo "anãozinho tenebroso".

Pode não passar de mais um simples incidente, mas que irritou o Tio Bernie na sua busca de fazer da Formula 1 o seu mundo encantado - e do qual arrecada metade do dinheiro - , lá irritou.

Formula 1 2010 - Ronda 19, Abu Dhabi (Treinos)

E pronto... começou o fim de semana decisivo do Mundial 2010 de Formula 1. As primeiras impressões desta sexta-feira na enorme (e cara) tenda de circo que é o circuito Yas Marina mostam que a Red Bull está em forma, que Fernando Alonso está na expectativa e que Lewis Hamilton se mostra ao mundo para dizer que ainda está vivo e que quer aproveitar a chance.

Contudo, a grande surpresa da manhã, na primeira sessão de treinos, foi... a chuva. De facto, a pista ficou molhada durante uma parte da manhã e isso fez com que os pilotos se limitassem a fazer voltas de instalação na primeira meia hora. Quando a chuva parou e a pista secou, começaram a surgir os tempos que interessanvam, com Sebastien Vettel a ser o mais rápido, seguido por Lewis Hamilton, no seu McLaren, seis centésimos mais lento do que o piloto alemão. Após os dois, vieram Jenson Button e Mark Webber, com Fernando Alonso no sexto lugar, atrás de Robert Kubica, no seu Renault. Michael Schumacher foi o sétimo, no seu Mercedes, à frente do Sauber de Kamui Kobayashi.

Na segunda sessão de treinos livres, duas horas mais tarde, Hamilton mostrou a competitividade dos McLaren e que ainda tem uma palavra a dizer na luta pelo título, ao ser o mais rápido na sessão, 257 centésimos de segundo mais rápido do que Sebastien Vettel, e 426 centésimos de segundo mais rápido do que Fernando Alonso. Quanto ao outro candidato ao título, Mark Webber, ficou com o quarto tempo... um milésimo atrás do piloto espanhol. Espero que isso não aconteça amanhã na qualificação.

Após os candidatos ao título, fcaram os Renault de Robert Kubica e Vitaly Petrov, com Felipe Massa a ficar entre eles. Jenson Buton fez o oitavo melhor tempo, à frente do Force India de Vitantonio Liuzzi e o Mercedes de Nico Rosberg. Quanto às novatas, o melhor foi o Lotus de Heiki Kovalainen, melhor do que os Vigrin de Timo Glock e Lucas di Grassi, e os Hispania de Christian Klien, que aproveita mais uma chance para correr, e Bruno Senna, o Último-Sobrinho...

Esta foi uma sessão interessante para se saber como se movimentam as "peças do xadrez", e cria expectativas para a qualificação de amanhã, e até que ponto a Red Bull consegue controlar as coisas e até que ponto Lewis Hamilton pode interferir na luta entre os três pilotos, pois se matemáticamente ainda é candidato ao título, na prática, tem um por cento de hipótese, no máximo. Mas um por cento é melhor do que nada, e enquanto poder jogar com essa percentagem... amanhã há mais.

Youtube Rally Classic: Final Stage, a Última Etapa



No dia em que começa o 201º e último rali da era WRC, no País de Gales, achei apropriado colocar aqui um video sobre os ralis e sobre uma esta era em particular. Quando pensei nisso, sabia que havia um excelente video que poderia exemplificar tudo isso e que a maioria das imagens são desta era que termina agora. O autor do video? Ora, o suspeito do costume... Antti Kalhola.

Com o título "Final Stage", demonstra a concentração e a determinação dos pilotos em serem mais rápidos do que o cronómetro, tentando escapar às armadilhas que os caminhos detêm, dos excessos que eles cometem, das falhas mecânicas que estão sujeitos, devido ao uso abusado e continuado daquelas máquinas, para depois alcançarem a merecida recompensa. São quatro minutos e sete segundos que devem valer a pena.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

5ª Coluna: O final de uma era nos ralis

Esta sexta-feira começa o Rali de Gales, a última etapa do campeonato do Mundo de 2010. É um grande coincidência no calendário isto ocorrer no mesmo fim de semana de encerramento do Mundial, mas isto é mais importante do que aquele duelo a três que vai haver no "tilkódromo" árabe, num sitio onde mais parece um parque temático gigante, com tantas coisas a cheirar a novo... digo que isto é muiot mais importante porque este vai ser o último rali oficial onde irão alinhar carros do WRC.

Portanto, as paisagens do País de Gales vão marcar o final de uma era. O facto de acontecer num rali clássico onde há menos de 20 anos as classificativas eram secretas (ou seja, davam-lhes as notas no momento da partida) até é bom e bonito, pois dão uma despedida condigna a estes modelos. É certo que actualmente só existem dois modelos minimamente competitivos, o Citroen C4 WRC e o Ford Focus. Mas serão dois modelos que ficarão na história dos ralis, e deste capitulo em particular.

Um capitulo que arrancou em 1997, em Monte Carlo, com a vitória do italiano Piero Liatti, no seu Subaru Impreza da Prodrive - curiosamente, a sua unica vitória no Mundial - e que ao longo dos anos providenciou uma geração de excelentes pilotos, pilotando as mais diversas máquinas.Foi a era de Sebastien Löeb e Mikko Hirvonen, sem dúvida, mas também foi a era onde correram Carlos Sainz, Colin McRae, Tommi Makinen, Markko Martin, Petter Solberg, Richard Burns, Marcus Gronholm... até veteranos como Didier Auriol, Francois Delecour e Juha Kankunnen experimentaram estas máquinas. E que máquinas: Toyota Corolla, Subaru Impreza, Ford Focus, Skoda Octavia, Seat Cordoba, Hyundai Accent, Mitsubishi Lancer, Peugeot 206 e 307, Citroen Xsara e C4, todos eles foram máquinas fabulosas no seu tempo.

É certo que muitos olham para este periodo como e era onde somente um homem conquistou títulos: o francês Sebastien Löeb. Mas se somente olharem para o homem que dominou o panorama dos ralis desde 2004, e dizerem que "é isto e mais nada", é menosprezar os esforços dos outros pilotos que o tentaram bater. Marcus Gronholm, Mikko Hirvonen, Jari-Matti Latvala, Sebastien Ogier, Petter Solberg, Dani Sordo, entre outros, foram e são excelentes pilotos que deram imenso trabalho a Löeb nestes anos todos. O francês não ganhou isto com "uma perna ás costas", como muitos julgam. Ele, o seu navegador Daniel Elena e a equipa Citroen sentiram muitas vezes esses seus rivais atrás das costas e lutaram muito para conseguir batê-los. Retirar mérito à maneira como Löeb ganhou os títulos é retirar mérito aos seus adversários.

