quarta-feira, 24 de outubro de 2012

GP Memória - Japão 1977

Duas semanas depois de terem corrido no Canadá, máquinas e pilotos rumavam ao Japão, mais concretamente ao circuito de Mont Fuji, para disputarem a última prova do campeonato do mundo de 1977. Com tudo decidido, alguns pilotos e equipas resolveram deixar essa corrida de lado para poderem preparar convenientemente para a temporada que aí vinha. Assim sendo, a Williams, Hesketh, Renault e Fittipaldi não apareceram na corrida, enquanto que a March só alinhou com um carro, quando o seu segundo piloto, o sul-africano Ian Scheckter, foi barrado à entrada do aeroporto de Narita, devido a problemas com o seu visto.

Se alguns primavam-se pela ausência, outros apareciam para correr. A Ligier decidiu inscrever um segundo carro, para o francês Jean-Pierre Jarier, enquanto que apareciam três pilotos locais para disputar a corrida: os Kojima de Noritake Takahara e de Kazuyoshi Hoshino - este inscrito pela Heroes Racing - e um Tyrrell privado que seria guiado por Kunimitsu Takahashi. Ao todo, estavam inscritos 22 carros.

A qualificação resultou na pole-position por parte de Mário Andretti, no seu Lotus, que conseguiu bater o McLaren de James Hunt. A Brabham-Alfa Romeo monopolizava a segunda linha, com John Watson na frente de Hans-Joachim Stuck, enquanto que Jacques Laffite era o quinto, no seu Ligier-Matra, na frente do Wolf de Jody Scheckter. Carlos Reutemann era o sétimo, no seu Ferrari, seguido pelo segundo McLaren de Jochen Mass. A fechar o "top ten", ficaram o Surtees de Vittorio Brambilla e o Ensign de Clay Regazzoni.

A corrida começou com confusão. Hunt largou bem, mas Andretti largou mal, caindo para o sétimo posto, atrás de Stuck. Começou a fazer uma corrida de recuperação, mas esta acabou no inicio da segunda volta, quando este bateu na traseira do Ligier de Laffite. O americano desistiu na hora, com uma roda do seu Lotus a soltar-se no impacto e parar no meio da pista, onde encontrou os carros de Hans Binder e de Noritake Takahara, fazendo-os abandonar a corrida.

Mais confusão houve na sexta volta seguintes, quando o Ferrari de Gilles Villeneuve, com problemas de travões, não conseguiu travar a tempo e atingiu em cheio o Tyrrell de Ronnie Peterson, catapultando-se e indo para fora de pista. Os destroços atingiram duas pessoas que estavam em zona proibida  um comissário de pista e um fotógrafo, matando-os. Apesar de tudo, a corrida não foi interrompida.

Nas voltas seguintes, o ponto de interesse foi a luta pelo segundo posto, entre Watson e Mass. As coisas rolaram assim até na volta 28, quando o motor de Mass explode. Na volta seguinte, a caixa de velocidades do carro de Watson cede também, deixando Scheckter no segundo lugar. Contudo, o sul-africano estava a ser assediado por Regazzoni, que o passou pouco depois. Mas na volta 43, o motor do piloto suiço rebenta, deixando Reutemann (que entretanto tinha passado Scheckter) no segundo posto. Mas o Ferrari do argentino dura pouco tempo nesse lugar, porque é ultrapassado por Laffite.

Na parte final da corrida, Scheckter atrasa-se e fica de fora dos pontos, enquanto que Laffite parecia ir a caminho de um segundo lugar, mas na penultima volta fica sem gasolina. Valeu ter percorrido distância suficiente para ficar com o quinto lugar final.

Na frente, imperturbável, estava James Hunt, que cruzou a meta como vencedor. Carlos Reutemann foi o segundo, na frente de Patrick Depailler, no seu Tyrrell. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Shadow de Alan Jones, o Ligier de Jacques Laffite e o segundo Shadow de Riccardo Patrese, a primeira vez que conseguia pontuar na sua carreira. Mas no pódio, apenas Depailler é que apareceu, pois os outros dois pilotos, Hunt e Reutemann, estavam com pressa para chegar a Tóquio a tempo de apanhar o avião para fora dali. Como resultado, ambos foram multados pela FIA.

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