sábado, 21 de janeiro de 2012

As novas especulações sobre o futuro da HRT

Falar de que o futuro próximo da Hispânia está a ser colocado em causa, não é novidade nenhuma. Quem se recorda dos eventos de 2010 e 2011 sabe que falar de novo sobre isto em 2012 não é novidade nenhuma, especialmente quando se sabe que agora, a HRT é espanhola e que a sua nova sede é em Valencia, depois de se ter livrado de Colin Kolles para colocarem no seu lugar o ex-piloto Luis Perez-Sala.

Então, qual é a grande novidade no meio desta velha história? A BBC afirma que o carro não estará pronto a tempo da primeira corrida do ano, no próximo dia 18 de março, na Austrália. As razões são de que com a mudança de Munique para terras espanholas fez com que perdessem parte do seu "staff" e precisam de ter novos componentes prontos para a próxima temporada, e as firmas que o fazem não terão essas novas pelas a tempo. Em suma, nada que não tenha explicado há cerca de uma semana neste post.

Só que essas especulações tiveram resposta por parte da HRT. E eles negam tudo. "Os rumores de que não faremos parte das primeiras corridas de 2011 não são verdadeiras. Queremos estar presentes na segunda sessão de testes com o novo carro", afirmou. Essa segunda sessão de testes acontecerá a 21 de fevereiro, em Barcelona. Contudo, fontes dentro da equipa admitem que a construção do chassis da equipa sofreu alguns atrasos.

E quanto à possibilidade de algum comentário do seu novo diretor, Perez-Sala, a mesma porta-voz afirmou que, por agora, nada dirá: "Ele está concentrado no novo carro e na estrutura da equipa, e perfere não fazer quaisquer comentários até que tudo esteja no seu devido lugar", afirmou. Por agora, as especulações avolumam-se, e ainda tem a questão do "crash-test", do qual o "novo-velho" chassis terá de passar antes de poder rolar na pista.

Quanto a pilotos, depois de há dez dias se falar em Jerôme D'Ambrosio, agora o nome mais falado em paragens espanholas é o holandês Gierdo Van der Garde, que poderia entrar com um patrocinio de 10 milhões de euros provenientes da McGregor.  

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

WRC 2012 - Rali de Monte Carlo (Dia 3)

Terceiro dia do Rali de Monte Carlo... e Sebastien Löeb consolida a sua liderança. O piloto francês da Citroen, octacampeão do mundo, conseguiu driblar as dificuldades no asfalto ao longo do dia de hoje e esta cada vez mais isolado no primeiro posto, com dois minutos e 12 segundos de avanço sobre o Mini de Dani Sordo, que por sua vez, tem um minuto e 16 segundos de avanço sobre o Ford de Petter Solberg. Nas três classificativas de hoje, feitas sobre neve e gelo, apesar de Löeb não ter conseguido vencer hoje, está tranquilo na liderança. 

O grande vencedor hoje foi Mikko Hirvonen, que venceu as duas últimas classificativas de hoje, depois de Petter Solberg ter vencido a 11ª especial, e primeira do dia. O piloto norueguês da Ford teve complicações na última especial do dia, ao cometer um excesso ao cortar uma das curvas do troço, danificando a jante dianteira esquerda do seu Fiesta, acabando por chegar ao final com o seu pneu em baixo além de alguns danos na carroçaria do seu carro. Ainda assim, fez o quinto tempo, a 15,5 segundos.

Na classificação geral, o russo Evgueny Novikov é agora o quinto classificado, com o veterano François Delecour na sexta posição, no seu Ford Fiesta WRC, na frente do seu compatriota Pierre Campana. O estónio Ott Tanak é oitavo, na frente do melhor S2000, o do sueco Per-Gunnar Andersson, no seu Proton Satria Neo oficial. 

Quanto a Armindo Araujo, continua a sua recuperação. Hoje conseguiu subir até ao décimo posto e começa a ter tempo consistentes com o francês Pierre Campana, mais conhecedor deste tipo de troços. Na SS13, a última do dia, fez o oitavo tempo, não muito longe do francês, o sétimo na classificativa e que está a correr com o Mini JCW WRC oficial. "Correu bem, tentámos poupar os pneus, já que era uma grande distância para este tipo de pneus. Estou pela primeira vez em Monte Carlo e é muito difícil para nós e um grande desafio. Estamos a aprender com este tipo de pisos e com a escolha dos pneus mas está tudo a correr bem", afirmou o piloto de Santo Tirso à World Rally Radio. 

Em relação ao rali em si, depois dos percalços no primeiro dia, o piloto de Santo Tirso está em clara recuperação, conseguindo agora chegar ao "top ten": "Temos conseguido melhorar de dia para dia e recuperámos muitos minutos face a alguns adversários que estavam à nossa frente. É muito bom estar já no décimo lugar mas é verdade que ainda falta muito rali e nada está decidido. Amanhã temos mais quatro especiais muito exigentes e vamos mantar a calma e concentração para conseguirmos, no domingo, chegar ao Mónaco nos pontos. Tem sido uma experiência entusiasmante", afirmou ainda.

Amanhã há mais Rali de Monte Carlo, e é o dia onde estão reservadas duas passagens pelo mítico Col de Turini, uma delas, disputada já de noite.

Noticias: "The Limit" vai ser adaptado ao cinema

Um dos livros que tenho de comprar em 2012 é o "The Limit", do Michael Cannell, que escreve sobre a temporada de 1961 e do duelo entre os dois pilotos da Ferrari, o americano Phil Hill e o nobre alemão Wolfgang Von Trips, do qual, como todos sabem, acabou na pista de Monza quando o Von Trips sofreu o seu acidente fatal, dando o título a Hill, o primeiro de um americano na história da Formula 1.

