sábado, 3 de novembro de 2012

Explicando a novela da penalização de Sebastian Vettel

A penalização de Sebastian Vettel na qualificação do GP de Abu Dhabi, devido à falha da amostra de combustível necessária para a fiscalização da FIA, uma penalização igual ao que Lewis Hamilton sofreu em Barcelona, dando a pole-position a Pastor Maldonado, ganhou contornos de "quase escândalo" pelo facto da FIA ter demorado... quatro horas para anunciar tal decisão. A razão? Bom, porque os comissários, liderados por Charlie Whitting, decidiram... jantar, antes de poderem anunciar tal decisão.

Poderia pensar-se que os comissários possam ter dúvidas a pairar sobre a sua cabeça, devido às explicações que a Red Bull e a Renault possam ter dado em relação à razão pelo qual Sebastian Vettel - que foi terceiro nesta qualificação, diga-se - parou na pista na volta de desaceleração. Sabia-se que ele só poderia escapar à penalização se tivesse algum problema com o alternador, porque se fosse a caixa de velocidades ou o motor, seria sempre penalizado com a perda de cinco posições. Mas faltar o combustível é algo mais desnecessário, e a penalização é maior.

Mas depois disto tudo, se tudo indicava que iria haver uma penalização por causa do combustível, porque adiar tudo para depois do jantar, do cafézinho, da sobremesa? Para quê esta novela, aparentemente, desnecessária - mas fornecedora de boas piadas no Twitter? Não é bem assim. Fazendo o paralelo com o que se passou em Barcelona, eles também tiveram de esperar mais ou menos quatro horas até que existisse um veredicto sobre o caso de Lewis Hamilton. Antes de chamar o diretor da FIA de "Charlie Waiting", temos de ver que se calhar eles foram jantar porque viram que só teriam essa decisão por essa hora, e mais vale encher a barriga do que passar fome à espera dos resultados da análise técnica.

No final, o resultado foi inequívoco  o carro de Vettel tinha 850 ml de gasolina no tanque, quando o mínimo exigivel é de um litro, para amostra. Se tiver menos do que isso, é penalizado.

Quanto às consequências desta decisão, não se pode dizer que as coisas estejam comprometidas para os lados da Red Bull, porque a hipótese de Vettel pontuar no domingo é grande, mas uma coisa é certa: nesta corrida de "damage control", caso Fernando Alonso - que agora sobe ao sexto lugar da grelha - não tenha quaisquer problemas e fique na frente de Alonso, a decisão do título mundial já não será mais resolvida em Austin. Se a diferença entre ambos os pilotos, amanhã, diminuir para menos de cinco pontos, tudo será adiado para Interlagos.

Formula 1 2012 - Ronda 18, Abu Dhabi (Qualificação)

Abu Dhabi deve ser, provavelmente, a melhor personificação da Formula 1 atual: um mundo artificial, construído de raiz em poucos anos, com um objetivo único: albergar uma competição automobilística  é certo que em muitos outros lados - e não falo só dos tilkódromos - as estruturas foram construídas para esse objetivo, mas uma cidade inteira, é algo totalmente novo. Mas foi o que aconteceu naquela zona de Abu Dhabi, que mesmo não tendo tido o fernesim de consatrução do Dubai, sua vizinha nestes Emirados Árabes Unidos, não escapa ao ar de "pintado de fresco".

Com um panorama cada vez mais construído a favor da Red Bull, todos queriam saber se haveria algum esforço por parte da Ferrari ou da McLaren para tentar contrariar aquilo que mais parecia uma caminhada triunfal. É certo que Fernando Alonso tinha declarado que, enquanto a matemática o permitisse, não deixaria de lutar pela vitória e pela superação de Sebastian Vettel, Mark Webber, Adrian Newey ou quem quer que lhe aparecesse na sua frente na Red Bull, incluindo o tipo que cuida do catering.

A Q1 começou normalmente, com os mesmos do costume a ficarem para trás, mas com a novidade de, para além de Jean-Eric Vergne ter "ficado com a fava" no seu Toro Rosso, o Marussia de Charles Pic ter sido mais veloz do que o Caterham de Vitaly Petrov, mostrando que os carros estão a melhorar de performance nesta parte final do campeonato.

Contudo, quando nessa Q1 se olhava para final da tabela de tempos começaram a ver os McLaren no seu topo, parecia que era um tendência que se desenhava nesta qualificação, embora quem acpmpanhasse as qualificações anteriores, se soubesse que na parte final, os Red Bull iriam esforçar-se mais para ficar com a pole-position. Mas nessas qualificações anteriores, normalmente os Red Bull mostravam-se no topo da tabela dos tempos, e isso poderia significar que eles não ficariam com o lugar nesta qualificação.

A Q2 foi surpreendente no sentido de que carros como a Force India e Sauber não terem entrado na Q3. Parece que ambos os carros, de ambas as equipas, terem perdido um pouco o seu fôlego, nesta parte final do ano, como parece que Michael Schumacher está a fazer o possivel para sair da Formula 1 pela porta pequena, já que - mais uma vez - foi batido por Nico Rosberg, que meteu o seu carro na Q3. Tal como Pastor Maldonado, que parece ter afinado a sua velocidade com menos estragos. A sua passagem para a Q3 contrasta com o mau resultado de Bruno Senna, apenas 15º e parecendo que os seus dias na Formula 1 andam a ser contados. E não falo só da Williams...

A Q3 tinha de ser mais movimentada. Primeiro, com o incidente entre Grosjean e Alonso, que não deu em nada, mas depois, com os carros em pista, Lewis Hamilton marcou o ritmo, fazendo o melhor tempo. Esperava-se que os Red Bull reagissem, mas o melhor que conseguiram foi o segundo lugar de Mark Webber, a pouco menos de meio segundo de Hamilton. Vettel não conseguia mais do que o terceiro lugar, mas pior estava Fernando Alonso, que nunca se conseguiu aproximar dos McLaren e dos Red Bull.

No final, um exultante Lewis Hamilton (até se deu ao luxo de abdicar da sua volta mais rápida) comemorava a sua pole-position, a sexta da sua temporada, na frente de Mark Webber e de Sebastian Vettel. Pastor Maldonado era o quarto na grelha, e Kimi Raikkonen partia do quinto lugar, na frente do Ferrari de Fernando Alonso. Parecia que as coisas estariam mais ou menos resolvidas em termos de campeonato. Mas no final dessa qualificação, Vettel fica parado na pista e a expectativa aumenta, pois qualquer problema com o motor ou a caixa de velocidades, resulta em penalização.