No final, como é que esta era vai ficar na história dos ralis? Estes carros não serão tão especatulares e perigosos como o Grupo B, ou tão contidos como o Grupo A, e o calibre de pilotos pode não ter sido tão vasto como o que houve nos anos 70 e 80, mas esta era chegou a ter sete construtoras ao mesmo tempo a correr nas estradas de todo o mundo. Não é algo que os verdadeiros fãs de ralis devam menosprezar, pelo menos. Por mim, vou olhar para esta era como algo tão bom ou verdadeiro como os anos 80, e modelos como o Citroen C4 WRC deverão ser tão miticos como o Ford Escort de primeira geração, o Lancia Stratos, o Audi Quattro, o Lancia Delta ou o Subaru Impreza, só para citar cinco exemplos.

Agora, em 2011, aparecerão novos modelos e mais uma nova era nos Ralis: Citroen DS3, Ford Fiesta, Mini Countryman estarão lá. E outras marcas poderão estar no horizonte, como Volkswagen e Saab. Creio que serão ser anos interessantes para acompanhar...

Troféu Blogueiros - Brasil

Recebi isto ontem à noite, mas só agora é que tive a oportunidade de o colocar por aqui: as notas do GP do Brasil, dadas pelo Troféu Blogueiros. Acho que as notas foram justas, no geral, exceptuando as discrepâncias que o Gustavo deu em relação a Timo Glock (nota seis), ao Christian Klien (nota sete) e ao Lucas Di Grassi (nota seis) quando no geral o pssoal não passou para além da nota três ou quatro...

Em relação a isso, já sabem, cada um de nós tem o seu critério para as dar, daí a existência do tal mecanismo que elimina os extremos. Em Abu Dhabi haverá mais.

Noticias: Lotus vai ser "black & gold" em 2011

A cada dia que passa aparece sempre algo de novo sobre a Lotus, especialmente na guerra entre a Proton e Tony Fernandes, pelos direitos do nome "Team Lotus". Contudo, hoje, o anuncio que se segue pode ser sinal de desafio por parte de Fernandes. Alguns dias dpeois de anunciar um acordo com a Renault para 2011, Fernandes disse que na próxima temporada, os seus carros serão pintados de preto e dourado, tal como eram nos anos 70 e 80. Um sinal de aproximação (e desafio) à imagem histórica da Team Lotus.

"Quando revelámos o carro para 2010 existiu uma unanimidade nos elogios por trazermos de volta a decoração histórica verde e amarela para as grelhas de partida de Formula 1 modernas. Sei que o regresso às pistas da lendária decoração preta a dourada será ainda mais apoiada já que traça uma ligação emocional com todos os adeptos em todo o mundo", afirmou o diretor executivo da equipa, Riad Asmat.

Contudo, a decoração final dos monolugares de 2011, será resultado de um concurso que a Lotus Racing irá promover entre os fãs da equipa: "Dar aos adeptos a possibilidade de nos ajudar a trazer de volta essas decorações para as grelhas atuais é fiel ao nosso objetivo de colocar os nossos adeptos no coração da Lotus Racing - mal podemos esperar para mostrar ao mundo o que temos preparado", acrescentou.

Pessoalmente, não sou contra a ideia do "black & gold" dos tempos de Emerson Fittipaldi, Ronnie Peterson, Mario Andretti, Elio de Angelis, Nigel Mansell e Ayrton Senna, mas sei que seria uma publicidade algo encapotada à marca de tabaco John Player Special. Mas como me habituei ao verde e amarelo deste ano, mais condizente à tradição dos tempos de Jim Clark e Graham Hill, dos anos 60, acho que essa cor é mais identificativa da história da Team Lotus. É como pedir a Ron Dennis e a Martin Whitmarsh para que voltem a pintar os McLaren de vermelho e branco, as mesmas cores da Marlboro...

Noticias: Virgin pertence agora aos russos

Richard Branson confirmou esta manhã aquilo de que falei ontem: uma parte significativa da equipa cairá nas mãos do construtor russo de automóveis Marussia em 2011. O acordo prevê uma parceria para os próximos quarto anos, sendo que a equipa passará a denominar-se Marussia Virgin Racing. "Já sabíamos que o primeiro ano ia ser difícil para a Virgin pelo que estou encantado por ter assegurado parceiros que comungam da mesma visão e espírito para desafiar o 'establishment'. Estou ansioso por trabalharmos juntos!", concluiu.

Quanto a pilotos, Timo Glock foi confirmado, mas nada se fala sobre o segundo. Tanto pode ser o próprio Lucas di Grassi, como as duas hipóteses que foram referidas pela imprensa especializada: o holandês Gierdo van der Garde e o belga Jerome D'Ambrosio.

Já agora, a Virgin continuará a apostar no CFD (em português simples, irão apostar num supercomputador para desenhar o carro) e vão fazer um "upgrade" no computador que têm para que tenha a capacidade de produzir 3,3 tetrabytes de dados por dia. Os novos upgrades devem estar prontos em Janeiro, mas não a tempo de afetar o desenho do carro para 2011. Contudo, Nick Wirth, o homem que desenhou o chassis deste ano, está confiante que com o novo desenho irá conseguir mais dois e três segundos por volta do que o chassis de 2010. A conferir.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

As entrevistas da Blogosfera

Confesso que já não ando a fazer esta parte há algum tempo, mas tenho planos para voltar a fazer isso no defeso. Até lá, posso mostrar duas coisas que foram feitas por participantes na blogosfera, e ambas imperdíveis.

