sábado, 1 de dezembro de 2012

Vimeo Formula 1: A temporada de 2012 em imagens



Terminada a temporada de Formula 1, começam a aparecer alguns videos feitos por alguns fãs sobre 2012. Este é do espanhol Manuel Andrés Nieves, ou MAND. 

É curtinho, mas vale a pena.

Noticias: Formula E vai correr em Roma em 2014

A Formula E, a competição para veículos elétricos, soma e segue. Depois de terem anunciado uma corrida no Rio de Janeiro, agora a competição construída por Alejandro Agag anunciou esta tarde que a cidade de Roma irá acolher uma das corridas da competição que começará em 2014.

Numa conferência de imprensa, com Agag, o presidente da Câmara Municipal de Roma, o presidente da FIA, Jean Todt e o piloto de testes da marca, o brasileiro Lucas di Grassi,   o promotor referiu que a adesão da capital italiana a esta nova competição, a primeira em solo europeu, como uma forma para promover sustentabilidade e energia limpa através da competição:

Estamos honrados por ter Roma como a primeira cidade europeia a receber a Formula E, dado que a Itália é conhecida pela sua paixão pelo automobilismo, bem como pela sua inovação e conhecimento tecnológicos. Mobilidade e sustentabilidade através de energias limpas são uma prioridade para o nosso campeonato, e a Formula E deseja ser uma montra desses avanços atraves de uma competição inclusiva. Estamos agradecidos ao Presidente da Câmara de Roma e as autoridades municipais pelo seu apoio entusiástico", afirmou Alejandro Agag.

Já Jean Todt reforçou o apoio da FIA a este projeto: “É um enorme prazer estar aqui em Roma para ouvir o anuncio de que a Cidade Eterna irá acolher uma corrida do calendário da Formula E em 2014. O contraste entre a história da cidade e a inovação desta competição motorizada será intrigante para o publico e os media e tenho a certeza que será enriqucedora para todos", afirmou.

A organização afirma nas próximas semanas que irá anunciar um calendário de dez corridas, todas em malhas urbanas um pouco por todo o mundo, a correr em 2014. Este anuncio acontece algumas semanas depois de a organização ter encomendado 42 carros elétricos à  Spark Race Technology, aparentemente, um sinal de grande confiança por parte dos organizadores acerca do sucesso da competição.

The End: HRT Formula 1 Team (2010-2012)

A HRT acabou esta sexta-feira, 30 de novembro. O anuncio ainda não e oficial, mas é oficioso. E sinal dos tempos: o anuncio de que a HRT fechou as portas foi dado pelo Twitter. Toni Cucurella, diretor desportivo da equipa espanhola, confirmou esta noite, no perfil da equipa no microblog, que “hoje, depois de três temporadas, a última página da HRT foi escrita". 

Provavelmente amanhã ou segunda feira aparecerá o anuncio oficial por parte da Thesan Capital, mas à falta de informações contrárias a tendência, a equipa espanhola deve ter anunciada a sua extinção. Quando isso acontecer, a Formula 1 terá onze equipas na temporada de 2013.

O desfecho era esperado desde o momento em que a Thesan Capital anunciou que iria vencer a sua participação na equipa, há cerca de duas semanas, e logo depois decidiu tinha iniciar o processo de dispensa de 30 dos seus funcionários e a suspensão das suas atividades em Madrid, pelo menos até ao final do ano. Ao longo desse tempo, houve noticias do potencial interesse de chineses, mas mesmo com um preço de venda a rondar os 40 milhões de euros, aparentemente, não anunciaram qualquer acordo. É que este era o "deadline" para tal.

Assim sendo, esta é a segunda das quatro equipas que Max Mosley queria colocar em 2009, para tentar levar por diante a sua politica de corte de custos, com um tecto orçamental de 50 milhões de euros. Das quatro equipas - Virgin, Lotus, Campos Meta e USF1, todos com motores Cosworth - apenas duas existem, sob novos nomes, Marussia e Caterham, e a USF1, projeto de Peter Widsor e Ken Andersson, nunca chegou a sair do papel.

Inicialmente, a HRT começou como Campos Meta, projeto de Adrian Campos e José Ramon Carabante, com chassis desenhados à Dallara e com Bruno Senna como piloto. Contudo, a ideia de captar patrocínios no Brasil com o nome de Senna acopolado revelou-se um enorme fracasso e as dificuldades económicas fizeram com que Campos se afastasse e entrasse José Ramon Carabante, contratando Colin Kolles como diretor desportivo. Quando ao nome, sofria a primeira mudança: agora chamava-se Hispania.

O primeiro ano teve Senna e um conjunto de pilotos secundários: primeiro Karun Chandhok, depois o japonês Sakon Yamamoto e o austriaco Christian Klien. Sem resultados de relevo, não foi a última classificada graças às piores prestações da Virgin. Mas a falta de dinheiro, principalmente os problemas financeiros das empresas de Carabante, quase fizeram com que a equipa terminasse após o primeiro ano. Em 2011, é contratado o italiano Vitantoino Luizzi e o indiano Narain Karthikeyan, com o indiano a ser substituido pelo australiano Daniel Ricciardo a meio da época. Um 13º posto, no Canadá, acabou por ser a melhor posição da equipa.

