sábado, 15 de janeiro de 2011

Youtube Top Gear: Capitain Slow no carro mais rápido do mundo



Quem acompanha regularmente o Top Gear, sabe que isto foi o penultimo episódio da temporada passada, que passou na BBC a 25 de Julho do ano passado. O mesmo que passou o videoclip sobre a carreira de Ayrton Senna. E provavelmente, pelos dois assuntos, deve ser dos meus episódios favoritos do programa. E acreditem, vi imensos.

Nunca fui ultrafã de supercarros, embora respeite-os e admire alguns modelos em particular. Mas ver esses supercarros nas mãos destas três personagens faz-me sair um pouco da letergia que a maior parte deles me causa. Exceto se forem Porsches...

Mas a razão pelo qual adoro este episódio é ver que o James May, o Capitão Lento e o homem que diz "cock" sempre que faz uma asneira ou que se mete numa alhada, pode embarcar ao volante de um Bugatti Veyron Super Sport (SS), ir para a pista de testes da Volkswagen, na Alemanha, para tentar andar a mais de... 415 quilómetros por hora.

O resultado é no minimo... surpreendente. E vale a pena ver, claro!

P.S: Só depois de fazer este post é que vi que este Domingo é o dia de aniversário do James May. Apesar de gostar dele e do programa, não fiz o post para lhe dar os parabéns, apenas porque adorei o episódio. Mas claro, dou os parabéns na mesma. Feliz Aniversário, Capitão Lento!

Dakar 2011 - A última etapa

A última etapa competitiva do Dakar de 2011, entre Cordoba e Buenos Aires, demonstrou que a velha expressão "até ao lavar dos cestos é vindima" é mesmo para ser levada a sério. Hoje, a grande noticia foi a avaria do motard chileno Francisco "Chaleco" Lopez Contardo, que perdeu o terceiro posto com a meta á vista devido a uma avaria num amortecedor, que o fez perder mais de uma hora e ceder o terceiro lugar a favor de Helder Rodrigues.

No inicio da etapa, Chaleco Lopez tinha uma vantagem de 43 miunutos e quatro segundos de vantagem sobre Hélder Rodrigues, o que à pertida lhe davam algum conforto para algum contratempo que pudesse existir, dewsde que não fosse muito grave. Contudo, esse contratempo foi grave e esses 43 minutos tornaram-se escassos a partir do momento em que o chileno teve o amotecedor traseiro partido. Longe da linha de chegada, Chaleco Lopez teve de reparar a sua Aprilia e perdeu minutos preciosos. Mais tarde, o chileno teve problemas a nível elétrico, forçando o motard a nova paragem, fazendo com que depois tivesse de fazer o resto da tirada a reboque do seu companheiro de equipa, o franco-maliano Alain Duclos.

Com isso, Hélder Rodrigues terminou a etapa na segunda posição e a apenas cinco segundos do holandês Verhoeven. E com os problemas de Lopez Contardo, viu a terceira posição do pódio ficar cada vez mais ao seu alcance. O piloto luso da Yamaha havia garantido que tentaria lutar até final e foi isso que fez, chegando ao terceiro posto da geral com alguma dose de sorte, mas também compensando de certa forma os azares de dois dias seguidos já nesta segunda semana em que erros de navegação e subsequente falta de gasolina o levaram a quase 'atirar a toalha' na luta pelo pódio.

No final desta etapa imprópria para cardíacos, Helder Rodrigues era um homem feliz com o resultado final: "Hoje mantive a mesma atitude dos últimos dias e consegui ser muito rápido. Subir para o pódio foi desde a primeira hora o meu grande objetivo e acabo por consegui-lo por mérito próprio, pois o Dakar é um teste a todos os níveis. A minha Yamaha WR 450 portou-se à altura, o Francisco Lopez teve problemas e a mecânica da sua moto não resistiu e assim trocámos de posição. Como tinha afirmado antes, o Dakar só acaba mesmo na última etapa e até lá tudo pode acontecer. Estou naturalmente muito feliz por este resultado e motivado para continuar a representar Portugal ao mais alto nível no palco do Dakar!", declarou.

Ruben Faria esteve também bem, ao terminar a etapa na quinta posição, e consolidando o oitavo lugar da geral, uma posição que poderia ter sido bastante melhor, caso não tivesse sido penalizado por três vezes ao longo deste Dakar. Mesmo assim, é a melhor classificação de sempre do "motard" português.

"Não havia nada a provar no dia de hoje. Entrei rápido mas falhei duas travagens ainda numa fase inicial e optei por abrandar e não comprometer o meu resultado. É o meu melhor resultado de sempre mas fica o sabor amargo das duas horas de penalização que me tiraram a possibilidade de discutir a quarta posição final", começou por explicar Rúben Faria no final da etapa.

"Sei agora que falhei o 'Waypoint' por 38 metros, o que me deixa ainda mais chateado. Mas sinto que aprendi bastante e mostrei que o meu lugar era seguramente entre os cinco primeiros deste Dakar. Mas as corridas são mesmo assim e não vale a pena estar sempre a lamentar o sucedido", acrescentou.

"Sei qual era o meu papel na prova e na equipa que defendo e sinto-me bem com isso. Estou numa curva de aprendizagem e nestas duas últimas semanas aprendi bastante, especialmente porque estou ao lado da melhor pessoa para o fazer, o Cyril Després", rematou à chegada a Buenos Aires.

No lado dos carros, o qatari Nasser Al-Attiyah alcançou hoje um dos maiores feitos da sua carreira desportiva, ao vencer pela primeira vez o Dakar Argentina-Chile. O piloto de 40 anos levou de vencida a batalha interna no seio da sua equipa, especialmente contra o espanhol Carlos Sainz, e alcançou um triunfo que foi inteiramente merecido. "Conseguimos, estou bastante satisfeito, foi um grande resultado. Já esperava este momento há muito tempo", afirmou Al-Attiyah pouco após o final da tirada, lembrando ainda que este triunfo "significa muito para mim, para as pessoas do meu país e para a minha equipa".

Contudo, na etapa de hoje, o melhor foi de novo Carlos Sainz, que bateu o vencedor do Dakar por 38 segundos, numa batalha entre Volkswagens que durou todo o Dakar. O polaco Krzysztof Holowczyc, no seu BMW, foi o terceiro na etapa, a um minuto e 25 segundos sobre Sainz. Quanto a Ricardo Leal dos Santos, foi o 11º na etapa, mas conseguiu o seu melhor lugar de sempre no Dakar, ao terminar na sétima posição.

"É o meu primeiro Top 10 no Dakar. À minha frente estão apenas os melhores pilotos do mundo. Estar junto desta elite é fantástico. Creio que cumprimos na íntegra o que nos foi pedido; prestámos uma assistência rápida à equipa e mesmo assim assegurámos um bom resultado. E não deixo de enaltecer o Paulo, que fez um trabalho de muito rigor", começou por afirmar o piloto de Coimbra.

"Desde 2002 que não havia uma dupla portuguesa no Top 10. É muito bom para a imagem de Portugal e é também importante salientar que connosco e com o Peterhansel está também a Delta Q. Este foi o primeiro grande passo desta nova etapa na nossa carreira, que estou certo ainda nos vai proporcionar muitas mais alegrias", concluiu.

Amanhã é a etapa final do Dakar de 2011, a de consagração dos sobreviventes da prova mais longa e exaustiva do todo o terreno mundial.

A Taça EV, ou uma nova competição em que os eletricos são reis

O futuro dos automóveis serão os carros elétricos, de uma certa forma. E o automobilismo, para não ficar para trás, tem de se preparar para largar progessivamente os carros a combustão interna e passar progressivamente para as energias alternativas. Solar, eolica, hidroeletrica, das ondas, nuclear, etc... e foi por isso que surgem competições para promover este tipo de veiculos. E esta semana foi apresentada a "EV Cup", uma competição com um calendário de seis corridas.