O primeiro é o Alexandre Carvalho, no seu blog Almanaque da Formula 1. Pode não publicar todos os dias, mas consegue ter uma qualidade que muitos de nós adorariam ter, pelo menos nesse capítulo. E a sua mais recente entrevista é com Bertrand Gachot, ex-piloto belga (nascido no Luxemburgo e filho de pai francês) que em 1991, quando corria na Jordan, fora preso devido a uma rixa com um taxista em Londres, meses antes. E o seu substituto nessa altura foi um jovem chanado Michael Schumacher. Actualmente, Gachot é o presidente da Hype, uma firma de bebidas energéticas. Para a ler na integra, cliquem aqui.



A segunda entrevista foi feita pelo Leandro Verde, com um piloto belga que ele viu num video há muito tempo. E porquê este piloto em particular? Porque ele teve um acidente algo arrepiante em Zandvoort em 1990, e por incrivel que pareça... sobreviveu sem um unico arranhão. Tando que ele estava de volta ao carro duas semanas depois, em Zolder. O nome desse senhor é Marc Delpierre, agora com 40 anos, e até teve uma carreira razoável nos monospostos, antes de de se concentrar numa carreira de relações publicas, no Mónaco. Para a ler na íntegra, cliquem aqui.

Noticias: Felix da Costa confirmado no "rookie test" de Abu Dhabi

Já se começam a anunciar os "rookies" que irão testar os carros de Formula 1 no teste que vai haver em Abu Dhabi na semana a seguir à última corrida do ano. A Ferrari anunciou hoje que será dada uma oportunidade ao francês Jules Bianchi, da GP2, ao russo Mikhail Aleshin, ao checo Jan Charouz e ao belga Jerome D'Ambrosio na Renault, ao australiano Daniel Ricciardo na Red Bull e ao francês Jean-Eric Vergne na Toro Rosso.

A grelha dos "rookies" está a ficar composta, mas hoje queria falar de um anuncio feito ontem, da presença do português Antonio Felix da Costa nestes testes, a bordo de um monolugar da Force India, que como sabem, já foi Spyker, Midland e... Jordan. A equipa onde Tiago Monteiro correu em 2005. Para além dele, a Force India também confirmou que o escocês Paul di Resta, habitual terceiro piloto, e o holandês Yelmer Buurman, com experiência na GP2 e que corria este ano na Superleague Formula, também participará nesses testes.

"Agora sim posso dizer que vou guiar para a equipa Force India, será um dia marcante na minha carreira e espero que seja o primeiro de muitos ao volante de um Formula 1. A Force India é uma equipa aguerrida, muito consistente e com muita ambição que evoluiu muito nos últimos anos, portanto espero efectuar um bom trabalho e poder mostrar o meu potencial. Estive já em Inglaterra nas instalações da Force India em Silverstone para um primeiro contacto com a equipa e todo o seu staff, fiz o meu banco e tive a oportunidade de trabalhar no simulador para um primeiro contacto com o circuito de Yas Marina. Gostaria de agradecer à Force India por me ter proporcionado esta oportunidade, ao Tiago Monteiro e à Sowhat Management, que têm sido incansáveis no acompanhamento muito profissional da minha carreira", revelou o piloto no seu comunicado oficial.

Quanto a Tiago Monteiro, que tem vindo a ajudar na sua carreira nos monolugares, também demonstra a felicidade por Felix da Costa ter a sua primeira oportunidade de andar num Formula 1: "Sei que algumas equipas de Formula 1 e a Force India em particular tem seguido de perto a evolução do António como piloto não só de Formula 3, mas também nas duas corridas de GP3 por ele disputadas este ano. A sua postura em pista, a facilidade com que se integra no seio das equipas e face aos resultados por ele obtidos foram argumentos mais do que suficientes para que a Force Índia mostrasse interesse em avaliar o António nos testes 'rookie days' em Abu Dhabi. Apesar de mais cedo do que inicialmente previsto, será uma oportunidade de ouro numa altura importante da carreira do António rumo à Formula 1. O António tem muito talento, está muito focado no seu trabalho e acredito vivamente que irá fazer um bom trabalho com a equipa, o que poderá abrir muitas portas para o seu futuro", confidenciou no mesmo comunicado.

Como é óbvio, Felix da Costa não irá para a Formula 1 em 2011, mas eventualmente não faltarão opções para o seu futuro. GP2, GP3 e até a Formula 3 são opções válidas para o piloto português de 19 anos e que completou este ano a sua terceira temporada nos monolugares. Quanto a outros pilotos portugueses, fala-se que Ricardo Teixeira está mais do que certo, e que Alvaro Parente continua a ser uma boa possibilidade para a Lotus.

Rumor do dia: Virgin vai ser vendida para um construtor russo

Caso se confirme, será um anuncio no mínimo bombástico. Mas é certo que das três estreantes, a Virgin era a equipa mais discreta e a que teve menos noticias sobre a sua situação na temporada de 2010. Mas esta tarde, o jornalista brasileiro Victor Martins afirma no seu blog que a Virgin anunciará amanhã num conferência de imprensa em Abu Dhabi a venda da sua equipa para o fabricante russo de supercarros Marussia, que está neste momento como uma das patrocinadoras principais da Virgin.

O estranho desta noticia é que a equipa, que tem um ano, vai ser vendida para um fabricante de carros que tem, imagine-se, dois anos de vida. E a pessoa por detras desta companhia tão novata chama-se Nikolai Vladimirovich Fomenko, um homem de 48 anos muito famoso no seu país como musico, apresentador - chegou a produzir a versão local do "Top Gear" e depois homem de negócios. E claro, com algum curriculo no automobilismo, como piloto, que conta com duas participações nas 24 Horas de Le Mans, em 2004 e 2005. Os modelos da Marrussia são equipados com, curiosamente, motores V6 Cosworth de 3.5 litros. Logo, até pode haver sinergias entre os dois lados.

Quanto a pilotos? Muito provavelmente Timo Glock e Lucas di Grassi podem ver os seus lugares em perigo. Di Grassi tem o seu lugar ameaçado pelos milhões que o holandês Gierdo Van der Garde trará consigo, e Fomenko gostaria de ter um russo na sua equipa. Se Vitaly Petrov for colocado fora da Renault para dar o lugar a Bruno Senna, a Virgin-Marrussia seria o destino ideal. Caso contrário, sempre se pode pensar em Mikhail Aleshin, que esteve este ano na World Series by Renault.