A ser verdade, poderia relançar o campeonato. Cenas dos próximos capítulos...

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A minha participação no Nobres do Grid

A partir deste mês de novembro irei escrever uma coluna mensal no site "Nobres do Grid"  . O convite - que muito me honra - foi feito pelo Flávio Pinheiro, que andava há algum tempo à procura de um colunista português que falasse sobre as coisas que se passam por aqui, e contasse histórias e "estórias" sobre o automobilismo nacional.

E para minha primeira contribuição no "Conversas D'Além Mar", nada como falar sobre a maior esperança de Portugal para a Formula 1: António Félix da Costa, atualmente pertencente à safra da Red Bull e que conseguiu fazer excelentes temporadas na World Series by Renault na GP3.

Para ler o artigo - e verem a minha cara... - sigam este link.

Noticias: M-Sport negoceia patrocinio com o Qatar

A M-Sport, de Malcom Wilson, pode ter perdido o apoio oficial da Ford na temporada de 2013, mas poderá manter os carros e conseguir um apoio importante. Isto, porque Nasser Al-Attiyah revelou no Chipre, onde está a disputar a última prova do IRC, que se encontra em negociações para colocar o apoio do governo local para a próxima temporada.

Estivemos a falar com o Malcolm Wilson para o próximo ano, pois é importante para nós continuar no WRC. Espero que seja possível encontrar uma boa solução, e se chegarmos a acordo, colocaremos três carros a correr. É o nosso objetivo. Vamos ver com o Malcolm como as coisas podem avançar.”, referiu Nasser Al-Attiyah.

Caso aconteça um acordo, isso poderá significar duas coisas: que o Qatar irá se rivalizar com o Abu Dhabi em termos de patrocinio (pois estes irão apoiar a Citroen) e que Nasser Al Attiyah será piloto oficial, ao lado do estónio Ott Tanak e eventualmente Petter Solberg ou Mads Ostberg, caso o piloto norueguês não vá para a Hyundai, onde ele está a ser cogitado para correr na próxima temporada.

Noticias: Bruno Senna fora da Williams em 2013

O site brasileiro Grande Prêmio anuncia hoje que o brasileiro Bruno Senna não ficará na Williams em 2013, sendo substituido pelo finlandês Valtteri Bottas, protegido de Christian "Toto" Wolff, que assim fará a sua estreia na Formula 1. Segundo os jornalistas Américo Teixeira Jr. e Vitor Martins, apesar de um desempenho superior a Pastor Maldonado, onde pontuou mais vezes do que o venezuelano, este foi relativamente inconstante, e os responsáveis da marca de Grove já têm dinheiro suficiente para se darem ao luxo de já em 2013 terem um piloto sem ser pagante.

Ao todo, Bruno Senna tem 26 pontos e o 16º lugar do campeonato, onde a sua melhor performance foi na Malásia, onde terminou a corrida na sexta posição. Para além disso, fez a volta mais rápida no GP da Belgica, em Spa-Francochamps. Mas os muitos milhões de Pastor Maldonado e a vitória deste em Barcelona - apesar de ser demasiado predisposto a bater - pesaram na decisão.

Assim sendo, as duas hipóteses de Senna continuar em 2013 são duas: a Force India e a Caterham. Contudo, segundo o mesmo site, a equipa de Vijay Mallya - que como sabem, está em maus lençois devido à falência da sua companhia aérea - pede 20 milhões de dólares para todo e qualquer piloto que queira ficar com a vaga do alemão Nico Hulkenberg, que está de malas aviadas para a Sauber. E claro, Senna tem concorrência: o espanhol Jaime Alguersuari, o francês Jules Bianchi e o japonês Kamui Kobayashi são três hipóteses.

A segunda grande opção é a Caterham, que apesar de ter apostado em melhorar as suas performances, fracassou completamente este ano, ao ponto de ter perdido o décimo lugar para a Marussia. E com menos dinheiro para 2013, os lugares estão "em leilão". O holandês Gierdo Van der Garde, um dos terceiros pilotos da marca, quer um lugar, dado que o russo Vitaly Petrov parece ter dificuldades em arranjar dinheiro para manter o lugar. E o próprio Heiki Kovalainen não tem o lugar assegurado, pois Tony Fernandes pode chegar à conclusão que perfere ceder os lugares a dois pilotos pagantes para aliviar as contas.

Ayrton Senna, capa da Playboy

O nosso amigo Rianov colocou isto hoje na sua página do Facebook, e fiquei espantado, pois pensava que seria raro. Mas afinal, é menos raro do que esperava. A Playboy japonesa colocou Ayrton Senna na sua capa da edição de maio de 2004, para comemorar os dez anos da sua morte, algo raro em qualquer Playboy mundial, mais conhecido por colocar senhoras pouco - ou nada - vestidas nas suas capas.

Mas vistas as coisas, justifica-se esta excepcionalidade. Senna foi uma pessoa reverenciada no mais do Sol Nascente, onde venceu em 1988, onde lhe desclassificaram em 1989, bateu em Alain Prost em 1990, para garantir o seu segundo titulo mundial e em 1991, conseguiu o seu terceiro titulo mundial, contra Nigel Mansell, sempre em máquinas com motor Honda. 

Ainda nesse ano, a organização teve de fazer sorteios para os bilhetes no GP do Japão porque a oferta era bem superior à procura. Chegou a haver 1,2 milhões de pessoas à procura de um bilhete para ver a corrida, num circuito onde apenas cabia... 120 mil.

Portanto, colocar alguém que não a senhora tal qual como veio ao mundo, em pose sensual, justifica-se em algumas circunstâncias. E Ayrton Senna é perfeitamente uma delas. Já agora, alguém aí no Japão me pode dizer se têm a revista e se ela continua a circular? Falam-me que ela fechou em 2009...

Os segredos de Jaime Alguersuari

As vagas que ainda existem para 2013 estão a ser ferozmente disputadas pelos pilotos que ainda querem mostrar ao mundo que são bons pilotos, ou então que merecem uma nova oportunidade para correr na categoria máxima do automobilismo, como aconteceu a Jaime Alguersuari. E é sobre o piloto catalão, ex-Toro Rosso e que no inicio de 2012 se viu sem vaga para correr. De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal espanhol ‘El Confidencial’, o antigo piloto da Toro Rosso está de olho no lugar em aberto na Force Índia e conta com a sua experiência na Pirelli para conseguir o lugar.

