domingo, 3 de junho de 2012

GP Memória - Mónaco 1962

Duas semanas depois de máquinas e pilotos terem alinhado na primeira corrida do ano, nas areias de Zandvoort, a Formula 1 retomava o seu ritmo nas ruas do Mónaco. Após a vitória de Graham Hill, esperava-se que o duelo Lotus-BRM continuasse nas ruas monegascas, com Ferrari, Cooper e Porsche a espreitar por uma tarde de glória, apesar de para aquela corrida, 22 carros estarem inscritos, para as dezasseis vagas que a organização tinha reservado.

A Ferrari tinha levado três carros para Monte Carlo, que seriam guiados por Phil Hill, o novato italiano Lorenzo Bandini e o mexicano Ricardo Rodriguez. Contudo, Rodriguez correu apenas nos treinos e foi substituido pelo belga Willy Mairesse. Na Lotus, a equipa oficial alinhava com Jim Clark e Trevor Taylor, enquanto que na BRM, em termos oficiais estavam Graham Hill e o americano Richie Ginther. Na Porsche, Dan Gurney e Jo Bonnier faziam parte da equipa, enquanto que a Cooper tinha Bruce McLaren e o sul-africano Tony Maggs. Por fim, a Lola tinha John Surtees e Roy Salvadori.

No lado dos privados, estavam um Lotus da Rob Walker Raging, guiado pelo veterano Maurice Trintignant, enquanto que a British Racing Partnership, equipa gerida por Alf Moss, o pai de Stirling Moss, tinha inscrito um chassis Lotus para Innes Ireland. Jack Brabham também lá estava com o seu Lotus, enquanto esperava que o seu chassis estivesse pronto. A UDT Laystall tinha outro americano, Masten Gregory, inscrito num chassis Lotus, enquanto que a Scuderia Republica de Venezia tinha um carro Lotus para o italiano Nino Vaccarella. Para finalizar, a Ecurie Nationale Suisse tinha um Lotus 21 pronto para um jovem local chamado Jo Siffert.

Havia ainda mais dois privados em chassis diferentes: Jackie Lewis, num BRM da Ecurie Galloise, e Carel Godin de Beaufort, num Porsche 718 da Ecurie Maasbergen.

Na qualificação, Jim Clark foi o melhor, seguido do BRM de Graham Hill. Bruce McLaren, no seu Cooper-Climax, era o terceiro. Willy Mairesse era o melhor dos Ferrari, no quarto lugar, seguido pelo Porsche de Dan Gurney. Jack Brabham era o sexto, seguido pelo Lotus da Rob Walker, guiado por Maurice Trintignant e pelo outro Lotus da BRP, guiado por Innes Ireland. A fechar o "top ten" estavam os Ferrari de Phil Hill e de Lorenzo Bandini.

Cinco carros ficaram de fora, como seria de esperar: Jo Siffert, Masten Gregory, o Porsche de Carel Godin de Beaufort, o BRM de Jackie Lewis e o Lotus de Nino Vacarella.

A corrida decorreu sob céu nublado e o piso ainda estava húmido, devido à chuva que tinha caido algum tempo antes. A superficie convidava a que os pilotos abordassem uma toada cautelosa na primeira curva, mas Willy Mairesse tinha outros planos, ao disparar rumo à liderança. Contudo, ao abordar a primeira curva, quase perde o controlo, fazendo com que Hill e McLaren o ultrapassassem, mas atrás, havia confusão: o BRM de Richie Ginther bateu forte nos Lotus de Maurice Trintignant e Innes Ireland. O acidente envolveu também o Porsche de Dan Gurney e o Lotus de Trevor Taylor. 

Para piorar as coisas, várias peças dos carros voaram para fora da pista, especialmente um pneu vindo o carro de Ginther, que matou um comissário de pista local, Ange Baldoni de seu nome. 

Ireland e Taylor conseguiram regressar à corrida, enquanto que mais adiante nessa primeira volta, Mairesse faz um pião e cai para o fim do pelotão, enquanto que no primeiro lugar estava o Cooper de McLaren, seguido do BRM de Graham Hill e do Ferrari de Phil Hill, que aproveitara a confusão para chegar ao terceiro lugar. Clark era apenas sexto, atrás de Bandini.

Nas voltas seguintes, McLaren e Hill lutavam pela liderança, trocando frequentemente de lugares, até que no final da 11ª volta, o britânico da BRM começou a afastar-se do Cooper do neozelandês. Atrás, Jack Brabham era terceiro, passando Phil Hill, que pouco depois seria passado por Jim Clark. O escocês aproximou-se de Brabham e na volta 22, era terceiro. Clark não se sossegou e na volta 26, apanha McLaren e o supera na luta pelo segundo lugar.

Sem abrandar o ritmo, Clark foi atrás de Hill, no sentido de o apanhar, e já estava na sua traseira quando começou a sentir problemas na sua caixa de velocidades, abrandando o seu ritmo. Na volta 55, teve de abandonar devido a problemas com a sua embraiagem, deixando Hill isolado na liderança, a mais de 40 segundos sobre Bruce McLaren.

Nessa altura, ele e Jack Brabham lutavam pelo segundo posto, com trocas constantes de posição. Mas depois aproximou-se Phil Hill, que se envolveu nesta luta. Conseguiu superar Jack Brabham na volta 73, para três voltas depois, Jack Brabham sofrer um toque no passeio, dobrando a sua suspensão e deixando a corrida por ali.

Por esta altura, parecia que Graham Hill estava a caminho de uma vitória folgada no Mónaco, o que seria a segunda consecutiva na temporada, mas na volta 93, começou a sair fumo do seu motor. Este quebrou-se e a liderança foi herdada por McLaren, que levou o carro calmamente para a meta, apesar da ameaça de Phil Hill. Lorenzo Bandini, no segundo Ferrari, completava o pódio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Lola de John Surtees, o Porsche de Jo Bonnier e o BRM de Graham Hill.  

Sem comentários: