quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O piloto do dia - Nelson Piquet (3ª parte)

(continuação do capitulo anterior)

A temporada de 1984 começava com alguma esperança na renovação do título, dado que o BT53 era uma evolução do chassis anterior. Mas nessa temporada, apesar de Nelson Piquet ter vencido no Canadá e no circuito urbano de Detroit, nos Estados Unidos, para além ter alcançado nove pole-positions, ele não foi capaz de superar os McLaren de Alain Prost e Niki Lauda, que dominaram a temporada a seu bel-prazer. Para piorar as coisas, apenas pontuou em cinco ocasiões, terminando o ano com 26 pontos e o quinto lugar no campeonato.

No ano seguinte, as coisa não foram melhores. Apenas venceu uma corrida, em Paul Ricard, quando os pneus Pirelli funcionaram bem sobre o asfalto abrasivo da pista francesa, e de resto só conseguiria mais uma pole-position e um pódio, em Itália, acabando no oitavo lugar do campeonato, apenas com 21 pontos. Piquet começou a pensar que o seu tempo na Brabham tinha chegado ao fim e que era altura de alargar os seus horizontes, bem como rechear um pouco mais a sua carteira. Afinal de contas, era aquilo que dizia quando lhe perguntavam sobre o que os pilotos eram motivados para correr.

Assim sendo, assinou pela Williams para a temporada de 1986, em substituição de Keke Rosberg, que rumava à McLaren. Era uma contratação de Frank Williams, mas a equipa tinha um Nigel Mansell renovado depois de um final de temporada anterior, onde tinha vencido duas das três últimas corridas do ano, em Brands Hatch e Kyalami. Contudo, Williams sobre um grave acidente de trânsito, que o colocou numa cadeira de rodas, e Head não era fã de Piquet, fazendo com que ele fosse um corpo estranho numa equipa nova. Piquet tinha então duas tarefas: vencer corridas e mostrar à sua equipa que era melhor do que Mansell.

Começou bem a temporada, vencendo no Brasil, mas só voltou a vencer a meio do ano, na Alemanha, para a seguir vencer na Hungria, depois de uma ultrapassagem por fora a Ayrton Senna na primeira curva. Conseguiu mais uma vitória em Monza, e ficou na luta pelo título na última prova do ano, na Austrália. Nessa corrida, poderia ter aproveitado o furo de Nigel Mansell, o seu companheiro de equipa, mas a Williams lhe pede para mudar de pneus e apesar de ter andado velozmente atrás de Alain Prost, acabou no segundo lugar, fazendo com que o título acabasse nas mãos do piloto francês.

Na temporada de 1987, Piquet partiu determinado a bater Mansell e de ser ele a dar o título à Williams. Começou o ano a ser segundo classificado no Rio de Janeiro e sofre uma forte batida nos treinos para o GP de San Marino, na curva Tamburello. Abalado, não alinha na corrida, mas a partir do Mónaco, consegue quatro segundos lugares seguidos, um deles em Silverstone, depois de ser batido por Nigel Mansell numa ultrapassagem épica na curva Stowe.

Na corrida seguinte, na Alemanha, vence a sua primeira corrida da temporada, e volta a conseguir isso na Hungria, antes de acabar na segunda posição na Austria. Vence em Itália, na primeira vez que usa a suspensão ativa - um dispositivo que andou a desenvolver ao longo da temporada - e a sua regularidade o fez com que ficasse cada vez mais próximo do tricampeonato. Mais dois pódios em Portugal e no México o fazem com que bastasse que Mansell não pontuasse no Japão - que  voltava ao calendário da Formula 1 após dez anos de ausência - para ele ser campeão.

Mas Mansell sofre um acidente na primeira sessão de qualificação, magoando-se nas costas e impedindo-o de alinhar no resto do final de semana. Piquet, ainda antes de entrar no carro para alinhar na corrida, era tricampeão mundial. Tinha 35 anos e estava na sua nona temporada. Tinha conseguido o que queria e podia partir para a sua próxima etapa.

Alguns meses antes, em agosto, a Honda tinha anunciado que iria trocar a Williams pela McLaren, aproveitando a transferência de Ayrton Senna da Lotus. Piquet sabia que a temporada seguinte iria ser de transição, bem como também sabia que na Williams, todos trabalhavam a favor de Mansell. Portanto, quando Peter Warr o convidou para correr na Lotus para a temporada de 1988, este não hesitou, ainda mais quando sabia que eles manteriam o motor Honda.

Contudo, a temporada de 1988 foi de completo domínio dos McLaren, em que eles venceram 15 das 16 provas dessa temporada. As outras equipas limitaram-se a recolher os restos e o máximo que Piquet conseguiu foram três terceiros lugares, no Brasil, San Marino e Austrália, acabando a temporada na sexta posição, com 22 pontos. 

A temporada seguinte foi pior, pois perderam os motores Honda para andar com o Judd atmosféricos. Menos potentes, Piquet não conseguiu mais do que três quartos lugares e passou pelo vexame de não se qualificar no GP da Belgica, depois de algumas corridas onde acabou por partir da última fila. No final da temporada de 1989, acabou com doze pontos e decidiu mudar-se para a Benetton na temporada de 1990.  

(continua amanhã)

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