Por essa altura, um investidor privado espanhol, a Thesan Capital, aparece para comprar a equipa a Carabante e a equipa muda de nome, ou se preferirem, encolhe para uma sigla: HRT. Colin Kolles fora dispensado e transferem-se para Madrid. Karthikeyan fica e no seu lugar é contratado o veterano Pedro de la Rosa, na tentativa de a tornar um pouco mais "espanhola". Contudo, as coisas não melhoram, apesar de a equipa manter a mesma dupla ao longo do ano, sem trocas pelo meio. Não existem grandes patrocinadores nas carlingas do carro e vivia-se no presente, e como nas duas temporadas anteriores, não conseguiram acabar qualquer corrida nos pontos.

Com o anuncio nas últimas duas semanas, as coisas precipitaram-se e agora, o desfecho parece inevitável. 

Para finalizar, uma historieta: confesso que nunca tive jeito para fazer canções, mas houve uma altura em que me aventurei. E uma delas tinha a ver com a HRT, na altura Hispania. E imaginando quatro "mariachis" a cantar no "funeral" da equipa, o refrão para essa musica seria o seguinte:

"Adiós, Hispania
Formula One is a cruel thing
Farewell, Hispania
Don’t blame us, blame on Mad Max!"


Em suma, a Formula Um, no alto da sua competitividade, mostrando que nesse mundo, os aventureiros ou jogam pelas regras dos outros ou arriscam-se a ser comidos. Porque afinal de contas, estamos a falar do "Club Piraña". 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Youtube Formula 1 Comic: A paródia à incursão de Kimi Raikkonen


Kimi Raikkonen é definitivamente o piloto do momento. Um anti-herói, o anti-garoto propaganda absoluto, as suas declarações atraem a atenção de todos e o elogio da maior parte, pelo facto de ele querer ser um rebelde anti-establishment da Formula 1. E isso, claro, está sujeito a paródia, graças aos eventos de Abu Dhabi, e agora, de Interlagos.

Depois do que se passou no domingo, alguém juntou a sua incursão pela escapatória com os problemas da Apple Maps. O resultado é este excelente video.

Noticias: Citroen pode oferecer um carro a Kubica

A impressionante demonstração de Robert Kubica ao volante de um carro de WRC no Rally du Var - que embora tenha acabado num acidente, estava a liderar por quase cinco minutos de avanço - poderá ter feito com que a Citroen resolva apostar mais no piloto polaco e lhe der um DS3 WRC na próxima temporada, participando em algumas provas do Mundial.

Yves Matton, diretor desportivo da Citroen, disse à Autosport britânica que considera essa hipótese: “Estamos interessados em fazer alguma coisa em relação a Robert e é possivel fazer isso com um DS3 WRC na próxima temporada", começou por dizer. “Temos corrido com três carros em algumas provas, mas nesta temporada chegamos a assistir até cinco carros, portanto para nós, é bem possível nós cedermos um carro para que ele possa usar. O que nós precisamos é encontrar um orçamento, porque não vamos dar simplesmente uma viatura para ele, mas acho que é bem possível encontrarmos um parceiro para esta aventura" concluiu.

Robert Kubica voltou à competição em setembro, em ralis de asfalto em Itália, ano e meio após o seu grave acidente no Rally Ronda di Andora. Até agora, dos cinco ralis onde participou, venceu em três ocasiões, o último dos quais em Como, com um C4 WRC de 2010, que pertenceu a Sebastian Löeb. Contudo, em duas ocasiões, a sua participação terminou em acidente, sem consequências para o polaco de 28 anos.

A provocação dos vencedores

A Renault, fornecedora de motores à Red Bull, que venceu os últimos três campeonatos do mundo de Pilotos e Construtores, decidiu provocar a Ferrari colocando uma série de anúncios onde substitui o vermelho pelo amarelo, com a frase "Red is Dead" (O Vermelho está Morto)

O anuncio, feito pela agência de publicidade francesa Publicis, colocou várias coisas que normalmente são associados ao vermelho, desde o ketchup até ao carro dos bombeiros, passando pelo batôm. E o resultado é este.

Vi isto no Twitter, através da Juliana Tesser.

"Finito!" Ferrari aceita explicações da FIA

Depois da FIA ter dito à Ferrari que não houve qualquer irregularidade na ultrapassagem de Sebastian Vettel a Jean-Eric Vergne na quarta volta do GP do Brasil em Interlagos, após esta ter sido inundada por dezenas de milhares de pedidos vindos de Espanha e Itália, e meia dúzia de videos colocados no Youtube onde as pessoas juravam a pés juntos que Vettel tinha passado sob bandeiras amarelas - ignorando que existia um comissário de pista agitando uma bandeira verde desde a volta anterior - esta deu a polémica por encerrada, aceitando os esclarecimentos da entidade máxima do automobilismo.

No comunicado oficial da Scuderia, a Ferrari considera-se esclarecida com as explicações dadas pela FIA: “A Ferrari regista a resposta da FIA e considera o assunto encerrado. O pedido de clarificação à FIA, relativamente à ultrapassagem de Vettel a Vergne, deveu-se ao facto de precisarmos duma clarificação do sucedido. A carta à FIA não pretendia minar a legalidade do resultado da corrida, e foi feita, também pelo facto de termos recebido dezenas de milhar de solicitações, de todas as partes do mundo, pedindo que questionássemos a FIA relativamente a um assunto que estava a ensombrar o campeonato aos olhos dos entusiastas da Formula 1 e não só da Ferrari.”, lê-se.