Penso que a minha experiência com os novos pneus é muito importante porque quando se muda a estrutura, o composto e o perfil do pneu, quando mais prática temos, melhor.”, começou por referir o piloto espanhol de 22 anos. “Já acumulámos o equivalente a 11 Grandes Prémios de Formula 1 este ano, testei centenas de ‘sets’, em diversas temperaturas, distâncias, equilíbrio e durabilidade. Em casa tenho o meu pequeno caderno de apontamentos com todos os segredos para utilizar no próximo ano”, concluiu.

Refira-se que Alguersuari não é o único candidato à vaga na Force India, para substituir o alemão Nico Hulkenberg, que vai para a Sauber. Fala-se do francês Jules Bianchi, atualmente terceiro piloto da marca e piloto de testes da Ferrari, bem como Bruno Senna, caso ele perca o seu lugar no Williams para o finlandês Valtteri Bottas.

Noticias: Alex Zanardi vai testar um BMW de DTM

No próximo dia 8, no circuito de Nurburgring, Alessandro Zanardi irá dar umas voltas num carro de DTM, igual a que deu o título ao canadiano Bruno Spengler. Esta demonstração ao volante de um carro como este, é ao mesmo tempo uma recompensa da equipa que o acolheu no DTM pelos seus feitos nos Jogos Paralimpicos de Londres, onde conseguiu três medalhas - duas de ouro e uma de prata - no "handcycling", e também um desafio para ver como é que o piloto italiano se adaptará a um carro deste tipo, naturalmente adaptado ao seu estilo de condução. 

"Estamos muito satisfeitos por oferecer este teste no BMW M3 DTM ao Alex" começou por afirmar Jens Marquardt, diretor da BMW, à Motorsport.com. "Ele foi sempre membro da família BMW, e nós queríamos dar-lhe essa hipótese de guiar o nosso carro. Vamos ter de adaptar o carro, obviamente. Um carro de DTM é bem mais complexo que o BMW 320si WTCC, o carro que guiou para nós ao longo de quatro temporadas desse campeonato. Contudo, os nossos engenheiros aceitam o desafio de bom grado”, concluiu Marquardt.

O piloto de 46 anos, obviamente, é um piloto feliz com mais esta aventura com o carro do DTM: “Quero agradecer esta oportunidade ao Jens Marquardt e a todos os meus amigos da BMW Motorsport por esta oportunidade fantástica. Sempre me senti em casa quando estou aqui, na BMW Motorsport. Quando vi o BMW M3 DTM pela primeira vez em Hockenheim, senti-me de novo como piloto depois de muito tempo a ser ciclista. É uma grande honra estar ao volante de um carro tão fantástico como este. Tenho a certeza que irei gozar cada volta que der com este carro", concluiu.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

5º Coluna: Vettel vs Alonso, ou como entender os dois candidatos ao título

Agora que faltam três corridas para o final do campeonato, a luta passou agora a ser cada vez mais a dois, entre Sebastian Vettel e Fernando Alonso. Os McLaren estão de fora da corrida e Kimi Raikkonen é um distante terceiro e as suas chances a serem mais matemáticas do que reais.. Mas eles são apenas os pilotos de enormes equipa, Red Bull e Ferrari, que cada um deles são completamente diferentes entre si. A marca de Maranello representa a tradição e é a unica que tem estado na Formula 1 em todas as temporadas, desde a sua criação, no já distante ano de 1950. A segunda representa a novidade, pois em menos de oito anos - apesar de estar na Formula 1 como patrocinador desde 1995 - conseguiu vencer dois títulos mundiais de pilotos e outros dois de construtores e parece ser a força ascendente nesta categoria, graças a Adrian Newey.

Como em tudo na vida, a vitória de um representa a derrota de outro. E isso também representa que a equipa derrotada vai fazer um "blame game" (jogo da culpa), porque quererão saber onde é que falharam neste campeonato. No caso da Ferrari, sempre disse que com o mau chassis que tinham à partida, o trabalho de recuperação foi fantástico, e Alonso fez se calhar das performances mais surpreendentes da temporada. Faz lembrar, em muitos aspectos, a temporada de 1993 de Ayrton Senna, que com o McLaren-Cosworth motor de cliente - pior do que, por exemplo, o Benetton - conseguiu cinco vitórias no campeonato e acabar a época como vice-campeão.

Mas, com os maus resultados, a má personalidade de Alonso veio ao de cima. Sempre achei que as declarações de Alonso foram mais de uma frustração e inveja pelo facto de a Red Bull ter usado um ativo que lhes permite usar uma "vantagem injusta", mas depois, quando se leu que Alonso esteve prestes a causar mais polémica dentro da boxe da Ferrari, fiquei ainda mais com essa sensação. E a razão é explicável: enquanto que no inicio do ano, o chassis da marca de Maranello era pior do que se esperava, pior ainda do que, por exemplo, o chassis da Sauber, o piloto espanhol arrastava-se pelos últimos lugares pontuáveis e conseguia arrancar bons resultados graças aos seus dotes de pilotagem. Com o meio do ano e a melhoria do chassis, Alonso conseguia ser regular e ganhar corridas em condições dificeis, contra chassis melhores, mas pouco fiáveis, como o da McLaren e o da Red Bull.

É o grande medo - e frustração - de Alonso é este: ele tem plena consciência de o que é que significaria este título mundial. Se o vencesse frente a melhores chassis, como os da McLaren e da Red Bull, todos o iriam aplaudir e todos o iriam dizer que era um dos melhores pilotos de todos os tempos. Mais do que consagrar um tricampeonato ao serviço da equipa de Maranello, seria uma vitória de ele mesmo, que tirando leite de pedra, bateria Adrian Newey, Sebasatian Vettel, Jenson Button, Lewis Hamilton... toda a gente. Seria o pináculo da sua carreira e a elevação ao nível de Juan Manuel Fangio e de Michael Schumacher.

Só que... aí vêm, do fundo da grelha, Sebastian Vettel e Adrian Newey para estragar o seu sonho. E as intrigas, claro, aparecem à tona.

Diga-se de passagem que nenhum dos dois pilotos sabe perder. Aliás, duvido que alguém não saiba perder. E os que entendem um pouco disso, tem de engolir um sapo para ter o "fair-play" suficiente para dizer "parabéns, você ganhou". Só que a diferença de Alonso para Vettel é que, quando as coisas lhe correm mal. Alonso é mais "politico" e faz um jogo de culpa para os outros, alegando que cumpriu a sua parte. E no caso desta temporada, é verdadeiro. Mas quando fala, "coloca a boca no trombone" e diz em público o que vai na alma. Vettel, pelo contrário, não procura o conflito e confia em toda a equipa para que o trabalho seja feito. E quando alguém é atacado, como aconteceu com Adrian Newey, Vettel sai em defesa da pessoa, pois acredita que, para as coisas funcionarem, a equipa tem de funcionar como um bloco. E as divergências, quaisquer que sejam, são resolvidas entre eles, sem mandar recados pelo Twitter.