Ora, Cannell foi entrevistado para o blog "My Book, The Movie", sobre como seria e quem gostaria que interpretassem as personagens do seu livro. E a resposta foi surpreendente:

"Acreditem ou não, vendi os direitos do livro para Hollywood ainda antes de escrever a minha primeira frase. Foi por acaso, pura sorte... havia outro livro sobre uma competição do meio do século que iria em breve ser publicado [provavelmente o "Go Like Hell", sobre a luta Ferrari-Ford em Le Mans] e que tinha vendido os seus direitos a Hollywood. O meu agente conseguiu vender os direitos cinematográficos do "The Limit" no sentido de evitar que esse projeto rival não avançasse muito. Em suma, eram dois livros sobre corridas que estavam a ter a sua própria competição." começou por dizer.

"A Columbia Pictures adquiriu os direitos do "The Limit", com o compromisso de que Tobey Maguire iria fazer o papel de Phil Hill, o simpático mecânico de Santa Mónica que iria vencer o Mundial de Formula 1. Aparentemente, os executivos ficaram impressionados com a semelhança fisica entre Maguire e Hill, embora eu francamente não veja assim grandes semelhanças... Recentemente, soube que a Columbia decidiu prescindir desses direitos, portanto, agora tudo é possivel. De uma certa forma foi uma lição de como é que as coisas funcionam em Hollywood.

"Em dezembro, Maguire vai aparecer nos cinemas na adaptação do "The Great Gatsby", de Scott Fitzgerald, ao lado de Leonardo DiCaprio. Naturalmente, desejaria ver os dois a repetirem o mesmo trabalho no "The Limit", com di Caprio a fazer o papel do Conde Von Trips.", contou.

Veremos qual vai ser o estúdio que pegará no livro e o adaptará a Hollywood.

Noticias: Jean Todt quer abolir o "Superrally" dos regulamentos

Cada vez mais gosto da postura de Jean Todt sobre os ralis. Um ex-navegador, nesse campo, pelo menos, quer reformar a competição de forma a que recupere um pouco o espírito dos anos 80. Com Michele Mouton na frente da comissão dos ralis da FIA, e claro, o regresso de Monte Carlo ao calendário do WRC. 

Hoje, o presidente da FIA manifestou numa entrevista ao site britânico Autosport que quer modificar os regulamentos para que o formato do "Superrally" seja abolido. "Devo dizer que gosto bastante da ideia de que se abandonaram, abandonaram de vez. Sinto que não é natural [voltar depois]. É a única categoria em que se desistirem ainda podem marcar pontos. Não vejo qualquer lógica nisso. Congratulo esta proposta do Automobile Club de Mónaco", começou por afirmar Todt. 

"Nunca vimos este tipo de competição em que se abandona e algumas horas mais tarde voltamos para marcar pontos. Percebo que pode ser positivo para fazer mais testes e aprender mais sobre o carro, e estou certo de que poderemos abordar esses problemas, mas sou completamente contra a ideia de pontuar quando se desiste. Quanto ao que vai acontecer no futuro, gostaria que os peritos - a Comissão do WRC - fizessem a sua proposta", acrescentou.

Para quem não sabe, o "Superrally" é uma forma do piloto regressar à competição caso sofra um despiste no primeiro dia da competição, que lhe permite regressar no dia seguinte, no último lugar da classificação, para que nos dois dias seguintes, possa recuperar posições suficientes até para pontuar. Já houve nos últimos anos alguns casos de pilotos, como Sebastien Löeb e Sebastien Ogier, na Citroen, ou Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala, na Ford, que se despistaram no primeiro dia e recuperaram o suficiente para conseguir pontuar no final do rali, conseguindo pontos suficientes para lutar pelo título, como aconteceu a Löeb em 2011.


Youtube Rally Classic: a neve e o gelo de Monte Carlo

Neve e gelo. Estas são as condições que os pilotos de rali estão a enfrentar esta manhã nos troços do Rali de Monte Carlo. E os pilotos, muitas das vezes, tem de andar à "velocidade do caracol" para se manter na estrada. E quem apostou nos pneus com pregos, está-se a dar bem no dia três deste mítico rali.

Armindo Araujo, cujo objetivo é de chegar ao fim - e de perferência nos pontos - confessou à World Rally Radio aquilo que teve de enfrentar nas classificativas desta manhã : "As condições estão mesmo muito traiçoeiras, muito mais do que eu esperava. Nunca pilotei nestas condições, por isso é tudo muito complicado e um desafio por mim. Por vezes andamos a 3 ou 5 km/h e nunca sabemos se estamos a andar depressa ou não. Era simplesmente difícil manter o carro na estrada mas estamos cá", referiu. 

O mais engraçado é que na SS12, onde esta imagem foi tirada, o piloto português conseguiu o nono melhor tempo da especial...  

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Youtube Rally Crash: O acidente de Sebastien Ogier no Rali de Monte Carlo

Sebastien Ogier estava a fazer um excelente rali de Monte Carlo com o seu Skoda Fabia S2000 com algumas peças da Volkswagen, quando no final da décima especial desta rali de Monte Carlo, perdeu o controle do seu carro e bateu forte, danificando-o e ficando de fora do rali. Ambos foram levados para o hospital para serem observados, pois Julien Ingrassia, o navegador de Ogier, queixava-se de dores num braço, mas não tinham nada de especial.

Vistas as imagens, foi um senhor acidente, pois ele passou ali a fundo...

WRC 2012 - Rali de Monte Carlo (Dia 2)

O segundo dia do Rali de Monte Carlo demonstrou mais uma vez o dominio de Sebastien Löeb sobe a concorrência, onde o seu maior rival foi o Mini de Dani Sordo, mas incapaz de parar o piloto da Citroen, que venceu cinco das seis especiais do dia, e aumentou a vantagem para um minuto e 37 segundos. 

"Senti-me bem com o carro e hoje tentei forçar porque amanhã não sabemos como estarão as condições do piso. Temos informações que talvez haja chuva e neve no topo pelo que temos de esperar. Ainda nada está decidido. Vamos esperar, mas estamos a dar o nosso melhor", referiu Löeb. 

Entretanto, Dani Sordo - o único que conseguiu ganhar uma classificativa a Löeb esta quinta-feira - teve dificuldades em acompanhar o piloto francês, especialmente neste último troço: "não sei porquê, perdi cerca de seis segundos no primeiro intermédio e não percebo porque é que perdi tanto tempo. Vamos tentar continuar a lutar com o Petter Solberg, é um rali muito difícil e vamos ver o que podemos fazer". comentou.  Sordo está em luta com o Ford de Petter Solberg, que também perdeu algum tempo neste rali, mas não perdeu o piloto espanhol de vista. 

