segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ninguém acredita em separação, por agora...

"Penso que teremos de ser muito realistas. No final de 2012, os contratos de todas as equipas com a CVC vão expirar pelo que temos três alternativas. Renovamos com a CVC ou criamos - como as equipas de basquetebol nos Estados Unidos da América com grande sucesso - a nossa própria companhia. Apenas para gerir as corridas, os direitos televisivos, etc. E terceira, encontrar um novo parceiro. O Bernie Ecclestone fez um grande trabalho, mas já vendeu [a modalidade] por três vezes pelo que ele já não detém o negócio. Será a CVC que terá de vender. Será uma decisão das equipas."

Há várias razões pelos quais ninguém leva a sério estas declarações que Luca de Montezemolo fez nesta sexta-feira à cadeia de televisão CNN sobre a possibilidade das equipas organizarem o seu próprio campeonato, sem interferência de Bernie Ecclestone, por exemplo. E uma delas é que a possibilidade de um acordo ainda está em aberto, pois faltam mais de um ano para que alguma ruptura possa ser delcarada ou concretizada, como disse Helmut Marko neste domingo na cerimónia de reinauguração da Red Bull Ring, em Zeltweg:

"Um compromisso que agrade a todos pode ser alcançado! A Ferrari é a equipa mais conhecida e está presente na Fórmula 1 há muito tempo, mas sendo italianos, tendem a expressar-se duma forma mais emotiva que outros. Na minha opinião a questão nem sequer está perto de estar tão mal como parece.", referiu Marko à Motorsport Magazin.

Aquilo que diz o ex-piloto austriaco é verdadeiro, mas é apenas metade da história. Ontem, o Joe Saward falava sobre isso no seu blog e comentava que dois dos motivos pelos quais a série paralela na Formula 1 é uma impossibilidade é que sob o atual Pacto de Concórdia, não poderá haver nenhuma série paralela até dezembro de 2012. Mesmo que as equipas quisessem nessa altura separar-se, nunca teriam tempo de fazer algo pronto para 2013, seria muito em cima da hora e se calhar não seria um sucesso imediato nem para os espectadores, pilotos, equipas e sobretudo, patrocinadores.

Portanto, a ideia é mais um aviso do que propriamente uma ameaça. E agora é por dois motivos: primeiro, há uma firma que controla indiretamente a Ferrari, a Exor, que em conjunto com a News Corp, de Rupert Murdoch, quer tomar conta dos direitos da Formula 1. E claro, a velha história: ficar com grande parte da fatia do bolo que pertence a Bernie Ecclestone.

Como será o final desta história? Digamos que a CVC Capital Partners, que detêm os direitos da Formula 1, está disposta a vender por um preço justo, eventualmente na ordem dos dois ou três mil milhões de dólares, o que é muito alto nos dias que correm. E isso poderá ser uma maneira de livrar Bernie Ecclestone da equação, mesmo que diga a pés juntos que esta não se encontra à venda...

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