Formula 1 em Cartoons - Brasil (GP series)

O GP do Brasil deu a dobradinha à Red Bull, é certo. Mas dos dois pilotos, houve um que saiu contente e o outro nem por isso. E irónicamente, foi o o piloto melhor classificado que saiu de Interlagos com cara de poucos amigos. Pelo menos é o que Marcos Antônio, do blog GP Series, pensa...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

As últimas sobre a polémica Lotus Cars vs Team Lotus

Como podem ter lido da entrevista a David Hunt, viram que tem legalmente a razão do seu lado no caso Team Lotus vs Lotus Cars e que isto tudo não é - para pormos as coisas de uma maneira simples - mais do que uma tentativa da Proton ficar com o nome a custo zero para fazer dela o que apetecer e bem entender, algo que Colin Chapman nunca teve intenção, diga-se.

Apesar disso, a grande noticia do fim de semana é que as negociações entre Lotus Cars e Renault continuam a decorrer, aparentemente no sentido de ter os 25 por cento de capital que a Renault ainda detêm na equipa, cujos restantes 75 por cento foram vendidos no final do ano passado à Genii Capital, do luxemburguês Gerard Lopez. Fala-se que um anuncio poderá ser feito no fim de semana de Abu Dhabi, e que até 2012, os carros correriam sob o nome Lotus Renault, e até - pasmem-se - o carro seria pintado de negro e dourado, para recordar um passado não muito distante. A acontecer, faria a British American Tobacco muito feliz, pois que eu saiba, ainda são as detentoras da marca John Player Special...

A razão deste negócio entre Lotus e Renault avançarem não tem muito a ver inicialmente com a Formula 1. A ideia inicial era apenas uma partilha de plataformas entre as marcas Proton e a Renault, no sentido de se expandir noutros mercados como o asiático, que está em franca expansão. Contudo, a Lotus, que pertence à Proton, que por sua vez é liderada por Dany Bahar, que aparentemente conseguiu convencer os malaios dos seus planos para um futuro próximo - os tais quatro modelos apresentados no Salão de Paris - e agora está a usar esse acordo com a Renault para tentar ganhar, à sua maneira, o direito a usar o nome Lotus na Formula 1. como alguém disse, arriscamos a ter em 2011 um paradoxo chamado Renault-Lotus e Lotus-Renault. Duvido que a FIA deixe isso...

Para quê é que a Renault se mete nesta embrulhada? Na minha opinião é o tipico caso de "estar de bem com Deus e o Diabo", na esperança que as duas partes cheguem a acordo. Aparentemente, Tony Fernandes promoveu um tipo de acordo, uma terceira via, digamos assim, em que mantinha a Team Lotus independentemente da Lotus Cars e que criassem laços comerciais com o "inimigo", fazendo com que nenhum deles perdesse a sua face. Só que aparentemente, Dany Bahar não está para aí virado e aposta todas as suas fichas numa estratégia "winner takes all, at all costs".

De qualquer forma, caso o tal acordo aconteça, pode ser que se confirmem os rumores surgidos no dia de hoje no jornal italiano "Autosprint" de que Robert Kubica poderia abandonar a equipa no final da temporada, pois aparentemente existem cláusulas do contrato libertando o polaco de 26 anos de qualquer compromisso com a marca, caso a Renault mude de nome em 2011. A ver vamos...

Ao mesmo tempo, Mike Gascoyne, o projectista da equipa de Tony Fernandes, já veio a publico afirmando estar intrigado com a possivel decisão da Lotus Cars de comprar uma parte da Renault e usar o seu nome na próxima temporada: "Se eles querem publicitar os seus carros de estrada, porque é que vão gastar tanto [no eventual acordo com a Renault]? Connosco, eles poderiam fazê-lo de borla", afirma em declarações à revista alemã Auto Motor und Sport.

Em jeito de conclusão, a cada dia que passa, isto ganha contornos de novela malaia. Se terá resolução nos próximos meses, isso se verá. Tudo indica que as coisas poderão ter um desfecho politico, caso os tribunais demorem a decidir. Vai ser um Inverno longo e duro...

A entrevista de Peter Windsor sobre a polémica Lotus

A novela Lotus conheceu hoje novo capitulo com a entrevista que Joe Saward publica hoje no seu blog. A entrevista a David Hunt, o homem que detêm os direitos do nome "Team Lotus" até este Setembro, feita por Peter Windsor. Sim, o tal que tentou montar a fracassada USF1 Team com o Ken Anderson, ainda se lembram?

Enfim, na entrevista, Hunt conta a sua versão da história e não acredita muito nas noticias de que Tony Fernandes possa trai-lo com a possivel entrega dos direitos do nome "Team Lotus" à Lotus Cars, mediante um acordo politico com a Proton e o governo malaio. Esta entrevista surge na sequência das noticias de que a Lotus Cars estaria a negociar um acordo com a Renault para comprar parte da sua equipa da Formula 1 e a transformar em Lotus-Renault a partir de 2011.

Decidi traduzir a entrevista na íntegra, porque acho que todos deveriam saber ao pormenor as razões pelo qual Hunt defende o seu direito ao nome a explicar as razões do conflito, que acontece desde que a Proton comprou a Lotus, em meados de 1996. Se quiserem ler a versão original, sigam o link:

Windsor: "Primeiro, houve a conferência de imprensa en Singapura, confirmando que o Team Lotus estaria finalmente de volta à Formula 1. Mas um dia depois, o Grupo Lotus - Proton, na verdade - declarou (e cito) que são os "donos d marca (a Team Lotus) e que tomarão todas as medidas necessárias para protegê-lo. 'Acho que também disseram que, até 1994, o Grupo Lotus e Team Lotus estavam sob propriedade comum, com os diretores comuns, e que o Team Lotus, nas mãos de David Hunt, nunca correu, acrescentando que sua posse é ineficaz. O que foi tudo aquilo?"

Hunt: "Eu estava furioso porque vejo essas declarações como difamatórias. Estão basicamente dizendo que eu andei a mentir nos últimos 16 anos. Todas estas afirmações são um completo disparate. Se a Team Lotus estava sob sua propriedade e controle, como é que a família Chapman vendeu-a para Peter Collins no inicio de 1991? Por que a Lotus Cars foi um mero patrocinador secundário na Team Lotus durante o tempo de Peter Collins? E por que ele e o seu sócio, enquanto administradores, venderam-na a seguir para mim e ao meu sócio, uma venda feita completamente às claras e sancionada pela High Court Britânica?