Assim sendo, Sebastian Vettel está confirmado como tricampeão do mundo, três pontos à frente de Fernando Alonso e de Kimi Raikkonen.

Manoel de Oliveira, piloto de automóveis

"Se o Brasil têm Óscar Niemeyer, o arquiteto que desenhou Brasília e aos 104 anos, é uma personalidade reverenciada por todos no Brasil, já Portugal tem uma personalidade semelhante, em termos de fama e longevidade. Manuel de Oliveira é, aos 103 anos de idade – completará 104 a 11 de dezembro, o realizador mais velho em atividade e ainda com vitalidade suficiente para realizar um filme por ano. O seu mais recente filme é “O Gebo e a Sombra” e a sua maneira de filmar é reverenciada pelos críticos de todo o mundo, especialmente em França. 

Contudo, o realizador da cidade do Porto – cujo primeiro filme é de 1931 – tem também outra faceta menos conhecida. Desportista nato na sua juventude foi ator, mas sobretudo… corredor de automóveis. Manuel de Oliveira é o irmão mais velho de Casimiro de Oliveira, piloto de “Sport” nos anos 40 e 50, sendo o primeiro a correr de Ferrari em terras portuguesas. Mas na década de 30, ao volante de um Ford, Casimiro e Manuel foram ativos pilotos de automóveis, até com passagem pelo Brasil, mais concretamente pelo Circuito da Gávea, correndo com algumas das lendas do seu tempo. (...)

Os feitos desta segunda vida de Manoel de Oliveira mereceram um livro em 2009, de seu nome "Manoel de Oliveira, Piloto de Automóveis", feito para assinalar esta sua segunda vida, uma de muitas que teve ao longo da sua vida centenária. E sobre este livro, o autor fez questão de estar presente no lançamento, falar dos seus feitos automobilísticos e dar autógrafos na altura da sua apresentação. E na altura, falou dos pilotos que admira e que viu correr ao longo da sua vida: Nuvolari, Fangio e Senna. E claro, sobre as diferenças entre o seu tempo e os dias de hoje:

“Hoje, os carros são muito mais evoluídos, inclusive para defesa do piloto. Mesmo assim, o brasileiro Ayrton Senna foi desta para melhor. Era um bom piloto, até já estive no seu túmulo, em São Paulo, e chamou-me a atenção a placa que lá tinha: 'Podem-me roubar tudo, menos o meu amor a Deus'. Mas, para mim, Juan Manuel Fangio ficará como o melhor de sempre. O Tazio Nuvolari também ganhou muitas corridas, só que o argentino ainda lhe era superior".

Este excerto e os seus feitos automobilisticos nos tempos dos "Grand Prix" podem ser lidos na edição deste mês do Crónicas D'Além Mar, no site Nobres do Grid.

Contar as memórias de forma diferente

Depois de no inicio do ano, Adam Parr ter ido embora da Williams, após cinco anos de permanência, não se ouviu nada sobre ele. Até agora. O Joe Saward fala hoje no seu blog que o ex-diretor decidiu escrever um livro sobre a sua passagem pela Formula 1. Mas não da forma normal. Na realidade, decidiu fazer em banda desenhada. E deu um nome muito interessante: "A Arte da Guerra", tal como o título do mítico livro da Sun Tzu.

No site onde é apresentado este livro (adamparr.net), o autor explica a razão pelo qual fez este livro, desta forma:

"Escrevi este livro para as pessoas interessadas na Formula 1 - todas as pessoas que como eu, passaram grande parte da sua carreira noutros trabalhos. A competição faz parte do nosso mundo. Formula Um é simplesmente uma competição que vai para além de imensas lógicas e do qual é jogado em frente de 500 milhões de pessoas. A estratégia é navegar no meio das negociatas e nas politicas da Formula Um da mesma forma como se combinam as estratégias a cada final de semana de cada corrida."  

"Neste livro tento mostrar tudo aquilo que acontece nos bastidores da maneira como vi, nos meus cinco anos que estive neste desporto. Decidi escrever o meu livro como uma novela gráfica porque para mim, isto tudo foi um mundo muito visual e muito tangível e do qual foi, acima de tudo, sobre pessoas e entretenimento. É apenas uma perspectiva, mas - espero eu - uma perspectiva diferente."

O livro está desenhado de forma interessante: está em preto e branco, com um ocasional traço a tinta vermelha. Paul Tinker é o autor dessas ilustrações. Para além disso, há um prefacio escrito por Max Mosley, o ex-presidente da FIA.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

5ª Coluna: Contra tudo e contra todos

(...) Foi um final louco de um campeonato extremamente equilibrado, onde tivemos oito vencedores diferentes, de seis equipas diferentes, algo que não se via há muitos anos. Estamos a meio de uma "era dourada" na Formula 1, onde estamos a observar pilotos de grande calibre, especialmente Fernando Alonso, que este ano, perante um mau carro, conseguiu tirar "leite de pedra" e levar a luta pelo título até ao final do campeonato. E no inicio do ano, poucos acreditariam nisso, pois pensavam que o principal rival seria a McLaren, mas esta, devido às constantes avarias e acidentes do seu chassis, o MP4-27, tornou-se numa enorme frustração, e não dando a Lewis Hamilton a despedida que queria ter antes de partir para a Mercedes. (...)