Quem já o perdeu, e foi de vez, foi Sebastien Ogier, que na décima especial do Rali, e a última deste dia. Ogier, no seu Skoda Fabia S2000 da Volkswagen, perdeu o controlo do seu carro numa curva a alta velocidade e danificou o seu carro. Contudo, nem ele, nem o seu navegador, Julien Ingrassia, sofreram consequências fisicas. Assim, quem assume o quarto lugar é Mikko Hirvonen, no seu Citroen oficial. 

O russo Evgueny Novikov é o quinto na classificação geral, depois de ter sido o quarto no troço, enquanto que o veterano Francois Delecour é o sexto na classificação, na frente do Ford de Ott Tanak e do Mini de Pierre Campana

Armindo Araujo até teve um bom dia neste rali de Monte Carlo. Consistente no "top ten" ao longo das classificativas do dia, conseguiu apanhar o checo Martin Prokop e beneficiar dos problemas de Matthew Wilson, para além do despiste de Sebastien Ogier. Com isso, subiu para o 10º posto, apesar de no último troço do dia ter tido um furo no pneu traseiro esquerdo, do qual decidiu não parar para trocar, perdendo quase um minuto. Mas isso não o impediu de fazer o décimo tempo nessa especial."Forçámos ao longo de todo o dia e agora perdemos muito tempo com este furo. Mas é assim a vida. O furo foi a meio do troço e decidimos não parar para trocar o pneu, pelo que até nem é um tempo assim tão mau", comentou depois nos microfones da World Rally Radio. 

O Rali de Monte Carlo continua amanhã.

5ª Coluna: A vitória de Senna e o fim de Barrichello

E por fim, esta terça-feira terminou a novela "Bruno Senna - Rubens Barrichello" pelo segundo lugar na equipa Williams-Renault. Já se sabia desde a semana passada que Adrian Sutil estava de fora desta briga devido ao fato de não ter uma carteira tão recheada como tinha o piloto brasileiro, e a Williams precisar de dinheiro como de pão para a boca. E como desde a semana passada que o seu grande financiador, Eilke Batista, ter dito que o lugar era do sobrinho do Ayrton, bastava esperar pela assinatura do contrato, o que aconteceu na véspera, com o anuncio oficial a ser feito no dia seguinte. E claro, esse anuncio significou que Rubens Barrichello ficaria de fora da Formula 1 pela primeira vez desde 1993. 

O jornalista Adam Cooper contava nesta terça-feira, horas depois da confirmação de Bruno Senna na Williams, que tivera uma conversa com Ron Dennis em 2008, no Mónaco, momentos depois de Bruno Senna ter ganho ali a sua corrida de GP2. Perguntou-lhe qual era a sensação de ver de novo aquele nome na lista de vencedores, ao que o então patrão da McLaren respondeu à sua maneira que a GP2 não tinha pilotos suficientemente bons para aquela categoria.

Tirando os devidos exageros do "Tio Ron", não deixo de dar razão naquilo que ele fala. Não embarco na euforia de muitos desconhecidos ou pseudo-sabichões, que exageram ao dizer que Bruno é a encarnação do tio. Não é, não foi e nunca será. Que vai ter a sua chance na Formula 1, vai, e isso temos de aplaudir por isso, porque conseguiu convencer pessoas a abrirem a carteira e apoiar a sua carreira na Formula 1, ainda por cima na equipa onde o seu tio correu nos seus últimos dias, em 1994. Contudo, tenho pena que seja à custa de correr com um veterano como Rubens Barrichello.

Mas bem vistas as coisas, é isso que a Formula 1 se tornou hoje em dia: uma elite do qual centenas querem ir, e do qual apenas quatro ou cinco são capazes de entrar. É um "clube de piranhas", do qual nem uma carteira bem recheada os salva, nem o fato de serem pilotos competentes os salvam. Rubens Barrichello faz agora companhia a Jaime Alguersuari, Adrian Sutil, Sebastien Buemi, Nick Heidfeld, pilotos que por terem sido razoáveis em 2011, vão ficar de fora em 2012 por mais diversas razões. É o preço a pagar por ter uma competição que está há muito tempo balizada em apenas 24 carros, e para que uma equipa entre por lá, precisa de ter uma carteira bem recheada em todos os aspectos. Agradeçam a Bernie Ecclestone pelo apetite e por este balizamento elitista. E pela falta de alternativas válidas para os jovens, claro.

Para Bruno Senna, é um sonho concretizado, correr numa das equipas mais emblemáticas da Formula 1. Mas a sensação que tenho e provavelmente de muita gente é que a Williams é a Tyrrell do século XXI, uma velha equipa que vive na sua glória passada e que escorregou para decadência lenta, mas inexorável. Contudo, com um novo motor Renault e um novo chassis, parece que têm hipóteses de melhoria e dois pilotos jovens e capazes, como são Senna e o venezuelano Pastor Maldonado, pode ser que ajudem a colocar a equipa um pouco mais acima. Mas ambos os pilotos chegam lá por um motivo: dinheiro. E sobre a maneira como ele lá chegou, diz o Daniel Médici no seu brilhante blog, Cadernos do Automobilismo:

"O financiamento da vaga de Bruno Senna parece mais relacionado a outras iniciativas recentes do exterior: Alex Yoong, Narain Karthikeyan/Karun Chandhok, Vitaly Petrov, Ho Pi Tung e tantos outros. Todos estes partem de um projeto de desenvolvimento mais ou menos claro de seus países, capitaneados pelos Estados ou por suas elites - respectivamente, Malásia, Índia, Rússia, China. 


O que o empresariado brasileiro fez com Senna é uma prática mais ou menos consolidada entre tigres asiáticos e Brics, portanto. Estranho que, dos países supracitados, nenhum deles tenha a sombra da tradição automobilística nacional. Talvez por isso estes tenham adotado uma estratégia comercial articulada para colocar um piloto local no cenário nacional muito antes do Brasil pensar em adotar tal recurso. 