Contudo, desde os primeiros meses após a compra que existiam boatos de que eles não possuíam os direitos da Team Lotus. Isto foi obviamente uma preocupação para o Grupo Lotus e um incómodo para nós, e eles decidiram esclarecer a questão por escrito para nós e, aparentemente, todos os outros poderiam pensar que poderia ter algum interesse na propriedade Team Lotus, incluindo a família Chapman e Peter Collins. Eles perguntaram quem pensou que tivesse direito de propriedade para defini-lo por escrito. Os entrevistados foram apenas de nós, e nossos advogados estabelecidos os direitos que tinham adquirido na íntegra para o Grupo Lotus. Grupo, em seguida, nos agradeceu e deu a todos na lista de uma segunda oportunidade de comentar e nos convidou para uma reunião para que pudéssemos começar a trabalhar juntos - los como grupo e nós, como equipa, tal como tinha sido nas eras Chapman e Collins antes . Em nenhum momento o grupo diz que eles achavam que se tinha alguma reclamação sobre qualquer propriedade Team Lotus, e tanto quanto eu estou ciente desde essa data até o dia após o Grande Prêmio de Cingapura neste ano, eles nunca disseram que nós não tínhamos os direitos ao nome "Team Lotus".

Sendo assim, essas reclamações vindas do Grupo Lotus de que sempre tiveram a propriedade da Team Lotus é uma pura fantasia. Além disso, as duas corridas no final de 1994 - Japão e Austrália - foram feitas sob a nossa própria propriedade. Fizemos questão de dar a Mika Salo a sua primeira oportunidade na Formula 1, pelo amor de Deus! A verdade é que o Grupo Lotus nunca competiu na Formula 1, nunca construiu um carro de Formula 1 e nunca possuiu a Team Lotus. Sempre foram empresas distintas, como é prática comum na Fórmula 1. Colin Chapman sempre quis proteger a Lotus Cars dos problemas de seguro e de acidentes que poderiam afetar uma equipe de corrida, como era frequente nesses dias."

Windsor: "Estou a ver. De facto, quando eu representava o Carlos Reutemann nas negociações com Colin Chapman no final de 1978, nenhum dos contratos assinados foram com a Lotus Cars ou com o Lotus Group. Enfim. O que aconteceu quando a Proton comprou a Lotus Group?"

Hunt: "Que é quando as coisas mudaram de figura. Quando compraram a Lotus Group no final de 1996, houve uma série de dignitários malaios que voaram a Londres para ver a nova aquisição num evento de lançamento. Eles ficaram totalmente surpreendidos quando souberam que entre os seus novos activos não incluiam o nome da equipa de Formula 1. É um pouco como os americanos, caso comprassem a Ponte de Londres, teriam comprado a Tower Bridge, desconhecendo que tinham a original à sua porta. Parece que os malaios falharam nessa sua diligência. Depois disso, eu voei para Kuala Lumpur para conhecer o presidente da Proton e expliquei que estávamos ansiosos para voltar à Formula 1 com a Team Lotus, e entreguei-lhe uma proposta detalhada que havia enviado ao primeiro-ministro malaio cerca de um ano antes no sentido de um projeto chamado "Team Lotus Malasia".

O presidente pediu uma cópia dessa proposta para ser enviada ao Grupo Lotus, e fiz isso de boa vontade. Saí da Malásia com a sensação de que estavam realmente interessados em discutir isso ao nível da administração. Contudo, essa foi a última vez que falei com eles de forma amigável, pois após isso eles lançaram várias acções em tribunal, sem qualquer sucesso. Depois, tentaram forçar-nos a mudar o nosso logotipo, e quando não o conseguiram, a Diretoria da Grupo Lotus disse que ter uma equipa na Formula 1 não beneficiava a marca Lotus. Curiosamente, colocaram a história da Team Lotus história no seu site e no seu material publicitário, fingindo que era deles. E nunca desafiaram a nossa propriedade quer em termos privados, público ou nos tribunais. De fato, é interessante notar que, sem nunca ter ousado desafiar-nos sobre a propriedade nos últimos treze anos, três dias após a passagem para outras mãos malaias, saem com este extraordinário comunicado à imprensa. Interessante, não é?

Vamos ser claros: O Grupo Lotus nunca correu na Formula 1 e, a despeito do que alegam agora nos murais recém-aplicados na fábrica de Hethel, não tem quaisquer Campeonatos Mundiais de Formula 1, quaisquer vitórias em Grandes Prémios, pódios ou até mesmo quaisquer corridas na sua história. Suas afirmações são tão ridículas como se eu tivesse anunciado a construção de vários carros de estrada novos a partir do novo desportivo da Team Lotus, que seguem a longa tradição de modelos como o Elan, Esprit, Europa, etc... as minhas reivindicações teriam sido risíveis e a Team Lotus teria sido demolida em tribunal, se tivesse ousado contestá-las.

N
a minha opinião, isso é o que provavelmente vai acontecer quando o High Court britânico decidir sobre o contencioso que tenho com o Grupo Lotus. É também a minha opinião de que eles sabem como isto irá acabar, e que eu tenho a razão do meu lado, e é por isso que eles têm-me atacado agora. Eu acredito que eles estão contando que isso nunca chegue ao High Court e que isto seja resolvido politicamente, com o governo malaio a "resolver" a apropriação da Team Lotus a favor de Bahar e do Grupo Lotus. Ao longo dos últimos 16 anos que o Team Lotus esteve sob o meu controle, tivemos várias firmas de advogados que analisaram a pente fino os direitos legais da Team Lotus e nenhum deles entendeu os nossos direitos fossem atacáveis de qualquer forma, pelo menos, até que surgiram os advogados de Tony. Mas isso é outra história.

