sábado, 24 de dezembro de 2011

A véspera de Natal


Escrevo isto na madrugada do dia 24. Em casa, aquecido, com a minha família a dormir e uma das minhas cadelas atrás de mim, a tentar adormecer. O Natal é tempo de paz, em comunhão com a família e com os amigos, onde se compram e trocam presentes, em sinal de admiração, amizade e amor, uns pelos outros. A Ceia de Natal nesta casa, tal como em toda a típica casa portuguesa, tem de levar bacalhau, o nosso “alimento nacional” – ironicamente, não se encontra nas nossas costas, temos de o pescar à Islândia, Noruega ou Canadá… - e como todo e qualquer português, já estou de água na boca para o poder comer.

Podia estar a escrever isto no dia 31 de Dezembro, outro bom dia para refletir sobre o ano que se vai embora, mas acho que deixo esta data para falar do ano em si. Falo mais sobre o tempo que passou desde a última vez que fiz este tipo de reflexão, por alturas do meu aniversário, há quase seis meses.

E nesse curto espaço de tempo, posso dizer que a minha vida deu uma volta de 180 graus. Se não é isso, é quase. Vamos colocar isto nos 120 graus, para ser mais justo. A minha situação atual é quase um paradoxo, num país deprimente, onde milhares procuram por um emprego, um trabalho decente, do qual possam ter a sua vida, pagar as contas e procurar a felicidade nas vidas que escolheram. No meu campo pessoal, direi que o meu “caminho das pedras” encontrou a sua luz no fundo do túnel. Esse caminho que escolhi teve por fim a sua recompensa, um trabalho que adoro e do qual suo a minha camisola. Pode não ser muito, mas tenho que encarar isto como um copo meio cheio: é só o início da história.

Hoje em dia, posso dizer que tenho dinheiro para pagar as minhas contas, e ainda tenho o “desplante” de poupar algum a cada mês que passa, para poder acumular para outras coisas. Mais ambiciosas, mais altas. Que desejo fazer em 2012 e nos anos seguintes. Mas isso será revelado a seu tempo. Nesse aspecto, a minha vida é um corrupio, mas de modo positivo.

Mas tenho consciência que este “final feliz” de modo pessoal é mais uma excepção do que uma regra. E isso mostra que na vida em que vivemos, nesta nossa passagem pelo planeta Terra, no nosso tempo finito, todo e qualquer momento tem de ser vivido. Podemos detestar o fundo do poço por ser escuro, frio e sufocante, mas é a partir dali que começamos a subir a parede em direção da luz e do calor. E também esse momento tem de ser vivido, pois serve de lição para o futuro. E como segredava o escravo na carroça junto do seu amo, o imperador César Augusto, no seu desflie triunfal, toda a glória é efémera.

Mas eu, como ser humano que sou, quero que dure para sempre. Feliz Natal para todos.   

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O video de Natal do 16 Valvulas


Eu vou deixar o postal de Natal para o dia 24, mas antes disso, deixo-vos este video feito pelo meu colega e amigo Gonçalo Sousa Cabral, do site 16 Valvulas.

Caso não nos vejamos: Boas Festas a Todos!

A Mini vai participar em 2012. Resta saber como...

Definitivamente, este está a ser o dia da Mini. Desde ontem ao final da tarde que as coisas dos lados da Prodrive começaram a se definir, aos poucos. Primeiro que tudo, o espanhol Dani Sordo confirmou na sua página pessoal do Facebook que ira correr pelo menos em dez das treze provas da temporada de 2012.

"Boas tardes a todos, depois dum intenso dia de reuniões alegra-me comunicar boas notícias. Na temporada de 2012 a Mini vai participar num mínimo de dez provas, começando já no Rali de Monte Carlo. Espero que continuemos a evoluir o carro para vos poder dar muitas alegrias. Neste momento esperamos um comunicado da equipa e esta é toda a informação que posso transmitir. Um forte abraço.", referiu. 

Poucas horas mais tarde, a Prodrive anunciou que iria participar no Rali de Monte Carlo, mas o anuncio vinha com uma pequena surpresa: o segundo carro seria alugado ao francês Pierre Campana, que já tivera experiência com o carro no último rali de França. Isso deixaria o britânico Chris Meeke de fora deste rali, algo que não o deixou muito satisfeito.

Esta manhã, também via Facebook, era a vez de Armindo Araujo confirmar que estaria presente no Rali de Monte Carlo, com o seu carro da Motorsport Itália, mostrando que os acordos que tinha com os seus patrocinadores tinham sido aprovados, mas também que poderia fazer toda a temporada de 2012 sem qualquer problema. 

