quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Impostos e vistos, ou como o GP da India se transforma num inferno

Ainda não comecei a ver com "olhos de ver" o GP da India porque acho que estamos ainda muito longe do dia da sua corrida. Porém, ando a ver com atenção as noticias que vêm do subcontinente, por causa dos vários problemas que tem surgido. Já falei sobre as ameaças dos camponeses locais de perturbarem a corrida, mas esta semana, duas noticias tem surgido a lume sobre o Grande Prémio. Primeiro, tem a ver com impostos e o segundo, com os vistos.

O primeiro caso é engraçado: segundo o jornal "The Times of India" as autoridades locais querem taxar os organizadores, pilotos e equipas com o pagamento de um imposto local porque eles classificam este evento como... entretenimento, como se fosse, por exemplo, um concerto musical, e não um acontecimento desportivo, que não paga imposto. Os indianos - que devem ser ou muito espertos ou muito burros - querem cobrar o equivalente a 600 milhões de rupias (à volta de 16 milhões de euros) em impostos de presença e transporte de material, algo que nunca foi feito na história da modalidade.

Assim, a Jaypee, empresa proprietária e organizadora do Grande Prémio, quer chegar a um acordo com o governo local para que lhe dê uma espécie de "zona de exclusão tributária" através de um acordo semelhante que a Formula 1 tem com o governo de Singapura, assinado em 2008. E Martin Whitmarsh, o presidente da FOTA e dirigente da McLaren, já avisou que apesar de desejar um acordo, não querem ir para um lugar "onde seremos penalizados".

Para piorar as coisas, hoje surgiu novo problema, que tem a ver com os vistos. O mesmo "The Times of India" afirma na sua edição de hoje que alguns membros da Hispania F1 e um dos pilotos, Nico Rosberg, tiveram os seus pedidos de vistos negados pelas autoridades locais. E mesmo pilotos de lá, como Karun Chandhok, já reclamam: "Acabei de voltar de Monza, onde as pessoas ficavam reclamando do quão difícil é obter o viso de viagem para a Índia", afirmou ao jornal.

E esse problema burocrático está a fazer perder a paciência das autoridades automobilisticas. Matteo Boncianni, acessor de imprensa da FIA, já avisou: "Se o governo levar três semanas para processar um pedido de visto, quase 90 por cento das pessoas da F1, eu incluido, não estará presente nesta corrida".

Aparentemente, à medida que se aproxima o fatídico dia 30 de outubro, estamos cada vez mais atentos e mais esta novela que anda a surgir. Mas como tem a ver com a India, vamos chamar de "filme de Bollywood"...

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