A minha opinião é que o Grupo Lotus só ganharia o contencioso no Supremo Tribunal se encontrassem algum juiz e o convencessem que preto é branco, ou encontrassem alguma nova doutrina legal que nenhum advogado tivesse pensado antes. O Grupo Lotus/Proton tiveram 13 anos para fazer um acordo comigo - e durante todo esse o tempo estiveram sentados na mminha proposta da "Team Lotus Malasia", e a abordagem desta "1Malasia" se parece imenso com a proposta que lhes apresentei. Mas ao invés de trabalhar com a Team Lotus como empresas-irmãs com sobreposição de interesses, porque foram fundadas pelo mesma pessoa, como tinha sido a tradição histórica, eles decidiram danificar ou destruir a reputação da Team Lotus, na esperança de - imagino eu - que eles poderiam pegar a marca Lotus, seu logotipo, identidade e história para uso próprio, sem ter que pagar, na esperança que ninguém notasse.

Agora que não me conseguiram parar, e com Tony e seus sócios a conseguirem comprovar as alegações que já faço há muito tempo - ou seja, que o universo da Formula 1 receberia a Team Lotus de volta às grelhas de partida e que é uma marca muito valiosa - a Proton e Grupo Lotus estão agindo como crianças mimadas e tentando roubar os doces de Tony e seus parceiros, como se fossem os matulões do recreio. Eles não ousariam fazê-lo enquanto era eu que segurava os doces, pois eles nunca ganharam nos tribunais britânicos e não estou sujeito a qualquer influência política. Tony e seus parceiros (Din e Naza) e os restantres funcionários da Lotus Racing, não merecem ter o direito tirado das suas mãos. "

Windsor: "Então, onde você está agora em relação a Tony Fernandes e seus sócios?"

Hunt: "Quando fui procurado pelo Tony em 2009, ele concordou em dar à Proton uma hipótese de acordo comigo, mas eles estragaram tudo. Eles mostraram respeito, mas não uma retribuição. Então, quando as negociações com Tony avançaram - e acho que é muito revelador da politica do Grupo Lotus/Proton - eles tentaram freneticamente reabrir as negociações em várias ocasiões. Por que fariam isso se eles acreditavam que nós não possuímos os direitos do nome "Team Lotus"? Disse-lhes que tinham desperdiçado a sua chance e até Tony me pediu para que não reabrisse quaisquer negociações com eles. Ele deu a sua palavra que iria fazer um acordo justo e razoável comigo e que ele não estava na Formula 1 para enganar as pessoas. Ele sabia que tinha que fazer um acordo comigo, porque éramos nós e não Grupo Lotus/Proton, que detinhamos o nome "Team Lotus", e ele reconheceu o esforço enorme que eu e muitos outros fizermos ao longo dos anos para manter o nome vivo e imaculado. Assim, neste contexto, e com o compromisso dado pelo Tony, eu disse à Proton que tinham perdido sua chance. Em qualquer caso, eles tiveram 13 anos para pensar num acordo justo para ambas as partes".

Windsor: "Então a Proton tentou negociar com você durante todo esse tempo?"

Hunt: "Sim, tivemos contactos com eles no início, mas rapidamente não chegamos a qualquer entenimento. Isto é agora a raiz das dificuldades que se encontram actualmente entre Tony e seus sócios e eu: seus advogados recentemente ameaçaram com uma ação legal contra mim com base no que parecem ser as alegações absurdas e sem apoio de terceiros. Estou totalmente de refutar as alegações e irei defendê-los no local apropriado, caso seja preciso. Tenho a certeza de que isto tudo é um mal-entendido que será esclarecido rapidamente, mas continuo completamente confuso a respeito de porque é que tudo isto aconteceu. Eu estive a apoiá-los em todas as áreas e até trazê-los alguns patrocinios significativos, então tenho a certeza que vamos encontrar-nos e descobrir que é um simples caso de mal entendidos entre cliente e advogado ou alguma outra explicação igualmente inocente. Eu mantenho-me resolutamente na minha parte do acordo, como Tony e qualquer jornalista que me entrevistou irá atestar.

Agora temo o pensamento de ter de enfrentar mais confrontos, de mais acções absurdas, mas eu tenho investido 16 anos de minha vida no sentido de garantir que este capitulo chegue a um fim justo e verdadeiro. Antes de Singapura, estava pessoalmente ansioso para colocar este capítulo atrás das costas, mas se eu tiver de levantar e lutar mais uma vez pela honra e integridade, e aquilo que é certo e justo para mim, então vou fazê-lo de novo porque isto tudo é muito mais importante do que dinheiro ou poder."

Windsor: "O que você acha que vai acontecer com a atual "Lotus Racing" e o seu esforço na Formula 1?"

Hunt: "Acho que seria um desastre para Tony e seus parceiros caso abandonem a luta. Eles me deram garantias a toda a gente de que são pessoas sérias e totalmente comprometidas para com a marca Team Lotus. Tony tem sido fã desde a sua infância e isto tudo é um sonho para ele, e sem a sua paixão pelo nome e respeito pela sua história, não teria feito negócio com eles. No entanto, parece que eles podem desistir ao primeiro obstáculo, sabendo que isto era uma ameaça bem ciente desde o início e que vieram de pessoas que estavam, à partida, no mesmo lado que Tony! Eu certamente espero que eles não desistam e eu estou confortado de saber que Tony confirmou-me ao longo dos últimos dias que eles vão lutar até o fim na Justiça. Ficaria indignado e profundamente desapontado caso este caso acabe com uma decisão politica, com a Team Lotus seqüestrada em alguma manobra política nos bastidores de Kuala Lumpur, feita por políticos alheios à realidade da Formula 1. Na minha opinião quem vai realmente perder a face será a Proton e os chefes do Grupo Lotus, devido às alegações risíveis que fizeram. Ou então que Tony e seus parceiros abdicassem das suas pretensões em trazer a marca Lotus de volta à sua antiga glória.

Para ambos os lados, isso seria potencialmente uma perda de face, daquiolo que entendo a cultura malaia. Se Tony, Din e Naza cedessem, seria demonstrar que tinham agido de má fé, comigo, com os fãs da Formula 1 e as autoridades que lhes permitiram a sua entrada. Também seria uma mancha na minha reputação, pois teria cedido os direitos da Team Lotus para pessoas que não fossem sérias e comprometidas com a história - algo que sempre preocupei evitar. Eu também estou certo que Tony não se esqueceu de que tem um compromisso com o pessoal em Norfolk. Muitos tiveram de mudar de residência e eu tenho quase certeza que quase todos eles foram lá porque acreditavam que eles eram parte de um "projecto Lotus F1", não foram lá para trabalhar para a equipa Tune.

