terça-feira, 9 de outubro de 2012

GP Memória - Canadá 1977

Apenas uma semana depois de terem corrido em Watkins Glen, maquinas e pilotos atravessavam a fronteira para estar no pequeno circuito de Mosport, nos arredores de Toronto. Esta seria a penúltima corrida da temporada, e para Niki Lauda, que já tinha o bicampeonato na mão, já era mais do que suficiente para cortar as ligações com a Scuderia.

Mas o austriaco só tomou essa decisão depois da polémica que aconteceu com o seu mecânico Ermano Coughi, do qual Lauda lhe tinha prometido que o levaria para a Brabham no final da temporada. A Scuderia despediu-o quando soube do esquema e para Lauda, foi a gota de água para sair de vez da Ferrari. Assim sendo, a marca, que iria alinhar com três carros em Mosport, para ele, Carlos Reutemann e Gilles Villeneuve simplesmente fez com que o canadiano ficasse com o carro do austríaco.

Para além dessa novidade, também havia o regresso de Riccardo Patrese à Shadow, depois de ter faltado à corrida anterior, devido a compromissos na Formula 2, deixando Jean-Pierre Jarier de fora.

Quando máquinas e pilotos chegaram a Mosport, estes começaram a queixar-se das condições de segurança da pista, que já era demasiado perigosa para os pilotos. Isso viu-se ao longo desse final de semana, quando Ian Ashley perdeu o controle do seu Hesketh e saltou as barreiras de proteção, atingindo uma torre de televisão. Ashley ficou ferido e as operações de socorro foram demasiado lentas e ineficazes. Pouco depois, Jochen Mass sofre um despiste e bate no guard-rail, que não resiste ao impacto e é arrancado de raiz.

No final das duas sessões de qualificação, o melhor foi o Lotus de Mário Andretti, que bateu o McLaren de James Hunt por seis centésimos de segundo. Ronnie Peterson foi o terceiro, no seu Tyrrell de seis rodas, seguido pelo segundo Lotus de Gunnar Nilsson. Na terceira fila estavam o segundo McLaren de Jochen Mass e o segundo Tyrrell de Patrick Depailler, enquanto que os Shadow de Alan Jones e Riccardo Patrese monopolizavam a quarta fila. A fechar o “top ten”, o nono a largar era o Wolf de Jody Scheckter, seguido pelo Brabham Alfa-Romeo de John Watson

Os Ferrari de Reutemann e Villeneuve não foram competitivos, pois o argentino foi 12º e o canadiano apenas foi 17º. Jean-Pierre Jabouille acabaria por não se qualificar para a corrida no seu Renault Turbo.

A corrida começa com tempo frio, mas ao contrário de Watkins Glen, a pista está seca. Andretti salta logo para a frente, seguido por Hunt, e assim começou uma perseguição que iria durar boa parte da corrida. Atrás, Mass começou a passar os pilotos que tinha à sua frente para acabar a ficar na terceira posição e ir atrás dos dois pilotos da frente.

Contudo, ambos os pilotos estavam numa luta á parte. O ritmo que eles imprimiam era tanto que o pelotão ficou para trás com uma facilidade impressionante. A vinte voltas do fim, ambos os pilotos tinham dobrado toda a gente, excepto uma pessoa: Jochen Mass. Mas esse estava prestes a ser dobrado na volta 61, e foi aí que aconteceu o grande momento da corrida. Quando o americano viu o McLaren do alemão, hesitou e Hunt aproveitou a deixa para o passar. Mas foi sol de pouca dura, pois o inglês queria passar Mass o mais rapidamente possível, e logo a seguir, ambos de desentenderam, acabando na valeta. Hunt ficou-se por lá, e irritado, acabou por esmurrar um comissário de pista! Mass voltou à pista, no quinto lugar, e passou pelas boxes para ver se o carro estava em condições. Como viram que sim, ele voltou para a pista, disposto a recuperar o tempo perdido.

Na frente, Andretti parecia ter tudo controlado e a caminho de mais uma vitória, mas o esforço teve consequências: a duas voltas do fim, o seu motor explode e a vitória cai ao colo de Jody Scheckter, que vence pela terceira vez no ano a bordo do seu Wolf, e ainda por cima, era a primeira – e única – vitória de uma equipa canadiana, já que era o pais de adoção de Walter Wolf. A acompanhá-lo no pódio foram o Tyrrell de Patrick Depailler e o McLaren de Jochen Mass, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Shadow de Alan Jones, o Ensign de Patrick Tambay e o Surtees de Vittorio Brambilla.

1 comentário:

Juanh disse...

Recuerdo este GP; gran carrera de los Shadow DN8. Yo estaba muy contento, pero no solo por los Shadow, sino que también por la gran carrera de Tambay con el Ensign N177 del Theodore Racing Team.
Abrazos!