 Por outro lado, uma vez que estamos nos vendo, pela primeira vez, na obrigação de copiar outros emergentes, seria o caso de nos perguntarmos: será que o talento já não é mais condição suficiente para se encontrar uma vaga na Fórmula 1? Ou será que não há mais brasileiros com currículo suficiente por aí?" 

Disse há duas semanas que Barrichello era um teimoso, que jogava todas as suas fichas sempre na Formula 1, como se fosse uma obsessão. Vi a sua entrevista na semana passada a Peter Windsor, e apensar dos elogios que toda a gente fez ao veterano piloto brasileiro, à medida em que o ouvia, entendia pelas suas palavras que queria quase desesperadamente por mais uma oportunidade, mais temporada na Formula 1, que queria fazer os vinte anos na categoria máxima do automobilismo, e nem existiria um "Plano B". Deveria ter existido, na minha opinião. Deveria ter saído pelo seu próprio pé e pensar em correr na Indy ou na novata WEC, a bordo de um carro oficial. Mas não. São as mentalidades do nosso tempo, que não foi capaz de ver o automobilismo fora da caixa que é a Formula 1. E temo que Rubens fique com frustração por causa disso. Não deveria, deveria ver que fez 19 anos ao mais alto nível, uma carreira ímpar.

Andei nos últimos dois dias a ler a blogosfera em terras tupiniquins. De uma certa forma, elogiam a carreira de Barrichello, mas não deixam de apontar os seus defeitos, não tanto pelo fato de não ter vencido o Mundial, mas sim de não ter sabído sair a tempo. Alguns disseram que não passará de um "Patrese do século XXI", com direito a um apêndice no livro da História da Formula 1. Menosprezá-lo é perigoso, porque eu acho que é muito mais do que isso. Mas o brasileiro comum gosta disso. Querem exemplos?

Começo pelo Leandro Verde, que tem uma passagem no seu post que fala precisamente da psique que o brasileiro tem para o Rubens: "Caramba, Verde, quanto clichê, quanto argumento batido. Barrichello, para mim, ainda é um símbolo do fracasso, da derrota, da submissão, daquele Brasil que abaixa a cabeça para o dominador estrangeiro. Um pé de chinelo, como apontava aquele antigo programa global. Pois é. Acho engraçado quem observa as coisas desta maneira. Acho engraçado ver brasileiros que observam as coisas desta maneira." Como disse há duas semanas, o brasileiro nunca lhe perdoará a sua atitude no GP da Austria 2002. Queriam um segundo Didier Pironi, que ele dissesse um sonoro "vá tomar no c*" para  que o mundo inteiro visse e  tiveram em troca um "empregado do mês".

Outro post que li nestes dois últimos dias foi a da Serena. Estrangeira em terras tupiniquins, nada melhor do que ser observadora da realidade que tem de lidar todos os dias. Conta na conversa que teve com um odontólogo (dentista) que lhe tinha dito que Barrichello deveria ter ido embora pelo seu próprio pé para dar lugar aos mais novos. Quando ela soube do desenlaçe, escreveu em espanhol: "Irónicamente aquí vienen nuevamente las palabras de Vittor, quien fue mi ortodoncista, con la acotación ademas, de que aquellas visitas al odontólogo, esas de las que tanto huimos, para mí terminaron siendo 30 minutos agradables, que gracias a la F1 hicieron romper el hielo y la tensión que nos causa la visita a la consulta. Vittor, te doy toda la razón, pena que Barrichello no se retiró a tiempo, no recibió su merecido homenaje y fiesta de despedida. Porque 323 grandes premios es una vida dedicada, merecía salir por la puerta grande y como los grandes."

Lamento colocar travão na euforia ou participar no cortejo daqueles que comemoram o fim de Rubinho, mas digo o seguinte disto tudo: nem Bruno Senna é a encarnação do tio, nem Rubens Barrichello merecia a despedida que teve. Mas a Formula 1 é um clube de piranhas, do qual tem de se lutar todos os dias para se manter à tona. E para o Rubens, faço minhas as palavras que o Rodrigo Mattar, no seu blog A Mil Por Hora, aconselhou a Rubens Barrichello: "Se ele se der ao trabalho de fazer um exame de consciência, não tem absolutamente nada do que reclamar do que fez no automobilismo. E se for preciso, erguer a cabeça, olhar para a frente, agradecer pelos 19 anos vividos na Fórmula 1, que lhe deram dinheiro, fama, dois filhos e um casamento sólido, e vislumbrar no horizonte um novo caminho em sua vida de piloto. 

Rubens tem algumas boas opções para continuar competindo até os 50 anos, se quiser, e ainda se divertir e ser feliz. 


Vai, Barrichello, vai ser gauche na vida.

A chegada de Bruno Senna à Williams, visto pelo jornal i

Sempre vale a pena ler o que é que a imprensa dita generalista fala, pelo menos no meu canto do mundo, sobre as movimentações nos bastidores da Formula 1. E claro, ninguém ficou indiferente ao anuncio de Bruno Senna na Williams, deixando de fora Rubens Barrichello, que tinha sido piloto da marca nas últimas duas temporadas. a edição do jornal português i desta quarta-feira fala sobre o anuncio, o processo de seleção de Bruno, de Eike Batista e de uma frase do tio Ayrton, que virou "mantra" para muitos. 

BRUNO SENNA. DEZOITO ANOS E 14 MILHÕES DE EUROS PARA CHEGAR AO ÚLTIMO CARRO DO TIO

Por Rui Catalão, publicado em 18 Jan 2012 - 03:10 | Actualizado há 23 horas 10 minutos 

Ayrton conduzia um Williams quando morreu, em 1994. O sobrinho vai ser piloto da equipa britânica graças a três patrocinadores de peso: OGX, Embratel e Gillette 

Quando deixou a McLaren, em 1993, Ayrton Senna lançou o aviso: “Se acham que sou rápido, esperem até verem o meu sobrinho Bruno.” Nessa altura, o tricampeão do mundo ia para a Williams, onde viria a conseguir três pole positions antes de morrer, no GP de San Marino – a terceira prova de 1994. Agora, 18 anos mais tarde, a equipa britânica vai ser a terceira de Bruno Senna na Fórmula 1 – depois de uma época na HRT (2010) e 11 corridas na Lotus Renault (2011).

