domingo, 17 de julho de 2011

GP Memória - Grã-Bretanha 1971

Quinze dias depois de terem estreado o circuito de Paul Ricard, no sul de França, máquinas e pilotos rumaram para Silverstone no sentido de correrem o GP da Grã-Bretanha. Contudo, durante esse tempo, o pelotão da Formula 1 sofreu uma baixa importante: o mexicano Pedro Rodriguez, piloto da BRM e um dos melhores pilotos de Turismos e Sport-Protótipos, tinha morrido seis dias antes em Norisring, na Alemanha, quando perdeu o controlo do seu Ferrari 512P de Herbert Muller. Em sinal de luto, a BRM apenas inscreveu dois carros, para Jo Siffert e Hownden Ganley.

Na Lotus, Colin Chapman continuava ás voltas com o seu modelo 56 a turbina, e deu-o ao sueco Reine Wissell para que este pudesse experimentar o carro. A equipa inscreveu esse carro e mais dois modelo 72, para o brasileiro Emerson Fittipaldi e o sul-africano Dave Charlton. A Surtees também inscrevia um terceiro carro para a prova britânica, para o britânico Derek Bell, que alinharia ao lado de John Surtees e o alemão Rolf Stommelen.

Entretanto, a March tinha cedido mais um chassis a um privado. O seu nome era Mike Beuttler e tinha inscrito pela equipa Clarke-Mordaunt, dois banqueiros da City londrina, tal como Beuttler tinha sido antes.

Na qualificação, os Ferrari provaram a sua potência e conseguiram os melhores tempos, mas foi Clay Regazzoni que fez a pole-position, seguido pelo Tyrrell de Jackie Stewart e pelo BRM de Jo Siffert. Emerson Fittipaldi, no seu Lotus, era o quarto, seguido pelo March-Cosworth oficial de Ronnie Peterson, e depois veio o segundo Ferrari de Jacky Ickx. O australiano Tim Schenken tinha sido o sétimo, no seu Brabham, enquanto que Dennis Hulme era o oitavo no seu McLaren. A fechar o "top ten" ficaram o Matra de Chris Amon e o segundo Tyrrell de Francois Cevért.

Na partida, os Ferrari arrancaram melhor, com Regazzoni a manter a liderança, enquanto que Ickx dá um pulo de sexto para segundo, relegando Stewart para a terceira posição. Mais atrás, houve drama quando Graham Hill, que partira mal, é abalroado por trás pelo McLaren de Jackie Oliver, e ambos abandonam imediatamente. Na volta seguinte, Stewart teve uma oportunidade de passar Ickx e não a desperdiçou. Logo a seguir veio Jo Siffert e fez a mesma manobra, e no inicio da terceira volta, o belga era agora o quarto classificado, enquanto que Stewart começava a pressionar Regazzoni para o primeiro lugar.

Na quarta volta, o escocês aproveita a oportunidade e passa o suiço da Ferrari, ficando com a liderança. A seguir, afasta-se paulatinamente do segundo classificado, montando uma vantagem cada vez mais inalcançável para a concorrência, demonstrando que aquela máquina era definitivamente a melhor do pelotão. E na quinta volta, foi a vez de Siffert ultrapassar o seu compatriota e ficar com o segundo posto.

As coisas mantiveram-se estáveis até à volta 17, quando o BRM de Siffert de repente começa a vibrar de maneira forte, obrigando o piloto a abrandar o ritmo. Foi ultrapassado por Regazzoni e aos poucos, era engolido pelo pelotão. Vinte voltas depois, na volta 37, Ickx abandonava com problemas no motor, e onze voltas depois era a vez de Regazzoni de desistir o mesmo problema.

Com tudo isto, quem herdava o segundo lugar era Ronnie Peterson, mas ele era assediado pelo Brabham de Tim Schenken e o Lotus de Emerson Fittipaldi. O duelo entre os três iria continuar até perto do fim, quando a caixa de velocidades do Brabham cede e Fittipaldi sobre para o terceiro lugar em consequência disso.

Mas na frente, Jackie Stewart permanecia imparável. E quando cruzou a meta, tinha acabado de ganhar pela quarta vez nessa temporada e tinha uma vantagem de 23 pontos sobre o segundo classificado na tabela geral, o belga Jacky Ickx. E parecia que o escocês, salvo qualquer catástrofe, iria conseguir o seu bicampeonato. Peterson repetia o segundo lugar do Mónaco, enquanto que Fittipaldi repetia o terceiro lugar da corrida anterior, em Paul Ricard. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o March de Henri Pescarolo (inscrito por Frank Williams) e os carros de John Surtees e Rolf Stommelen, patrão e empregado da Surtees.

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