(...) Mas teria sido engraçado se Vettel tivesse entrado nas boxes para cumprir penalização. Se depois disso tudo, o alemão tivesse acabado no sexto posto e comemorasse o campeonato, acho que quem continuasse a criticar ou achincalhar Vettel, seria já uma pura manifestação de mau perder. Mas eu entendo: ninguém quer acreditar que alguém, apenas com 25 anos, consegue alcançar um feito que apenas Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher alcançaram. E isso por si só já merece entrar nos livros da história do automobilismo. (...)

Foi uma corrida invulgar, a que vimos no último domingo. Julgávamos que os eventos de 2008 fossem um evento único  mas afinal de contas, quatro anos mais tarde, houve uma incerteza e uma emoção no resultado tão grandes como da outra vez. E contra todas as expectativas - ou se preferirem, com toda a sorte do mundo - Sebastian Vettel tornou-se campeão do mundo de Formula 1, num duelo a dois com Fernando Alonso.

Contudo, houve quem não se conformou e encontrou um motivo para tentar alterar os resultados na secretaria. A maneira como o apresentaram quase chegou a raias de "teoria da conspiração", mas no final, a FIA esclareceu as dúvidas e definiu que as situações em causa eram legais. Tudo isso e muito mais pode ser lido esta semana na minha 5ª Coluna, no site Formula 1 Portugal

WRC: Latvala sofre acidente no México

O finlandês Jari-Matti Latvala não ganhou ontem para o susto no México. No final de uma sessão de testes de adaptação ao Volkswagen Polo R WRC, o piloto e o seu navegador, Mika Anttila, encontraram um carro a guiar em sentido contrário e sofreram um choque lateral, com o outro carro a ser atirado para a valeta. Os pilotos nada sofreram, enquanto que o condutor e o passageiro do outro carro foram transportados para o hospital, com ferimentos ligeiros.

Segundo o comunicado de imprensa da Volkswagen, o acidente ocorreu pelas 17 horas locais, na zona de el Zauco, a meio caminho entre Leon e San Felipe, numa estrada de ligação. "O piloto finlandês completava o seu primeiro dia de ensaios com o Volkswagen Polo, quando encontrou de frente com um veículo particular no sentido contrario. Felizmente, graças a uma manobra rápida, Latvala conseguiu evitar o impacto frontal e tocou no outro veículo de lado, fazendo com que este caísse na valeta. Em consequência, o condutor e o seu filho, menor de idade, sofreram lesões sem gravidade e foram assistidos a um centro médico nas imediações. Quando ao carro de Latvala, os danos foram  ligeiros".

A Volkswagen está deste esta quarta-feira em terras mexicanas para fazer uma bateria de testes no seu modelo Polo R WRC, para se preparar com vista ao Mundial de 2013, que começará no final de janeiro em terras monegascas.

FIA esclarece tudo: ultrapassagem é legal

Por fim, a FIA falou. Depois da Ferrari ter pedido à entidade máxima do automobilismo esclarecimentos sobre a ultrapassagem de Sebastian Vettel a Jean-Eric Vergne, esta foi lesta a responder e afirmou aquilo que todos já sabiam: a ultrapassagem é legal. Em declarações à Autosport britânica, a FIA afirmou que naquele caso em particular, existia um comissário de pista a agitar uma bandeira verde no inicio da Curva 3, na saida das boxes, e de acordo com as regras, se existir uma bandeira agitada antes do sinal, a bandeira tem precedência sobre o sinal. 

Assim sendo, a ultrapassagem é legal e Vettel não terá qualquer penalização, logo, o campeonato é dele. E a FIA esclareceu, dois dias depois, aquilo que já tinha sido demonstrado logo na terça-feira quer por este blog, quer pelo site ultrapassagem.org. E a precedência das bandeiras sobre os sinais luminosos confirma-se.

A Ferrari planeia um protesto do GP do Brasil

Quando as coisas não poderiam melhorar, a BBC publica esta noite a noticia de que a Ferrari poderá estar a considerar elaborar um protesto junto da FIA sobre a possível ultrapasagem de Sebastian Vettel a Jean-Eric Vergne sob bandeiras amarelas.

De acordo com o jornalista Andrew Benson, a Ferrari está a recolher imagens de video para saber se existe motivo suficiente para saber se a FIA deixou passar uma situação penalizadora. A acontecer, Sebastian Vettel poderia ser penalizado em vinte segundos, o que poderia fazer baixar para o oitavo posto e fazer com que o título mude de mãos a favor de Fernando Alonso

E quem está a pressionar a Scuderia a elaborar tal protesto é o próprio... Fernando Alonso. Aliás, esta noite, o próprio emitiu uma frase enigmática no Twitter: "No tengo milagros, Yo hago de las leyes correctas mis milagros. #Samurai"

A noticia é o resultado de dois dias de uma forte corrente em Espanha - para não falar de uma teoria da conspiração... - onde se tenta mostrar que Vettel fez três ultrapassagens sob bandeiras amarelas ao longo da corrida. O alerta foi dado na Sky Sports durante a corrida, no caso em particular de Vettel a Kamui Kobayashi na Curva do Café, que alegadamente foi feito debaixo de bandeiras amarelas. No final da corrida, Martin Brundle, comentador da cadeia de TV britânica, afirmou que na realidade, eram luzes amarelas e vermelhas, sinalizando piso escorregadio, logo, a ultrapassagem era legal.