A escolha do piloto brasileiro só se tornou possível com o apoio financeiro de três grandes empresas, que no total vão investir 14 milhões de euros para garantir o lugar de Senna. O principal patrocinador é a OGX, segunda maior empresa de petróleo e gás natural do Brasil (logo atrás da Petrobrás), que ainda ontem anunciou a descoberta de 2 mil milhões de barris na bacia de Santos. A OGX pertence a Eike Batista, o oitavo homem mais rico do mundo – tem uma fortuna avaliada em 23,4 mil milhões de euros – e um dos mecenas da candidatura do Rio de Janeiro à organização dos Jogos Olímpicos de 2016. 

Nas entrevistas é comum ouvir Eike dizer que em breve vai ultrapassar o mexicano Carlos Slim na lista dos maiores multimilionários do planeta. Ora Slim também está envolvido no financiamento da carreira de Senna, embora de forma mais indirecta, através da Embratel, operadora brasileira de telecomunicações, que pertence à gigante Telmex – de onde vem parte da riqueza do mexicano de 71 anos. 

Na verdade, ambas as empresas já tinham estado envolvidas no apoio à passagem de Senna pela Renault – o patrocínio da Embratel até começou há mais tempo, em 2006, quando o piloto estava na Fórmula 3. A Gillette também vem da época passada, mas assume agora um destaque maior na F1. 

O anúncio oficial da contratação de Senna aconteceu na manhã de ontem, já o perfil do brasileiro estava disponível (embora escondido) no site oficial da Williams. Fica assim completa a dupla da equipa para 2012, com Pastor Maldonado a manter o lugar que já ocupava na última temporada. Tal como Senna, a presença do venezuelano na F1 depende acima de tudo da força dos patrocinadores. Ou seja, na dúvida entre o talento e as finanças, o dinheiro desempata. 

Por um lado, a Williams fica mais descansada com o equilíbrio das contas. Por outro, alimenta as dúvidas quanto à capacidade de melhorar o desempenho em pista – 2011 foi a pior época da história da equipa, que somou apenas cinco pontos em 19 corridas. Maldonado começa agora a segunda época na F1; Senna tem pouco mais de ano e meio. Há um longo caminho pela frente, sobretudo sabendo-se que a escuderia britânica mudou de fabricante de motor (voltou à Renault ao fim de dois anos com a Cosworth), bem como de director técnico, chefe de aerodinâmica e engenheiro-chefe. 

Senna, que já vinha a ser sondado e avaliado desde o GP do Japão, em Outubro, fará os primeiros quilómetros com a Williams a 8 de Fevereiro, em Jerez de la Frontera, na primeira sessão de testes da temporada. E isso significa que, à partida, Rubens Barrichello não estará lá. A opção pelo compatriota deixou o piloto mais experiente da Fórmula 1 sem um lugar na grelha para 2012. Barrichello correu pela Williams nas duas últimas épocas e também estava, a par do alemão Adrian Sutil, entre as opções para o carro agora entregue a Senna. No fim, ambos acabaram excluídos pela força do dinheiro. 

Amigo de longa data da família Senna, Barrichello fica agora com duas alternativas: acabar a carreira, 19 anos depois do primeiro grande prémio, ou ficar com a única vaga por preencher no pelotão – na modesta HRT. Mas nem aí haverá grandes hipóteses para o veterano. A equipa de Adrián Campos quer um piloto jovem, de preferência espanhol, para preparar o futuro e formar dupla com Pedro de la Rosa, que em Fevereiro faz 41 anos.

Youtube Rally Crash: o acidente de Jari-Matti Latvala em Monte Carlo

Eis as imagens do acidente de Jari-Matti Latvala, esta tarde, durante a quarta especial do dia, onde perdeu o controle do seu Ford Fiesta WRC e caiu e um muro a cerca de três metros de altura. Nem ele, nem o seu navegador sofreram danos pessoais, mas o rali de monte Carlo já acabou para ele, enquanto que o seu maior rival, Sebastien Löeb, lidera com um grande avanço, superior a um minuto, sobre o Mini de Dani Sordo.

Pouco depois, na zona de serviço, Latvala confessou aos microfones do WRC que perdeu a concentração nas notas porque estava demasiado preocupado com o gelo na estrada. E assim não notou que aquela curva era um pouco mais apertada naquela zona, e quando deu por isso, já era tarde e não conseguiu controlar o carro o suficiente para se manter na estrada. 

E num rali onde não é aplicada a regra do "Superrally", decerto grande parte do interesse pode ter decaído, mas ainda falta muito para que máquinas e pilotos cheguem à meta, em Monte Carlo... 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

WRC 2012 - Rali de Monte Carlo (Dia 1)

Por fim, começou o Mundial de 2012 do WRC, e num local de onde nunca deveria ter saído: Monte Carlo. Disputado sob um piso frio e seco, onde a mistura de composto de borracha é essencial, e a concentração é máxima, Sebastien Löeb partiu para a estrada disposto a defender o título mundial contra uma armada de pilotos do calibre que vai desde o seu companheiro de equipa, o finlandês Mikko Hirvonen, até aos Ford oficiais de Jari-Matti Latvala e Petter Solberg, o Mini de Dani Sordo e até o Skoda Fabia S2000 musculado de Sebastien Ogier.

Neste primeiro dia nas classificativas de montanha dos Alpes, já houve algumas surpresas e algumas vítimas de relevo, a maior das quais é Jari-Matti Latvala, que capotou na quarta e última classificativa do dia, acabando por desistir, já que o Monte Carlo não tem o "Super Rally". Mas até ao despiste do piloto da Ford, estava a ser uma competição equilibrada, com até o finlandês a ganhar quase um minuto (52,7 segundos, na realidade) após a terceira especial do dia e a liderar com 30 segundos de vantagem no momento do seu capotamento. Para Löeb, "talvez [tenha sido] uma má escolha de pneus do Latvala tenha obrigado forçar o ritmo e a cometer um erro"...