Apesar das aparentes boas noticias - o dia ainda não acabou, é certo - continuam algumas perguntas por responder. Primeiro, se a FIA os vão aceitar como equipa M1, a par da Ford e da Citroen, e os privados que querem correr toda a temporada, como o Armndo e o seu Motorsport Itália, poderão fazer no estatuto de M2, reservado a equipas como a dele. E com a noticia sobre a troca de Meeke por Campana, isto deixa algo em aberto: será que a equipa de David Richards irá alugar o segundo carro à melhor oferta? E se sim, será só Meeke que "pagará o preço" ou Dani Sordo abdicará também de algumas provas? São perguntas que ainda não têm resposta.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O cartão de Natal de Bernie Ecclestone, edição de 2011

Agradeçam ao Rafa Lopes e o seu blog Voando Baixo, pois foi ele que conseguiu o cartão de Natal que Bernie Ecclestone costuma enviar por esta altura do ano aos seus amigos. 

Este ano, o motivo foi Lewis Hamilton e Felipe Massa, com os seus constantes "encontros imediatos" na pista, e o anãozinho tenebroso decidiu fazer piada sobre esse tema, com o piloto inglês na berma, estendendo uma tira de pregos e a dizer: "Lewis não espera pelo Natal. Apenas Felipe..."

Tipico humor britânico. E do Bernie. Bom Natal!

5ª Coluna: A montanha-russa da Mini

Os últimos dias no WRC foram preenchidos com a novela da Mini, com a história dos problemas de finanças que passa a Prodrive devido à falha na procura de um grande patrocinador, aliado à decisão da BMW em não  apoiar plenamente devido à sua concentração de recursos no seu programa do DTM, que começará em 2012. Isso tudo fez com que a equipa de David Richards falhasse os prazos de inscrição para a próxima temporada e colocasse em perigo todo o projeto da marca que regressou o ano passado, após dois anos de ausência.

À hora em que escrevo este artigo, parece que as coisas andam a ficar definidas, com Dani Sordo a confirmar que estará, em principio, em dez das treze provas que vão ocorrer na próxima temporada, enquanto que procuram por um patrocinador de relevo, um dos motivos pelo qual eles passam dificuldades financeiras e os passam a construir chassis para os vários pilotos que correm um pouco por toda a Europa.

Esta história faz-me lembrar a piada da rapariga que aparece grávida do namorado e a mãe pergunta:

"- Mas ó filha, onde é que tinhas a cabeça?
- Ora mãe, entre o volante e o tabelier."

Como em tudo, temos de entender que é um jogo do qual o risco existe. David Richards, quando decidiu voltar aos ralis, apostou na Mini e no seu modelo Countryman, provavelmente por obrigação da BMW, porque eles queriam promover o modelo. Mostrou as suas potencialidades, especialmente no asfalto, onde Dani Sordo quase venceu no Rali de França, e parecia que era uma máquina capaz de desafiuar o biónimo Citroen/Ford. Mas ao chegar ao final do ano, surgiram os problemas, mais por culpa dos outros do que de David Richards por si só. A ele, a unica coisa que se pode apontar foi o de não ter conseguido atempadamente o tal "grande patrocinador" de que agora tanto precisa.

Para piorar as coisas, os grandes problemas deste carro foram detetadps e precisam de ser arranjados logo, sob pena da perda de competitividade. O modelo tem algumas falhas de montagem, especialmente no filtro de ar, que tantas complicações deu, especialmente nos troços de terra. Armindo Araujo falou, em Setembro, desses problemas e esperava que a marca pudesse resolver isso ao longo deste inverno, para que na nova versão do carro, que a marca queria lançar na primavera, esses problemas estivessem resolvidos. Mas com este obstáculo, qualquer entrada de dinheiro dependerá de quantos Minis a marca venda para os privados um pouco por toda a Europa. E claro, do tal "grande" patrocinador.

Mas apesar destes problemas, Richards tem um grande aliado: a FIA. Jean Todt, ele mesmo um antigo navegador de ralis, está apostado no revivalismo desta modalidade em todos os campos. Com outra lenda dos ralis, Michelle Mouton, no leme da comissão de Ralis da FIA, muito provavelmente discutiu com Richards uma espécie de acordo com ele, no sentido de dar uma excepção. Numa altura em que há problemas para resolver em termos dos direitos de imagem, após o "caso Antonov", ter o Mundial reduzido a duas marcas, com a VW apenas a aparecer em 2013, não é boa publicidade para esta modalidade. Logo, o mais provável é que Todt conceda uma tolerância ou excepção à Prodrive. As próximas horas e dias serão decisivas nesse sentido.

