terça-feira, 8 de maio de 2012

O dia em que Jacques guiou o carro do pai

Gilles Villeneuve não será esquecido entre nós, o que é normal. E já se sabia, desde há algum tempo que a Ferrari iria fazer algo de especial neste dia, para recordar aquele que é provavelmente o seu piloto mais carismático a correr pela Scuderia, a par de Tazio Nuvolari. E para isso, convidou o filho Jacques Villeneuve para guiar o Ferrari 312T4, o carro de 1979 que lhe deu não só o vice-campeonato, como três vitórias em corridas e performances inesquéciveis em pistas como Dijon-Prenois e Zandvoort.

Villeneuve deu algumas voltas na pista de Fiorano, teve a visita de Fernando Alonso e Felipe Massa e tudo isso teve centenas de pessoas a assistir, debaixo de um céu limpo e um sol primaveril no centro de Itália. Contudo, esta não é a primeira vez que Jacques guia o carro do pai, pois já fez isso em 2004, em Goodwood, quando guiou o modelo de 1978, o 312T3.

Entretanto, "colidi" com uma matéria publicada hoje pela Tazio, onde se reproduz um artigo escrito por Jacques em janeiro deste ano na revista F1 Racing, em que revela que o seu pai lhe ensinou a ter paixão pela condução e por aquilo que fazia. “O que as pessoas amam no meu pai é que ele vivia sua paixão – e era possível ver isso em sua pilotagem. Não havia meio termo com ele: sempre procurava pela volta perfeita, pela curva especial, pela deslizada suprema... Ele queria ser melhor que os outros em tudo. Era assim que ele era na pista, era assim que ele era na vida”, avaliou Jacques.

O legado de meu pai é ‘viva para o seu sonho’. Ele vivia com paixão, com aquela chama. Ele correu pela Ferrari e passou a ser parte da família – e ele nem italiano era. Acho isso incrível. Provavelmente, esta é a razão pela qual o povo italiano sempre foi incrível comigo – mesmo quando eu lutava contra Michael Schumacher, da Ferrari, pelo título de 1997. Ele sempre foi um piloto que preferia vencer em vez de ficar em terceiro. Talvez este tenha sido o aspecto de sua personalidade que o fez perder o título para Jody Scheckter, em 1979.

Sobre o seu pai, a sua imagem vai muito para além do piloto lendário: “Lembro dele como meu pai. O automobilismo é secundário, era algo que ele adorava fazer. Ele conseguiu um lugar no coração das pessoas, que não o respeitavam somente como piloto, mas também como pessoa. Sua carreira foi interrompida, mas era questão de tempo para que ele se tornasse campeão.” 

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