Só que logo a seguir apareceram mais duas situações duvidosas, nas voltas 3 e 4 da corrida, quando Vettel ultrapassava, respectivamente, Charles Pic e Jean Eric-Vergne. No primeiro caso, provou-se que Vettel passou o francês da Marussia com um comissário de pista a agitar uma bandeira verde. E no segundo caso, após alguma aturada investigação, provou-se que Vettel passou o piloto francês, mas da Toro Rosso, também debaixo de bandeira verde do comissário. Tudo isto ficou provado ontem à noite num post que escrevi a propósito, bem como outro post, mas no site ultrapassagem.org, escrito por Sandro Pimenta.

De acordo com a BBC, a FIA declinou até ao momento comentar sobre o caso, mas não precisa de nenhum protesto formal para tomar alguma decisão neste caso. Segundo o artigo 179, alinea b: "Se em qualquer evento que faça parte do campeonato sancionado pela FIA, um novo elemento é descoberto, independentemente ou não de ter havido uma decisão anterior, aqueles designados pela FIA deverão reunir-se com as partes em conflito para dar as devidas explicações sobre esses novos elementos.

O período desse apelo expira a 30 de novembro do ano em causa, durante o qual esta terá de ser lidada, caso esse exemplo seja determinante para a decisão do campeonato".

Em suma, a Ferrari ou a própria FIA tem até sexta-feira para se pronunciar sobre este caso em particular, que graças a Fernando Alonso e um bando de pessoas que não deixam morrer este caso sem luta, especialmente em Espanha, irá conhecer novos desenvolvimentos. É sinal de que não descansam até resolver tudo. E não importam se o conseguirem "na secretaria".

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Formula 1 em Cartoons - Perdido em Interlagos II (GP Toons)

O segundo cartoon do dia sobre Kimi Raikkonen é mais elaborado e mais engraçado, da autoria do Hector Garcia, do GP Toons. E mostra os comissários a fazerem uma pequena vingança para afligir o piloto finlandês... 

Formula 1 em Cartoons - Perdido em Interlagos ( Pilotoons)

O feito de Kimi Raikkonen em Interlagos é motivo de piadas e caricaturas. Hoje surgiram mais duas, e a primeira que coloco aqui é a do Bruno Mantovani

Bem interessante... será que vai dar nova camiseta, como em Abu Dhabi?

Uma grelha de partida por... 800 euros

A grelha de partida da corrida mais infame da história da Formula 1: o GP de San Marino de 1994. Todos os 25 carros que alinharam naquele domingo, de Ayrton Senna, no seu Williams, a Bertrand Gachot, no seu Pacific, incluindo o lugar vago pelo acidente mortal de Roland Ratzenbetger, um dia antes. E ainda têm os carros que não se qualificaram: o Pacific de Paul Belmondo e o Jordan de Rubens Barrichello., ferido pelo acidente de sexta-feira. E todos esses carros podem ser seus por... 800 euros.

É isso mesmo: há neste momento um leilão no eBay, na Alemanha, de um colecionador, que está a pedir esse preço pelas miniaturas dos 28 carros presentes nesse famigerado Grande Prémio, com mais alguns bonecos, segurando as placas identificativas dos pilotos. Os modelos dos carros são vários: Onyx, Minichamps e Göde são os mais representados.

Não percebo muito bem o alemão, mas acho que ainda vão bem a tempo para leiloar o lote inteiro. Nunca se sabe... Agradeço ao Bruno Mantovani pelo achado.

ATUALIZAÇÃO: o lote já foi vendido ao preço que estava anunciado: 799,99 euros. Espero que o comprador o trate como a reliquia histórica que representa esse dia na Formula 1. Na minha opinião, todo aquele lote deveria estar num museu.

Noticias: Williams anuncia Valtteri Bottas como piloto

Aos poucos, os lugares para 2013 no Mundial de Formula 1 estão a ser definidos. A Williams anunciou esta manhã que o finlandês Valtteri Bottas será piloto titular, em substituição do brasileiro Bruno Senna. A promoção de Bottas, de 23 anos, acontece depois de "lobby" por parte de Christian "Toto" Wolff e de uma temporada inteira a ser preparado como terceiro piloto da equipa, correndo em quase todos os primeiros treinos de sexta-feira.

Para Bottas, este é o culminar de um sonho antigo: “Sempre foi o meu sonho ao longo da vida chegar à Fórmula 1 e fazê-lo com uma das equipas mais lendárias da modalidade é incrivelmente especial. Tenho gostado imenso destes três anos com a Williams, sinto-me em casa, e sempre foi a minha a meta de chegar a piloto titular em 2013!”, referiu Bottas. 

