terça-feira, 29 de março de 2011

É muito cedo para cantar derrota...

Passada apenas a primeira das dezanove corridas deste campeonato, já comecei a ler coisas que na minha opinião, ainda são demasiado prematuras. Especialmente nos capitulos da asa móvel e do sistema KERS. Gritar "epic fail" só porque tinham expectativas demasiado altas sobre ambos os sistemas acho ser demasiado permaturo por algumas razões, umas mais evidentes, outras nem por isso.

A mais evidente tem a ver com o circuito. Melbourne não tem muitas caracteristicas para ver a asa móvel em todo o seu esplendor, ou se perferirem, não era o lugar ideal para o ver funcionar. A minha expectativa - e basicamente a sua unica hipótese - é ver se funciona em Sepang e Xangai, verdadeiros tilkódromos onde existem retas gigantes com mais de um quilómetro de diâmetro, onde os carros correm muitas vezes colados um ao outro. Só depois é que se poderá tirar conclusões sobre a utilidade dessa asa traseira móvel.

Aliás, entende-se que seja uma tecnologia em experimentação. O próprio Jean Todt disse isso mais ou menos no final do ano passado, que ao final de três ou quatro provas, isso seria de novo escrutinado. Claro que se quer que tal coisa seja bem sucedida, pelo menos as pessoas que criaram tal coisa querem isso.

Quanto ao sistema KERS, eis algo que li ontem e que não sabia: a Red Bull não o usou no carro de Sebastien Vettel. E dominou o fim de semana da maneira como sabemos, o que me impressiona. Agora, soube que a equipa de Salzburgo vai usar o sistema na Malásia. Se for mais do mesmo, o Vettel vai ganhar com 30 segundos de avanço, suspeito eu. O tricampeão do mundo Niki Lauda disse nos seus comentários na RTL alemã que caso o pior se confirme, o mundial arrisca-se a ser uma cavalgada... austriaca:

"Vettel teve uma performance na corrida de primeira classe e merece os parabéns. Vamos ver como vai ser agora. Para nós pode ficar um pouco sem graça, porque não há motivos para esse domínio ser diferente na Malásia", analisou, em delcarações captadas pelo site brasileiro Total Race.

Em Melbourne, muitas equipas optaram por não usar o KERS. A Lotus não o usa, pelo menos de inicio, e sempre pensei que as suas pobres performances tinham a ver com isso. Mas aparentemente, os problemas podem ser outros, e se forem, então até se pode dizer que há "esperança" na melhoria das performances.

Concluindo, as coisas em Melbourne podem ter dado uma certa imagem às pessoas, mas deixem-me recordar o que se dizia há um ano, precisamente após a primeira prova do ano, no Bahrein: numa corrida extremamente aborrecida, sem ultrapassagens, havia gente que gritava desesperadamente por mudanças no estilo das corridas. Lembram-se? Depois veio Melbourne e foi exatamente o contrário. Em suma: tenham um pouco mais de paciência, os céticos e os criticos que gritem depois da China, caso os seus temores se confirmem.

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