domingo, 13 de maio de 2012

Formula 1 2012 - Ronda 5, Espanha (Corrida)

Depois da polémica de Sábado - nunca vi comissários tão picuinhas e tão penalizadores como neste final de semana, já vão ver depois - em que se desclassificou Lewis Hamilton da pole-position devido ao seu truque com a gasolina, havia alguma expectativa para o que iria acontecer este domingo no GP de Espanha, após a histórica pole-position da Williams - a primeira desde o GP do Brasil de 2010 - e a primeira de sempre de um piloto venezuelano, no fim de semana onde Frank Williams celebrava os seus 70 anos de vida e provavelmente, mais de 40 na carreira de construtor de Formula 1.

Quando amanheceu para o dia de hoje, esperavam-se muitas coisas, mas três delas em particular: como iria Lewis Hamilton recuperar do último lugar da grelha de partida, se Pastor Maldonado iria aguentar as pressões de Fernando Alonso e claro, se o piloto espanhol iria vencer em casa e demonstrar que a Ferrari estava de volta, no caminho das primeiras posições.

Cheguei cedo ao meu portátil para ver as movimentações pré-corrida - já não fazia isso há muito tempo, confesso - e à medida que os minutos aavançavam rumo à largada, veio à cabeça... Teo Fabi. Eu explico: o piloto italiano teve três pole-positions ao longo da sua carreira na Formula 1, na Toleman e na Benetton mas nunca liderou uma unica volta na sua carreira. O meu temor não era tanto que ele nunca liderasse uma corrida na vida - a pole-position não é importante nesse aspecto - era que desperdiçasse esta pole-position num acidente qualquer inutil, como aconteceu na Austrália.

Com a partida, de facto, Alonso foi mais veloz e conseguiu tirar a liderança do venezuelano, mas Maldonado não perdeu muitas posições para a concorrência mais direta, como os Lotus de Kimi Raikkonen e Romain Gorsjean. Aliás, quem perdeu tempo foi Sergio Perez, que sofreu um toque de Michael Schumacher e ficou com um furo. E ainda mais atrás, Lewis Hamilton começava a sua cavalgada.

Nas voltas seguintes, o que se notou foi o facto de alonso não se ter ido embora de Maldonado, isto provavelmente pelo facto de toda a gente ter começado a rodar com pneus moles. Atrás, havia pesadelos para a Red Bull, especialmente no caso de Mark Webber. As pessoas acharam esquisito vê-lo na volta oito a mudar para pneus mais duros, mas na realidade, lutava contra uma má aerodinâmica, que fazia com que o desgaste fosse maior e o downforce não fosse eficaz. Aliás, ambos os Red Bull trocaram de bico, para ver se as coisas funcionavam como deve de ser.

Na 12ª volta, havia confusão no final da reta da meta: na travagem para a primeira curva, o Mercedes de Michael Schumacher calculou mal a travagem e bateu na traseira de Bruno Senna, causando o abandono de ambos. Com isso, ele se tornou o primeiro piloto da Formula 1 a bater em duas gerações de pilotos, já que tinha feito isso com o seu tio, há quase 20 anos, em Magny-Cours. Apesar de Schumacher ter chamado de "idiota" a Bruno, no final, os comissários decidiram que o piloto alemão foi o culpado e na próxima corrida, será penalizado em cinco posições. Mais um incidente na sua longa lista...

As bandeiras amarelas foram mostradas no local, e isso provocou novo incidente: Felipe Massa e Sebastian Vettel foram demasiadamente rápidos naquela secção e os comissários de pista não perdoaram: "drive-through" para ambos os pilotos e as corridas de ambos inevitavelmente estragadas.

Com as passagens pelas boxes, primeiro Alonso e depois Maldonado, houve troca de posições na liderança, mas pensava-se que seria algo temporário. Contudo, o piloto espanhol atrasou-se no trânsito e quem beneficiou foi o piloto da Williams, com Kimi Raikkonen a ser um calmo terceiro classificado. Atrás, Hamilton já estava no meio do pelotão, lutando contra pilotos como Nico Rosberg, Paul di Resta e Felipe Massa, entre outros. Mas também por aí havia algumas coisas interessantes, como o Sauber de Kamui Kobayashi, que foi ele mesmo e começou a passar pilotos como Paul Di Resta, por exemplo. E isso compensou o mau final de Sergio Perez, encostado na berma depois de uma má troca de pneus.

A tensão acumulou-se após a última troca de pneus. Ambos trocaram pneus mais duros, enquanto que Kimi Raikkonen atrasou a sua troca de pneus e colocou um jogo mais mole, para ver se os apanhava. Ambos os pilotos chegaram a menos de um segundo entre eles e Alonso até esboçou uma ultrapassagem, mas no final, Maldonado resistiu. Quanto a Kimi Raikkonen, chegou perto, mas não deu. 

Na bandeira de xadrez, fez-se história: Maldonado vencia pela primeira vez para a Williams, para ele e para a Venezuela, Fernando Alonso mostrava-se, com o segundo lugar, que para além do seu esforço, o seu Ferrari melhorou muito em relação às outras corridas, e uma evolução pode-se esperar num futuro próximo, e Kimi Raikkonen está a demonstrar uma consistência incrivel com o seu Lotus-Renault, que o pode levar, proximamente, à tal vitória que ainda falta. 

E o equilibrio que tanto se fala, confirma-se: cinco vencedores, em cinco máquinas diferentes, de cinco equipas diferentes. Igualou-se 1983, e parece que as coisas podem não ficar por aqui. Provavelmente, esta será uma das temporadas mais imprevisiveis de sempre, e a galeria de vencedores promete não ficar por aqui. Ainda há pilotos que não venceram e têm carro para isso... daqui a duas semanas, nas ruas do Mónaco, veremos isso.

EM ATUALIZAÇÃO: Logo depois da vitória, uma explosão no carro de Bruno Senna, devido eventualmente ao seu sistema KERS, provocou um grande incêndio nas boxes da Williams, porontamente controlado pelos bombeiros e por elementos das outras equipas. Segundo as autoridades locais, foram admitidas dezasseis pessoas ao posto de socorro mais próximo, um deles a inspirar maiores cuidados. No dia em que voltam às vitórias, a Williams não precisava deste incidente para manchar este seu fabuloso fim de semana... 

Sem comentários: