sábado, 14 de julho de 2012

WSR: Frijns vence em Moscovo, Felix ds Costa sétimo

A World Series by Renault faz este fim de semana a sua estreia na Rússia, mais concretamente no circuito de Moscovo, situado nos arredores da capital. Num fim de semana algo agitado - houve uma tempestade na sexta-feira que arrancou parte das cadeiras da bancada principal - a primeira prova do fim de semana foi relativamente calma, pois o holandês Robin Frijns prtiu da pole-position e liderou de ponta a ponta.

Numa corrida onde todos andaram juntos - nove segundos separaram o primeiro do décimo classificado - o piloto holandês destacou-se de inicio, escapando-se do resto do pelotão, até que o seu ritmo abrandou nas voltas finais e foi apanhado pelo dinamarquês Marco Sorensen, que por sua vez era perseguido pelo francês Jules Bianchi. Contudo, Sorensen faz um pião quando tentou ultrapassar Frijns, e caiu para o quinto posto, o lugar onde acabou a corrida. Com a vitória do piloto holandês, este alcança a liderança do campeoanto, seguido por Bianchi e o o britânico Sam Bird.

Quanto a Antonio Felix da Costa, depois de conseguir o sétimo posto na qualificação, ganhou um lugar na partida, mas viu-se na luta pela liderança, fazendo com que andassem juntos, mas sem grande resultado. O final, o piloto português foi o sétimo classificado, conseguindo mais alguns pontos para o campeonato. “Na qualificação senti o carro bem equilibrado, mas na corrida, com o depósito cheio senti muitas dificuldades em encontrar um ritmo rápido. Foi uma corrida de muita luta e concentração em que o resultado final acaba por ser positivo, pois demos mais um passo em frente e marcamos mais pontos no campeonato”, afirmou o piloto português.

Em relação à corrida de amanhã, Félix da Costa está apostado em melhorar as afinações do seu carro e com isso subir mais alguns lugares: “Vamos efetuar algumas alterações no carro pois acredito que podemos entrar na luta pelo "Top 5", mas precisamos de descobrir alguns décimos de segundo”, finalizou. 

Noticias: navegador checo morre no Rally Bohemia

Depois de ontem o norueguês Mads Ostberg ter apanhado um susto no shakedown do Rally Bohemia, a tragédia abateu-se sobre este mesmo rali quando o navegador checo Bohulslav Cepelcha morreu esta manhã, vítima de um acidente na terceira especial. Apesar dos esforços das equipas de socorro, que o levaram para um hospital em Liberec, acabou por não resistir aos ferimentos.

Cepelcha tinha 35 anos de idade e era o navegador do piloto Martin Smerad desde 2007. Ambos guiavam um Mitsubishi Lancer Evo IX quando sofreram um acidente. Quanto ao piloto, sofreu ferimentos ligeiros e foi levado para um hospital em Liberec. Não se sabe se o rali foi apenas suspenso ou cancelado.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Noticias: Ostberg recupera de acidente na Rep.Checa

As últimas noticias sobre o estado de saúde de Mads Ostberg são mais favoráveis para o piloto norueguês. Acidentado esta tarde no Rali Bohemia, na Republica Checa, a Ostberg foi-lhe diagnosticada uma fissura numa das vértebras, mas segundo o próprio piloto norueguês... a fissura é antiga. 

"O Doutor disse que tinha duas fissuras nas minhas costas, mas que não tinham acontecido hoje. Estranho..." afirmou o piloto na sua conta no Twitter. Ostberg já está a caminho da Noruega para descansar.

O piloto de 24 anos acidentou-se no "shakedown" do rali, quando bateu com o seu carro no muro. O seu navegador, o sueco Jonas Andersson, escapou incólume. Resta agora a Ostberg descansar por algumas semanas e ver se estará em condições para correr no final do mês na Finlândia.

GP Memória - Grã-Bretanha 1997

Quinze dias depois de Michael Schumacher ter vencido em Magny-Cours, máquinas e pilotos deslocavam-se para Silverstone no sentido de correr por lá o GP da Grã-Bretanha. Com o piloto da Ferrari a "fugir" na classificação geral, pois tinha aogra uma vantagem de 14 pontos sobre Jacques Villeneuve, a Williams tinha de reagir, se não queria que a decisão do campeonato fosse resolvida demasiado cedo e desfavorável às suas contas.

Sem alterações na lista de pilotos, a sessão de qualificação acabou com os Williams na primeira fila da grelha de partida. Jacques Villeneuve foi melhor do que Heinz-Harald Frentzen, enquanto que na segunda fila, Mika Hakkinen foi o terceiro no seu McLaren, melhor do que Michael Schumacher, que foi o quarto. O seu irmão Ralf Schumacher foi o quinto na grelha, seguido do segundo McLaren-Mercedes de David Coulthard. Eddie Irvine, no segundo Ferrari, era o sétimo, seguido pelo Benetton de Alexander Wurz. A fechar o "top ten" ficaram o Sauber de Johnny Herbert e o segundo Jordan de Giancarlo Fisichella.

Debaixo de sol, a corrida começou com atraso. E para Heinz-Harald Frentzen, foi o inicio do desastre, pois ficara parado segundos antes de começar a corrida, forçando esta a ser abortada. Quando recomeçou, o alemão teve de partir do último posto da grelha, e na tentativa de passaar o máximo numer de carros possivel, tocou em Jos Verstappen e acabou por abandonar.

Na frente, Jacques Villeneuve teve de aguentar os ataques de Micheal Schumacher, que aproveitou o buraco causado por Frentzen, mas um toque no muro das boxes por parte de Ukyo Katayama fez com que o carro ficasse no meio da pista. Inevitavelmente, o Safety Car foi chamado, para que se pudesse retirar com segurança o Minardi do piloto japonês.

A corrida recomeçou na quarta volta, com Villeneuve e Schumacher a afastarem-se de Coulthard, que sendo mais lento do que o resto do pelotão, conseguia abrir uma diferença para o resto. As coisas andaram assim até à volta 20, altura em que Schumacher parou, voltando no segundo lugar, pois a diferença que Coulthard tinha aberto era o suficiente para tal, para desespero de Mika Hakkinen, o quarto classificado.

