segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Carlos Sousa fala sobre o projeto da Great Wall

O dia de descanso do Dakar, que aconteceu ontem na cidade chilena de Copiapó, serviu para não só reparar as máquinas danificadas de tanto uso, como também serviu para retemperar corpos cansados de tantas horas atrás de um volante, a passar dunas, caminhos pedregosos, passando por muitos e enormes obstáculos encontrados pela organização, do qual só os mais fortes e os mais ágeis conseguem passar. No caso de Carlos Sousa, que regressa ao Dakar depois de um ano de ausência, no projeto da chinesa Great Wall, o dia de descanso serviu para fazer um ponto da situação do projeto e de como está a correr até agora.

Numa entrevista à Autosport portuguesa, fala sobre isso: "Do ponto de vista da Great Wall, este resultado está já acima de todas as expectativas, pelo que o grande objetivo é segurar este lugar até final, até porque é realisticamente impossível aspirar a muito mais face à enorme fiabilidade que tem vindo a ser demonstrada pelos MINI e particularmente pelos Hummer. Nesse contexto, só posso sentir-me muito satisfeito, porque não é fácil chegar a um Dakar com apenas três dias de testes e integrado numa equipa que tem meios limitados, apesar de muita vontade em aparecer ainda com mais força no futuro", revelou o piloto português durante o almoço de ontem em Copiapó.

"É muito interessante perceber o impacto que esta participação está a ter internacionalmente, não só aqui na América do Sul como na própria China e até na Europa. Aliás, quase posso garantir que nunca fui tão solicitado pela imprensa internacional como nesta prova. Há uma grande curiosidade em relação à marca e à nossa participação no Dakar. O resultado surpreende e todos querem saber mais sobre o carro e sobre o futuro desta jovem mas ambiciosa equipa", continuou.

Carlos Sousa revelou que o contrato inicial com a Great Wall termina após este Dakar, mas porém, face às conversas já mantidas com o vice-presidente da marca, que tem acompanhado a prova desde o seu primeiro dia, "parecem existir boas perspetivas de prolongarmos esta ligação e começarmos a preparar um projeto ainda mais ambicioso para o próximo Dakar, talvez até com um novo carro e uma equipa de pilotos ainda mais alargada", admitiu.

E revelou que a equipa foi convidada pelo próprio Nasser Al-Attiyah a participar na Baja do Qatar, no próximo mês de abril: "Era importante que a equipa apostasse em mais provas e num programa de testes mais extenso, até porque existem problemas de base no carro que precisam ser corrigidos, a começar pela refrigeração do motor e a terminar na afinação do próprio chassis", pormenorizou.

 O Rali Dakar prossegue hoje, com a etapa entre Copiapó e Antofagasta, no total de 722 quilómetros, 477 dos quais em especial cronometrada.  

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