segunda-feira, 2 de maio de 2011

Extra-Campeonato: o assassinato de Osama Bin Laden

Já passaram quase vinte e quatro horas desde que surgiram as primeiras noticias sobre a operação dos Navy Seals onde, num local do Paquistão chamado Abottabad, abateram um tipo chamado Osama Bin Laden. Soube da noticia de manhã, como toda a gente, e claro, fiquei espantado. Vi as cadeias de televisão internacionais que, por um dia, esqueceram o que se passa na Siria e na Libia, e vi reações das pessoas, especialmente nos Estados Unidos, que comemoraram quando souberam da sua morte. Para mim, por muito "redneck" que elas sejam, eram reações espontâneas: ver tipos a comemorar num estádio de beisebol, na Times Square ou à frente da Casa Branca, indicaram que aquilo era algo que estava adormecido na memória das pessoas. E adormecido, como puderam ver, não significa esquecido.

Pois bem, de 11 de setembro de 2001 a 1 de maio de 2011 passaram nove anos, sete meses e vinte dias. É imenso tempo, mas lá levaram a sua adiante e os americanos cumpriram a sua promessa: apanhar Osama Bin Laden, vivo ou morto. Está morto - apesar da imagem que circula por aí ser uma fotomontagem - recolheram o ADN, fizeram os rituais islâmicos e largaram o corpo no mar. Com isso acaba o terrorismo islâmico? Não. Acaba a Al-Qaeda? Também não. Mas para toda a gente, é um dia para recordar, embora a distância amorteça o impacto deste anuncio.

Mas também olho para trás e vejo o que o mundo mudou nesses nove anos. Em 2001, Michael Schumacher era grande, enorme, numa Ferrari que tudo dominava. Havia Internet e a Google mas a blogosfera e a Wikipédia ainda gatinhavam, e coisas como Facebook e Twitter ainda estavam no dominio da ficção cientifica. Os IPods estavam na moda, enquanto que os "tablets" ainda estavam em fase de pesquisa. Andavamos todos doidos com os PS2, agora achamos que o PS3 já está a ficar velho...

Em 2001 estavamos em expansão económica, Barack Obama era um mero senador estadual, o Big Brother era o programa da moda e a Lady Gaga ainda se chamava Stefani Germanotta e andava no Liceu. O mundo mudou imenso em dez anos, tanto que - coincidência das coincidências - recebi uma mensagem no Facebook do pessoal do meu curso que quer fazer o jantar dos dez anos da turma. Em Setembro. Os adolescentes inconscientes - e alguns deles ainda virgens - passaram a jovens adultos, lutando pela vida, alguns deles já casados ou prestes a casar, alguns deles com filhos.

Portanto, uma década é mais do que suficiente para achar que o mundo mudou. Muito. As prioridades são outras, e mesmo que este evento tenha a atenção que merece, francamente, sinto como se fosse imposto, quase uma nota de rodapé. Talvez seja pelo fato do senhor Osama não aparecer nos nossos ecrãs há muito tempo...

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