E há também os fãs, muitos dos quais têm estado à espera há 16 anos pelo regresso da Team Lotus. A partir da correspondência que recebo diariamente, sei a sensação de mal estar no estômago que todos os verdadeiros fãs da Team Lotus um pouco por todo o mundo ficariam se eTony anunciasse que a Team Lotus estivesse sob o controle da Proton. Eu imagino que isso seria o último prego no caixão para quase todos os verdadeiros fãs da Team Lotus."

Windsor: "De facto, tudo isto é muito frustrante. Você acha que existe alguma forma realista de como é que isso pode ser resolvido?"

Hunt: "Eu ficaria muito feliz se voltasse a ter a guarda da Team Lotus e defender-me definitivamente de qualquer acção vinda pelo Grupo Lotus/Proton. Eu não tenho medo do Grupo Lotus ou Proton tudo e estou totalmente confiante na minha razão legal. Tony teria uma autorização minha para correr como Team Lotus. Isso libertá-lo-ia para se concentrar unicamente em produzir resultados na pista e aí os fãs iriam ver na grelha o verdadeiro ADN que Colin Chapman deixou na Formula 1, deixando a mim as questões legais. Afinal, tenho 16 anos de experiência em termos de ações legais contra o Grupo Lotus/Proton e sou, portanto, a melhor pessoa para defender de todas as suas reivindicações. Poderíamos até elaborar uma ou duas acções em tribunal contra eles!"

Formula 1 em Cartoons - Brasil (Crazy Circus)

Eis a visão de Marcel Marchesi sobre a briga pelo título de 2010, após o GP do Brasil. Apesar do Fernando Alonso estar sorridente no canto a assistir à briga entre Sebastien Vettel e Mark Webber, ele que reze para que o seu motor não expluda no fim de semana de Abu Dhabi...

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport coloca Fernando Alonso em grande plano, em tom pensativo, sob o cenário dos carros da Red Bull, como que a tentasse calcular o que tem de fazer para apanhar o tricampeonato, ameaçado pelos carros de Sebastian Vettel e Mark Webber. "Matemática favorece Alonso", é o principal título da revista. Nos subtitulos, fazem-se as contas que os três pilotos devem fazer para alcançar o Mundial.

Mais em cima, fala-se dos resultados do fim de semana, nomeadamente os 1000 km de Xangai, onde a Peugeot ganhou e Pedro Lamy correu na GT1, a bordo de um Saleen, e... venceu duplamente. "Pedro Lamy leva Saleen à vitória na China". Também se fala do Rali de Gales e aquilo que Armindo Araujo tem de fazer para conseguir revalidar o título. "A estrategia de Armindo para renovar o título mundial". Para finalizar, uma referência aos testes em Abu Dhabi: "Antonio Felix da Costa vai testar com a Force India".

Para finalizar, uma referência ao Drift, uma actividade com origens no Japão e que está em crescimento um pouco por todo o mundo, e Portugal não foge á regra.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A pretexto do post numero cinco mil...

É mais do que certo que quando este blog alcança qualquer numero redondo, tenho tendência para o comemorar. Mas se olhar para o calendário, verifico que a comemoração de tal numero redondo chega a uma altura critica para o Mundial de Formula 1 de 2010. Portanto, para dar algum significado ao post numero cinco mil, vamos lá falar da Formula 1, dos candidatos ao título e do que se fala e se defende um pouco pela Blogosfera.

Ontem li numa das caixas de comentários de que a diferença entre a Red Bull e a Ferrari, é que na primeira existem líderes e na segunda chefes. E o lider tem como objectivo manter motivados os seus subordinados. E tem razão: em Abu Dhabi, Mark Webber e Sebastien Vettel vão dar tudo pelo título, enquanto que Fernando alonso tem de confiar apenas em si mesmo, porque a pessoa que Stefano Domienicalli lhe pediu para abdicar da vitória em Hockenheim, Felipe Massa, é uma pessoa aparentemente desmoralizada para ajudar a equipa em alguma coisa.

Muita gente na blogosfera, e não só, dizem por estes dias que Christian Horner deveria ter escolhido há muito tempo o piloto que quer para alcançar o título de Pilotos, pois acham que com este estilo no Brasil, acabaram de entregar o título a Fernando Alonso. Na minha opinião, eu direi que irei respeitar a decisão de Horner a esse respeito. Se quer jogar limpo, sem combinações, só poderei dizer que é consistente com aquilo que disse e defendeu nas criticas em relação à atitude da Ferrari na Alemanha. Não quer ser hipócrita, e também - vamos ser honestos - já tem um título, o de Construtores.

Se essas pessoas defendem isso, das duas uma: ou adivinham o futuro (e nesse caso, gostaria que me dessem os numeros do Euromilhões desta semana, s.f.f) ou acham que a Formula 1 é um desporto no qual o todo é mais importante do que as partes, e um deve ser o lider e o outro um escudeiro ou subordinado. Tudo bem, mas no caso da Ferrari acharia que a melhor escolha deveria ser... o Giancarlo Fisichella. Contudo, esquecem que a Red Bull não é uma qualquer, tem uma atitude diferente no pelotão, é demasiado nova para ser contaminada pelos jogos de cintura de um "paddock" demasiado elitista, cínico e hipócrita. Horner tem essa carta na mão, mas pode não querer usá-la, e há que respeitar a sua decisão.

O título de Abu Dhabi será - matemáticamente - decidido a quatro. A candidatura de Lewis Hamilton é mais virtual do que outra coisa, mas pode baralhar, pois basta ele estar num dia bom nas Arábias para complicar as contas. Já em relação aos três, tudo pode acontecer, com Alonso em vantagem, é certo. Mas os outros dois candidatos estão motivados para darem tudo... que dêm. E horner está se marimbando, pois já tem o que ele quer.

Alea Jacta Est, os dados estão lançados!

Rookie Test: Maldonado vai rodar na Hispania, Teixeira na Lotus

Confesso que me vai ser difícil passar esta semana sem não pensar na música "Final Countdown" dos Europe, mas uma ocasião destas e única com quatro candidatos, matematicamente falando, ao título. Mas hoje quero falar sobre o "rookie test" de Abu Dhabi, porque começam a surgir algumas novidades em relação a isso.