E pronto, esta foi a última coluna de 2011. Foi um belo ano, com muito assunto para discutir, desabafar e avisar. Creio que em 2012 as coisas serão como sempre, interessantes e suculentas para debater, discutir e polemizar. Bom Natal e ótimas entradas para todos vocês.

Um novo Autódromo a caminho, desta vez em Alenquer

A noticia vinha a circular desde há alguns dias, mas ontem houve a confirmação: a Câmara Municipal de Alenquer acabou por aprovar por unanimidade o certificado de interesse municipal a um projeto de construção de um Autódromo naquela vila ribatejana, a cerca de 70 km ao norte de Lisboa. 

O projecto da Invertimagem, que aparentemente tem capital estrangeiro envolvido, apresenta-se como um projecto multiuso para actividades ligadas ao desporto motorizado, mas também ao lazer e turismo. O investimento inicial está orçado em 45 milhões de euros e pressupõe a construção de uma pista com variantes, que terá entre cinco a seis quilómetros, com 15 metros de largura, um paddock de dois mil metros quadrados, mais um Centro de Segurança Rodoviária, uma Escola de Condução Defensiva e Profissional, um Centro de Desenvolvimento Tecnológico e instalações hoteleiras e comerciais, com a potencialidade de criação de trezentos novos postos de trabalho directos. 

Caso o projeto seja realizado, no sítio onde está o aeódromo da Ota, a Câmara Municipal de Alenquer assumiria a extensão de rede de águas e saneamento até aos limites da propriedade, bem como os melhoramentos dos acessos rodoviários, e isso poderá representar um investimento na ordem dos 600 mil euros. 

As pessoas podem pensar que construir um autódromo a 80 quilómetros de outro poderá ser um absurdo. Mas desde há muito que se fala na possibilidade do Autódromo do Estoril ser desmantelado nos próximos dois anos, pois o contrato de exploração do Autódromo terminará dentro de precisamente um ano, e ideia da substituição por um complexo de habitação de luxo nunca se evaporou de algumas cabeças. E com a zona de Lisboa a ficar orfã de um Autódromo, Alenquer poderá ser uma alternativa, especialmente numa altura em de crise para a construção civil em Portugal. 

A ver vamos, sou daqueles que "só acredito vendo", como a grande maioria. Mas é um investimento bem vindo, digo eu.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A entrevista de Felipe Massa à Autosport portuguesa

A edição desta semana da revista Autosport traz uma entrevista de quatro páginas a Felipe Massa, o brasileiro piloto da Ferrari, que está na equipa desde 2005, e que no último ano teve uma temporada para esquecer, dado que não subiu ao pódio uma unica vez no ano e que esteve mais envolvido em polémicas com Lewis Hamilton em quatro corridas do final da temporada. E numa temporada onde a sua permanência em Maranello foi cada vez mais contestada, e alguns orgãos de comunicação social já arranjam substitutos para 2013, como o polaco Robert Kubica, a entrevista feita a Luis Vasconcelos serve como balanço da temporada que acabou, das dificuldades que teve para apanhar Fernando Alonso e os pilotos da frente, bem como falar sobre a sua relação com o resto dos elementos da Scuderia e se o acidente de há dois anos afetou ou não o seu estilo de condução.

Eis a entrevista na integra:

"SEI O QUE TENHO DE FAZER!"

Felipe Massa teve uma temporada para esquecer em 2011, não conquistando um único lugar no pódio. A sua manutenção na Ferrari foi questionada por muita gente, mas o brasileiro mantêm-se em Maranello por mais uma temporada e diz saber muito bem o que tem de fazer para garantir a confiança dos italianos e regressar aos lugares da frente.

O saldo de 2011 foi muito negativo para Felipe Massa, que nunca passou do quinto lugar no final das corridas - resultado que obteve por seis vezes! - enquanto que Fernando Alonso terminou por dez vezes nos três primeiros. No final do ano, o espanhol garantiu 257 pontos contra apenas 118 do brasileiro, uma diferença absmal que levou muita gente a considerar que Massa não merecia manter-se na Ferrari.

O paulista é o primeiro a admitir que ficou muito abaixo do que lhe era exigido, mas mantêm a cabeça fria e garante ter a capacidade para dar a volta à situação: 'A melhor coisa nesta altura é que o Mundial acabou e não vou ter de voltar a pilotar este carro com estes pneus. Desde o inicio dos testes que nunca me senti à vontade com as características do F150º Itália e quanto mais duros eram os pneus que utilizávamos, pior era a minha situação'.