A competição, de sete provas - seis oficiais e um extra campeonato - , começará em Agosto e acontecerá na Grã-Bretanha, Estados Unidos, Espanha... e Portugal. O formato das corridas será as de uma corrida normal: uma qualificação e respectiva corrida de trinta minutos, divididas em três categorias: micro-carros, desportivos e protótipos.

"Estamos a criar uma oportunidade aos fabricantes de tecnologia 'verde' e respectivos fornecedores de componentes para promover as suas tecnologias de uma forma nova e dexcitante. O automobilismo verde pode ser uma realidade em breve", disse Sylvain Filippi, o Director da EV Cup.

E os organizadores não querem deixar a promoção em mãos alheias. Contrataram a CAA Sports, uma organização de relações públicas especializadas em eventos desportivos, para promover esta competição, e conseguiram o apoio de personalidades como Damon Hill, director do circuito de Silverstone e Ben Collins, piloto ma Le Mans Series e claro, ex-The Stig do Top Gear.

A EV Cup é um conceito inédito que cria uma oportunidade para as empresas de marketing e potenciais patrocinadores de colocar os seus produtos numa combinação unica de publicidade associada e eventos de responsabilidade social” afirmou Peter Kenyon, da CAA Sports. “Estamos ansiosos para usar os nossos recursos em termos globais para construir uma série inédita na história no automobilismo e numa valiosa plataforma publicitária", concluiu.

Veremos como se verá este tipo de carros em competição. O seu sucesso tecnológico poderá abrir novas portas ao automobilismo, e provavelmente resgatar a ela um dos seus principios: o de ser uma montra de tecnologia, a ser usada em carros de estrada.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Dakar 2011 - O décimo segundo dia

O Dakar esta a chegar ao seu fim, e parece que tudo está decidido quer nos carros, quer nas motos. Contudo, a competição continua até Buenos Aires, e a etapa de hoje entre San Juan e Cordoba, na Argentina, foi exemplo disso. O melhor caso aconteceu nos automóveis onde o espanhol Carlos Sainz, apesar de já ter perdido a chance de vencer este Dakar, deu o seu máximo e venceu a etapa, levando a melhor num interessante desafio com os outros dois pilotos da Volkswagen, o qatari Nasser Al Attyah e o sul africano Giniel de Villiers, e a dado ponto, também com o BMW de Stéphane Peterhansel.

O piloto qatari da Volkswagen já leva uma larga vantagem de 48 minutos e 21 segundos para De Villiers e necessita apenas de gerir o seu andamento para chegar a Buenos Aires se sagrar vencedor da edição deste ano do Dakar, pois perdeu hoje apenas 6 minutos e 11 segundos para o piloto espanhol. "Esta foi realmente a etapa mais difícil da minha vida, porque tive que me manter concentrado e não cometer erros. Por vezes, ia depressa, outras mais devagar porque queria manter a concentração e o mesmo ritmo, mas correu tudo bem. Terminámos a especial sem problemas e estou bastante satisfeito", acrescentou.

Quanto aos BMW, Stéphane Peterhansel voltou a contar com mais um dia atribulado devido a problemas mecânicos e furos, que o obrigaram a parar por quatro vezes. Ainda assim, perdeu apenas 6 minutos e 55 segundos para Sainz, ficando na frente do carro gémeo tripulado pelo polaco Krzysztof Holowczyc. Ricardo Leal dos Santos terminou esta especial no oitavo posto depois de mais uma prestação bastante consistente em que chegaram a rodar nos seis melhores nalguns dos pontos de cronometragem. O sétimo lugar à geral parece estar, assim, também quase garantido ao piloto de Coimbra.

Nas motos, Marc Coma venceu hoje, mas ele somente alcançou este posto nos últimos quilómetros, ao bater o seu maior rival, o francês Cyril Després, por apenas 37 segundos. Isto tudo ao final de 535 quilómetros de especial, o que é um feito. Em terceiro ficou o português Hélder Rodrigues, com o motard da Yamaha a demonstrar uma vez mais uma toada bastante veloz e consistente, tendo terminado a etapa a 7 minutos e 21 segundos da frente, deixando atrás de si o chileno Francisco "Chaleco" Lopez Contardo (Aprilia), a cerca de três minutos.

Apesar de provavelmente o pódio já estar definido, Helder Rodrigues não desiste até chegar a Buenos Aires: "Hoje foi uma etapa bastante bela, longa e muito completa, com dificuldades de navegação. Tentei colocar alguma pressão sobre o Chaleco e aproximei-me dele. Ainda falta uma etapa para tentar chegar a terceiro, tudo é possível", afirmou.

Amanhã é a penultima etapa, entre Cordoba e Buenos Aires, no total de 826 quilómetros, 181 dos quais em especial cronometrada. E o Dakar de 2011 está a chegar à meta...

Extra-Campeonato: os eventos da Tunisia

O dia de hoje está a ser fértil em termos politicos naquele país do Norte de Africa. Desde há três semanas que explodira na Tunisia o barril de pólvora que se vinha acumulando há anos - um regime corrupto e autocrático, governado pela mesma pessoa há 23 anos, com uma classe média educada mas sem prespectivas de emprego e com os preços em alta dos alimentos - e hoje, os eventos precipitaram-se. Primeiro, o ditador Ben Ali demitira o governo e no final da tarde, fugiu do pais, entregando o poder nas mãos do seu primeiro ministro, numa espécie de golpe de estado constitucional.

As manifestações, que começaram a meio de Dezembro em Sidi Bouzoud, no centro do pais, já tinham chegado à capital, devido ao desemprego e à corrupção das elites no poder. Aos poucos, tinham crescido em manifestantes e em numero, chegando a Tunis e faznedo com que o seu ditador, Ben Ali, reagisse. Depois de dois discursos a culpar "extremistas e mercenários" pelas manifestações, esta quinta-feira cedeu e tinha prometido no dia anterior que iria mudar o governo e prometer eleições em breve, bem como alargar as liberdades civicas. Mas o povo continuou a manifestar-se esta tarde, apesar do recolher obrigatório, da repressão policial que já tinha matado pelo menos 36 pessoas. Após a fuga de Ben Ali do país e da sua familia, com destino ainda desconhecido - a França já recusou acolhê-lo -, o primeiro ministro Mohammed Ghanouchi tomou as rédeas do pais e manteve o recolher obrigatório até ao dia de amanhã.

Os eventos da Tunisia, o mais pequeno, o mais rico e o mais educado da zona, demonstram que a população, cuja maioria é constituida por jovens, e do qual muitos estão desempregados, está a ser seguida com muita atenção pelo resto do mundo árabe. Grande parte dos seus lideres são autocráticos, estão no poder há demasiados anos (Ben Ali até era dos que estava há menos tempo...) e a elite dominante reprime violentamente a população mais pobre, a pretexto de combater o extremismo islâmico e a evitar a repetição de uma gerra civil semelhante ao da Argélia.

Já agora, uma dos instrumentos da mobilização para esta agitação tunisina foram as redes sociais. Facebook, Blogger, Twitter, Youtube e outros ajudaram a espalhar mensagens e videos mostrando a repressão policial ou a apelar à mobilização das pessoas para as manifestações um pouco por todo o país. E parece que a velha frase vai ser reescrita, tal como acontecera um ano antes no Irão: "a revolução será feita nas redes sociais".

Hoje, de Marrocos até ao Paquistão, mas mais concretamente no Norte de África e no Médio Oriente, os que estão no poder tremeram de medo, pois sabem que podem ser os próximos.

The End: Clemar Bucci (1920-2011)

O antigo piloto e preparador argentino Clemar Bucci, dos poucos sobreviventes dos primeiros tempos da Formula 1, morreu esta quarta-feira em Buenos Aires aos 90 anos. Nascido a 12 de outubro de 1920 em Zemar Pereyra, era filho de Domingo Bucci, um dos pioneiros do automobilismo argentino. Com uma habilidade para a mecânica, sem educação formal nesse sentido, começou a sua carreira em 1939 com um "midget" de motor Fiat, cujo motor fora modificado por ele. Na sua primeira corrida, terminou na segunda posição.