Na volta seguinte, foi a vez de Villeneuve parar, mas este se revelou um desastre. Uma das porcas não foi devidamente ajustada e o canadiano perdeu quase meio minuto, caindo para o sétimo posto, deixando o piloto alemão numa liderança confortável. Se as coisas acabassem assim, o campeonato estava quase decidido a favor do alemão...

Mas Villeneuve não desistiu e partiu ao ataque. Como Coulthard tinha herdado o segundo posto, cedo o canadiano se juntou a eles. E para melhorar as coisas, a sorte estava a seu lado: na volta 36, começou a sair fumo brande de uma das rodas do carro do piloto alemão. Uma volta depois, revelou-se a razão: um cubo de roda defeituoso, e o piloto da Ferrari viu-se obrigado a abandonar.

Com os Benetton a parar apenas uma vez - e com resultados no final - o lider era agora Mika Hakkinen, que conseguira livrar-se de David Coulthard e parecia que estava a caminho da sua primeira vitória. Mas Villeneuve estava a apanhá-lo, ao ritmo de um segundo por volta. A dez voltas do fim, Villeneuve estava atrás de Hakkinen, mas ultrapassá-lo iria ser outra saga.

E é nessa altura que a sorte ajuda-o mais uma vez: a sete voltas do fim, o motor Mercedes explode e o finlandês, visivelmente frustrado, encosta o seu carro e volta a pé às boxes, vendo que a sua vitória iria cair nas mãos de Villeneuve, que iria conseguir reduzir a diferença para Michael Schumacher. Atrás, outro golpe de teatro iria causar consequências na classificação, quando a duas voltas do fim, o motor Mugen-Honda do Prost de Shinji Nakano explode, dando o sexto lugar ao Arrows de Damon Hill, que por fim iria pontuar naquela temporada.

No final, Jacques Villeneuve vencia a corrida e conseguia reduzir para quatro pontos a desvantagem que tinha para Michael Schumacher. Jean Alesi era o segundo, no seu Benetton, recompensando uma grande corrida, enquanto que Alexander Wurz era o terceiro, conseguindo assim o seu primeiro pódio da sua carreira. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o McLaren de David Coulthard, o Jordan de Ralf Schumacher e o Arrows de Damon Hill, feliz por conquistar os seus primeiros pontos do ano.

Noticias: Mads Ostberg sofre acidente na Republica Checa

O piloto norueguês Mads Ostberg, recente vencedor do Rali de Portugal, sofreu esta manhã um grave acidente no Rally Bohemia, na Republica Checa, quando perdeu o controlo do seu Ford Fiesta WRC e bateu contra uma parede.

Segundo noticias no local, o piloto norueguês poderá ter sofrido uma fratura numa vértebra ou um disco deslocado, pelo que está a ser levado num avião-ambulância de volta à Noruega. O seu co-piloto, o sueco Jonas Andersson, não sofreu ferimentos. Segundo testemunhas no local, eles referem que o seu Fiesta escorregou demasiado e bateu forte numa parede com a frente direita do carro.

Ostberg, de 24 anos, corre no WRC desde 2006 pela sua equipa, a Adapta. Depois de ter andado num Subaru Impreza até 2010, em programas parciais, com bons lugares mesmo numa máquina relativamente datada, correu em 2011 num Ford Fiesta da Stobart, onde conseguiu dois segundos lugares na Suécia e na Grã-Bretanha. Este ano, de volta à estrutura da Adapta, tornou-se no primeiro privado em 18 anos a vencer oficialmente uma prova do WRC, no Rali de Portugal. Neste momento, é o quarto classificado do Mundial, com 80 pontos e três pódios.   

Youtube Classic Motorsport: Racing in Slow Motion 4


O Matthias Manizer - mais conhecido por Mattzel89 - é outro daqueles que vale a pena seguir. Coloca todos os fins de semana vários videos das corridas que vão acontecendo, sejam eles Formula 1, IndyCar, GP2, NASCAR, GP3, Ralis, etc. Mas ele também têm um "hobby" que é o "Racing in Slow Motion" do qual existem três filmes, e do qual ele faz um por ano, mais coisa, menos coisa.

Hoje apareceu o quarto filme da saga. São quase dezasseis minutos ao todo, logo, lá tem de arranjar algum tempo nas vossas agendas para ver isto. E pelos vistos, valeu a pena a espera. Para começar, temos a citação do Michael Delaney, a personagem interpretada por Steve McQueen, no filme de culto "Le Mans". E só pelos primeiros minutos, já vale a pena ver, e mostra-nos porque é que gostamos disto tudo.

Arranjem um pacote de pipocas. Já tem com que fazer para o fim de semana.

Youtube Comedy: os imitadores de Ken Block


Já todos conhecem Ken Block. Empresário e piloto de ralis, já foram cinco "ghynkhanas" feitos por ele e colocados em video. Graças ao poder do Youtube e das redes sociais, foram vistos por milhões em todo o mundo. Mas isso já começou a fazer com que aparecessem imitadores e cómicos, como este pessoal, que decidiu pegar em carrinhos de supermercado e começou a imitar, perante os surpresos compradores, as manobras do piloto americano.

E um deles imita na perfeição o tubo de escape do Fiesta...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

5ª Coluna: As corridas do meu dia

Tenho a sorte de o meu aniversário calhar na data de duas corridas mais emblemáticas de um período, num dos circuitos que mais gosto, que é Silverstone. As corridas de 1987 e 1992 foram, de uma certa maneira,  Há mais um Grande Prémio que aconteceu num dos meus aniversários, em 2009, e que foi em Nurburgring, na Alemanha, onde Mark Webber levou a melhor. Mas esse é ainda muito recente nas nossas memórias para uma reflexão como esta que ando a fazer.

Lembro-me bem da corrida de 1987. Estava de férias num sitio chamado Monte Gordo, no Algarve, e aqueles tempos eram um grande contraste com o que passamos agora neste retângulo como o nosso. Havia prosperidade, vivia.se uma campanha eleitoral que iria resultar na primeira maioria absoluta de Cavaco Silva, e estavamos "casados de fresco" com a União Europeia, então CEE. Eramos doze, muito longe dos 27 que somos agora, e a ideia do fim da Guerra Fria e do desmoronamento da Cortina de Ferro, embora longinqua, já tinha parecido estar ainda mais.