PNEUS FORAM PROBLEMA

O piloto brasileiro da Ferrari explica de que forma os pneus condicionaram as suas prestações em 2011: 'Como equipa tivemos na temperatura de funcionamento dos Pirelli o nosso principal problema. Parte disso vinha duma falta de carga aerodinâmica do projeto inicial, mas mesmo quando fizemos progressos neste campo o problema nunca desapareceu, apesar de ter sido atenuado. Quanto mais duro era o composto que usávamos, maior era a nossa dificuldade e isso foi visível em muitas corridas, pois rodávamos no grupo que incluia os McLaren e o Mark Webber enquanto usávamos os pneus mais macios, mas mal montávamos os pneus mais duros, tanto o Alonso como eu perdíamos terreno para eles'.

Isso foi particularmente visível em Barcelona, quando o espanhol liderou nas primeiras voltas e esteve na luta por um lugar no pódio até à ultima troca de pneus, terminando em quinto lugar a uma volta de Vettel. Mas se Alonso ainda entrou na luta pelas primeiras posições, Massa raramente esteve em posição de o fazer, o que o brasileiro explica da seguinte forma: 'Penso que podemos dividir a temporada em duas partes para mim. Na primeira, eu tinha tantos problemas em conseguir fazer os pneus funcionar na qualificação que nunca atingi o potencial do carro. Por isso, as minhas provas eram feitas a recuperar terreno, raramente entrando na luta pela frente. Mas, a partir da Hungria as coisas mudaram e em seis corridas qualifiquei-me quatro vezes na frente do meu companheiro de equipa, o que não é fácil, pois o Alonso é um piloto extremamente rápido. E o meu andamento de corrida foi sempre idêntico ao dele enquanto utializamos os pneus mais macios, andando muitas vezes à frente dele. Mas perdi muitas posições nas boxes ao tentar estratégias diferentes e com pneus mais duros, o meu andamento era inferior, o que inviabilizou a minha chegada ao pódio em várias corridas.

O 'AMIGO' HAMILTON

Mas Massa também perdeu pontos importantes em diversos incidentes que tiveram Lewis Hamilton como protagonista. Os dois desenvolveram uma espécie de atração fatal que esteve na origem de muitos incidentes, a maior parte dos quais da responsabilidade  do piloto da McLaren, na opinião do brasileiro: 'Tenho a maior consideração pelo Lewis como piloto e nunca tive problemas com ele como pessoa. Mas ele passou por uma fase complicada em que se envolvia em incidentes quase todas as corridas, comigo e com outros pilotos. Teve mais acidentes comigo porque lutavamos pelas mesmas posições e não parecia capaz de perceber que tinha de mudar a sua forma de pilotar, mesmo sendo repetidamente penalizado.

Eu só fui penalizado, e na minha opinião de forma completamente injusta, na India, quando ele tentou meia ultrapassagem num ponto em que não havia aderência fora da trajetória e me furou um pneu. Penso que a minha posição no Mundial não se teria alterado se não perdesse tantos pontos nos incidentes com o Lewis, mas os meus resultados teriam sido melhores e acredito que teria conseguido ir ao pódio em algumas ocasiões'

MISSÃO CLARA PARA 2012

Face à falta de resultados neste ano, Felipe Massa sabe bem que terá de melhorar bastante o seu desempenho se quiser manter-se na Ferrari para além do final da próxima temporada: 'Estou habituado às noticias que me dão fora da Ferrari, porque já em 2006, 2007 e 2010 as tinha lido e ouvido. Mas só dou atenção ao que a equipa me diz e sei que nunca foi equacionada a minha saída no final deste ano.

Mas também sei que a Ferrari quer ter dos pilotos em posição de lutar pela vitória em todas as corridas e vou ter de ser mais rápido e mais constante em 2012. Como a Ferrari vai ter um carro mais competitivo e a Pirelli vai abandonar as misturas mais duras, as coisas vão mudar no sentido que eu necessitava e, por isso, estou convencido que poderei voltar a ter os mesmos resultados que no passado. Quero voltar a ganhar Grandes Prémios e quero ser campeão do Mundo, porque sei que tenho talento e capacidade para isso e estou na melhor equipa do mundo'

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MASSA CONTA COM O APOIO DA EQUIPA

A chegada de Fernando Alonso a Maranello mudou a vida de Felipe Massa no seio da Ferrari. Se todos respeitavam Kimi Raikkonen pela sua enorme rapidez, ninguém era próximo do finlandês porque este não tinha relacionamento pessoal com nenhum dos engenheiros da Scuderia. Alonso, como a maior parte dos engenheiros e dos mecânicos, integrou-se mais profundamente na equipa, roubando espaço a Felipe Massa, há muito considerado como um piloto da 'casa'.