A II Guerra Mundial iria congelar um pouco a sua carreira devido às limitações em termos de borracha e gasolina, e que também fez congelar as corridas um pouco por todo o país. Mas no final do conflito, as corridas voltam ao seu ritmo normal e ele se torna num dos melhores do pais, a par de Juan Manuel Fangio, Froilan Gonzalez ou os irmãos Galvez. Em 1949, vai pela primeira vez à Europa, onde corre com um Maserati na Scuderia Milano onde consegue alguns resultados interessantes, e volta nesse mesmo ano com um Alfa Romeo de 4.5 litros, onde acaba em terceiro numa corrida no circuito de Palermo, um bairro de Buenos Aires.

Por três vezes é campeão da Fuerza Libre (1947,1950 e 1951) e no ano seguinte, Bucci torna-se num dos pilotos que fez parte da iniciativa do ditador argentino Juan Domingo Peron de levar pilotos nacionais para a Europa, a fim de participar no nascente Mundial de Formula 1, em conjunto com Juan Manuel Fangio e Froilan Gonzalez. As corridas europeias lhe dão algum reconhecimento, bem como em casa. Participa na corrida de inauguração do Autódromo de Buenos Aires e estava na segunda posição, atrás de Juan Manuel Fangio, quando perde o controle do seu carro, sem consequências de maior.

Em 1954, com mais alguns bons resultados na categoria de Sport, a equipa Gordini contrata-o para a o campeonato do mundo de Formula 1. Estreia-se em Silverstone, palco do GP da Grã-Bretanha, mas não chega ao fim. Aliás, não terminará quaisquer das corridas onde participará nesse ano, e ainda sofre com o acidente mortal do seu compatriota Onofre Marimon, nos treinos do GP da Alemanha. Em 1955, participa na corrida inaugural, em Buenos Aires, pela Maserati, mas o calor intenso fez com que tivesse de partilhar o seu carro com o seu compatriota Carlos Menditeguy e o americano Harry Schell. Mesmo assim, não terminou a prova.

Em 1956 corre pela última vez numa corrida de Sport, a bordo de um Alfa Romeo 2000, em Buenos Aires. Termina a prova na segunda posição e com 35 anos, decide que é altura de encerrar a sua carreira de piloto. Mas não largou os automóveis, pois continuou metido na parte mecânica. Funda a Bucci Hermanos e torna-se preparador de motores Ford ao longo dos anos 60 e 70 na Temporada Argentina, construindo também vários chassis, um dos mais famosos foi o Dogo, uma variante do De Tomaso Pantera.

Após a reforma, torna-se num activo colecionista e restaurador de automóveis antigos, estando activo até ao final da sua vida, participando em vários eventos desse género, na Argentina e no resto do mundo. Ars lunga, vita brevis.

O dia em que o Rali Dakar perdeu o seu criador

Faz hoje exactamente vinte e cinco anos. Já parece ser muito tempo, mas parece que ainda me lembro de o que estava a fazer quando a noticia foi dada na televisão. Sabia-se que o Rali Paris-Dakar era duro e longo, mas no meu caso, na inocência dos meus nove anos de idade, desconhecia que também poderia ser mortal. E recordo-me nos dias seguintes das angustias sobre o futuro desse mesmo rali após a morte súbita e trágica do seu fundador - e para muitos, a sua alma - do Dakar: Thierry Sabine.

Os eventos que irei descrever nas linhas a seguir mostram até que ponto a sorte e o acaso andam de mãos dadas. E que como é que algumas das figuras desta história escaparam de uma morte violenta, ou então a razão pelo qual foi o puro azar que os fez parte desta história. Pelas piores razões. E como isto tudo ainda tem uma certa aura de mistério, que até alguns acreditam na teoria de sabotagem, dados os envolvidos nesta acidente mortal.

A 14 de Janeiro de 1986, o Rali Paris-Dakar fazia a etapa entre Niamey, a capital do Niger, e Gourma, no Mali, no total de 843 quilómetros. A caravana já estava no Sahel, onde o deserto dava espaço à terra, com arvores esparsas aqui e ali. Já não faltava muito para o final do evento, em Dakar, mas ainda que percorrer o suficiente para chegar à capital senegalesa.

O rali corria bem em termos de concorrentes, apesar de uma sombra sobre ela logo no segundo dia, quando o motard japonês Yasuiro Kaneko tinha sido vitima mortal de uma colisão em Sête, ainda em território francês, com um condutor de um automóvel que dpeois se verificou estar alcoolizado na hora do acidente. Para Sabine, isso não lhe augurava nada de bom. Tinha dito numa entrevista, semanas antes, que esperava algo de surpreendente na edição desse ano do Dakar, só não sabia o quê.

Como organizador, Sabine tinha de estar atento aos detalhes. Desde falar com as autoridades dos paises onde a caravana passava para facilitar a passagem pelas suas fronteiras e garantir a segurança dos concorrentes e das populações onde passavam, pois os atropelamentos começavam a ser frequentes, até assistir a algum concorrente perdido ou ferido em algum acidente. E nesse dia, as coisas não seriam diferentes: como começava num país e acabava noutro, tinha que lidar com burocracias de ordem alfandegária. E era por isso que tinha um helicóptero Ecreuil branco sempre à mão.

Pilotado pelo suiço Francois-Xavier Bagnoud, para além de Sabine, havia normalmente mais três ocupantes nesse helicóptero: o técnico de rádio Jean Paul Le Fur, o jornalista Jean-Luc Roy e o fotógrafo Yann-Arthus Bertrand, famoso anos depois pelo conjunto de fotografias que resultou no álbum "A Terra vista do Céu".

O dia tinha começado em Niamey com algum vento forte, do qual teriam de ter algum cuidado. Sabine ocupa o seu lugar na organização, até que o chamam a meio da tarde à fronteira entre o Niger e o Mali para resolver um problema burocrático: as autoridades malianas não deixavam passar os camiões da "Paris du Coeur", uma organização não-governamental que providencia furos de água às aldeias onde passa a caravana do rali. E é aqui que Sabine se cruza de novo com outra personagem deste evento: o cantor a activista Daniel Balavoine.

Daniel Balavoine. Tem 33 anos e é por esta altura um dos cantores mais famosos do hexágono francês. Para além do sucesso musical, é militante activo de várias causas, que vão desde a Amnistia Internacional até ao SOS Racisme. Politicamente, era um critico do sistema, a sua entrada mediática tinha acontecido em 1980, quando em directo num programa de televisão, ter acusado os politicos presentes, nomeadamente o socialista Francois Miterrand - que dali a um ano iria ser eleito presidente - de ignorar os problemas da juventude. Apaixonado por Africa, irá participar como concorrente em duas edições do rali, e quando tomará conhecimento das condições subhumanas do Norte de Africa, irá aproveitar o Dakar para fazer activismo solidário. Em 1986, estava no Dakar numa acção em conjunto com a organização, no sentido de colocar bombas de água nas aldeias de onde passaria a caravana do rali.

O problema é resolvido somente pelas 16 horas, com ordens de Bamako para deixar passar os camiões. Pouco depois, todos seguem para a zona de Gao, onde tinham organizado um jogo de futebol em honra de Sabine e do Rali Dakar. A cerimónia demora mais tempo do que o previsto, e quando terminou, a noite já se aproximava (eram quase 18 horas) e a caravana já tinha avançado muito.

Quando estavam para partir, um avião vindo de Bamako, a capital do Mali, tinha acabado de aterrar. E aqui se começa a jogar a sorte e o azar. Roy e Bertrand apanham o avião e resolvem ceder os seus lugares para quem quisesse. Sabine convida Balavoine para o seu helicóptero onde, após algum tempo de hesitação, acaba por aceitar. O vôo é breve, até Gossi, onde há um checkpoint.