E os Turbo dominavam na Formula 1, embora já se sabia também que estava tudo a prazo. Sabia-se que dali a ano e meio iriam acabar, sendo substituidos pelos motores atmosféricos de 3.5 litros. E sem motores Renault, eram os Honda os dominadores, espalhados por Williams e Lotus. Queria ver se Ayrton Senna iria quebrar o dominio da dupla Nelson Piquet e Nigel Mansell, e o que se falava muito era uma coisa chamada "suspensão ativa", pois ambas as marcas estavam a desenvolver esse sistema. Haviam os Ferrari, os McLaren e os Benetton, mas eles mais preciam ser atores secundários.

E nessa corrida de 1987, toda a gente era ator secundário perante os Williams-Honda. Nelson Piquet e Nigel Mansell estavam a fazer uma corrida à parte, pois facilmente ficavam na frente desta gente toda e davam uma volta a todos. Mas o que Mansell fez nesse dia entra nos anais de história: um atraso por causa de um problema num cubo de roda, o coloca nas boxes na volta 28, mas com pneus novos, foi buscar Piquet como se não existisse mais amanhã, e quando o conseguiu, a pouco mais de duas voltas do fim - tinha 65 nessa altura - engana-o com uma manobra em que o coloca pela direita, para que Piquet o bloqueasse. Mas como ele abriu o flanco, aproveitou e ultrapassou-o.

As bancadas ficaram em delírio e eu, que estava a ver isto tudo na TV, em companhia da minha familia - tios, pais, prima e o meu irmão - estava espantado por ver como é que tal coisa era possivel. Não que era legal, porque era - nada dessas regras estúpidas que existem agora - mas porque como é que foi capaz de o enganar. Conseguiu enganar o mestre da manha, Nelson Piquet, que menos de um ano antes, tinha feito uma fabulosa ultrapassagem por fora e no sujo (!) no GP da Hungria, sobre Ayrton Senna.

Claro, no final, a multidão entrou em delírio pela manobra e demonstrou todo o seu amor pelo "brutânico". Não o "amor" norte-coreano, mas o espontâneo, o verdadeiro, pelo "Leão", que todos o adoravam, apesar de ser fogoso, puxar pelo carro como se não existisse mais o amanhã, e ter perdido mais títulos do que ganhou, como disse certo dia - e com razão - Nelson Piquet. E como sabem, nesse ano, o último a rir foi Piquet, que levou para casa o seu terceiro título mundial. Silverstone não passou de mais um episódio. Mas que episódio!

Cinco anos depois, o calendário deu outra coincidência: mesma corrida, mesmo circuito, mesma equipa, mesmo piloto. Quem não conhece muito bem a história, vai pensar que Mansell nunca saiu da Williams. Nada mais errado, pois o "brutânico" esteve na Ferrari por duas temporadas, a começar em 1989. Tinha sido a última contratação de Enzo Ferrari ainda em vida, em 1988, e Mansell teve a ingrata tarefa de correr numa era onde estavam a experimentar a caixa de velocidades semiautomática. Apesar de quebrar constantemente, na sua primeira corrida, em Jacarepaguá, assistiu-se a um milagre quando não só aguentou até ao fim, como ganhou a corrida.

Mas três anos depois, ele estava de volta para a Williams, atraído pelos motores Renault e por um salário tão grande dado por Frank Williams, o suficiente para retirar-lhe qualquer pensamento de retirada da competição. Em 1992, ele estava no topo do mundo: tinha o melhor carro, tinha o melhor motor, ganhava todas as corridas. Ayrton Senna estava secundarizado na McLaren - apesar de o ter batido no Mónaco, uma corrida que nunca venceu - Alain Prost cumpria um ano sabático, Nelson Piquet estava a convalescer no hospital, depois da batida de Indianápolis. E novos valores surgiam, como um certo alemão, de seu nome Michael Schumacher.

Quanto ao mundo à volta, havia coisas que não tinham mudado, mas outras que tinham mudado tudo. Não havia mais Muro de Berlim, nem União Soviética. Estavamos todos mais preocupados e curiosos com os Jogos Olimpicos que iriam acontecer em Barcelona e a União Europeia ainda continuava a ser de doze, mas já se falava de uma "união monetária", uma moeda comum a todos.


A corrida não teve história, pois Mansell "comeu tudo" do inicio até ao fim. O que mais me impressionou foi a reação das pessoas no final da corrida. Estavam mais de 200 mil pessoas, segundo me contaram. Todas a celebrarem Mansell, todas a exteriorizarem as frustrações que sentiram todos esses anos pela má sorte do "brutânico", todos a ver que, por fim, o título mundial não seria mais do que um "pró-forma". Iria ser, um mês depois, na Hungria. Mas Mansell já tinha 39 anos, e no final daquele ano, quando soube que Alain Prost iria para a equipa, decidiu bater a porta com estrondo e ir para os Estados Unidos, correndo na CART e vencendo aquilo tudo sem grandes problemas.

Em suma, duas corridas no mesmo dia, no mesmo local, com a mesma equipa e o mesmo piloto. Mas com imensas diferenças. São coisas que tive o privilégio de ter visto no dia dos meus anos.

The End: Andre Simon (1920-2012)

Era um dos últimos sobreviventes da primeira década da Formula 1. O antigo piloto francês André Simon, que participou em doze corridas entre 1950 e 1957, morreu ontem aos 92 anos de idade, em Evian-Les Bains. Filho de um garagista e orfão de pai aos nove anos, entrou no negócio dos automóveis como mecânico aos 13 anos, para ajudar o seu tio, que tinha uma garagem. Aos poucos, ficou interessado no automobilismo, mas os seus planos foram adiados devido à II Guerra Mundial.