Já o lendário patrão da equipa, Frank Williams, mostrou-se bastante animado sobre o seu alinhamento para 2013: "O Valtteri é simplesmente um dos mais talentosos jovens pilotos disponíveis e espero muito dele no futuro. Com o Pastor e o Valtteri juntamos dois dos talentos mais emocionantes das corridas e eu estou ansioso relativamente ao que a época de 2013 pode trazer para a Williams".

O finlandês Bottas, que chegou a ser rival de António Félix da Costa na formula Renault e na GP3, venceu a Formula Renault 2.0 e a Formula Renault NEC em 2008, venceu a Marlboro Masters em 2009 e foi o primeiro no campeonato da GP3 em 2011, ao serviço da Lotus ART. Ao longo da temporada de 2012, o piloto finlandês foi terceiro piloto da Williams. 

No plano mais pessoal, Bottas é namorado de Emmilia Pikiarainen, nadadora com presenças nos Jogos Olimpicos de Pequim e Londres. 

Para tirar de vez todas as duvidas: a ultrapassagem foi na zona verde

Mesmo depois de ter mostrado pela final da tarde a imagem de que Sebastian Vettel passou Jean-Eric Vergne numa zona onde a bandeira verde estava agitada e com o DRS ligado, surgiram dúvidas sobre se ele passou sobre bandeira verde, pois nessa imagem que coloquei, era da terceira volta, altura em que Vettel ultrapassou o Marussia do francês Charles Pic, e a história da ultrapassagem de Vettel a Vergne ainda estava rodeada de dúvida.

Esta noite recebo uma imagem no Twitter do @kikostone - acima colocada - que me mostra que a ultrapassagem foi feita em zona de bandeira verde. E a seguinte mensagem: "foi na volta 4 e foi no limite, VET campeão".

Para reforçar a ideia, surgiu esta noite o artigo sobre este caso no site ultrapassagem.org, escrito pelo Sandro Pimenta, onde conta em detalhes que a ultrapsssagem do piloto alemão é feito de forma legal e numa zona autorizada para fazê-lo. E há ainda um filme e uma imagem em gif. que mostra que a bandeira naquela zona é verde, nos momentos que antecedem a ultrapassagem.

E lá também se coloca o regulamento em relação a bandeiras e luzes, do qual transcrevo para aqui:

4.1.2 Bandeiras de sinalização a serem utilizadas em postos de observação: 

b) bandeira amarela: 

Este é um sinal de perigo e deve ser exibido aos pilotos em duas maneiras com os seguintes significados: 

- Acenar um bandeira: Reduza a velocidade, não ultrapassar e esteja preparado para mudar de direção. Existe um perigo do lado ou parcialmente na pista. 

- Acenar duas bandeiras: Reduza a velocidade, não ultrapasse e esteja preparado para mudar de direção ou parar. Existe um perigo que bloqueia a via em parte ou totalmente. 

Bandeiras amarelas normalmente deve ser apresentado apenas nos postos de fiscalização imediatamente antes do perigo. Em alguns casos, no entanto, o Diretor de Prova pode solicitar que sejam mostrados em mais postos de fiscalização que antecedam o acidente. Não é permitido ultrapassagens entre a primeira bandeira amarela e a bandeira verde apresentada após o incidente. 

4.2 Sinais de luz 

Luzes podem ser utilizados para complementar ou substituir as bandeiras vermelhas, amarelas, verdes, azuis e brancas. Quando as luzes forem utilizadas em um evento deverão ser descritas no regulamento suplementar e os seguintes requisitos devem ser respeitados.

A ultrapassagem aconteceu em zona de bandeiras verdes e com o DRS - a asa móvel - ligada. Recorde-se que depois dos incidentes de Valencia, a FIA decidiu que em situação de bandeiras amarelas na zona, o DRS estará sempre desligado até que estas deixem de ser agitadas. Aliás a razão pelo qual havia bandeira amarela naquela zona tinha a ver com o despiste de Pastor Maldonado, na entrada da Reta Oposta, que foi levantada nessa terceira volta. O gif. do momento de ultrapassagem de Vettel a Vergne mostra que no momento em que passam pela plataforma onde está o comissário de pista, a agitar não uma bandeira amarela, mas sim, um pouco distinto verde.

Entretanto, sabendo do que se passa, o assessor de imprensa da marca, Luca Colajani, já veio a saber que a Scuderia não tem qualquer planos para recorrer do resultado da corrida junto da FIA, ao contrário do que foi dito no final da tarde na espanhola Cadena COPE. A própria Ferrari deve ter visto as imagens e falado informalmente com a FIA para esclarecer dúvidas, mas esta imagem tira tudo a limpo: Vettel passa Vergne em zona de bandeira verde.

Da minha parte, o caso está resolvido, e de maneira ainda mais convincente: as ultrapassagens de Vettel são legais, o piloto alemão é tricampeão do mundo de Formula 1.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A capa do Autosport desta semana

Amanhã, estará nas bancas o primeiro Autosport sob nova direção, onde voltará a ser semanal, depois de uma experiência mensal. E na capa, vai se falar sobre a decisão final da Formula 1 em Interlagos, onde se tem as imagens de Sebastian Vettel e de António Félix da Costa, lado a lado e com o título: "Campões do presente e do futuro".