Quando chegam, e enquanto que Sabine fala com os concorrentes e com a organização, o vento - que até então tinha ficado amainado - volta em força. Apesar de haver pó e a pista ser marcada, havia dunas aqui e ali no caminho. Com a noite a aproximar-se, não podiam ficar ali por muito tempo e voltam a levantar vôo, desta vez com a companhia da jornalista Nathalie Odent, que tinha o hábito de aproveitar boleias de tudo que mexia. Aparelho errado, à hora errada.

Ao levantar, seguem o rio Niger, não muito longe dali, evitando correr riscos desnecessários, pois a tempestade se tinha fortalecido. A oito quilómetros da meta, em Gourma, o helicópetro poisa, incapaz de ir mais adiante devido ao deterioramento das condições meteorológicas. Mas Sabine tinha visto um carro avariado e decidira pousar ali para os assistir. Depois de lhes dizer para que assinalassem a sua posição e ficassem à espera de socorro da organização, voltou para o helicóptero e decidiu tomar uma decisão arriscada e fatal: voar até Gourma.

O Ecreiul descolou, mas não andou mais do que duizentos metros: aparentemente, um golpe de vento os fez desiquilibrar e ir ao encontro de uma duna, onde as pás do helicóptero o fizeram embater e cair no solo. Todos os ocupantes tiveram morte imediata. Thierry Sabine tinha 36 anos.

Quando a noticia do acidente mortal chegou a França, o choque foi enorme. Sabine e Balavoine eram nomes famosos e consagrados e o assunto fez parte das primeiras páginas nas semanas a seguir. Houve um inquérito sobre asa causas do acidente mortal, mas de modo surpreendente, as suas conclusões nunca formam publicadas. Pouco depois, todo o tipo de teorias puluavam: desde uma picada de escorpião que um dos ocupantes teria sentido quando este esteve no solo, enquanto que Sabine assistia os ocupantes do jipe, até à cedência do comando a Sabine, passando por sabotagem e um ataque de guerrilhas "touaregs". Algumas das hipóteses foram rapidamente desmentidas, nomeadamente a da cedência de comando (Sabine não tinha licença para pilotar à noite), mas ainda existe algum mistério. Contudo, o adiantado da hora e as condições do tempo, nomeadamente um golpe de vento, poderão ter contribuido para o trágico fim.

Hoje, vinte e cinco anos depois, o espirito do Dakar sobrevive ao seu criador, mas há muito que abandonou Africa. As dificuldades politicas e as ameaças de terrorismo devido ao seu crescente mediatismo, que fizeram com que se cancelasse a edição de 2008, fizeram com que mudasse de continente. Hoje, as cinzas de Sabine estão perto do local onde morreu, no Mali, num sitio chamado adequadamente de "Arvore de Thierry Sabine", uma das poucas existentes na zona. Quando ao Dakar, hoje em dia para muitos dos "puristas" pode nada significar, mas hoje em dia muitos aventuram-se na competição graças à frase do seu fundador cunhou no seu inicio, em 1979, significando que mesmo estando na segurança da América do Sul, o espirito da competição e o apelo do deserto nunca morrerá. "Um desafio para os que partem, um sonho para os que ficam".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O susto dos pilotos da Volkswagen

Por pouco, o Dakar poderia ter conhecido uma viragem de 180 graus na classificação geral e ver eliminada toda uma equipa da competição. Esta manhã em San Juan, antes de começar a etapa, o veiculo onde seguiam Carlos Sainz, Giniel de Villiers, Mark Miller e Nasser Al Attyah para o inicio da etapa colodiu com um automóvel que entrou de repente na via. Nesse carro seguiam quatro pessoas e cujo condutor se verificou estar visivalmente alcoolizado.

Na colisão, os pilotos magoaram-se, com Sainz a magoar-se na coluna cervical, Attyah com algumas contusões, Luis Cruz, o navegador de Sainz, com um corte no ombro e Mark Pitchford, co-piloto de Miller, com uma contusão e corte na cabeça.

Quanto aos quatro elementos do carro que foi embatido, estes ficaram em estado mais grave, especialmente o condutor, que foi transportado para o hospital sendo o seu prognóstico reservado. Todos os elementos da equipa alemã, mais contusão, menos corte, puderam prosseguir viagem, depois de examinados pelos médicos da organização, e prosseguido para a prova sem qualquer atraso.

Num dia onde houve o primeiro acidente mortal no Dakar (e onde se soube que a causa do acidente foi que o condutor de um dos carros participantes adormeceu ao volante), demonstra que num rali deste tipo, a sorte conta muito e as coisas podem virar para pior de um momento para o outro...

Dakar 2011 - O décimo primeiro dia

O Rally Dakar está a chegar ao fim e se cada vez mais se definia o vencedor, provavelmente hoje já está decidido. E poderá ser um estreante: o qatari Nasser Al Attyah. Isto porque o espanhol Carlos Sainz perdeu mais de duas horas na etapa de hoje quando partiu um braço da suspensão do seu Volkswagen Touareg, em particular a frente/direita. Essa perda não só o fez perder o terreno face a Nasser Al Attyah como também fez perder o segundo posto a favor do sul-africano Giniel De Villiers, ficando a uma hora e 27 minutos do comando.

Em relação aos BMW, Stephane Peterhansel foi o quarto na etapa e ficou mais próximo do terceiro lugar de Sainz. Já Ricardo Leal dos Santos, no outro BMW, foi sétimo e menteve o sétimo lugar da geral.

Nas motos, o vencedor da etapa foi Cyril Després, que conseguiu diminuir a desvantagem que tem sobre Marc Coma, mas poderá não ser suficiente para impedir a vitória do piloto espanhol, pois Coma tem quinze minutos e 48 segundos de vantagem sobre Després e 49 minutos e 24 segundos sobre Francisco "Chaleco" Lopez Contardo, que também foi terceiro nesta etapa, a seis minutos e 19 segundos sobre o vencedor.

Em relação a Helder Rodrigues, ele foi quarto classificado na etapa, a sete minutos e 44 segundos do vencedor, e mantêm o quarto posto na geral, a uma hora e 35 minutos da liderança.

Quanto a Ruben Faria... começou o dia com mais uma má noticia, quando se soube que tinha sido penalizado pela terceira vez neste rali. Depois de ontem ter sido terceiro classificado na chegada a Chilecito, a má noticia chegou já ía longa a noite em Portugal quando Ruben Faria foi penalizado pela organização com duas horas extra pela falha na passagem por um dos 'waypoint' do dia. E com isso, caiu do quinto para o oitavo posto da geral.

"Nem sei o que senti na altura. Depois de uma especial tão dura foi duro demais, mas estava claro no relatório de passagens que tinha falhado um dos pontos.", começou por afirmar Ruben Faria depois de ter recebido a noticia. "É um erro meu, que infelizmente cometi e fui penalizado por isso."

Mesmo assim, lá fez a etapa: "Deixei de pensar na classificação geral. Fiz a minha etapa mas com pistas mais estreitas é complicado ultrapassar. Consegui mesmo assim ser 11º no final de um dia longo onde tentei acima de tudo não cometer erros, especialmente na primeira parte onde andámos entre montanhas e onde podíamos errar uma pista mais facilmente. A segunda metade do dia era mais a meu gosto e segurei a minha posição.", concluiu.

Amanhã, a etapa do Dakar ligará as localidades argentinas de San Juan e Córdoba, no total de 678 quilómetros, 558 dos quais percorridos em especial.

Acidente mortal ensombra o Dakar

Estava até a ser um Dakar pacifico, pelo menos até esta manhã, quando a organização anunciou a morte de um automobilista nos arredores de Chilecito, vitima de uma colisão com o carro de um concorrente atrasado.