Apesar disso, não o impediu de ter uma carreira particularmente longa, desde o final da II Guerra Mundial até 1966, altura em que teve um acidente grave quando pilotava um Maserati de GT's, que o deixou em coma por algumas semanas, é que fez pendurar o seu capacete. Começou com um velho Talbot-Lago, e os resultados foram bons o suficiente para correr nas 24 Horas de Le Mans de 1949 com um Delhaye, onde fez uma volta mais rápida antes de se retirar devido a uma falha mecânica.

Na Formula 1, Simon correu em carros da Maserati, Gordini e da Ferrari - em 1952 - que inclui também uma participação no GP do Mónaco de 1955, a bordo de um Mercedes oficial. Nas doze corridas que participou, a sua melhor classificação foram dois sextos lugares, que nesses tempos, não contavam para os pontos.

Após se ter retirado da Formula 1, passou para os GT's onde correu em carros como o Ferrari 250 GTO. Também esteve na equipa oficial da Mercedes nas fatídicas 24 Horas de Le Mans de 1955, ao lado do alemão Karl Kling. Rolavam na quinta posição quando aconteceu o acidente que matou Pierre "Levegh" e mais oitenta espectadores. Em 1962, venceu a Volta à França em Automóvel, ao lado do seu co-navegador Maurice Dupeyron. Após o seu acidente em 1966, e que precipitou a sua retirada do automobilismo, decidiu concentrar-se nos negócios da familia até se reformar, em 1984. Ars lunga, vita brevis. 

Noticias: Polo R WRC vai correr na Sardenha

Os próximos dias poderão ser decisivos no mundo dos ralis, quer em relação ao calendário, quer em relação ao futuro de algumas equipas, como a Citroen ou de pilotos como Sebastien Löeb. Mas a grande novidade de hoje é o facto da Volkswagen ter confirmado que o seu modelo Polo R WRC se irá estrear no Rali da Sardenha, que decorrerá entre 18 e 21 de outubro.

Contudo, a estreia do carro em termos oficiais acontece graças a um acordo com a FIA, onde apesar de poder participar competitivamente, não fará parte da lista de concorrentes, e por isso não terá os seus cronos registados oficialmente. Não será um "carro zero", mas a sua participação será extra-campeonato e não contará para os pontos.

Sebastien Ogier já reagiu, afirmando: “Não tenho ainda muitos detalhes mas é pena que não possa ser carro zero. Não vamos estar na classificação mas pelo menso será possível comparar o nosso carro com os restantes WRC”, referiu.

GP Memória - Grã-Bretanha 1992

Na semana que mediou entre as corridas francesa e britânica, os camiões das equipas da Formula 1 tiveram de passar por um autêntico contra-relógio para tentarem escapar dos bloqueios que os camionistas tinham feito nas principais autoestradas do país, para poderem regressar à Grã-Bretanha a tempo do Grande Prémio, ainda por cima, numa altura em que o circuito de Silverstone estava cheio de pessoas querendo ver e aplaudir Nigel Mansell, o seu piloto favorito.

No pelotão da Formula 1, a Minardi decidiu substituir o brasileiro Christian Fittipaldi, magoado  no fim de semana de Magny-Cours, pelo italiano Alessandro Zanardi, enquanto que a Andrea Moda, que não pode aparecer na pista francesa - mas do qual o pelotão da Formula 1 não sentiu saudades - reapareceu em Silverstone. Roberto Moreno e Perry McCarthy, porém, não fizeram grandes avanços e acabaram por ficar de fora da qualificação.

O resultado da qualificação era inevitável, como estava a ser toda aquela temporada, mas como era na Grã-Bretanha, o público estava ansioso para demonstrar a sua apreciação pelo "Red Five". E ele correspondeu com a "pole-position", num monopólio da Williams, pois Riccardo Patrese ficara com o segundo tempo. Ayrton Senna foi o terceiro no seu McLaren seguido pelo Benetton de Michael Schumacher. Gerhard Berger era o quinto, no segundo McLaren, seguido pelo segundo Benetton de Martin Brundle. Johnny Herbert era o sétimo, no seu Lotus, seguido pelo Ferrari de Jean Alesi, enquanto que a fechar o "top ten" estava o segundo Lotus de Mika Hakkinen e o Ligier-Renault de Eric Comas.

Quatro carros ficavam de fora desta qualificação: o Brabham de Eric van de Poele, o Minardi de Alex Zanardi, o Fondmetal de Andrea Chiesa e o March-Ilmor de Paul Belmondo.

No dia da corrida, mais de cem mil pessoas dirigiram-se para o circuito de Silverstone, causando enormes filas de trânsito. Um dos pilotos que foram apanhados tinha sido Mika Hakkinen, que decidiu andar pelo lado errado da estrada para chegar mais cedo ao circuito. A policia não achou muita graça e mandou-o parar, e o resultado - apesar de se ter livrado de uma multa - foi que não conseguiu chegar a tempo de participar no warm up.

Na partida, Patrese partiu na frente, mas foi por pouco tempo, porque Mansell pasosu-o algumas curvas depois, começando a afastar-se paulatinamente do seu companheiro de equipa, rumo a uma vitória mais do que certa. Atrás, Brundle conseguiu fazer uma grande partida e saltou para o terceiro lugar, lutando pela posição com o seu rival dos tempos da Formula 3 britânica, Ayrton Senna. Schumacher era quinto, a lutar com Gerhard Berger por aquela posição. Pouco depois, o alemão tem um problema e é ultrapassado pelo austriaco.

As coisas não sofrem muita alteração até à volta 43, quando o extintor do carro de Jean Alesi se acende acidentalmente e é obrigado a abandonar. Pouco depois, na volta 47, Senna acaba por abandonar, vítima de uma quebra na caixa de velocidades, deixando Brundle cada vez mais à vontade, com Schumacher logo atrás, depois de Berger começar a ter problemas com o funcionamento do motor, que o obrigou a abrandar o seu ritmo.

No final das 59 voltas, Mansell cruzava a meta no primeiro posto, vencendo pela  vez, segunda consecutiva. Patrese era o segundo e Brundle o terceiro, repetindo o pódio de Magny-Cours. Nos restantes lugares pontuáveis estavam o segundo Benetton de Michael Schumacher, o McLaren de Gerhard Berger e o Lotus de Mika Hakkinen.