Mais abaixo, a crónica do GP do Brasil ("Button ganha na consagração de Vettel"), fala-se na mais recente prova do Open de Ralis ("Pascoal triunfa em Baião") e por cima, temos uma entrevista a Tiago Monteiro, para fazer um balanço da temporada e do seu futuro no WTCC, agora como piloto oficial da Honda.

E para finalizar, um test-drive de um Jaguar e a chamada de atenção sobre as 24 Horas de Fronteira, a prova-rainha do Todo o Terreno português.  

Formula 1 em Cartoons - O verdadeiro vencedor da Formula 1 (GP Toons)

Fernando Alonso tinha razão: o verdadeiro vencedor deste campeonato de Formula 1 de 2012 foi Adrian Newey. E não admire que no final tenha ficado com aquele olha perdido...

Mas uma excelente charge do Hector Garcia, do GP Toons.

As incertezas e crises da HRT

As dúvidas sobre a continuidade da HRT na Formula 1 acumulam-se. Apesar de noticias sobre o interesse de um grupo chinês terem aparecido na imprensa espanhola, bem como outras especulações sobre um possível interesse do ex-piloto Alexander Wurz, através da Superfund, as coisas em Madrid andam más, apesar de a Thesan Capital apenas peça entre 40 a 50 milhões de euros para que a equipa mude de mãos a tempo de 2013.

Como se sabe, na semana passada, a Thesan Capital decidiu dispensar os funcionários que tinha sob contrato até 30 de novembro, e todo o resto ficaria em casa até nova ordem. Só que oito desses funcionários, que estiveram em São Paulo, abusaram na bebida no voo de regresso entre São Paulo e Madrid e criaram confusão na Caja Magica, sede da equipa, fazendo com que fosse chamada a policia para acalmar os ânimos. 

Segundo uma fonte contou ao jornal espanhol ‘El Mundo’, os oito funcionários, todos mecânicos, estavam “ameaçando, empurrando, batendo e havia uma situação de violência que nos fez chamar a polícia”. A mesma fonte confirmou à publicação espanhola as dispensas, até que a HRT saiba qual vai ser seu futuro. “Atualmente, se fala com dois grupos e na próxima semana teremos uma resposta, mas até lá, cumpriremos com a nossa obrigação e estamos pagando a todos”, afirmou.

Entretanto, o espanhol Pedro de la Rosa, piloto da equipa desde 2011, comentou sobre a atual situação da equipa e afirma estar triste por toda esta situação de incerteza que a equipa vive neste momento. "Nós terminamos o campeonato com muita incerteza sobre o que vai acontecer agora", disse o piloto de 41 anos à cadeia espanhola Antena 3. "Vamos continuar, mudar de nome? Isso me faz sentir mal quando falo com os mecânicos, pois não sei se será a última vez que trabalharemos juntos. Começamos esse projeto pensando a longo prazo", continuou.

De la Rosa diz também que quem comprar a equipa, esta deixará de ser espanhola. "O que quer que aconteça, por muitas razões, deixará de ser espanhola no ano que vem, e isso me deixa bem chateado. Nós, provavelmente, não veremos mais uma equipa espanhola na Fórmula 1", prevê.

O que quer que aconteça, as coisas têm de ser resolvidas o mais depressa possível, sob pena de que em 2013 apenas existam onze equipas na Formula 1.

Uma imagem para desmentir uma teoria da conspiração

Pouco tempos depois da divulgação do video onde se reivindica que Sebastian Vettel ultrapassou um dos Toro Rosso sob bandeiras amarelas, a grande dúvida - e a grande causa do qual os "teoristas da conspiração" se agarravam à ideia de que Vettel cometeu uma ilegalidade que a FIA deixou passar - surgiu uma imagem, esta que coloco no post, que até desmente essa teoria. A imagem, que vi no Twitter do LiteralF1, mostra de forma pouco nítida, um comissário de pista a agitar uma bandeira verde no inicio da Reta Oposta, dando sinal aos pilotos para efetuarem as manobras ultrapassagem que fossem necessárias. 

A imagem é do inicio da corrida, logo, muito tempo antes da ultrapassagem que ele fez a Kamui Kobayashi, por exemplo. E essa mesma ultrapassagem foi na Curva do Café, bem distante da Reta Oposta, que é onde está esta bandeira verde.

Assim sendo, para além dos esclarecimentos de que as ultrapassagens em situação de piso escorregadio - logo, sinal amarelo e vermelho - são legais, a ideia de que houve uma grande operação de encobrimento por parte da FIA cai por terra. Os que viram a corrida no sofá, que julgam que viram melhor do que os que estiveram na pista ou na torre de comando do circuito, nem sempre têm razão nas suas reivindicações. E aqui, claramente, não têm. 

Mas esta discussão foi boa, pois podemos ver que a FIA, numa situação limite como esta, conseguiu agir sempre bem e tem sempre uma visão das coisas. E também serve para dizer que a Formula 1 não é o futebol, onde os videos muitas das vezes desmentem as ações dos árbitros em campo. Ao contrário do "desporto-rei", os comissários de pista tem tempo para analisar as imagens e podem tomar decisões mesmo após a corrida. Mas parece que convêm a certas pessoas esquecer essa parte...  