Mas o brasileiro garante que nunca se sentiu menos apoioado na Ferrari, apesar de admitir que 'é natural que as pessoas dediquem mais atenção a quem está na luta pelo título, como aconteceu com o Alonso no ano passado. Tinha sido assim em 2006 como Michael e em 2007 com o Kimi, mas tinha sido eu a beneficiar dessa atenção extra em 2008, quando lutei pelo título até à ultima corrida.

Este ano, nenum de nós lutava pelo título, mas era o Fernando que estava a conseguir melhores resultados, sendo natural que tenha ganho alguma prioridade. Mas senti sempre o apoio de toda a equipa, pois toda a gente queria ter dois carros em posição de lutar pelas vitórias e desde o Stefano Domenicalli até aos mecânicos, todos fizeram o que estava no seu alcance para me ajudar.'

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"ACIDENTE NÃO ME MUDOU"

Não falta quem pense que Felipe Massa mudou com o acidente que sofreu durante a qualificação para o GP da Hungria de 2009. Apesar de nunca mais ter conseguido os mesmos resultados que quase lhe deram o título em 2008, o paulista refuta essa possibilidade e garante ser o mesmo, como pessoa e como piloto, que era antes do acidente. 'Penso que as pessoas ligaram duas coisas que tinham pouco a ver uma com a outra e chegaram à conclusão errada. Em 2008 e 2009 tinha um carro que se adaptava lindamente ao meu estilo de pilotagem, o que não aconteceu em 2010 e ainda mais em 2011. A diferença nos resultados tem uma razão técnica e não humana. Sei que sou exatamente o mesmo Felipe que as pessoas conheciam e nem a minha mulher, nem os meus pais e irmãos notam qualquer diferença.

Nas pistas não existe uma razão para eu ser mais cauteloso, porque o meu acidente não teve origem nem num erro meu, nem numa falha do meu carro. Tenho passado muitas voltas atrás doutros carros sem pensar que vão perder uma peça, mas não é por isso que os tento ultrapassar: é porque lhes quero ganhar uma posição.' E o brasileiro ri-se com gosto depois dessa sua análise."

Rumor do dia: Bruno Senna na Williams

A noticia foi anunciada no inicio da tarde no Brasil, via Rádio Bandeirantes: Bruno Senna tinha assinado pela Williams, substituindo o seu compatriota Rubens Barrichello. O anuncio ainda nao é oficial, mas caso seja verdade, isto significa que o piloto de 27 anos, sobrinho de Ayrton Senna, conseguira bater na corrida outros pilotos como Adrian Sutil e Rubens Barrichello.

Isto também significa que Bruno Senna conseguiu fazer valer os milhões trazidos pela Gillette e pela OGX, a organização de Elke Batista, o homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo, numa equipa que bem precisa deles, depois de ter acolhido os cerca de 28 milhões de dólares por ano que a PDVSA, a companhia petrolífera da Venezuela, para para manter o seu compatriota Pastor Maldonado.

E isto também sucede numa altura em que a Williams vai voltar a ter motores Renault, quinze anos após o final de uma parceria com enorme sucesso. E claro, para Frank Williams, é um momento emocional para ele, dezoito anos depois de ter acolhido no seu seio o seu tio Ayrton, e de ter acontecido aquele que, para muitos foi o seu momento mais traumático da sua longa história como construtor, que foi o GP de San Marino de 1994. E quem for mais atento a estes pormenores da história, sabe que desde então, todos os Williams tem no seu bico o logotipo da Fundação Senna.

Aguardemos, portanto, pela confirmação oficial. Ou não.

Youtube Motorsport Yearbook: Os acidentes de 2011


 Natal, final de ano, começa-se a fazer um balanço. E o pessoal da Motors TV decidiu fazer um videoclip das centenas de acidentes que aconteceram ao longo deste ano. Todas espectaculares, em carros e motos, alguns até tiveram o seu quê de arrepiante. Por exemplo, há um em que a moto cai em cima da coluna do motociclista, mas para que eles a mostrem, é porque ele se safou de boa. 