Atrás, com o veterano Francois Delecour a dar um ar da sua graça - foi segundo na última classificativa do dia - vem o Mini de Dani Sordo, que apesar dos pequenos embates, tem conseguindo uma boa consistência nos troços, apesar de agora estar a quase um minuto de Löeb. Petter Solberg, no segundo Ford, está logo atrás, na terceira posição, enquanto que Sebastien Ogier surpreende tudo e todos com o seu quarto posto no Skoda Fabia S2000. O francês, que guiará pela Vokkswagen, está a dois minutos e 21 segundos, e tem o russo Evgueny Novikov na sua peugada, mas está a ser uma das grandes surpresas da jornada.

Mikko Hirvonen está muito para trás na sexta posição, numa toada cautelosa, enquanto que François Delecour é o sétimo no seu Ford Fiesta WRC. Pierre Campana é oitavo, na frente do Ford de Ott Tanak e do carro do sueco Per Gunnar Andersson, que fecha os pontos.

Quanto a Armindo Araújo, o dia não foi muito fácil. Um percalço matinal fê-lo sair de estrada, perdendo mais de cinco minutos à geral, mas após isso, tem vindo a incrementar o seu ritmo ao longo da tarde, fazendo com que na derradeira especial do dia, tenha conseguido o 13º tempo, logo na frente de Pierre Campana, acabando o dia na 14ª posição da geral. Em relação ao dia de hoje, o piloto luso explicou que "foi um grande desafio, muito difícil. As escolhas os pneus são muito difíceis. Estamos a aprender, cometemos um erro na manhã, mas agora não houve grandes erros", concluiu. 

 O rali de Monte Carlo prossegue amanhã.

Surpresa! Peugeot abandona a Endurance

No mesmo dia em que a Toyota começou a experimentar no circuito de Paul Ricard o seu carro híbrido, a Peugeot surpreendeu toda a gente ao anunciar que não iria participar no Mundial WEC de 2012. E pior: o   abandono da Endurance é definitivo e vêm na pior altura possível, pois este é o ano de inauguração do Mundial organizado em conjunto pela FIA e a ACO.

"Após 14 vitórias nas últimas 16 corridas, entre as quais uma dobradinha nas 24 Horas de Le Mans em 2009, no campeonato ILMC, que a Peugeot venceu por dois anos consecutivos, em 2010 e 2011, a Marca decidiu parar o seu programa de Resistência de 2012 e não participará nas próximas 24 Horas de Le Mans. 


Esta decisão inscreve-se no contexto de um ambiente económico difícil na Europa e num ano particularmente denso em lançamentos de novos modelos para a Marca. 


Neste contexto, a Peugeot decidiu concentrar os meios de 2012 no seu desempenho comercial e, em especial, no sucesso dos lançamentos dos modelos 208, 3008 HYbrid4, 508 RXH, 508 HYbrid4 e 4008, que virão enriquecer a estratégia de subida em gama e de globalização da Marca.", segundo afirma no comunicado oficial, publicada no site francês Auto Hebdo. 

Assim sendo, todos os seus pilotos oficiais - Sebastian Bourdais, Nicolas Minassian, Marc Gené - ficarão a pé em 2012 e terão de fazer a clássica de Le Sarthe por outras marcas, caso queiram fazer. Segundo diz Rodrigo Mattar, no seu blog "A Mil Por Hora", os rumores já exisitiam desde há algum tempo, mas tinham se intensificado nos últimos dias devido aos planos da marca que, devido à crise mundial,  decidiu abater cerca de seis mil empregos um pouco por todo o mundo.

Isso significa que a Audi não terá concorrência este ano, pois a Toyota ainda está um pouco verde, e a sua participação não passará muito mais do que a prova de La Sarthe...

Formula 1 em Cartoons: O fim do Barrichello (Pilotoons)

E por fim, chegou o dia que o Bruno Mantovani queria que tivesse chegado três anos antes, mas não aconteceu. E pelos vistos, deve ter medo dos filmes de "zombies", porque os que o enterram, Bruno Senna,   guardado por Pastor Maldonado, está numa grua com uma laje de "30 milhões" quer vê-lo morto.. e bem morto.

Uma recordação de Gilles Villeneuve

Descobri esta bela imagem de Gilles Villeneuve no "The Fifth Driver", um dos blogues do Peter Windsor. Ele nunca escondeu que ele e Gilles eram grandes amigos, e este "auto-retrato" de Villeneuve foi tirado com a câmara de Peter Windsor, que nesse final de semana exibia, orgulhoso, a sua nova máquina, uma Canon A35 Automatic.

A imagem foi tirada em Jacarépaguá, no final de março de 1982, poucas semanas antes da sua morte, no circuito belga de Zolder, quando ele e Jochen Mass não se entenderam na pista sobre o espaço que iriam dar, com o canadiano lívido de raiva pelo fato do seu companheiro Didier Pironi ter mandado a hierarquia às malvas e querido vencer o GP de San Marino amputado de metade do pelotão devido ao boicote das equipas FOCA, em mais um episódio da guerra entre Bernie Ecclestone e Jean-Marie Balestre, o então patrão da FISA. Neste ano de 2012, trinta anos depois de uma das temporadas mais loucas da Formula 1, num "annus horribilis" tão marcante como foi 1968, 1970, 1973 ou 1994, certamente iremos recordar fortemente de tudo isso.

Pelo que me contam, Gilles Villeneuve era um sujeito divertido e louco a conduzir. E pelo estilo da imagem, inadevertidamente, estava a indicar o caminho do futuro na maneira como iríamos tirar retratos. Mal sabia ele que daqui a 30 anos, existiria uma coisa chamada Facebook e que muita gente iria tirar os seus retratos daquela maneira...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Youtube Rally Motorsport: O "shakedown" do Rali de Monte Carlo

Amanhã começa o Mundial WRC de 2012, e apresento por aqui um video do "shakedown" do Rali de Monte Carlo, que fez o seu regresso ao sítio de onte nnunca deveria ter saído: o Mundial de Ralis.