Esta tarde, a Hispania anunciou que o venezuelano Pastor Maldonado irá estar num dos seus "cockpits" na próxima semana, em Abu Dhabi. Maldonado, campeão da GP2 este ano, vai estar a bordo do "cockpit" espanhol em três dos cinco dias de duração do teste, para ganhar quilómetros. Caso o venezuelano, que é consistentemente falado nas últimas semanas como piloto da Williams, sair bem, muito provavelmente será piloto da Williams no lugar de Nico Hulkenberg. É o que dá ter um patrocínio na ordem dos 20 milhões de euros da petrolífera venezuelana PDVSA.

Esta tarde, também, a Autosport portuguesa fala que poderão haver, não um, nem dois, mas sim... três portugueses no "rookie test" de Abu Dhabi. O terceiro elemento em questão é o luso-angolano Ricardo Teixeira, que andou este ano na Formula 2 com um forte apoio da petrolífera angolana Sonangol e que pode ter pago cerca de 400 mil euros para ter esta oportunidade única. Teixeira, de 26 anos, tem um vasto currículo, com passagens pela Formula 3 britânica, GP2 e Formula 2, mas o seu melhor resultado é um quinto lugar este ano, numa das rondas marroquinas da Formula 2. A mesma onde sofreu uma capotamento espectacular.

Quanto aos outros dois, Alvaro Parente ainda é uma hipótese na Lotus, mas a ideia é mais abrangente, com uma estadia na Team Air Asia da GP2, e Antonio Felix da Costa espera pelo anuncio oficial da Force India para saber se é confirmado ou não.

domingo, 7 de novembro de 2010

Sobre Steve McQueen, trinta anos depois

"Perferia passar uma manhã com Stirling Moss a uma noite com Marylin Monroe."

Steve McQueen, 1930-80.

Foi uma pessoa que viveu origens dificeis. Era disléxico, teve uma infância dificil, a sua mãe era alcoólica, acabou num reformatório nos seus anos de adolescência. Teve todo o tipo de empregos, desde porteiro num bordel até trabalhador em plataformas petroliferas no Texas. Esteve nos Marines e fez parte da guarda de honra para Harry Truman no seu iate presidencial. E para pagar o seu curso de actor, correu como motociclista na California a bordo de uma Harley Davidson usada, ganhando cem dólares por semana. E o seu primeiro filme é um filme-catástofe chamado "The Blob". Tudo isto faz parte da vida de Steve McQueen, morto faz hoje trinta anos.

A lista de filmes que McQueen recusou é tão grande que os filmes em que actuou. Por causa de obrigações contratuais, não pode aceitar o convite para "Boneca de Luxo" (Beakfast in Tiffany's); "Dois Homens e um Destino" (Butch Cassidy and Sundance Kid); "Apocalypse Now"; "Dirty Harry"; "The French Connection" (Os Incorruptiveis contra a Droga) e "Encontros Imediatos do Terceiro Grau", realizado por Steven Spielberg. Neste último, aparentemente porque não era capaz de chorar à frente das câmaras.

Mas mais do que falar de Steve McQueen, actor, gostaria de falar de Steve McQueen, o amante de automóveis. Como tinha dito atrás, fez motociclismo para pagar os estudos, e toda a gente se lembra das suas cenas nos filmes "A Grande Fuga", tentando passar a fronteira suiça de moto, e depois em "Bullit", quando no seu Ford Mustang verde, perseguia nas ingremes ruas de São Francisco pelo Dodge Charger preto dos maus da fita. Queria ser ele a fazer as cenas mais perigosas, mas as companhias de seguros não deixavam. Foi por isso que, por exemplo, não lhe foi permitido correr nas 24 Horas de Le Mans de 1970 ao lado de Jackie Stewart no Porsche 917, numero 23, da John Wyer Automotive.

Contudo, alguns meses antes, ele pode participar nas 12 Horas de Sebring, ao volante de um Porsche 908 Spyder branco, ao lado de Peter Revson. Andaram na frente durante boa parte da corrida, e perderam-na no último minuto a favor do Ferrari 512 guiado por Mario Andretti, Nino Vacarella e Ignazio Giunti. Irónicamente, McQueen correu com a perna engessada, devido a um acidente de moto que tinha tido duas semanas antes.

Quis fazer um filme sobre automobilismo e conseguiu. Apesar de "Le Mans" não ter sido um sucesso comercial e ter levado à falência a sua Solar Productions, hoje em dia é considerado um filme de culto pelo seu retrato realistico da mitica prova francesa. Anos antes, tentou fazer a mesma coisa sobre a Formula 1, em 1966, em conjunto com o director John Sturges. Mas por essa altura, John Frankenheimer estava a fazer Grand Prix - e ele chegou a entregar filmagens de Nurburgring para o filme de Sturges - mas quando este último estreou no cinema, os planos para o "Day of a Champion" acabaram por ser cancelados.

McQueen era um ávido coleccionador. Desde motos como Triumphs TR6 Trophys até carros como Porsches 908 e 917 e um Ferrari 512, passando por um modelo 356 Speedster e um Ferrari 250 Lusso Berlinetta. Ironicamente, nunca conseguiu ficar com o Ford Mustang GT 390 verde do filme "Bullit", porque dos dois carros, um ficou demasiado danificado e o segundo foi vendido a outra pessoa que nunca o quis vender, a qualquer preço.

O irónico sobre Steve McQueen é que, sendo ele um ávido praticanete de desporto, tenha morrido cedo. Exposição ao amianto, combindo com os seus hábitos de fumador, fez com que lhe fosse detectado um cancro no sistema abdominal no inicio de 1980, mal tinha feito 50 anos. Tentou curar-se, mas este tinha-se espalhado pelo corpo de tal forma que a 7 de Novembro de 1980, depois de ter voado para o México no sentido de tirar tumores na zona abdominal, contra o conselho dos médicos, estava morto devido a complicações pós-operatórias.

No final, o mito vive. O homem másculo que tinha a paixão pela velocidade, que adorava os grandes espaços do Oeste americano, epíteto da liberdade, é o grande objectivo que todos desejam alcançar. E hoje em dia, o seu legado continua vivo, quer nos filmes que fez, quer nos objectos que teve, quer - um pouco abusivamante, na minha opinião - nos produtos que deu a cara depois de morto.