Enfim, são quase dois minutos e meio de acidentes. Apreciem.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

As últimas do WRC

A poucos dias do Natal - e a um mês do Rali de Monte Carlo, prova inaugural do Mundial - começa-se a definir os cenários do WRC para a próxima temporada. Nos últimos dias, confirmou-se a permanência da Ford, com a M-Sport, e com um novo companheiro de equipa para Jari-Matti Latvala: o norueguês Petter Solberg, campeão do mundo de 2003 e que desde 2009 que andava com a sua própria equipa.

No lado da Citroen, as novidades para 2012 são apenas meras confirmações de coisas que se vinham anunciando desde há algumas semanas. Já tinha falado na chegada do patrocinio do governo do Qatar à Citroen, e a chegada de Nasser Al-Attiyah como terceiro piloto da marca em 2012. Apesar de já ter 41 anos, o palmarés deste piloto é impressionante, e até sabe andar bem, pois ele venceu o último Dakar. Aliás, o qatari vai falhar a sua estreia em Monte Carlo porque estará... no Dakar, a defender o título conquistado com o monstruoso Hummer preparado por Robby Gordon.

E com a chegada dos "petrodólares" qataris, a Citroen irá reativar a sua Junior Team, contratando um bom piloto, a esperança belga Thierry Neuville, de 23 anos, e que correu no IRC em 2011, ao serviço da Peugeot Belgique, onde venceu dois ralis, na Córsega e em Sanremo. Eventualmente, com dois veteranos no plantel, Sebastien Löeb (37 anos) e Mikko Hirvonen, agora com 31, provavelmente estará a preparar a sucessão. Desde que não ganhe demasiadas asas como aconteceu a Sebastien Ogier...

Na Ford, para além das confirmações de Latvala e Solberg, tem também a noticia de que disponibilizará um terceiro carro para um bom piloto, ou para um "endinheirado". Em Monte Carlo, esse carro estará nas mãos de uma lenda dos ralis: Francois Delecour, 49 anos e um eterno apaixonado do "Monte" e que no ano passado, pegou num Peugeot 207 S2000 e mostrou que não tinha perdido o jeito, quando acabou no quinto lugar da edição centenária. Na maior parte das provas de 2012, esse carro estará nas mãos da esperança estónia Ott Tanak, que aos 24 anos, e ajudado por Markko Martin, já revelou ter estofo de campeão.

Se no caso da Volkswagen, as coisas estão mais ou menos definidas, com Sebastien Ogier como piloto principal e a promessa de que o Polo R WRC poder ser estreado lá mais para o final da temporada, caso os testes corram bem, nos lados da Mini, as coisas andam nebulosas. A Prodrive vê-se com dificuldades em duas frentes: primeiro, a BMW não lhe dá o Apoio que merecia ter pelo fato da marca estar totalmente virada para a sua estreia no DTM, marcada também para 2012. E segundo, não consegue arranjar um patrocinador de relevo para aliviar o seu orçamento, já de si esticado. Nos últimos dias falou-se da Red Bull, que poderia estar de saída da Citroen, mas até agora são especulações. E a sua inscrição oficial pode estar em perigo, pois o prazo para aparecer como M1, ou seja, pontuar em todo o campeonato, terminou ontem à noite e a marca de David Richards não confirmou a sua presença.

Neste momento, e pelo se que fala hoje em orgãos como o Autosport português, a Prodrive e a FIA estão a negociar uma espécie de excepção à Mini para que possa participar sem problemas e a tempo inteiro na temporada de 2012. E o próprio Richards, que depende na venda e preparação de Minis para privados um pouco por toda a Europa para fazer entrar dinheiro nos cofres da equipa, já disse que uma das hipóteses em cima da mesa é a contratação de um piloto pagante que alterne com Chris Meeke e Dani Sordo, os pilotos oficiais da marca.

E no lado de Armindo Araujo, as coisas não andam muito longe. Ele e a sua equipa, a Motorsport Itália, querem correr toda a temporada de 2012, e apesar de estar incluida na M2, que tem um prazo mais tardio, está à espera da luz verde de alguns patrocinadores para poder dizer que participará em todas as provas do Mundial. Pelo que se falae lê nos jornais especializados, todos os patrocinadores portugueses já confirmaram a sua presença em 2012, estando dependente da luz verde de um patrocinador estrangeiro para que possa começar a trabalhar afincadamente para o Monte Carlo 2012 com o seu Mini JCW WRC.

Portanto, eis como andam as coisas a poucos dias do Natal. O pelotão do WRC anda animado, e os próximos dias serão recheados de novidades, espera-se.  