Neste video, pode-se ver coisas desde a foto de família dos pilotos - nunca pensei que o Miguel Ramalho, navegador do Armindo Araujo, fosse tão baixinho! - até ás passagens dos vários elementos das equipas oficiais, e também a presença da representante da FIA nos ralis, a ex-corredora francesa Michele Mouton. E os espectadores, claro, ansiosos para que comece a temporada de 2012. Que venha ela!

A garagem de Juha Kankkunen

Qualquer milionário tem uma garagem cheia de carros, mas muitos deles o têm para exibir a coleção e mais nada. Contudo, há quem tenha cabeça suficiente para fazer uma coisa destas, e quem tenha ganho dinheiro suficiente para fazer uma coleção deste tipo. E ainda mais importante se torna esta coleção quando sabes que o seu proprietário ganhou corridas a bordo de todos estes carros. Como Juha Kankkunen, tetracampeão do mundo de ralis por três equipas diferentes: Peugeot (1986), Lancia (1987 e 1991) e Toyota (1993).

"KKK", como é chamado pelos seus adeptos, converteu a sua velha fazenda em trerras finlandesas num museu privado, do qual raramente abre as portas a pouca gente fora do seu circulo social. Contudo, abriu uma excepção ao jornalista Alistair Weaver, do Insideline.com, e este fotografou toda uma coleção que vai para além dos carros de ralis. Tem uma coleção de Fords de rali, desde o MkI até ao RS200, e tem também uma coleção de Ferraris, entre os quais um 288 GTO e um F40. Afinal de contas, parece ser a sua marca favorita...

Segundo diz o próprio Kankkunen, ele dirige regularmente estes carros, para os manter em forma. E é bom saber que algures na Finlândia, existe um tesouro que está a ser preservado por quem ajudou a escrever essas páginas na história dos ralis.

Noticias: Williams anuncia Bruno Senna

A Williams confirmou esta manhã em Grove a noticia de que já tinha dado conta no dia anterior: Bruno Senna será o piloto da equipa, substituindo o seu compatriota Rubens Barrichello. Não se sabe ainda a duração do contrato, mas Bruno Senna, que fará dupla com o venezuelano Pastor Maldonado, leva consigo cerca de 18 milhões de euros em patrocínios vindos de Elke Batista, um dos homens mais ricos do Brasil. 

"Sinto-me um privilegiado pelo facto da Williams me ter escolhido, pois é uma equipa com uma grande herança, e espero ajudá-los a escrever um bom capítulo na sua história. Será interessante guiar para uma das equipas onde esteve o meu tio Ayrton e trabalhar com pessoas que conviveram com ele. Estou esperançado que possamos reavivar memórias e criar novas boas.", referiu. 

Bruno Senna experimentará o seu carro no próximo dia 9 de fevereiro, no circuito espanhol de Jerez de la Frontera.

A última capa do Autosport semanal

E assim sendo, amanhã sairá o último Autosport tal como o conhecemos nos últimos 35 anos. Passará de revista semanal para uma mensal, além de que vai ter um novo site, com conteúdos pagos. Vamos a ver como será essa nova roupagem da revista. Para já, eis um "Até Já" escolhido para título, e onde se mostrará "os grandes momentos da história do Autosport" e onde se falará também sobre "as personalidades, os carros e os acontecimentos mais marcantes".

Acima, refere-se sobre os eventos do Rali Dakar, onde se fala do "Dakar da consagração", do "Triplo A para Helder Rodrigues" e da "Décima Vitória para Peterhansel".

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

GP Toons: E o vencedor é...

Provavelmente deve ser amanhã que irão comunicar oficialmente, mas até me dá alguma pena ver Rubens Barrichello de fora da Formula 1 devido ao mercado e não porque deveria ter-se retirado de cena e procurado outros destinos, onde provavelmente seria tão ou mais feliz. 

A ser assim, amanhã esta caricatura, feita pela GP Toons, será verdadeira. E dezoito anos depois - a maioridade, que engraçado! - o triónimo Senna/Williams/Renault acontece de novo. E claro, dure por muito tempo e seja bem sucedida. E que o Bruno Senna não seja tanto "Nelson Muntz" porque no final do ano ainda lhe pode acontecer a mesma coisa...

"Rush" começa a ser filmado em Nurburgring

As imagens devem ser desta manhã no Nordschleife, mas vejo pelo site F1 Fanatic, do Keith Collantine, que já começou a ser filamdo "Rush", que aborda a tempoada de 1976, o duelo entre Niki Lauda e James Hunt e que teve pelo meio o acidente do piloto austriaco no circuito alemão, quase o matando. As cenas deverão ser do mesmo tipo que fizeram há uns meses no mesmo local, que é aquilo que na gíria se chama de "stock footage", ou seja, filmagem para arquivo e que pode ser usado na montagem.

As filmagens propriamente ditas acontecerão a partir do mês que vêm, na Grã-Bretanha, mas ainda não se sabe onde será o local. Isto porque a produtora queria filmar no antigo aeródromo de Blackbushe, mas segundo a BBC, tem a oposição dos conservadores locais, suportados pela organização Natural England, pois esse é um sítio privilegiado para a observação de aves.

"Uma atividade de tal impacto como a da criação de um filme, num local protegido como este, tem de se ver o que será feito para mitigar tal impacto. Como nesse plano não existe tal aplicação, nós decidimos opor a este pedido." afirmou um porta-voz da organização.

Caso isto não se resolva nas próximas semanas, ou não se encontre um outro local de filmagem, esta poderá atrasar-se em algumas semanas da data inicial de fevereiro. O filme poderá estrear nos cinemas no final deste ano ou no inicio de 2013. 

Rumor do dia: Senna já assinou pela Williams

O jornalista brasileiro Vitor Martins confirma esta manhã no seu blog que Bruno Senna já assinou o contrato com a Williams para a temporada de 2012. Dezoito anos depois do seu tio, o nome de Senna estaria de novo nos flancos dos carros de Grove, a troco de um patrocinio de 30 milhões de reais, pouco menos de 15 milhões de euros. 