Em jeito de conclusão, parece que vai ser Sebastian Vettel que poderá ficar com o tricampeonato. Mas enquanto a matemática o permitir, Fernando Alonso lutará para conseguir esse tri para a Ferrari. Mas para isso, agora estará dependente de terceiros. Terá de rezar por um problema técnico no carro de Vettel, para não falar num milagre, para ser ele a conseguir alcançar esse objectivo. Caso contrário, o alemão comemorará em Austin o seu tricampeonato e uma nova entrada no Livro dos Recordes da Formula 1.

Os troféus do GP dos Estados Unidos

A organização do GP dos Estados Unidos colocou hoje a foto dos troféus que irão entregar no dia 18 deste mês, no primeiro GP dos Estados Unidos a ser disputado num circuito permanente desde 1980.

Sejamos sinceros: não são os mais bonitos, mas são sempre melhores do que as poias corporativas de certo banco de origem espanhola...

O terceiro campeonato de Nelson Piquet

Há 25 anos, em paragens nipónicas, Nelson Piquet vivia um fim de semana de sonho. Tinha conseguido algo inédito para um piloto brasileiro, o tricampeonato, e ainda por cima, via o seu maior rival no hospital, vítima de uma batida mais forte contra os pneus, durante a qualificação de sexta-feira, quando perdeu o controlo do seu Williams.

O tricampeonato de Piquet, conquistado aos 35 anos de idade, e na sua décima temporada na categoria máxima do automobilismo, tinha sido o corolário de uma temporada onde bancava o "brasileirinho contra todo o mundo". E era verdade: a equipa Williams estava concentrada em ar o título mundial a Nigel Mansell, o "Brutânico". Um piloto altamente veloz nos seus melhores dias, mas do qual faltava "cérebro", ou seja, sangue-frio e estratégia para vencer corridas, ou então, de conseguir ser o mais regular possível para no final da temporada, ser o melhor colocado para o título mundial.

E Piquet aproveitava essas desvantagens, da melhor maneira possivel. Mais do que "picar" e o "chatear" no dia-a-dia com as suas picardias divertidas, era o seu lado mecânico que vinha ao de cima. Primeiro, quando no inicio do ano, compensou o seu acidente grave em San Marino com uma serie de segundos lugares, um deles "obtido" depois de uma recuperação memorável de Nigel Mansell, em Silversone, perante o seu público, e coroado com uma ultrapssagem em Stowe, a poucas voltas do fim. O público pode ter no final invadido e aplaudido a manobra de Mansell, mas Piquet estava a ser como as galinhas: a cada grão (leia-se, pontos) enchia o papo (o título).

O segundo fator da conquista do título foi a suspensão ativa. Nessa altura, na Williams, era um projeto lateral do qual ninguém estava muito interessado. Piquet viu o potencial desse elemento eletrónico no inicio do ano e começou a desenvolvê-lo, com uma equipa de técnicos, engenheiros e mecânicos, tudo para o afinar e estar pronto para o estrear em pista. Quando começou a vencer corridas, na segunda metade do ano, teve força suficiente para estrear a suspensão ativa no GP de Itália, do qual saiu-se vencedor. Por causa disso, a Lotus, que também estava a desenvolver o seu sistema, colocou-o no carro de Ayrton Senna na corrida seguinte, em Portugal, mas pagou o preço da juventude.

Em suma, entre estes e mais outros fatores, o titulo mundial de Nelson Piquet foi "cerebral". Soube aproveitar as falhas de uma equipa que se concentrava à volta de Mansell, soube aproveitar as falhas do próprio piloto, soube adaptar-se a um acidente tão forte como a de Imola - anos depois, admitiu que aquele acidente lhe tirou um segundo de média por volta - e soube poupar o carro para chegar ao fim na melhor posição possível para lutar pelo titulo. E ainda por cima, quando se soube que Piquet iria para a Lotus na temporada de 1988 e aproveitaria os motores Honda que lá existiam - a Williams os iria perder nesse ano para a McLaren - soube ter cabeça fria e ser esperto, como sempre foi, para aproveitar os carros da melhor maneira possível e no final, receber a recompensa: um terceiro título mundial.

E caiu bem, porque nos anos seguintes, na Lotus e na Benetton, sofreu um ocaso que, àparte as suas vitórias em 1990 e 1991, foi por vezes penoso, especialmente em 1989, pela Lotus, onde em algumas corridas, chegou a partir da última fila de uma grelha de partida altamente competitiva, de uma equipa que se sabia passar por uma decadência do qual não conseguiria recuperar - Piquet disse depois que só tinha ido para lá pelo dinheiro. Em suma, aquele título mundial não poderia ter vindo em boa altura. 

Assim sendo... parabéns, Nelson Piquet!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Vettel achou injusto comentário sobre Newey

Se julgavam que Sebastian Vettel ficou indiferente aos comentários de Fernando Alonso no final da qualificação do GP da India, onde afirmou que lutava contra Adrian Newey, menosprezando o resto da equipa e o próprio Sebastian Vettel, enganem-se. Afinal de contas, o piloto alemão, atual líder do campeonato, reagiu às declarações do piloto espanhol, afirmando que o sucesso do piloto da Red Bull é fruto de um trabalho de equipa.

Penso que no geral isto não é só uma luta de pilotos, mais sim também uma competição entre as equipas e os seus membros. Se forem às boxes da Red Bull Racing, irão ver que todos estão 100 por cento empenhados em tornar a equipa mais competitiva, portanto penso que foi um comentário injusto”, comentou.

De uma forma sóbria, Vettel mostra que o sucesso deve ser partilhado por todos, e ele é apenas o piloto que guia o carro. A luta não é só Vettel vs Alonso, é Ferrari contra Red Bull, algo que os adeptos da Formula 1 por vezes esquecem. O próximo episódio desta luta será em Abu Dhabi, no próximo domingo.

Noticias: Toro Rosso confirna Ricciardo e Vergne em 2013

Era uma decisão relativamente esperada, mas a Toro Rosso anunciou esta tarde que ambos os seus pilotos, o australiano Daniel Ricciardo e o francês Jean-Eric Vergne, irão continuar a correr pela equipa na temporada de 2013. 