De acordo com um comunicado da ASO, responsável pela organização do Dakar, "o acidente ocorreu 30 quilómetros após a saída para a especial, às 6h10 (locais) da manhã", que ocorreu nas dunas de Fiambala, durante a décima etapa. O percurso, bastante difícil, colocou dificuldades a vários pilotos "na entrada para Tinogasta", pode ler-se.

O piloto, um argentino de 48 anos, regressava ao acampamento em Chilecito quando a viatura do outro indivíduo entrou em rota de colisão. "Informada pelo piloto, a direcção da corrida enviou forças de resgate para o local, uma viatura médica e um helicóptero, e preveniu os meios médicos locais. O paciente foi transportado para o hospital de Tinogasta, onde foi declarado o óbito", acrescentou a organização do Dakar, que esclareceu a abertura imediata de um inquérito pelos responsáveis judiciais da província argentina de Catamarca, local onde ocorreu o acidente.

Este é o primeiro acidente mortal em estrada, mas não o único na edição deste ano. Em Arica, local onde o "bivouac" estava a ser montado para o final da etapa que acabaria ali, um dos elementos da equipa de montagem de uma das tendas da organização sofreu um acidente mortal há uma semana, quando este se desprendeu do solo. Nessa altura, a caravana ainda rolava a caminho do local.

Noticias: Renault e Ford apresentam as suas novas cores

O show da Autosport em Birmingham, que abriu hoje as suas portas, é uma boa montra para que se mostrem os novos modelos, quer sejam na Formula 1, quer sejam nos ralis. E hoje, a Ford e a Renault mostraram as suas novas decorações para 2011. Eu disse decorações e não carros...

Comecemos pela Renault. A equipa de Enstone, no qual a Lotus Cars pretende comprar uma parte, revelou esta manhã ao vivo as suas novas cores. Com Eric Boulier e Vitaly Petrov a mostrarem ao público o chassis R30 com as novas cores, o negro e dourado, mais o vermelho da gasolineira francesa Total, fazia lembrar mais uma Wolf do que aquilo que Dany Bahar e a Proton queriam: serem os herdeiros da Lotus. E uma das novidades desta manhã é que a equipa voltará a correr com licença britânica, depois de anos a correr sob licença francesa.

"A Lotus é uma construtora britânica. Ainda não tinhamos anunciado isto, mas iremos correr agora sob licença do Reino Unido. Isto significa que em caso de vitória, será tocado o hino britânico", afirmou Eric Boullier à Autosport britânica.

Quanto ao desenho, não há grandes novidades em relação à simulação do qual todos conhecemos desde Novembro. Mas ao ver os detalhes, vê-se nas fotografias os grandes espaços em negro nos flancos. Tirando a Renault, Total a Lotus na asa traseira, mais alguns patrocinadores de menor importância, o resto não existe. Espera-se que Vitaly Petrov traga mais algum dinheiro da "mãe Rússia", agora que parece ter o apoio do governo de Vladimir Putin... no dia 31, o chassis novo será apresentado à imprensa.

Mais algumas coisas interessantes, umas confirmadas, outras suspiradas. Primeiro, saber que o novo embaixador da marca é o francês Jean Alesi, piloto entre 1989 e 2001, mas que nunca passou nem pela Renault, nem pela Lotus, mas pela Benetton, em 1996 e 97. E desde ontem se ouve um forte rumor de que o franco-suiço Romain Grosjean será o terceiro piloto da equipa...

Entretanto, esta manhã a Ford mostrou as suas novas cores para 2011 no Mundial de Ralis. Com Mikko Hirvonen na apresentação, a equipa apresenta mais ou menos as mesmas cores do ano anterior, e com a mesma tripla de pilotos: os finlandeses Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala bem como o árabe Khaled Al-Qassimi. Veremos se será a "tal" arma que possa bater os Citroen DS3 WRC. Afinal de contas, lançaram-no um ano antes deste último...

5ª Coluna: A temporada de 2010 nos ralis (2ª parte)

Esta semana vou encerrar as minhas retrospectivas de 2010 colocando aqui a segunda parte do capitulo sobre o Mundial de Ralis do ano que passou. Depois de na semana passada ter falado sobre o título mundial de Sebastien Löeb, da temporada da Ford, das boas temporadas de Sebastien Ogier e de Petter Solberg e o bicampeonato de Armindo Araujo na categoria de Produção, agora irei falar especificamente sobre algumas das personagens que marcaram esta temporada, como também abordarei algumas das perspectivas para a temporada de 2011. Nomeadamente falarei sobre alguns dos pilotos que iremos ver num futuro próximo, e também falar sobre o regresso da Prodrive em 2011, que vai colocar na estrada o modelo Mini Countryman.

1 - A nova vida de Kimi Raikonnen

No inicio de 2010, o finlandês Kimi Raikonnen, acabado de fazer 29 anos, decide que era altura de mudar de vida, trocando as pistas de corrida pelas classificativas dos ralis. Muitos encararam esta mudança como uma diversão tipica de um ano sabático, julgando - e jurando a pés juntos - que Raikonnen voltaria à Formula 1 em 2011. Eu fui um dos que acreditava que a mudança de Kimi para os ralis não era temporária, era para ficar por muito tempo.

Raikonnen teve um ano de adaptação. Obteve bons resultados, mas cometeu também muitos erros em alguns ralis devido ao seus excessos. E se na Formula 1 esse excesso pode ser corrigido, nos ralis é mais do que suficiente para destruir um carro. Kimi destruiu alguns carros, mas conseguiu chegar ao fim numa posição honrosa na classificação, fechou o "top ten".

Contudo, os rumores continuavam e somente quando o próprio disse que não tinha intenções de voltar à Formula 1 é que estes se acalmaram. O facto de ter montado a sua própria equipa nos ralis, com um DS3 WRC, mostra que pretende não só fazer uma segunda época no WRC como também pretende fazer esta segunda etapa na sua carreira automobilistica algo bem mais séria. Veremos como se comportará neste seu segundo ano de evolução.

2 - Ken Block, o homem das gincanas nos ralis a sério

Ken Block é bem mais velho do que Kimi Raikonnen, e os Estados Unidos não tem grande tradição em ralis. Mas o homem das "ginkhanas" decidiu que iria dar o salto para o Mundial WRC com um Ford Focus WRC e a sua própria equipa, a Monster. Apoiado pela marca americana de bebidas energéticas e pela sua própria marca de vestuário, Block teve um ano de aprendizagem muito duro, com muitos despistes e apenas um resultado positivo, um nono lugar na Alsácia.

O carro poderia não ser o melhor, numa temporada dominada pela Citroen, mas Block aos poucos começou a demonstrar que é mais do que um mero acrobata que faz videos espectaculares para pôr no Youtube. Começou a acabar ralis e aprendeu que andar na primeira liga é mais dificil do que fazer as manobras mais arriscadas que mostra nos seus videos...

Contudo, parte para 2011 confiante de que as suas experiências na temporada passada o possam melhorar as suas performances. Tem uma nova máquina nas suas mãos e espera que possa acabar mais vezes nos pontos e por fim ser conhecido por ser um piloto de ralis e não um acrobata.

3 - Será que Dani Sordo vai ganhar algum rali na sua carreira?

Quando Dani Sordo c0omeçou a temporada de 2010, já ia no seu quinto ano ao serviço da Citroen. E durante essas cinco temporadas, coleccionou 27 pódios ao todo, mas nunca subiu ao seu lugar mais alto. Certamente que em muitas ocasiões, quem o impediu foi o seu companheiro Sebastien Löeb, mas noutras foram outros pilotos como os da Ford. Só que este ano teve a agravante de ter no Junior Team outro Sebastien, Ogier de apelido.