A ser confirmado, deixaria Rubens Barrichello fora da equipa, e provavelmente pela primeira vez em quase vinte anos, da Formula 1.

Provavelmente, deverá ser o capitulo final de uma novela com algumas semanas, que começou com comentários no Twitter por parte do seu fiunanciador, Elke Batista, passando por uma noticia veículada pela Rádio Bandeirantes, a meio de dezembro, e do qual Bruno Senna se encarregou de desmentir, sempre que podia. E a razão está aí: faltava o "preto no branco", que foi resolvido esta manhã.  

E assim a Williams volta ao básico, nos anos 70: contratar pilotos pela sua carteira. Frank Williams é uma raposa sobrevivente, e sabe como se movimentar neste "Club Piraña" como ninguém. E como já demonstrou vezes sem conta no passado, não se importa de trocar de pilotos, mesmo quando as coisas correm bem.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Dakar 2012 - o último dia

A etapa de hoje não era mais do que a consagração dos sobreviventes deste Dakar, pois apenas tinha 29 quilómetros cronometrados entre Pisco e Lima, a capital. E aí confirmou-se a superioridade dos Mini e mais uma vitória de Stephane Peterhsansel, que aos 45 anos tornou-se num dos pilotos mais bem sucedidos na história deste "rally-raid". Depois de seis vitórias nas motos (1991 a 93, 1995, 1997 e 1998), Peterhansel tem agora quatro nos automóveis, depois de 2004 e 2005, 2007 e agora, 2012. 

Foi um Dakar onde Robby Gordon deu nas vistas, pelo melhor e pior, ainda por cima com uma desclassificação pendente de apelo. As vitórias na etapa constrastaram com os seus atrasos e acidentes, para acabar este rali na quinta posição da geral. Nani roma foi o segundo, no seu Mini, enquanto que Giniel de Villiers, no seu Toyota Overdrive, completou o pódio. 

Na etapa de hoje, Robby Gordon foi o melhor, no seu Hummer, seguido pelo Mini de Ricardo Leal dos Santos, que com isto, consolidou o seu oitavo lugar da geral e coroou a sua recuperação no rali. "Estamos a andar muito bem. A nossa adaptação ao Mini All4 Racing foi-se consolidando durante o rali e hoje, que partimos mais aliviados de peso, conseguimos, finalmente, ter uma palavra a dizer, em termos de classificação. Este foi até à data o nosso melhor resultado de sempre numa etapa. Fomos os melhores da armada Mini e só o Hummer que, de acordo com os comissários técnicos não está regulamentar, ficou à nossa frente", referiu Ricardo Leal dos Santos à chegada a Lima. 

Carlos Sousa chega ao final do Rali Dakar no sétimo lugar do rali, um lugar à frente de Leal dos Santos, mas com o sentimento de dever cumprido, dado que deu à Great Wall a sua melhor classificação de sempre. "Face à juventude deste projeto e às várias condicionantes que envolviam esta participação - como estar parado desde abril e ter testado o carro apenas três dias, em Marrocos -, é evidente que só posso estar muito satisfeito com este resultado. Cumpri a promessa de concluir a prova no top-10 e sei que dei todos os dias o meu melhor ao longo destas duas semanas. Nem sempre foi fácil, porque também tivemos alguns percalços, especialmente nas duas primeiras etapas no Peru, onde acumulámos uma série de problemas e um atraso superior a duas horas. Costumo dizer que no Dakar é habitual ter-se um dia mau... Só que desta vez tivemos dois consecutivos! Com um pouco mais de sorte, acho que poderíamos estar hoje um lugar acima na geral. Mas o Dakar é mesmo assim e o importante é que a equipa está muitíssimo satisfeita com o resultado, que realmente excedeu as melhores expectativas de todos os seus responsáveis", resumiu Carlos Sousa após a consagração na capital peruana. 

"Independentemente do que possa reservar o futuro, sinto que já contribuí para que o desporto mundial ganhasse mais um construtor interessado em investir no automobilismo e em se promover internacionalmente através do Dakar", concluiu o piloto português, que amanhã comemora 46 anos de idade.

Nas motos, Cyril Després venceu o Dakar pela quarta vez na sua carreira, depois das vitórias em 2005, 2007 e 2010. Assim, conseguiu desempatar com Marc Coma, que venceu em 2006, 2009 e 2011. E Helder Rodrigues, pela segunda vez consecutiva, fica com o lugar mais baixo do pódio, igualando o seu melhor lugar de sempre.

E assim foi o Dakar de 2012. Em 2013, há mais. 

The End: Gianpiero Moretti (1944-2012)

Gianpiero Moretti, fundador da MOMO e vencedor das 12 Horas de Sebring e das 24 Horas de Daytona, ambos em 1998, morreu este sábado em Itália aos 68 anos, vítima de cancro no pulmão, do qual já padecia desde há algum tempo.

Um "gentleman-driver" por excelência, apesar de ter começado a correr em rampas aos 16 anos de idade,  fundou em 1966 a sua companhia de acessórios de automóveis, que significa as iniciais de "Moretti-Monza". Deu logo nas vistas quando um dos seus volantes foi usado no Ferrari de John Surtees, recém-coroado campeão do mundo. Três anos depois, em 1969, abriu a sua fábrica em Tregagno, na provincia de Verona, e no ano seguinte, começou a dedicar-se mais à competição, primeiro com um Ferrari 512S, e depois, ao longo da década de 80, com outras máquinas, como o Porsche 935 ou o Nissan GTP.

Sempre apaixonado pelas corridas de Endurance, patrocinou muitas equipas na americana IMSA, antes de ajudar a desenvolver o Ferrari 333 SP de Sport-Protótipo, o unico projeto que a marca construiu após a sua retirada da Endurance, em 1973. Aliás, foi a bordo desse carro que conseguiu as suas maiores vitórias na Endurance, as 12 Horas de Sebring e as 24 Horas de Daytona. As três foram conseguidas em 1998, quando Moretti já tinha 54 anos, e ao lado de pilotos como Mauro Baldi, o holandês Arie Luyendyk e o belga Didier Theys. Após estes feitos, decidiu retirar-se da competição.