"Ambos os pilotos fizeram um excelente trabalho nesta temporada", começou por dizer Franz Tost, o diretor da Toro Rosso. "Daniel juntou-se a nós com alguns Grande Premios de experiência no bolso, logo, a sua experiência e "feedback" foi-nos útil, enquanto que Jean-Eric adaptou-se rapidamente ao meio, muitas das vezes tendo de lidar com circuitos que nunca tinha guiado antes num Formula 1.", continou.

"Desde a pausa de verão, ambos os pilotos têm impressionado, marcando pontos e demonstrando muita maturidade em termos de trabalho com os engenheiros e a nossa equipa de pista. Faremos o nosso melhor nos próximos meses, para fazer um bom carro para 2013, um carro que lhes permita demonstrar todo o seu potencial", concluiu Tost.

Para Daniel Ricciardo, a noticia da sua renovação por mais uma tempdada deixou natualmente contente o piloto australiano, apesar de uma temporada algo atribulada. “Temos tido uma temporada algo dura, mas apesar disso, estou a ter uma boa relação com as pessoas com quem trabalho e estou muito feliz com a perspectiva de trabalhar com eles por mais uma temporada", comentou.

Já Jean-Eric Vergne, o anuncio da sua renovação é uma boa noticia: “Estou realmente feliz por estas boas noticias. Agradeço à Toro Rosso e à Red Bull, que me apoiaram desde os primeiros tempos da minha carreira no automobilismo".

Está a ser uma temporada complicada, e que como 'rookie', tenho aprendido imenso, graças ao apoio e relacionamento com todos na equipa. Sinto-me mais forte do que antes e eu sei que estou a transformar-me num melhor piloto à medida que esta temporada avança.", continuou.

Acredito realmente nesta equipa e com toda a experiência que tenho adquirido, bem como os planos bem ambiciosos que existem para a próxima temporada, acho que farei grandes coisas para 2013.", concluiu o piloto francês.

Ricciardo, de 23 anos - nasceu a 1 de julho de 1989 em Perth - foi vice-campeão da World Series by Renault em 2010 e está na Formula 1 desde 2011, quando andou meia temporada na HRT. Este ano, ao serviço da Toro Rosso, conseguiu nove pontos, resultantes de quatro nonos lugares e um décimo. Já Jean-Eric Vergne, de 22 anos - nasceu a 25 de abril de 1990 - tem conseguido melhores resultados na sua temporada de estreia, com três oitavos lugares, dando doze pontos no total. 

O bom dia de um é o mau dia de outro

A frase acima referida é daquelas evidentemente "lapalissianas" (de La Palice) e isso se aplica a Sebastian Vettel e Fernando Alonso. Se o espanhol contava com o equilibrio do campeonato para ser mais regular e ter reais hipóteses de título, a história de Suzuka estragou-lhe esses planos, e agora tem treze pontos de atraso perante um Sebastian Vettel que parece invencível e inalcançável.

E Fernando Alonso, num dia mau, não é boa pessoa. A expressão que afirmou no final da qualificação, sobre a superioridade da máquina de Adrian Newey, é a mais óbvia, mas houve mais algo por trás. Segundo a edição desta terça-feira do jornal italiano "La Stampa", -propriedade do Grupo Fiat, logo, com acesso privilegiado à Ferrari - as coisas no fim de semana indiano estiveram mesmo feias, e Alonso esteve prestes a deitar mais achas à fogueira.

Tudo começou no sábado à tarde, quando Pat Fry decidiu culpar os pilotos pela sua performance na qualificação, onde ficaram com a terceira fila da grelha de partida, atrás dos Red Bull e dos Ferrari. O engenheiro referiu à imprensa que: “O resultado espelha o nosso atual potencial, mas para estarmos onde éramos capazes de estar e não conseguimos, tínhamos de ter sido perfeitos na qualificação e não fomos”. 

Quando Alonso tomou conhecimento destas declarações, ficou fulo da vida e ameaçou colocar a 'boca no trombone', ou se preferirem uma expressão mais século XXI: "piar no Twitter". O piloto das Asturias esteve prestes a colocar a seguinte frase: “Quero que os meus 1,2 milhões de seguidores fiquem a saber que os principais componentes aerodinâmicos da traseira do meu Ferrari são os mesmos desde maio” e foi preciso muita persuasão por parte de Stefano Domenicalli para o demover das suas intenções. No final da corrida, Domenicalli desmentiu o mau ambiente do momento, mas foi desmentido por Luca do Montezemolo, que afirmou: "É bom que Alonso pressione os engenheiros".

Os estragos foram minorados, com o segundo lugar de Alonso na corrida, mas este deveu-se à avaria do KERS de Mark Webber. E como Sebastian Vettel venceu pela quarta vez consecutiva, existe agora uma diferença de treze pontos, do qual se poderá aumentar, caso Vettel consiga uma quinta vitória consecutiva, agora que os Red Bull são o carro "a abater" no atual pelotão da Formula 1. 

Este poderá ser um final de ano penoso para Alonso... e tormentoso na Ferrari.

Noticias: Hulkenberg na Sauber em 2013

A Sauber confirmou esta manhã em Abu Dhabi que o alemão Nico Hulkenberg será seu piloto para a próxima temporada, depois de algumas semanas de especulação nesse sentido. O anuncio foi feito pela sua responsável, Monisha Kalternborn, num comunicado oficial para a imprensa especializada.

"Estivemos a observar Nico durante algum tempo e as suas perfornances foram convincentes", começou por fizer Kalternborn. "Já o observavamos desde a GP2, e continuamos a segui-lo na Formula 1. É um piloto que impressionou, nomeadamente quando fez a pole-position em Interlagos em 2010, em circunstancias excepcionais. Demonstrou claramente que aproveita as chances, caso elas apareçam. Esperamos observá-lo como ele se comporta num ambiente de trabalho de equipa, e esperamos que se adaptará bem na Sauber F1 team. Estamos ansiosos para trabalharmos juntos", concluiu.

Do lado de Hulkenberg, as afirmações são as mesmas: "Estou ansioso para trabalhar com a Sauber F1 Team. É uma equipa muito competitiva, onde os jovem pilotos têm mostrado sistemáticamente performances excepcionais. A Sauber F1 Team está a passar por uma situação muito positiva em termos de desenvolvimento e estou certo que juntos, alcançaremos muita coisa", concluiu.

Atualmente na Force India, o piloto alemão de 25 anos, que venceu o campeonato da GP2 em 2009, dpeois de ter dado à Alemanha o campeonato de A1GP em 2007, começou a sua carreira na Formula 1 em 2010, ao serviço da Williams, onde alcançou uma inesperada pole-position no GP do Brasil. Contudo, isso não foi o suficiente para ficar na equipa, que contratou no ano seguinte o venezuelano Pastor Maldonado.