E o público, feliz da vida, invadiu o circuito para celebrar a vitória do britânico e um título cada vez mais próximo, cada vez mais real.   

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fibra de Carbono, episódio 16

Depois de duas semanas de ausência, o Fibra de Carbono está de volta, num programa onde falamos sobre o GP da Grã-Bretanha e a vitória - e posterior renovação do contrato - de Mark Webber, e falamos também de António Félix da Costa, que agora é piloto poiado pela Redbull e venceu neste fim de semana que passou uma das rondas da etapa britânica da GP3. 

E claro, não poderiamos deixar passar os eventos que rodearam o acidente da piloto espanhola Maria de Villota

Em semana de treta técnica, falamos dos alternadores, que deram tanta dor de cabeça a Sebastian Vettel e Roman Grosjean em Valencia. 

Tudo isto e muito mais, podem ver a partir de agora através deste link: http://www.fibracarbono.net/podcast/episodio-16-gp-da-gr-borracha.html

Noticias: De Villota pode voltar em breve a Espanha

Maria de Villota pode regressar a Espanha dentro em breve. Segundo um site alemão, a piloto espanhola, que sofreu um grave acidente num teste na semana passada, no aerodromo de Duxford, perdendo o olho direito, está a recuperar a olhos vistos, depois de ter saído do coma induzido a que tinha sido sujeito, depois de duas operações no final da semana passada.

Com exceção da cegueira do olho direito, as hipóteses são boas de que não haja nenhuma outra sequela. Se De Villota não tiver outras complicações, o regresso à sua terra natal, a Espanha, poderá acontecer nesta semana”, informou a equipa. 

A irmã Isabel já afirmou que já conversa com a familia e poderá sair da Unidade de Cuidados Intensivos dentro de algum tempo.

Recorde-se que a piloto de 32 anos sofreu um acidente na passada terça-feira, quando embateu com o seu carro numa plataforma de descarga de um camião, causando ferimentos graves na cabeça e no seu olho direito, levando à sua perda. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Youtube Racing: os 50 anos da Alpine


O Alpine A110 faz este ano 50 anos. A mais famosa criação de Jean Redeleé, que tinha uma oficina em Dieppe, e que deu o primeiro título mundial de construtores nos ralis, em 1973, foi reavivado pela Renault em 2012, que decidiu fazer um "concept car", do qual não sabemos se vai ser construído ou não.

O video a seguir coloca ao volante uma lenda dos ralis: Jean Ragnotti, piloto de ralis da marca durante mais de trinta anos, a fazer manobras com ambos os carros. E o resultado é o que vemos aqui.

O extraordinário ano de 1986

Ainda não tinha visto, mas coloco aqui: a capa da Autosport portuguesa deste mês. Eles decidiram este mês recordar um ano extraordinário que foi o de 1986. E eu concordo com eles, porque de facto foi um ano verdadeiramente extraordinário. Pelas boas e claro, más razões. Ainda não li a revista, mas tenho quase a certeza que me irei recordar disso tudo. Afinal de contas, tinha dez anos quando tudo isto aconteceu.

Já fiz menção dessas recordações ao longo do ano passado, quando passaram as "bodas de prata" desses eventos. Falei atempadamente da morte de Thierry Sabine, no Rali Dakar daquele ano, no Mali. Falei também dos eventos que rodearam o acidente da Lagoa Azul, no Rali de Portugal, onde se consciencializou de que os carros estavam a ficar cada vez mais descontrolados e o comportamento selvagem dos espectadores no Rali de Portugal começou a ser domado. E claro, onde se colocou o primeiro prego no caixão dos "Grupo B", sendo o último colocado a 2 de maio daquele ano, quando Henri Toivonen e Sergio Cresto mergulharam para o sens fins num ribanceiro corso, vítimas de um Lancia fora de controlo.

Falei também sobre os eventos de um mero teste em Paul Ricard, onde Elio de Angelis acabou os seus dias quando tentava melhorar um carro que à partida era tão radical que a experiência se tornou num fracasso, o modelo BT55. E isso também marcou o inicio do fim de uma equipa como a Brabham, chefiada por Bernie Ecclestone e cujos carros eram desenhados por um génio chamado Gordon Murray.

Mas claro, o ano de 1986 não foi só feito de desgraças. Falamos de uma temporada onde os motores turbo estavam no auge, em que existiam quatro talentos na Formula 1 cuja fotografia deles, no muro do Autódromo do Estoril, em setembro daquele ano, se tornou iconicamente famosa. E claro, tem de se dizer que essa foto foi arranjada graças a Bernie Ecclestone, que sempre percebeu o poder da imagem nestas coisas todas. Mas se a foto imortalizou aquelas quatro personagens - Alain Prost, Ayrton Senna, Nelson Piquet e Nigel Mansell - não se pode esquecer que outros grandes pilotos também existiam no pelotão da Formula 1: Keke Rosberg, Gerhard Berger, Michele Alboreto... que deram luta a estes quatro nas corridas e eram tão bons como eles. E por vezes, tinham máquinas melhores do que eles.

E quem fala disso na Formula 1, fala também dos ralis, com os Peugeot, os Audi e os Lancia, entre outros, com a interferência dos Ford e dos MG, e pilotos como Markku Alen, Juha Kankkunen, Michele Mouton, Timo Salonen, Miki Biasion, Walter Rohrl, entre outros, que se mostravam nas classificativas um pouco por todo o mundo, e do qual Henri Toivonen era visto como um dos valoes em ascensão, antes do acidente na Córsega ter modificado tudo. E não se deve esquecer que eram grandes os momentos nos Sport Protótipos, com os Porsche e os Jaguar, com a Sauber à espreita, pelo menos nas 24 Horas de Le Mans. E nem a clássica da Endurance escapou da turbulência, com o que aconteceu a Jo Gartner... 

E não foi só no automobilismo que esse ano foi extraodrinário. Houve coisas que aconteceram nesse ano que para quem os viu, nunca mais o vai esquecer. O acidente do "space shuttle" Challenger. O acidente da central nuclear de Chernobyl. O Mundial do México e a Argentina de Maradona. E a "mão de Deus", que não foi mais do que uma batota bem sucedida. E claro, este foi o tempo onde se começou a vislumbrar o fim da Guerra Fria.

