segunda-feira, 4 de junho de 2012

GP Memória - Belgica 1972

Um mês depois de terem corrido pela última vez na pista espanhola de Jarama, máquinas e pilotos estavam agora na Belgica. Não no veloz - mas perigoso - traçado de Spa-Francochamps, mas sim numa nova pista, Nivelles, nos arredores de Bruxelas. Contudo, nesse mês de ausência, os pilotos não ficaram parados. Alguns deles participaram em Oulton Park na Gold Cup, onde o melhor foi o McLaren de Dennis Hulme, apesar da réplica dada pelo Lotus de Emerson Fittipaldi.

A pista era de facto segura, com enormes escapatórias, mas os pilotos a consideraram aborrecida para correr. E no pelotão da Formula 1, havia muitas novidades. A maior de todas era a ausência de Jackie Stewart, que estava a ser acometido de uma úlcera gástrica, e devido a isso, os médicos aconselharam-no a descansar, fazendo com que a Tyrrell fosse a Nivelles apenas com Francois Cevért. Outro ausente era Reine Wissell, que tinha sofrido um acidente em Oulton Park, no seu BRM, e tinha magoado o pulso.

Mas se havia ausências, existia também regressos. Peter Revson estava de volta à McLaren, depois de ter guiado nas 500 Milhas de Indianápolis, enquanto que Carlos Reutemann já estava curado da sua fratura no tornozelo e estava de volta para guiar no seu Brabham, alargando a equipa para três carros, ao lado de Wilson Fittipaldi e Graham Hill. A Ferrari alinhava apenas com dois carros - para Clay Regazzoni e Jacky Ickx - pois Mário Andretti não tinha feito a travessia do Atlântico. Quem fazia a sua estreia na Formula 1 era a Tecno, a equipa italiana dos irmãos Pedrazani, com motor próprio e patrocinio da firma de bebidas Martini. O piloto que o iria conduzir era o italiano Nanni Galli.

No final das duas sessões de qualificação, o melhor foi Emerson Fittipaldi, no seu Lotus, que teve a seu lado  o Ferrari de Clay Regazzoni. Dennis Hulme foi o terceiro na grelha no seu McLaren, seguido pelo segundo Ferrari de Jacky Ickx. Francois Cevért foi o quinto, no seu Tyrrell, seguido pelo BRM de Jean-Pierre Beltoise. O regressado Peter Revson foi o sétimo, no segundo McLaren oficial, na frente do Surtees de Mike Hailwood. A fechar o "top ten" ficaram o Brabham de Carlos Reutemann, que regressava em boa forma, e o segundo Surtees de Andrea de Adamich.

A corrida começou com Regazzoni a partir melhor que Fittipaldi e Ickx, o herói local. Atrás, tinha havido alguma confusão quando Adamich bateu no McLaren de Revson, apesar de ambos terem continuado. Nas voltas seguintes, Fittipaldi perseguiu o suiço até á nona volta, quando teve uma oportunidade de o passar, que não o desperdiçou. A partir daí, o brasileiro começou a afastar-se dos dois Ferrari, enquanto que Regazzoni e Ickx começavam uma luta entre si para saber quem era o melhor. Na volta 12, contudo, as esperanças de um bom resultado para o belga evaporaram-se quando o seu aceletador ficou preso.

Entretanto, atrás, Cevért e Hulme lutavam pelo terceiro lugar, com o francês da Tyrrell a levar a melhor sobre o neozelandês da McLaren. Ambos aproximavam-se de Regazzoni e começaram a pressioná-lo, até que na volta 31, Cevért ultrapassou-o. Regazzoni não ficou muito atrás do francês, mas na volta 57, quando dobrava o tecno de Nanni Galli, ambos desentenderam-se e o suiço levou a pior, acabando por ali a sua corrida.

Assim, Cevért ficou mais tranquilo no segundo posto, da mesma forma que Fittipaldi estava tranquilo no seu primeiro lugar, posição onde ficaria até à bandeira de xadrez. Cevért era o segundo e Hulme completava o pódio, na terceira posição. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Surtees de Mike Hailwood, o March  de José Carlos Pace - inscrito pela Williams - e o Matra de Chris Amon.  

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