quinta-feira, 11 de outubro de 2012

5ª Coluna: O rescaldo japonês

Estamos agora entre duas corridas, Japão e Coreia do Sul, mas os eventos deste domingo que passou, em Suzuka, colocaram-nos num equilíbrio tão grande que passamos de uma certeza de que Fernando Alonso poderia aguentar os ataques de Sebastian Vettel, que teria pistas mais favoráveis ao seu carro graças à sua regularidade, para algo em que tudo depende de um momento de azar de um dos pilotos. Os quatro pontos que separam Sebastian Vettel e Fernando Alonso, com este atual sistema de pontuação, já não valem nada, pois é como se os dois têm um ponto de diferença cada um, pois casos os dois pilotos fiquem um atrás do outro, poderá decidir um campeonato.

A corrida japonesa, de facto, foi decidida por um momento. A confusão na primeira curva de Suzuka, onde o nariz de Kimi Raikkonen tocou no pneu de Fernando Alonso, furando-o e colocando fora de prova logo nos primeiros metros, fez com que a tarefa do seu principal rival, Sebastian Vettel, ficasse bem mais facilitada. De facto, o piloto alemão dominou todo o fim de semana, não só vencendo com folga, mas também conseguindo a sua terceira vitória do ano, segunda consecutiva. Isso pode demonstrar que o chassis desenhado por Adrian Newey é de facto um bom chassis nos "tilkódromos", embora este não o seja, mas dá-se sempre bem neste circuito, dado que é a terceira vitória na carreira de Vettel em Suzuka.

Com aquela carambola - Grosjean fez mais uma das suas, desta vez tirando Mark Webber fora do caminho - foi uma corrida atípica, com Felipe Massa a salvar a honra da Ferrari, acabando em segundo e terminando um jejum de 35 corridas sem subir ai pódio, e Kamui Kobayashi a conseguir o seu primeiro pódio da sua carreira. E todos eles estiveram na frente dos McLaren de Jenson Button e Lewis Hamilton, bem discretos, isto tudo poucas horas antes de Hamilton levantar mais celeuma no Twitter, amuado pelo facto de Jenson Button nunca o ter seguido. Criancices...

O resultado de Suzuka colocou tudo em estaca zero, com Vettel e Alonso, cada um deles, a lutar pelo tricampeonato. Alonso persegue-o desde 2006, mas não o consegue, apesar de todo o seu talento, devido ao facto de lidar com um carro inferior ao Red Bull e até ao McLaren. Contudo, o esforço em Maranello é bastante forte, e a prova disso foi o segundo lugar de Massa. Depois, saber-se-á se foi suficiente para renovar o seu contrato para 2013. Quanto a Vettel, depois de ter sido algo descartado devido ao RB8 ser um chassis algo pior do que o RB7, parece que está a recuperar terreno perdido. Em Suzuka, graças à sua vitória, igualou Juan Manuel Fangio em numero de vitórias e está a tornar-se num dos pilotos mais marcantes da sua geração, apesar de ainda não ter chegado aos 100 GP's...

Em jeito de conclusão, direi que a história do automobilismo está cheio de momentos definidores. Dois dos mais recentes na Formula 1 foram o de Timo Glock em Interlagos, na última curva da última volta, em 2008, dando o título mundial para Lewis Hamilton sobre Felipe Massa, e o segundo aconteceu dois anos depois, quando Fernando Alonso ficou bloqueado atrás do Renault de Vitaly Petrov, na corrida de Abu Dhabi, dando o título para Sebastian Vettel. 

Só no final da temporada é que poderemos saber se este foi um momento definidor do campeonato, mas pode-se dizer que graças a este furo, o campeonato voltou a ser a roleta russa que tem sido desde o seu inicio. E mais poderão vir a caminho...

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