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Extra-Campeonato: Aconteceu uma coisa estranha a caminho...

Só hoje à tarde é que recebi a foto, porque o meu amigo que a tirou tinha escrito mal o meu endereço de e-mail. E isto foi o final feliz de algo que não estava nada à espera. Para vos ser franco, eu só fui à FNAC para fazer o cartão de sócio, e fui para o auditório porque não encontrei ninguém que me atendesse nessa altura.

Quando cheguei ao auditório, lembrei-me na minha mente da entrevista que ele dera no dia anterior no Jornal de Leiria. O Filipe Melo, o autor da triologia "Doug Mendonça e Pizza Boy", que é provavelmente o melhor álbum do ano em português, estava a ser apresentado por aqueles dias e jornalista que o entrevistou é um bom amigo meu. Andamos na mesma faculdade em Coimbra - em anos diferentes - e uma das minhas amigas namorou com esse rapaz. Quando lá cheguei, estavam numa espécie de "perguntas e respostas", que eram feitas como se fosse o "Trivial Pursuit". Achava tudo um piadão e decidi alinhar na brincadeira, mal sabendo das consequências, porque pensava que ia ganhar uma t-shirt ou um exemplar do livro autogrfado.

Não. Ganhei uma Erdinger e uma coxa de frango oferecidos pelo autor. O livro fui comprar, mas como autógrafo, pedi-lhe os acordes de "Highway to Hell", dos AC/DC, porque achava que era apropriado para o tema. Acreditem, depois de lerem o livro, é.

Em suma, esta pequena historieta de sexta-feira à noite é um bom exemplo de como a vida nos pode reservar belas surpresas. De uma noite à partida sem história, acabo com uma história para contar por muito tempo. E ainda tive tempo para cumprir o meu objetivo inicial: fiz o cartão de sócio.

P.S: Já me ia esquecendo: a pergunta que me fez ganhar a "cerveja Taça da Alemanha" tinha a ver com quem era a atriz que fazia o papel do Ivan Drago no "Rocky IV". Era a Brigitte Nilsen. 

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana tem como fotografia o Mini 4All a passar por uma duna, algures no deserto africano ou sul-americano, em preparação para a prova que arrancará dentro de duas semanas, no Mar del Plata argentino. Serve para mostrar o especial que a revista vai fazer antes do arranque do Rali Dakar: "Mini é a favorita no Dakar". Mais abaixo, nos subtítulos, há referências a Stephane Peterhansel, piloto da marca ("Peterhasnsel com oportunidade de ouro na ausência da VW"), ao regresso do atual campeão, Nassser Al Attiyah ("Al-Attiyah defende título com Hummer"), e os portugueses ("Carlos Sousa e Leal dos Santos apontam ao top 10")

Na parte de cima da revista, há referências à Formula 1, nomeadamnte uma entrevista a Felipe Massa, onde diz "Não mudei com acidente na Hungria", e a revolução na Toro Rosso ("Buemi e Alguersuari despedidos da Toro Rosso"). Para finalizar, referência do WRC, com a decisão da Ford ("Ford continua na competição e contrata Petter Solberg") 

Rua Jean-Pierre Beltoise, Montlhery, França

Normalmente, dar o nome de alguém a uma rua numa cidade qualquer, um pouco por todo o mundo, acontece quando a pessoa em questão está morta. E quando acontece o contrário, ou é uma manifestação de "lambe-botismo" ao ditador de ocasião, ou então a personagem merece mesmo uma homenagem em vida, pelas suas contribuições para o país, e porque não, para o mundo. E é essa ultima parte que vou falar disso, porque é raro. E essa raridade acontecveu neste final de semana, na vila francesa de Montlehry, nos arredores de Paris, quando a autarquia local decidiu homenagear Jean-Pierre Beltoise com o nome de uma rua.

Atualmente com 74 anos, Beltoise foi homenageado pelos seus contributos ao automobilismo francês, quer na Formula 1, quer na Endurance, ao serviço da Matra, e depois na BRM. Um placa de bronze com uma moto e um carro - simbolizando as suas carreiras em ambas as carreiras - foi colocada com a data do seu nascimento inscrita. E na cerimónia estiveram os familiares, como a sua mulher Jacqueline, ex-Cevért, e o seu filho Anthony Beltoise, que também teve uma carreira no automobilismo, e muitos dos que seguiram a sua carreira. A placa foi descerrada pela ministra do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, Nathalie Kosciusko-Morizet.

Bom saber que há excepções à regra...