Tenho de ler a revista. Para poder recordar tudo de novo.

Noticias: Mark Webber renovou contrato com a Red Bull

A noticia do dia é, sem dúvida, o anuncio do acordo de renovação de Mark Webber na Red Bull. Eventualmente as negociações deveriam estar a decorrer por esta altura, mas se calhar a sua vitória em Silverstone poderá ter apressado as coisas. O piloto australiano de 35 anos renovou contrato por mais uma temporada, ficando até ao final da temporada de 2013.

Estou na Red Bull desde 2007 e ganhei nove corridas neste período. Estou no auge da confiança no momento e a trabalhar a todo o vapor. Conheço bem a equipa e sinto-me completamente à vontade aqui. Ao longo dos anos temos crescido juntos e sinto que a opção mais correta é seguir na Red Bull por mais uma temporada”, começou por dizer Webber.

A equipa trabalha duramente para melhorar em todos os aspectos e juntos temos demonstrado que podemos vencer corridas. É genial poder fazer este anúncio depois de uma vitória em Silverstone e tenho vontade de competir no limite e exigir de mim em todas as corridas por outra temporada”, acrescentou.

Webber afirmou que os rumores de que tinha sido contactado pela Ferrari no inicio do ano para poder transferir-se a partir da temporada de 2013 tinham de facto fundamento: “Tive negociações com a Ferrari, mas a minha decisão é seguir aqui”, revelou.

Em relação à sua relação de trabalho com Sebastian Vettel, seu compamheiro de equipa, afiremou que apesar dos conflitos pontuais em 2010, é uma relação saudável: “É muito boa [a relação]. Temos trabalhado unidos durante muito tempo. Acredito que ninguém poderia prever que trabalharíamos juntos durante tanto tempo. Não há muitos companheiros de equipa que tenham trabalhado juntos durante tanto tempo na Formula 1, mas esta união demonstrou ser bem-sucedida. Trabalhamos duramente com os membros-chave da equipa técnica da equipa”, contou o australiano, que completará 36 anos em 27 de agosto.

Quando vamos à pista, ainda somos competitivos, não há dúvidas a respeito, especialmente em 2010 e neste ano. No ano passado, o Sebastian e eu não competimos muito entre nós, mas em 2009, 2010 e neste ano foram de duelos geniais. Foi muito divertido para a equipa, ainda que algumas vezes tenha sido stressante, já que não é fácil estar com os dois à frente, e pude entender que, em última instância, precisamos de trazer os carros de volta para casa e conseguir o melhor resultado para nós e para a equipe”, reconheceu.

Questionado se iria retirar da competição após o final do contrato, ele afirma que tal coisa está fora de questão, apesar de reconhecer que a sua continuidade depender dos resultados conquistados. “Já me fizeram essa pergunta muitas vezes nos últimos quatro anos e a minha resposta tem sido sempre a mesma. É um desporto que depende dos resultados, então o futuro está nas minhas mãos. Depende de conquistar os resultados na pista”, concluiu.

Christan Horner, o diretor da equipa, ficou muito satisfeito por ter o piloto australiano por mais algum tempo, fazendo com que a dupla que faz com o alemão Sebastian Vettel acrescente mais uma temporada às quatro que já têm juntos, desde 2009: 

O Mark pilotou muito bem nestas nove primeiras corridas da temporada e o seu rendimento tem sido impressionante. Boa parte do seu sucesso na F1 está atrelada ao seu período com a Red Bull. Juntos conseguimos dez poles, nove vitórias e 31 pódios. Ambas as partes tinham um forte desejo de continuar, então a ampliar nossa relação era uma opção lógica. É um grande prazer poder confirmar que Mark pilotará para nós em 2013”, afirmou o dirigente britânico. 

Formula 1 em Cartoons - GP da Grã-Bretanha (Pilotoons)

De facto, foi tudo decidido graças a uma escolha de pneus. E nesse aspecto, em Silverstone, o australiano da Red Bull levou a melhor sobre o asturiano da Ferrari. 

São assim as corridas, como já dizia Juan Manuel Fangio, há mais de 60 anos...

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Youtube Rally: A quinta "Ghinkhana" de Ken Block


Já tinha avisado nos últimos dias que o seu próximo video - ou a sua próxima "ghinkhana" iria ser algo radical e diferente. E pois foi: porque fazer piões nas ruas de São Francisco não é para qualquer um. O piloto de ralis americano Ken Block está de volta para mais um dos seus videos, ele que este ano até tem um programa reduzido no WRC no seu Ford Fiesta - e pontuou nos dois ralis que participou até agora - e participou nos X-Games, onde foi mais um dos pilotos que foi positivamente batido por Sebastien Löeb.

O video tem quase dez minutos, e tem as particpações especiais do Travis Pastrana e de Jake Phelps, da Thrasher Magazine. Arranjem lá tempo e vejam o Block a fazer das suas.

Noticias: Belgica fica até 2015, diz ministro

A Formula 1 ficará na Belgica por mais algum tempo. Quem o diz é o ministro da Economia das Valónia, Jean-Calude Marcourt, que conseguiu negociar com Bernie Ecclestone uma extensão do atual contrato, que terminaria no final desta temporada. "Conseguimos negociar uma extensão do contrato para as edições de 2013, 2014 e 2015." afirmou o ministro à rede belga RTBF.

Este anuncio surge depois de especulações por mais de um ano sobre a possibilidade de Spa-Francochamps poder alternar com o regressado GP de França, que poderia acontecer em Paul Ricard a partir de 2013, mas a chegada ao poder dos socialistas, liderados por Francois Hollande, fez abortar as negociações nesse sentido, já encaminhadas pelo governo do anterior presidente, liderado por Nicolas Sarkozy.