Assim sendo, foi para a Force India, onde em 2011 teve um papel como terceiro piloto, correndo nas sextas-feiras dos Grandes Prémios, antes de ser piloto titular em 2012, onde conseguiu como melhor resultado até agora um quarto lugar na Belgica, estando agora na 12ª posição, com 49 pontos. Para além disso, já fez uma volta mais rápida, em Singapura.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Crónica de um dia nas corridas

Em cinco anos e meio e mais de 7500 posts na história deste blog, é muito raro ceder o espaço a alguém. Creio fiz isso umas quatro vezes, a última dos quais foi quando um amigo meu, escreveu a biografia do Attilio Bettega, o piloto de ralis morto na Volta à Corsega de 1985. Mas hoje, as circunstâncias foram excepcionais: tem a ver com uma corrida de Clássicos no Autódromo de Portimão, há semana e meia atrás.

As coisas aconteceram um pouco por acaso: dois amigos meus, o Pedro Branco e o Alexandre Caldeira, que vivem no Algarve, perguntaram-me numa quinta-feira à noite se poderia pedir uma credencial para a organização do Algarve Classic Festival de 2012, porque assim o Alexandre, que gosta de tirar "uns bons bonecos", poderia andar mais à vontade no "paddock". Eu acedi, julgando que no dia em que pedisse essa credencial em nome do blog (isto foi numa quinta-feira à noite) iria ser demasiado em cima da hora. Afinal, não foi. Deram-na, coloquei no nome dele e ele andou todo o fim de semana a tirar as fotos dos diversos bólidos que lá andaram, à chuva e perante bancadas vazias, o que foi pena.

Mas eu falar sobre carros de outras eras, não estando lá, seria idiota. Então, pedi ao Alexandre para me fazer um texto, para colocar aqui, já que foi testemunha das corridas, da chuva, das máquinas que deram glória a seus pilotos em eras já distantes, muitas delas antes de muitos de nós terem nascido - e não falo dos adolescentes de hoje...

ALGARVE CLASSIC FESTIVAL 2012

Esta foi a 4ª edição de um festival que permite a muitos de nós adeptos do automobilismo, conviver de perto com máquinas e, nalguns casos, pilotos que marcaram uma era.

Se nas primeiras 3 edições, o Festival contou com a colaboração do experiente Francisco Santos, este ano o Autódromo Internacional do Algarve decidiu organizar sozinho o Festival. Fruto dos tempos difíceis que assolam especialmente a Europa, o Festival este ano não apresentou um programa tão abrangente como em anos anteriores. Tal não significa porém que quem se deslocou a Portimão se tenha sentido defraudado: houve provas e carros para todos os gostos.

E, para os apreciadores, estes eventos são uma óptima oportunidade de alargar conhecimentos e “ver” história em movimento. Imagine-se um adepto, a 30 cm de um piloto (Stirling Moss) que não quis ser campeão do Mundo de F1, porque não quis sê-lo injustamente; imaginem um tiffosi dar a sua mochila (Ferrari) a um Tony Brooks para este a autografar; imaginem tocar num carro (Ferrari 512) que vale “só” 2 Milhões de Euros e terão uma pequena noção do que sente um adepto como eu.

Além do mais, passeando-se no paddock, sem grande esforço se mete conversa com os orgulhosos proprietários das máquinas. Facilmente descobrimos que o Ferrari Daytona que estamos a fotografar ostenta o patrocínio da Força Aérea Sueca e que foi utilizado para uma exibição com um jacto dessa mesma Força Aérea. Ou que o proprietário, perante dois adeptos interessados, nos pergunta se queremos ver melhor o carro, abrindo portas, mostrando o motor e tudo o que quisermos. E não é só este, mais à frente noutra box, a condutora de um belo Alfa Romeo, conta-nos que não espera grande coisa da prova porque o carro tem montado um motor “normal”, diferente do motor de origem. Histórias como estas, são todos os anos às dezenas e os 3 dias do evento não seriam suficientes para as ouvir todas.

Quanto às corridas, o resultado é sempre secundário. O prazer de ver em pista bólides tão variados, sobrepõe-se ao rigor de uma tabela classificativa. Até porque depois, entram em consideração outras variáveis: estado da viatura, a sua valia, o “coração” de quem a conduz, o clima, etc… No entanto, pela sua tenacidade e resistência, uma menção especial ao grego Leo Voyazides. Não só alinhou na maioria das provas, como as ganhou quase todas. Destaque especial para a vitória na prova rainha, os 1000 km, em que alinhou num Lola T70, anteriormente tripulado pela dupla Fittipaldi/Avallone.

Para o ano, assim o permita a conjuntura, espera-se nova edição, com mais carros, mais corridas, mais público e menos chuva. Que este ano desmotivou muita gente e fez muitos pilotos andarem em sentido diferente ao da pista e outros tomarem juízo. 

Agradecimento especial ao Paulo Alexandre Teixeira que aceitou logo a sugestão de parceria.

As fotos que coloco aqui são só uma amostra do que foram as corridas naquele final de semana chuvoso de outono em Portimão. Mas só por aí, pode-se dizer que teria valido a pena a viagem.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Formula 1 em Cartoons - Alonso, o último Samurai (GP Series)

O meu amigo "williamista" Marcos Antônio, do blog GP Series, apanhou a frase de Fernando Alonso após o GP da India e lembrou-se da tatuagem que o piloto tem nas suas costas para fazer esta piada. 

Enquanto for matematicamente possível, desejo-lhe sorte.

Tempestade de areia ameaça Grande Prémio?


Isto pode ser um problema. Quando todos falam do furacão Sandy a atingir a costa Leste dos Estados Unidos, mais concretamente Nova Iorque, podendo causar a primeira "tempestade perfeita" desde 1991, e arruinar os planos de coisas como... as eleições presidenciais, que acontecerão dentro de uma semana, uma outra tempestade pode arruinar os planos de outra realização importante: o GP de Abu Dhabi.

Esta segunda-feira, uma forte tempestade de areia formou-se no Golfo Pérsico, e fortes ventos assolaram a cidade de Abu Dhabi, arrancando algumas árvores e reduzindo a visibilidade para pouco mais do que zero. Apesar de nos dias seguintes, o tempo poderá acalmar, o site F1 Weather prevê que na sexta-feira à tarde, a possibilidade de fortes ventos, alguma chuva e visibilidade fraca poderá voltar. Há a ideia de que sábado e domingo, os ventos poderão acalmar e a visibilidade aumentar, mas só na quinta-feira é que haverá certezas.