The End: Kim Jong-Il (1942-2011)


Já me ia deitar para o meu sono de beleza quando li, pelas três da manhã, no Twitter da Al Jazeera, que tinham acabado de morrer o Kim Jong-il. Num fim de semana onde ficamos tristes com as mortes da Cesária Évora, no sábado, e do Vaclav Havel, no domingo, a noticia da morte do "Querido Lider", aos 69 anos, parece que nos deu uma espécie de macabro equilibrio entre os "bons" e os "maus da fita".

Contudo, parecia que ele tinha andado morto durante todo este final de semana. As autoridades norte-coranas disseram que ele bateu as botas no sábado de manhã, dentro de um comboio. Resta saber se estava a caminho de Pequim, para tratamento, ou então estava a viajar para outro canto do pais. O funeral vai ser no próximo dia 28 de dezembro, em Pyongyang, provavelmente sobre neve e muito frio, e as pessoas, genuinamente, chorarão baba e ranho, como vi no funeral do seu pai, em 1994.

A Coreia do Norte é o país mais fechado do mundo. E o seu povo foi tão bem sucessivamente moldado que tenho aquele receio de que no dia em que eles começarem a ver que há um mundo fora de Pyongyang e os programas de TV com paradas militares eternas e bandas militares enormes, tenham uma espécie de colapso mental. E também tenho outro receio, esse partilhado com o resto do mundo: que o seu filho, descrito por alguns como "Brilhante Camarada", Kim Jong-un, seja ainda mais radical do que o pai e o avô. Daí que neste momento, o exército sul-coreano esteja em alerta, e a Bolsa de Seoul tenha caído quase cinco por cento após o anuncio da morte do Kim Jong-il.

Quanto ao resto, não me perguntem quando é que aquele pesadelo acabará. Nem como, porque suspeito que alguns dos malucos que andam por ali queiram acabar com um estoiro. Afinal, eles têm armas nucleares...

Para finalizar, como já faltam cerca de doze dias para o final do ano, estou a ver que vai ser marcante. Muhammar Khadaffi, Osama Bin Laden e agora Kim Jong-il, terminaram as suas vidas este ano. São três ditadores - ou personagens sanguinárias, o que perferirem - que de uma certa forma marcaram as nossas vidas. E estes três, de um conjunto de algumas dezenas que abandonaram a vida para entrar nos livros de História - dois deles, Cesária Évora e Vaclav Havel, encantaram-se ao mesmo tempo que o Kim - nos assombrarão por muito, mas muito tempo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Noticias: Fato de competição de Steve McQueen vale quase um milhão

Vi a noticia no site do Adam Cooper, mas já conhecia de antemão o leilão: um par de fatos de competição que o ator norte-americano Steve McQueen usou no filme de culto "Le Mans" foi este final de semana vendido a uma preço recorde de... 984 mil dólares. Com este preço, dado por um comprador anónimo, o fato de competição de Michael Delaney - a personagem que McQueen interpretou no filme - tornou-se no pedaço de memorabilia automobilistica mais cara de sempre a ser vendida em leilão, excluindo modelos de automóveis.

A "Profiles in History", que organizaou o leilão, conta que este fato fora dado pela Solar Productions, no inicio de 1971, para o jornal britânico The Observer, no sentido de fazer parte de um concurso para promover o filme. O vencedor foi um rapaz, então com 12 anos, de seu nome Timothy Davies, de Wolverhampton, e o fato foi-lhe dado numa cerimónia feita pelo jornal, pelo piloto Richard Attwood, vencedor da corrida no ano anterior. Contudo, Davies não é o beneficiário deste leilão, pois já tinha vendido o fato a outra pessoa...

Nesse leilão também estiveram outros items, como um anel de casamento de Marylin Monroe ou um par de sapatos vermelhos que Judy Garland usou no filme "O Feiticeiro de Oz", embora em relação a este último, o artigo foi retirado por falta de compradores.

Grand Prix Toons

Descobri isto um pouco por acaso. Colocara-me o endereço no Twitter e eu, curioso que sou, fui espreitar. O GP Toons começou as suas atividades há alguns dias e já colocou alguns belos desenhos, como este. O estilo dele pode fazer lembrar o Bruno Mantovani ou o Jim Bamber, mas os assuntos são divertidos na mesma. E o autor destes desenhos, Hector José Garcia, já colocou alguns desenhos bem artisticos, como o McLaren MP4-8 de Ayrton Senna ou o BMW 320i de Alex Zanardi, dos seus tempos do WTCC. 

 Em suma, é uma bela proposta de visita para este Natal. Divirtam-se!