"As negociações não foram complicadas", começou por afirmar. "Demoramos por um bocado quando foi a altura em que a França nos pediu para alternarmos no calendário, e o outro lado [Bernie Ecclestone] demonstrou uma abertura porque era uma oportunidade. Nesse aspecto, as negociaçoes demoraram muito tempo e Ecclestone é uma pessoa muito dura a negociar. Contudo, ele consegue ser respeitador nos compromissos que tem connosco", continuou.


E depois prosseguiu: "O que nós realmente queriamos era que o Grande Prémio fizesse parte do desenvolvimento económico da Valónia, aumentar a nossa exposição para o mundo. Mas também queriamos fazer isso diminuindo a nossa despesa no orçamento regional, e quando compararmos com o atual contrato, poderemos dizer que foi uma missão cumprida.", concluiu.

Youtube Cartoon: O desenho animado da McLaren


Outra das coisas que apareceu neste fim de semana foi o primeiro episódio de uma série animada envolvendo a equipa McLaren e os seus pilotos, Jenson Button e Lewis Hamilton. Fez-me lembrar "Os Incriveis" e claro, passa-se à volta da equipa.

Fica-se com a ideia de que isto foi algo "encomendado" pela equipa, mas tem uns "punchlines" engraçados, especialmente quando a guia que faz o "tour" à fábrica acompanhado de alguns turistas, mostra o bigode do Nigel Mansell, a unica recordação que ele deixou na sua passagem pela equipa em 1995... e o ladrão que rouba qualquer coisa do armário dos troféus.

domingo, 8 de julho de 2012

Youtube Grand Prix Intro: Os apresentadores da BBC no GP britânico


Causou sensação quando hoje se mostrou a introdução da BBC ao GP britânico, em Silverstone quando se viu os três apresentadores David Coulthard, Eddie Jordan e Jake Humpfrey em cima de biplanos a sofrerem para sobreviver às acrobacias feitas sobre o céu de Silverstone, perante o olhar de espanto de alguns pilotos. Até se pode ouvir um comentário de Lewis Hamilton a referir à acrobacia como "This is madness" (Isto é de loucos)...

Verdade: essa gente faz de tudo para tornar as emissões atraentes.

GP Memória - França 1962

Cinco anos depois da última vez em que a Formula 1 ali esteve, esta regressava ao circuito de Rouen para mais uma edição do GP de França. Com dezassete carros inscritos para a corrida, a grande novidade era a ausência de Ferrari, que tinha ficado retida em Itália à conta de uma agitação social que atravessava o país por esses dias. Com greves nas fábricas e nas formas de transporte, a equipa nem sequer saiu de Maranello.

Em contraste, a Porsche regressava à ação, depois de terem estado ausentes da última corrida devido a uma greve em Estugarda. Assim sendo, Jo Bonnier e Dan Gurney estavam de volta à ação. Nas outras equipas, a Lotus contava com Jim Clark e Trevor Taylor, a BRM com Graham Hill e Richie Ginther, a Cooper com Bruce McLaren e Tony Maggs, a Lola com John Surtees e Roy Salvadori e o resto eram os privados: os Lotus de Masten Gregory e Innes Ireland (UDT-Laystall), o de Maurice Trintignant (Rob Walker Racing), Jo Siffert (Anglo-Suisse) e Jack Brabham, o Cooper de Jackie Lewis (Ecurie Galloise) e o Porsche de Carel Godin de Beaufort (Ecurie Maasbergen).

Após as duas sessões de treinos, o melhor foi Jim Clark, no seu Lotus, com o BRM de Graham Hill e o Cooper de Bruce McLaren logo a seguir. Jack Brabham foi o quarto, seguido pelo Lola de John Surtees e o Porsche de Dan Gurney. Masten Gregory foi o sétimo, seguido pelo seu companheiro Innes Ireland, e a fechar o "top ten" estavam o segundo Porsche de Jo Bonnier e o segundo BRM de Richie Ginther.

Na partida, Hill largou melhor do que Clark, com o escocês a cair para o terceiro lugar, devido ao melhor arranque de Surtees, que era segundo. McLaren era o quarto, na frente de Brabham. As coisas andaram assim até à décima volta, quando o neozelandês da Cooper tem problemas com a caixa de velocidades que tranca e o faz despistar-se. Ele continua até às boxes, onde procedem a longas reparações, antes de ele entrar de novo na pista. Pouco depois, Brabham desiste, vítima de uma quebra na suspensão.

Na volta 13, Surtees tem problemas com a injeção da gasolina e também terá de parar nas boxes para fazer as devidas reparações. Com isto, Clark é segundo e Gurney é terceiro. Gregory era o quarto, mas pouco depois tem problemas de ignição e acaba por desistir, fazendo com que o lugar seja ocupado por Maggs.

Não há grandes mudanças até à volta 30, quando Hill encontra com o Cooper de Jackie Lewis. Este  tem problemas com os travões e despista-se, levando Hill com ele. O britânico da BRM atrasa-se e o comando cai nas mãos de Clark, mas... por pouco tempo. Quatro voltas depois, este tem um problema na suspensão e acaba por se retirar, fazendo com que Hill volte à primeira posição, com Gurney atrás dele. As coisa mantem-se assim até à volta 44, altura em que Hill tem um problema de motor e acaba por desistir, dando o comando a Gurney.

No final, o americano levou calmamente o carro até à meta, dando à Porsche a sua primeira - e unica - vitória na Formula 1. Tony Maggs foi o segundo, conseguindo o primeiro pódio de sempre de um piloto sul-africano, enquanto que Richie Ginther foi o terceiro, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Cooper de Bruce McLaren, o Lola de John Surtees e o Porsche laranja de Carel Godin de Beaufort. 

Formula 1 2012 - Ronda 9, Silverstone (Corrida)

Ao contrário dos outros dois dias, de uma forma algo surpreendente, o mau tempo hoje em Silverstone decidiu dar tréguas, e nas mentes das pessoas, era o que exactamente todos pediam para que tivessem uma boa corrida no centro de Inglaterra, especialmente os nativos, que já andam fartos de ter dias cheios de chuva, quando queriam era ver céu azul e receber um pouco do calor que o resto do Norte da Europa desejava, mas que não estava a ter nas suas devidas porpoções.