Entretanto, eis um video feito hoje por um dos engenheiros da Renault, em Yas Marina.

Youtube Road Crash: o condutor mais sortudo do mundo


Normalmente não meto vídeos de acidentes de trânsito, mas acho que devo abrir uma excepção. Porque isto acho que algo parecido com o milagre. Aconteceu na Rússia, e a câmara colocada neste carro captou a manobra perigosa deste condutor de um Lada preto, que tentou passar entre o carro e um autocarro, guinando-o perigosamente para a outra faixa, onde um camião o bateu por trás e o fez rodopiar até ficar parado no meio da via.

O condutor, esse, nada sofreu. O impacto o fez ir para o banco do passageiro, do lado direito, que não tinha sido afetado pelo acidente, e ele conseguiu sair pela janela, com a ajuda de uma das condutoras que ficou parada. Mas para que esse condutor tivesse apenas apanhado o susto da sua vida e não ter acabado num caixão nesse dia... ele não levava cinto de segurança.

De certeza que isto vai ser o video do dia nos telejornais um pouco por todo o mundo.

Youtube Formula 1: A renovação de Kimi Raikkonen


A noticia era esperada, mas não para esta altura: Kimi Raikkonen vai renovar com a Lotus-Renault pore mais uma temporada. O anuncio foi feito de uma maneira pouco convencional, mas um sinal dos tempos que vivemos: via um anuncio no Youtube.

Era um resultado esperado, dados os resultados do piloto finlandês neste seu regresso à Formula 1: terceiro classificado no Mundial de pilotos, com seis pódios, mas sem vitórias. Contudo, a sua regularidade, onde apenas não ficou nos pontos no GP da China, lhe dão neste momento o terceiro lugar do Mundial, e isso demonstra que, depois de ter andado dois anos a divertir-se nas classificativas de rali, adaptou-se bem ao seu regresso. Apesar de ser constantemente batido por Romain Grosjean nos treinos, é consistente em corrida e o facto de muitas vezes acabar na frente do piloto francês (nas provas onde o francês chega ao fim, ressalve-se), também ajuda a este desfecho.

Confesso que temia e até achei que ele não voltasse mais à Formula 1. E que, caso voltasse, se desmotivasse rapidamente, se não tivesse uma boa máquina à sua disposição. Afinal, enganei-me nos dois casos. E de uma certa forma, ainda bem, porque pudemos ver um piloto mais descontraído e mais humano. O carro que tem entre mãos o ajudou, mas este é um regresso muito melhor daquele que fez Michael Schumacher. Só lhe falta a vitória no campeonato, mas ainda há três corridas no calendário para isso acontecer.

E as noticias sobre a renovação de Kimi Raikkonen não poderiam vir em melhor algura, dado que durante o fim de semana indiano, a cadeia de televisão britânica Sky Sports falava que a Genii, a firma que detêm a Lotus-Renault, estaria com dificuldades financeiras e que tinha se virado para a Proton para que adquirisse a companhia. Rumores esses que a equipa se apressou a desmentir.

Noticias: Randy Bernard abandona a presidência da Indycvar

Os rumores tinham fundamento: se na sexta-feira, a Indianápolis Motor Speedway dizia que Randy Bernard não iria ser despedido, apesar das insistências no sentido contrário por parte da imprensa local, esta noite, a própria Indianápolis Motor Speedway confirmou, via Twitter, que Randy Bernard abandonou o cargo da Indycar, substituido internamente por Jeff Belskus

Segundo o Indianápolis Star, a separação foi "amigável" e Bernard vai continuar na estrutura da competição, como conselheiro.

A saída de Bernard acontece numa altura em que apesar da temporada ter sido das mais bem sucedidas, e de ter conseguido atrair mais patrocinadores, levado a IndyCar a novos lugares como o New Hampshire, Fontana ou Houston, para além de um novo carro, as audiências televisivas em 2012 foram das mais baixas de sempre. 

Para além disso, episódios como o cancelamento da corrida em Qingdao, na China, onde tiveram prejuizos de oito milhões de dólares, ou os episódios da temporada anterior, o pior deles todos o que aconteceu na oval de Las Vegas, resultando na morte de Dan Wheldon, fizeram com que Bernard ganhasse "anticorpos" junto de algumas equipas, nomeadamente a Andretti Autosport, agora uma das maiores equipas da categoria, em conjunto com a Chip Ganassi e a Penske.

Para além disso, os rumores de uma possível compra por parte de Tony George, o anterior presidente, não acalmaram as coisas nesse campo. Agora, com a saida de Bernard, pode ser que George possa avançar para a aquisição.

domingo, 28 de outubro de 2012

Formula 1 em Cartoons - GP India (Pilotoons)

O GP da India e as vitórias de Adrian Newey... perdão, Sebastian Vettel, fazem com que esta nova evolução do Red Bull RB8 façam com que a concorrência fique a milhas de distancia e que Fernando Alonso, o principal prejudicado com essa evolução, fique a pensar que, na visão de Bruno Mantovani, e o seu Pilotoon, o seu carro é um "tuk tuk", um dos meios de transporte mais populares do subcontinente indiano.

Feliz Aniversário, Bernie Ecclestone!

Confesso que nos últimos tempos, achei uma confusão o dia em que faz anos, porque havia um sitio na Net que me dizia que fazia anos no dia 28, na Wikipédia me falavam que ele era do dia 30. E já cheguei a ler que tinha nascido no dia 27 de outubro de 1930 nos arredores de Londres. Vá lá, todos acertavam no ano... Seja isto desconhecimento ou confusão, uma coisa é certa: Bernie Ecclestone faz hoje anos. Vai começar a sua 82ª viagem no Planeta Terra, para ser mais preciso.

Escuso de falar o que o "anãozinho tenebroso" (alcunha colocada por José Carlos Pace, o Môco) significa para a Formula 1. Toda a gente reconhece isso, para o bem e para o mal. Ele tornou-se no tipo indispensável, a "cola" que faz unir toda esta gente. As equipas, a FIA, os pilotos, os organizadores. E é graças a ele que faz com que esta toda máquina esteja bem oleada, que receba o dinheiro de todos os lados, que o faz expandir a Formula 1 para sitios onde nunca lá esteve, onde se julga haver público, mas onde tem a certeza de que há dinheiro para pagar isto. Se ele achasse que haveria dinheiro na Antárctica, eventualmente Hermann Tilke já estaria a desenhar a pista no meio dos pinguins... 