Não se sabe se ele próprio acusou durante a pressão de ter outro piloto numa equipa secundária, mas os seus responsáveis parece que sim, especialmente depois das suas boas performances nos primeiros ralis do ano e da sua vitória em Portugal. Com isso, os responsáveis decidiram a partir do Rali da Finlândia dividir o segundo carro oficial para os dois pilotos. Sordo até se portou bem e melhorou após a mudança de navegador, de Marc Marti para Diego Vallejo, mas Ogier foi-lhe superior nas oportunidades que teve, e em consequência, ele perdeu o seu lugar oficial.

Agora vai correr por outra equipa oficial, a Mini. Vai ser em part-time e as coisas serão feitas a partir do zero, ao lado de Chris Meeke. Mas agora tem de se ver a fibra deste catalão, se é a suficiente para conseguir aquilo que procura há tempos mas que nunca alcançou até agora? Improvável em 2011, é certo, mas é ele que tem delinear esse caminho.

4 - Falando de alguns pilotos de futuro

O ano de 2010 mostrou alguns talentos precoces que, em carros relativamente datados ou em outras categorias, mostraram ser rápidos e algo consistentes. Pilotos como o estónio Ott Tanak, no PWRC ou o norueguês Mats Ostberg, no seu Subaru Impeza da Adapta, mostram que tem uma combinação de talento e juventude. Ostberg, que tem 22 anos, tem conseguido andar regularmente nos pontos com um Subaru Impreza com dois ou três anos de idade, e esse talento poderá no futuro ser compensado com altos vôos. As equipas de fábrica estão de olho nele, e a Ford o contratou para a temporada de 2011 num dos seus carros da Stobart, a equipa B da marca americana, ao lado de Matthew Wilson e Henning Solberg.

Outro piloto interessante para seguir é o estónio Ott Tanak. Com 23 anos de idade e a correr na Pirelli Star Driver do PWRC, ao lado do neozelandês Haydon Paddon, a ele bastou fazer apenas quatro ralis na categoria para dar nas vistas, dado que venceu em duas delas, na Finlândia e em Gales. Apesar do talento de Paddon e Tanak andarem iguais, ao estónio bastou fazer as coisas em menos tempo. Tanto que em 2011, ele irá fazer a temporada a bordo de um Ford Fiesta na categoria S2000, numa estrutura montada por Markko Martin.

Uma referência a Bernardo Sousa. Da mesma idade que Tanak e Paddon, até pode ter dinheiro para arranjar boas máquinas, e pode ter ainda um estilo de condução imprevisivel, mas em 2010 até conseguiu alguns bons resultados no SWRC com o seu Ford Fiesta S2000, que aliado ao título nacional, permitiram-lhe enriquecer o seu palmarés. Ainda precisa de amadurecer, mas o facto de em 2011 continuar no SWRC com o seu Ford Fiesta S2000 demonstra que quer fazer carreira no mundo dos ralis. Apenas se pede um pouco mais de consistência nas classificativas para quem sabe, pensar no WRC...

5 - O regresso da Prodrive e da Mini

Os novos regulamentos para 2011, com a entrada em cena dos motores 1.6 litros fez com que a Prodrive apostasse no seu regresso com um chassis Mini, que agora faz parte da BMW. Como a Ford e a Citroen terão novos modelos na estrada, a Prodrive achou por bem que era altura de fazer um regresso à modalidade onde foi mais feliz, depois de algumas tentativas frustradas para entrar na Formula 1.

Com um modelo Counrtyman, um pouco estranho e menos bonito que a versão "normal", irão alinhar com o britânico Chris Meeke e com o espanhol Dani Sordo, com a opção de ajudar alguns pilotos privados, como o brasileiro Daniel Oliveira. Depois de três temporadas de ausência, vai ser otimo de ver mais equipas no Mundial de Ralis, algo que se espera não ficar por aqui. Volkswagen e Saab poderão estar a elaborar os seus planos para ingressar no WRC em 2012 ou 2013, e outras marcas poderão espreitar um eventual ingresso ou regresso.

Isso é algo que o futuro responderá. Por esta semana é tudo, da próxima dissecarei outros assuntos pertinentes sobre o automobilismo. Até lá.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Dakar 2011: O décimo dia

A etapa de hoje, que foi percorrida entre as localidade de Copiapó e Chilecito, na Argentina, no total de 862 quilómetros, 176 dos quais em espacial, marca não só o regresso da caravana a paragens argentinas, como também demonstra que o rali mais longo do mundo está a chegar paulatinamente ao seu final.

E nas motos, parece que Marc Coma é cada vez mais o vencedor do rally Dakar. O piloto espanhol acrescentou mais 9 minutos e 56 segundos à vantagem que já levava sobre o francês Cyril Desprès (KTM), que hoje foi segundo e pagou caro um engano no percurso, do quão não logrou recuperar. Na geral, ambos estão separados por 18 minutos e 10 segundos, com vantagem para Coma.

Quanto a Helder Rodrigues, a sorte foi-lhe madrasta. O piloto da Yamaha estava a fazer uma grande tirada sempre na frente da classificação, estando com o melhor tempo no Way Point 6, o penúltimo do dia, com uma vantagem de dois minutos e 39 segundos sobre o espanhol Marc Coma (KTM). Contudo, no final da etapa Helder Rodrigues teve problemas de navegação e perdeu minutos preciosos, deixando que o piloto espanhol alcançasse mais uma vitória, com uma vantagem de 23 minutos sobre Rodrigues, que caiu para o décimo posto.

"Foi a mesma coisa de ontem! Parti atrás do Marc [Coma] e do Cyril [Desprès] e apanhei-os. De seguida, a uma dezena de quilómetros do final, perdemo-nos num leito de rio seco e não conseguimos encontrar a saída, perdi imenso tempo aí. São dois dias seguidos, é muito duro", afirmou o motard português no final da etapa.

Quanto a Ruben Faria, o piloto da KTM terminou a especial na terceira posição, tendo ficado a treze minutos e 22 segundos de Coma, mas voltou a aproximar-se do quarto lugar, pertencente a Hélder Rodrigues, havendo agora cerca de cinco minutos a separar os dois motards. "Nesse aspeto foi espetacular e abre novamente a luta pela posição, mas estou algo triste com o facto de hoje termos perdido de novo muito tempo para o Marc Coma. O Cyril está agora a 18 minutos e é uma diferença muito grande para recuperar até sábado, mas depois do que vimos hoje tudo pode acontecer... e já amanhã.", afirmou.

Nos automóveis, a luta entre os Volkswagens continua. Apesar de hoje o vencedor ter sido o sul-africano Giniel de Villiers, à frente de surpreendente segundo colocado, o polaco Krzysztof Holowczyk (BMW) e Stéphane Peterhansel, também em BMW. Nasser Al Attyah conseguiu ser melhor que Carlos Sainz, que se atrasou um pouco no inicio da etapa, primeiro porque perdeu tempo após ter ficado preso na areia, e depois um erro de navegação fê-lo perder ainda mais tempo, chegando mesmo a passar nos Way Points com cerca de 14 minutos de atraso. Tudo isto foi o suficiente para terminar atrás do qatari, que não se fez rogado e aproveitou, ganhando dez minutos a Sainz.

Quanto a Ricardo Leal dos Santos, esteve bem nesta etapa, terminando no sexto posto, e mantendo o mesmo lugar na geral.

Amanhã a etapa do Dakar é entre Chilecito e San Juan, na Argentina, uma especial de 786 quilómetros, dos quais 622 serão feitos em espacial.

O calendário provisório das apresentações na Formula 1

Acho que já devia isto a vocês. Soube hoje do anuncio da apresentação do novo carro da Ferrari, cujo código ainda não é conhecido (mas não ficaria admirado se escolherem algo como F11), e se eles já tinham dito que seria no final de janeiro, agora deram a data precisa: o dia 28. Vai ser praticamente o primeiro lançamento do ano, já que os outros irão lançar ou no último dia do mês, ou no primeiro dia de Fevereiro, que é também o primeiro dia de testes da temporada, no circuito Ricardo Tormo, em Valencia. A Force India é a exceção, já que marcou a sua apresentação no dia 10 de Fevereiro, o primeiro dia de testes em Jerez de la Frontera.