Assim sendo, Silverstone encheu e a multidão não se importou de estacionar em parques lamacentos, porque o que lhes interessava mais era ver se, por exemplo, os McLaren iriam dar o seu melhor ou que os Red Bull iriam ser os verdadeiros opositores da Ferrari neste fim de semana e impedir que Fernando Alonso se afastasse mais no campeonato, agora que tinha feito a sua primeira pole-position do ano.

Mas antes de partir, uma baixa: o Caterham de Vitaly Petrov ficava nas boxes devido a uma bomba de gasolina defeituosa e o russo iria ver a corrida da tribuna VIP. Na partida, uma pequena confusão, com Romain Grosjean a tocar e a furar um dos pneus do Foirce India de Paul di Resta. O escocês acabou por desistir antes da primeira volta, enquanto que o francês teve de substituir o seu nariz, caindo para o fundo do pelotão. Acabou por depois recuperar até à zona dos pontos, fazendo uma excelente corrida.

As primeiras voltas viu-se um duelo entre Alonso e Webber, com Schumacher a ser o tampão em relação à maioria dos pilotos, especialmente Felipe Massa e Sebastian Vettel. Com o tempo, os dois carros passaram pelo menos até à primeira série de troca de pneus, altura em que surgiu o mais conhecido incidente de corrida, quando na 12ª volta, o Sauber de Sergio Perez e o Williams de Pastor Maldonado, que tinham acabado de sair das boxes, colidiram um com o outro depois de nenhum deles querer ceder na posição e de andarem ao ataque numa altura em que ambos tinham os pneus relativamente frios. 

No final, Perez acabou por desistir e não deixou de expressar o seu desabafo quando se viu perante um microfone. Chamou-o de idiota e um piloto perigoso, para não ir mais abaixo. Num mundo perfeito, onde os bons são recompensados e os maus penalizados, a FIA já lhe teria retirado a Super-Licença ao piloto venezuelano. É que depois de dois incidentes seguidos, Maldonado ganha mais a fama de um Andrea de Cesaris no inicio da sua carreira - ou seja, destruidor de carros - do que própriamente a de um piloto veloz. Mas tal como o italiano, vai ficar por muito tempo porque os bolivares do Hugo Chavez compram tudo. Incluindo novos chassis...

Após isso, a luta pelos primeiros lugares estagnou um pouco. Alonso estava na frente, apesar dos pneus duros, Hamilton aguentava-se nos lugares do meio enquanto que os Red Bull faziam o seu trabalho. Via-se os Mercedes a não conseguirem andar tão bem em linha reta - eram dos menos velozes - tal como os McLaren, que pareciam não se adaptar também à pista. No final, não foram grandes tardes para os pilotos dessas equipas.

Na volta 38, novo incidente: o segundo Sauber de Kamui Kobayashi trava tarde demais quando fazia a sua última paragem, atropelando quatro mecânicos, ferindo dois deles. Isso fez atrasar a sua corrida de forma irremediável - acabou fora dos pontos - e culminou a tarde de pesadelo para a equipa suiça.

Mas foi nessa altura também que Fernando Alonso parou pela última vez na corrida, colocando pneus moles. Com as novas regras obrigando os pilotos a usarem dois jogos diferentes de pneus, o espanhol viu lentamente a sua vantagem a diminuir para o australiano, que, com um jogo de pneus mais eficaz, conseguiu apanhar o espanhol na volta 48 - a quatro do fim - e assumir o comando, a caminho da sua segunda vitória na temporada, depois do Mónaco. 

Nessa altura, havia outra luta interessante de seguir, que era pelo nono posto entre Nico Hulkenberg, Bruno Senna e Jenson Button. No final, o piloto da Williams levou a melhor, com uma excelente ultrapassagem na curva Brooklands e a defesa na antiga reta da meta, antes do alemão da Force India ter saído de pista na Copse e dado o último lugar pontuável a Button. Um consolo para a péssima temporada do simpático britânico.

No final, Webber comemorava a sua segunda vitória do ano, a segunda em Silverstone - sem dizer que tinha feito um bom trabalho como segundo piloto - com Fernando Alonso no segundo lugar, e pagando a estratégia de acabar com pneus macios, e Sebastian Vettel com o lugar mais baixo do pódio, à frente de Felipe Massa, que fazia a sua melhor posição do ano. Em suma: Red Bull 2, Ferrari 0.

À saída de Silverstone - e depois de vermos Jackie Stewart no pódio a entrevistar os três primeiros -  Alonso ainda é o lider, com 13 pontos de avanço sobre o australiano. Absolutamente nada por estes dias, mas falta muito campeonato. E continua a valer a pena segui-lo. Daqui a 15 dias, em Hockenheim, veremos mais um destes capítulos.

GP3: Buller vence... do último lugar

Já imaginaram vencer do último posto? Se calhar, somente nos jogos da Playstation. Mas esta manhã, isso mesmo aconteceu na segunda corrida da GP3 em Silverstone, graças à chuva e a uma boa escolha de pneus. O britânico William Buller, da Carlin, decidiu ir para a pista com pneus secos, aguentou bem e ao fim de dez voltas, já se via na liderança, a caminho da sua primeira vitória do ano. 

Para a equipa Carlin, acabou por ser um grande final de semana, depois de Antonio Felix da Costa ter vencido a primeira corrida. O americano Conor Daly e o suiço Patrik Niderhauser completaram o pódio.

E em relação ao piloto português, ele esteve bem, cuidadoso na maneira de abordar as curvas, num asfalto sempre em mudança, acabando a corrida no sexto lugar, a mais de um minuto de Buller. Mas mesmo assim, bem melhor do que Mitch Evans, que foi 11º, e do finlandês Aaro Vaino, que acabou por desistir. Quanto Às duas pilotos presentes, Victoria Piria e Alice Powell, nenhuma delas acabou por completar a corrida.

No final desta jornada dupla, Evans continua a liderar, com cem pontos, contra os 89 de Vaino. Felix da Costa tem agora 58 pontos e é o terceiro classificado, quatro pontos a mais do que o alemão Daniel Abt. A próxima jornada dupla da GP3 acontecerá dentro de duas semanas, na Alemanha.