No mundo da Formula 1 já foi piloto, manager de pilotos como Stuart Lewis-Evans e Jochen Rindt, e depois dono da Brabham. Ajudou a fundar a FOCA e nos anos 80, o usou na sua luta pelo controlo da modalidade, contra Jean-Marie Balestre. Há mais de 35 anos que é ele que desenha o calendário, do qual a FIA apenas terá de acenar afirmativamente com a cabeça. Talvez  isso esteja escrito numa das inumeras clausulas de um Acordo da Concórdia do qual todos falamos, mas muitos poucos conhecem intimamente. E claro, "desenhar" o calendário significa que este irá para os lugares mais estranhos, pagando o dinheiro que ele consegue extorquir aos organizadores locais, do qual alguns já começam a colocar as mãos à cabeça, ao saber como ele trabalha.

Aos 82 anos e com aquele penteado característico de "avô de Harry Potter", parece estar no topo do mundo e a fazer aquilo que mais quer. Não deseja reformar-se, mesmo que saiba que já não tem muito mais caminho pela frente, mas acha que isto, sem ele, seria bem mais confuso do que é agora. Ainda por cima, este ano, casou-se pela terceira vez com uma brasileira, Fabiana Floisi, que tem idade para ser sua filha. E mesmo as noticias vindas da Alemanha, sobre o suborno que pagou a Gerhard Gribowsky e a possibilidade de ir a tribunal, não o incomodam. Parece algo invencível, do qual só a Natureza o irá derrubar.

Assim sendo, Feliz Aniversário, Tio Bernie. Não te posso desejar muitos anos de vida, porque não se pode ser irrealista e contrariar a Natureza, mas posso dizer que, enquanto puder, continue e ser feliz naquilo que faz.

McLaren Toons - Nono episódio


No McLaren Toons de hoje, a equipa decidiu ser um pouco diferente, ao organizar a festa após a corrida, em "Bollywood style". Muito bonita e muito colorida, com os mecânicos da equipa e algumas referências à concorrência.

Formula 1 2012 - Ronda 17, India (Corrida)

Depois da qualificação do dia anterior e de mais uma demonstração de superioridade por parte de Sebastian Vettel, e dos parabéns dados a Adrian Newey por parte de Fernando Alonso, em mais uma demonstração de que quando as coisas correm mal, o seu mundo muitas vezes não vai para além dos espelhos que tem em sua casa, ou em Maranello, todos se preparavam para o GP da India, a quarta prova a contar para o fim e o segundo da história da Formula 1 naquelas paragens.

Com o piloto das Asturias ainda com mais algumas semanas para assimilar o suficiente para reconhecer que perdeu este ano, havia o grande receio no ar de que tudo isto poderia ser uma mera formalidade, uma corrida tremendamente aborrecida, como aconteceu na Coreia do Sul, quinze dias antes, onde a luta pela liderança fora resolvida na segunda curva da primeira volta.

Na realidade, foi o que aconteceu, mas não tanto como se receava. As coisas começaram na partida, que foi calma para os Red Bull, apesar de Mark Webber, como sempre querer ficar na frente de Vettel, com o alemão a aplicar-se para manter o primeiro lugar. Atrás, Alonso tentava passar os McLaren, e parecia que poderia conseguir isso, mas Jenson Button foi bastante melhor do que o espanhol, colocando-o no quarto posto. Mas o mais prejudicado foi Lewis Hamilton, que caiu para o quinto lugar, mas nenhum deles ficou tão mau quanto Michael Schumacher, que sofreu um furo quando foi tocado pelo bico do Toro Rosso de Jean-Eric Vergne, e arrastou-se até às boxes.

Na volta quatro, Fernando Alonso passou Jenson Button e ficou com o terceiro lugar, passando depois a perseguir os Red Bull, revelando um ritmo de corrida superior à classificação. Atrás, Button e Hamilton começaram depois a ser perseguidos por Felipe Massa e Kimi Raikkonen.

E a partir daqui, começou a procissão. Com apenas uma paragem prevista, as lutas por lugares ficaram para o meio do pelotão, enquanto que na frente, Sebastian Vettel e Mark Webber tinham o seu ritmo, com Fernando Alonso a tentar aproximar-se, mas sem sucesso.

Atrás, havia mais emoção. Sergio Perez tinha sido o primeiro a parar para trocar de pneus, mas pouco depois, teve um furo e acabou por abandonar, na volta 22. Mas não foi o último furo do dia, pois Kamui Kobayashi e Pastor Maldonado tiveram um toque numa ultrapassagem do venezuelano, com o furo no lado do piloto da Williams. Após a troca de pneus, o interesse pela corrida aumentou quando Fernando Alonso e Mark Webber ficaram próximos e houve alguns calafrios. Mas o australiano conseguiu resistir aos ataques do espanhol, e lentamente, afastava-se de Alonso, até que...

Pouco depois, Webber fica sem KERS e o piloto das Asturias começa a apanhá-lo e ultrapassá-lo, ficando com o segundo lugar e diminuindo o prejuizo no campeonato. Pouco depois, Lewis Hamilton aproximou-se de Webber, mas o KERS do australiano recomeçou a funcionar, e as coisas ficaram mais calmas. Alonso tentou depois apanhar Vettel, mas este estava demasiado longe para fazer alguma coisa.

No final, Sebastian Vettel levou o seu carro até à meta, vencendo pela quarta vez consecutiva nesta temporada, na frente de Fernando Alonso, que menorizou os estragos e ficou com o segundo lugar. Mark Webber foi o terceiro, conseguindo segurar essa posição até aos últimos metros dos ataques de Lewis Hamilton. Jenson Button foi o quinto, na frente de Felipe Massa (que ficou sem gasolina nos metros após a meta), do Lotus de Kimi Raikkonen, do Force India de Nico Hulkenberg, de Romain Grosjean e de Bruno Senna.

E assim terminou mais procissão chamada GP da India, e cada vez mais se vê este campeonato, que tinha começado por ser enormemente equilibrado, passou agora a ser uma enorme demonstração da reação demolidora da Red Bull, e dando aquela vantagem decisiva para que Vettel  termine o campeonato como tricampeão. E mesmo que Alonso tenha diminuído a desvantagem, ainda não consegue impedir que o piloto alemão seja consagrado em Austin, dentro de vinte dias.

Semana que vêm, há mais corrida, desta vez em Abu Dhabi. E caso aconteça algo inesperado, cheira-me que o roteiro vai ser o mesmo.