Assim sendo, coloco aqui o calendário dos lançamentos de 2011, a saber:

Ferrari - 28 de Janeiro, Maranello
Renault - 31 de Janeiro
Sauber - 31 de Janeiro
Williams - 1 de Fevereiro
Toro Rosso - 1 de Fevereiro
McLaren - 4 de Fevereiro
Force India - 10 de Fevereiro

Desconhecem-se ainda os lançamentos da Red Bull, Mercedes GP, Team Lotus, Marussia Virgin e a Hispania Racing, mas presume-se que serão durante o mês de Fevereiro, em alguma sessão de testes. Há fortes rumores de que as apresentações de Red Bull e Lotus serão nos testes de Jerez, e que a Hispania poderá ter o seu híbrido em cima da primeira prova do ano, no Bahrein.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Dakar 2011: o nono dia

Na etapa de hoje, que foi percorrida à volta das duas de Copiapó, Carlos Sainz e Nasser Al Attyah continuaram a sua luta pessoal pela liderança do Rally Dakar. Aqui, o piloto espanhol foi o vencedor da etapa, mas não conseguiu voltar à liderança que ainda pertence a Nasser Al Attyah. O qatari lidera com três minutos e 18 segundos de avanço sobre o espanhol, num duelo entre os carros da Volkswagen.

Giniel De Villiers (VW) foi terceiro, a 9 minutos e dois segundos do piloto espanhol, enquanto Stéphane Peterhansel (BMW) teve hoje um dia 'normal' e foi quarto, a onze minutos e catorze segundos do vencedor. Já Ricardo Leal dos Santos conseguiu levar o seu BMW ao décimo posto na etapa, mantendo-se no sétimo lugar da geral, num dia em que teve algumas dificuldades.

"Foi uma etapa curta mas recheada de dunas que exigiam muita condução. A uma delas chegámos demasiado depressa e ao travar a fundo, na crista da duna, o motor calou-se e caímos lá em baixo num buraco. O furo deveu-se mais ao mau feitio do Lavieille que não deixa ninguém passar. Foi para a nossa frente quando caímos no buraco, mas apanhámo-lo e estávamos a consumar a ultrapassagem quando nos apertou e não tivemos outro remédio senão ir por cima de umas pedras que nos provocaram o furo. Estamos a tentar gerir da melhor forma o atual resultado ", destacou o piloto de Coimbra.

Já no lado das motos, os cinco primeiros na classificação geral foram superados por pilotos mais atrasados e hoje, o vencedor na etapa foi o americano Jonah Street. O belga Franz Verhoeven foi segundo, seguido por David Casteu. Hoje foi dia de 'bodo aos pobres', pois Cyril Despres foi apenas sétimo, recuperando um pouco mais do que um minuto a Marc Coma, que permanece na liderança com uma confortável vantagem.

Quanto a Helder Rodrigues, o piloto português perdeu-se e ficou sem gasolina perto do final da etapa, e isso fez com que se atrasasse ainda mais na luta pelo terceiro lugar com o local Francisco "Chaleco" Lopez. "Foi um dia em que comecei bem, sempre na frente. Andei sempre muito bem até ao km 215, ponto em que me perdi um pouco da estrada. Fiz nove quilómetros a mais, depois tive de voltar atrás e a gasolina acabou. Felizmente, o Felipe Prohens deu-me um pouco de gasolina e pude chegar aqui", começou por dizer no final da etapa.

"Foi um dia verdadeiramente terrível, porque a 15 quilómetros daqui estava na frente da especial e com muito tempo para o segundo, mas as corridas são assim", completou.

Ruben Faria não teve também grande sorte nesta etapa. Alguns enganos na rota e um pelotão demasiado compacto em certos sitios fizeram com que ele andasse num ritmo mais cauteloso para que pudesse terminar a etapa sem mais incidentes.

"Foi uma partida espetacular, mas todos seguimos o mesmo rumo, exceto um piloto, e passados alguns quilómetros todos estávamos fora do rumo certo e tivemos que procurar a pista correta", começou por dizer. "Quando regressámos à pista ficámos no meio de um imenso pelotão, com muito pó e onde era quase impossível ultrapassar. Tornou-se tudo muito complicado para aqueles que como eu saíram no primeiro grupo."

"Num dia em todos os da linha da frente perdemos tempo, ironicamente acabei por me aproximar do quarto posto da geral, na posse do Helder Rodrigues, e estou agora a apenas vinte minutos dessa mesma posição.", concluiu.

Amanhã, a etapa do Dakar vai ligar Copiapó a Chilecito, com 176 quilómetros de especial cronometrada.

As mais recentes novidades da luta Lotus vs Lotus

Hoje deu para folhear a edição desta semana da Autosport portuguesa e vejo uma página inteira dedicada às duas Lotus, e pelo que ando a ler, digamos que... não estou surpreendido. Aparentemente as personalidades das pessoas são tal qual o azeite: vieram ao de cima, e parece que o negócio nos lados da Renault anda no minimo... tremido. Para terem uma ideia, decidi transcrever o artigo escrito pelo jornalista Luis Vasconcelos.

"TENSÃO ENTRE RENAULT E LOTUS

A ligação entre a equipa Renault e o seu novo patrocinador, o Grupo Lotus, passou a ter efeito há menos de duas semanas, mas os primeiros sinais que chegam de Enstone apontam para que o relacionamento entre Gerard Lopez (lider da Genii Capital, que detêm cem por cento das acções da escuderia) e Dany Bahar (o numero um da marca que é propriedade da Proton) já comnheceu melhores dias.

Durante a segunda metade de dezembro, Bahar fez um enorme esforço mediático, desdobando-se em sucessivas entrevistas no qual detalhava os seus planos para o futuro da equipa Renault F1, chegando mesmo a imiscuir-se na discussão relativa ao futuro de Vitaly Petrov na estrutura de Enstone.
Para quem o ouvisse, o turco parecia ser o responsável pela Renault F1 e isso deixou Lopez em verdadeiro pé de guerra, segundo fontes da equipa.

Eric Boullier foi o unico que respondeu de forma indireta a Bahar, quando explicou que 'o grupo Lotus é apenas um patrocinador e, por isso, não tem qualquer influência na forma como a equipa é gerida e nas decisões que tomamos'. Uma mensagem clara, que teve o condão de abrandar o esforço mediático que Bahar esatava a fazer, mas que não evitou o aumento de tensão entre as duas partes.

AQUISIÇÃO COMPROMETIDA

Segundo fontes britânicas, depois da Genii Capital ter adquirido a Renault o que lhe faltava para deter a totalidade do capital da equipa de Enstone, o contrato firmado com o Grupo Lotus previa que os malaios adquirissem uma parte das acções da Renault F1 até ao final deste ano, ficando com a opção de adquirir a totalidade da equipa até ao final de 2013. O que não estava definido era o montante que trocaria de mãos em dezemnro deste ano, pois o Grupo Lotus tanto se poderia ficar por 25 por cento das acções como assumir o controlo da equipa com a aquisição de 51 por cento do capital.

Só que a atitude de Bahar, e também por ter começado a ouvir o que as pessoas da Ferrari e da Red Bull tem a dizer sobre o turco, que passou por aquelas duas estruturas antes de rumar a Kuala Lumpur, Gerard Lopez está cada vez menos disposto a trabalhar com o Grupo Lotus e está muito ativo à procura de novos parceiros que lhe permitam reforçar financeiramente a Renault F1 sem perder o seu controlo.

Os próximos meses vão ser decisivos para o futuro, após uma ligação anunciada com pompa e circunstância, mas que pode ser de pouca dura se estes problemas não forem resolvidos."


Quanto à Team Lotus, há alguns desenvolvimentos no minimo encorajadores. Aparentemente, Tony Fernandes conseguiu manter a 1Malaysia na equipa, apesar de saber que é um programa governamental, supondo que em principio iria ficar com a Lotus Cars e a Proton. E parece que existem sólidas negociações com patrocinadores de envergadura e caso estas cheguem a bom porto, poderá dar um novo fôlego ao orçamento da equipa, que passará a estar menos dependente dos dinheiros de Fernandes e dos seus sócios.

Parece que o capital humano e o bom conjunto motor-caixa de velocidades poderá servir como um bom cartão de visita. Veremos qual será o futuro próximo...

O regresso da A1GP?

O F1 Fanatic noticia hoje no seu site que uma organização sediada na Grã-Bretanha, a Teamcraft Motorsports, registou há algum tempo a designação "A10 World Series", cuja apresentação oficial está marcada para quinta-feira por volta do meio dia local. No site oficial, está uma contagem decrescente para a a tal apresentação, cujos gráficos relembram um pouco a anterior série, que terminou no final de 2009 devido a graves dificuldades financeiras.

A série, que tinha carros desenhados e montados pela Ferrari, tinha sido comprada há algum tempo por um grupo de investidores britânicos que tinham anunciado em meados de Julho do ano passado que existia a hipótese de reerguer a série no final de 2010 em novos moldes, que passariam pela angariação de patrocinadores, por exemplo. Desde então nada mais se soube, até hoje.

Veremos o que acontecerá depois de amanhã, se será isso ou outra coisa.

WRC: Raikonnen corre com estrutura própria, Solberg inscrito

Os organizadores do rali da Suécia mostraram ontem a sua lista de inscritos para o primeiro rali do ano, na nova decoração do WRC com 1.6 Turbo e com novas máquinas na estrada. Por enquanto só Ford e Citroen estão presentes, dado que a Mini só vai homologar o seu Countryman a 1 de Março e a sua estreia oficial será na Sardenha.

E há algumas novidades: após algumas incertezas, o finlandês Kimi Raikonnen e o norueguês Petter Solberg estão inscritos no primeiro rali do ano, ambos nos novos Citroen DS3, mas... com estruturas próprias. Segundo o jornal finlandês Turun Sanomat, Raikonnen correrá em dez eventos do WRC, numa estrutura montada por ele, de seu nome Ice 1 Team. Isso significa que a segunda vaga quer na Junior Team da Citroen, quer na Monster Team de Ken Block continuam por preencher.

Já Solberg, que no final de 2010 se vinha a queixar-se de ter poucos apoios para continuar a sua estrutura privada e que pensava em rumar para outras paragens, está por agora inscrito no rali sueco, em principio com um Citroen DS3. Resta saber se Solberg irá fazer mais uma temporada com a sua estrutura ou será uma passagem pontual.

Entretanto, a organização do rali da Suécia revelou a lista de inscritos no SWRC, os carros com 2 litros, e entre eles estão o estónio Ott Tanak, o checo Martin Prokop, o qatari Nasser Al Attyah e o português Bernardo Sousa, todos a guiarem o mesmo modelo: Ford Fiesta S2000. Já o finlandês Juho Hanninen e o alemão Hermann Gassner Jr. irão guiar um Skoda Fabia S2000.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Youtube Car Chase Classic: A perseguição automóvel de "Bullit", 1968



No dia em que se anunciou a morte do realizador britânico Peter Yates, aos 81 anos, resta dizer que ele ao longo dos anos 60, 70 e 80 dirigiu filmes de qualidade como Começou a sua carreira dirigindo episódios da série televisiva "O Santo" para depois, em 1967, fazer um filme chamado "Robbery", baseado no Grande Assalto ao Comboio de 1963, um dos mais espectaculares de todos os tempos.

Isso atraiu Steve McQueen, que estava à procura de um realizador para o projecto que tinha entre mãos, e escolheu Yates pelo filme que tinha feito. E uma das razões pelo qual foi escolhido tinha sido a cena de perseguiução desse filme, feita de forma realista, feita em plena rua. Tão realista que McQueen fez questão de que repetisse isso em "Bullit". E é assim como certas coisas conseguem entrar na história do cinema...

Portanto, em tributo ao senhor Yates e ao "rei do cool", senhor Steve McQueen, coloco aqui aquele que é uma das melhores cenas de perseguição da história do cinema. E que depois deu outras grandes cenas de perseguição automobilistica como os de "The French Connection" ou "Ronin".

Dakar 2011 - O oitavo dia

Na tirada de hoje entre Antofagasta de Copiapó, no Chile, houve mudança na liderança do Dakar. A luta entre os dois Volkswagen está ao rubro e o qatari Nasser Al Attyah foi hoje mais rápido do que o espanhol Carlos Sainz, e a diferença alcançada entre os dois, de seis minutos e 36 segundos, foi mais do que o suficiente para haver mudanças na liderança da corrida, com Attyah a ser agora o comandante do Dakar deste anos, com um avanço de cinco minutos e catorze segundos sobre o bicampeão do mundo de ralis.

"O Carlos apanhou-nos depressa no início da etapa, mas no último setor de dunas atacámos ao máximo pois sabia que era ali que lhe podia ganhar tempo. As dunas são o meu terreno predileto e agora posso controlar a corrida...", afirmou o qatari, descrevendo os eventos da etapa de hoje.

Já Sainz não escondia alguma desilusão pelo comando perdido hoje: "Foi um dia mau, pois ficámos duas vezes plantados nas dunas. Agora temos de atacar, pois todas as etapas são duras, e vamos ver o que se passa daqui para a frente. Perdi tempo mas o rali não terminou ainda...", afirmou.

Atrás, o sul-africano Giniel de Villiers (VW) foi terceiro, na frente de Mark Miller, sendo que Peterhansel ficou atrás de Nani Roma no sexto posto. Quanto a Stéphane Peterhansel, voltou a ceder muito tempo em virtude de problemas no seu BMW X3 CC. Esteve parado mais de 20 minutos no km 430, partiu e voltou a parar mais 20 minutos ao km 449. As esperanças de vencer já não eram muitas, terminaram hoje de vez, já que os Volkswagen continuam dominadores e sem sinais de problemas.

"Para não variar furámos logo no início, mas o pior foi o motor, já que sobreaqueceu e tivemos de parar para fazer uma pequena bricolage com a ventoinha do radiador e depois voltámos a parar para meter água. Por fim até final ainda perdemos muito tempo, e no somatório andámos nisto cerca de hora e meia...", afirmou o piloto francês da equipa X-Raid.

Quanto ao português Ricardo Leal do Santos foi sétimo classificado na etapa de hoje, e ascende pelo menos um posto na geral, já que o polaco Krzysztof Holowczyc (BMW) teve problemas e atrasou-se. Outros pilotos que estão atrasados são o brasileiro Guilherme Spinelli (Mitsubishi) e o francês Christian Lavieille (Nissan), que são pilotos classificados à sua frente na geral, e que na altura em que estas linhas eram escritas, ainda não tinham o registo do seu tempo final averbado no site dakar.com.

Nas motos, enquanto que Cyril Després e Marc Coma disputam a liderança, com o chileno Francisco "Chaleco" Lopez a dar o seu melhor nas pistas caseiras, o destaque do dia entre os pilotos portugueses foi a queda de Paulo Gonçalves. O azar supremo do piloto da BMW, depois dos problemas elétricos na sexta-feira, que o fizeram perder mais de sete horas, hoje sofreu uma queda que o fez fraturar a clavicula e em consequência encerrar a sua participação nesta edição.

Quanto a Helder Rodrigues, esteve bem no dia, ao acabar no quarto lugar, mas perdeu tempo para "Chaleco" Lopez, porque este terminou à sua frente, no terceiro posto, e ganhou mais alguns minutos ao piloto português. Quanto a Ruben Faria, acabou a etapa no sétimo posto.

Amanhã, os concorrentes vão começar e acabar em Copiapó, numa etapa de "sprint" que vai ter 270 quilómetros, 235 dos quais em especial cronometrada.