A "teoria da conspiração" de Vettel no GP do Brasil


Como todos sabem, o GP do Brasil deste domingo foi uma corrida onde foi tudo, menos normal. A Sebastian Vettel aconteceu de tudo para que ele acabasse a corrida demasiado cedo, desde um pião na Curva do Sol, logo na primeira volta, devido a um toque de Bruno Senna e Sergio Perez, até a más trocas de pneus num asfalto e num tempo sempre instável que o permitiram chegar até ao sexto posto final, mais do que suficiente para se sagrar campeão do mundo de 2012 pela terceira vez consecutiva.

Contudo, esta tarde corre pelas redes sociais um video editado onde se mostra que em três situações, Sebastian Vettel fez ultrapassagens aparentemente sob bandeiras amarelas e do qual a FIA "fechou os olhos", segundo alguns "especialistas". Martin Brundle, comentador da Sky Sports, disse depois que um dos comissários presentes esclareceu que essas ultrapssagens - especialmente a de Vettel sobre Kamui Kobayashi na Curva do Café, foi feito, na realidade, com as luzes a assinalar... piso escorregadio, logo, eram ultrapassagens validas. Nessa e numa outra ultrapassagem,  não há contestação da decisão da FIA.

A terceira dúvida tem a ver com a ultrapassagem a um Toro Rosso, que aparentemente foi feita em bandeiras amarelas. Sobre isso, o video explica a situação. Posso conceder que essa ultrapassagem é "duvidosa" em termos de regras, mas a FIA, por norma, não acolhe queixas vindas de alguém que não as equipas. E normalmente, quando estas vão para o Tribunal de Apelo, normalmente e decisão inicial não é revertida, a não ser que apareçam provas substancialmente fortes, como aconteceu com o Crashgate, em 2009, um ano depois do acontecido, em Singapura. Para piorar as coisas, não há muito tempo para elaborar uma queixa para contestar o resultado deste Grande Prémio: o prazo termina no dia 30 de novembro.

Portanto, toda esta confusão sobre as "ultrapassagens duvidosas" é uma combinação de más interpretações dos regulamentos - até à explicação de Martin Brundle na Sky Sports, quase ninguém sabia bem interpretar as regras dos sinais luminosos - até ao zelo quase inquisitório que alguns estão a ter, pois estes ainda se agarram a qualquer hipótese, por mais inverosimil que seja, para alterar na secretaria uma decisão que aconteceu na pista. E claro, disso até à "teoria da conspiração", vai um passo.

Veremos como isto vai acabar. Mas na minha opinião, a FIA só mudará o resultado se tiver provas muito fortes. E se uma das equipas protestar o resultado. E por agora, não vejo nem a Ferrari, nem outra equipa qualquer, a protestar isto, e isso é sinal de que ninguém contesta, nem as regras da FIA, nem os seus comissários.

Formula 1 em Cartoons - Tributo a Michael Schumacher (Pilotoons)

No fim de semana do GP do Brasil, o Bruno Mantovani fez um Pilotoons bem simpático para homenagear Michael Schumacher, que como sabem, abandona de vez a Formula 1 após 308 Grandes Prémios, 91 vitórias e sete títulos mundiais.

O seu regresso, com a Mercedes, não foi grande coisa, como toda a gente sabe. Apenas um pódio e uma volta mais rápida, e como melhor classificação que teve foi um oitavo lugar em 2011, e na maior parte das vezes nos treinos, era batido por Nico Rosberg. Mas mesmo este seu regresso algo decadente não tira muito o mito que é o piloto alemão, nem o seu lugar na história.

E a nossa geração pode-se dizer que viu este homem correr, e colocar a Alemanha no mapa automobilístico mundial, do qual Sebastian Vettel e o seu perfeito delfim. 

E assim sendo: "Danke schön, Michael!"

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Fibra de Carbono - episódio numero 21


Já está disponível o episódio numero 21 do Fibra de Carbono, o podcast de automobilismo gravado por Paulo Alexandre Teixeira e Pedro Mendes. Neste episódio, gravado depois de duas semanas de ausência, falamos sobre o GP de Abu Dhabi, o GP dos Estados Unidos, as diferenças entre Sebastian Vettel e Fernando Alonso e as hipóteses de título de ambos os pilotos.

Falamos também sobre António Félix da Costa e a sua corrida de sonho em Macau, na Formula 3, sobre a "gaffe" no pódio, com os hinos trocados - e o público a cantar "à capella" - bem como os acidentes mortais de Luis Carreira e de Phillip Yau, onde discutimos possiveis causas e o que se pode fazer para melhorar a segurança de um circuito urbano como aquele. 

Tudo isto e muito mais, pode ser ouvido através deste link.

A busca por dinheiro de Kamui Kobayashi

Kamui Kobayashi vai ficar sem lugar para correr no final desta temporada, depois de três temporadas na Sauber, e as perspectivas para 2013 são sombrias para o piloto japonês de 26 anos. Extraordinariamente popular, pela sua postura em pista, os fãs estão de uma certa maneira desiludidos pelo facto de ele não seguir para outra equipa na próxima temporada, embora se fale de que ele poderá ser terceiro piloto de uma equipa, antes de tentar a sua sorte em 2014.

Sobre isso, Kobayashi sempre disse que o dinheiro foi mesmo um grande obstáculo para poder continuar na categoria máxima do automobilismo. "Para Sauber esta é a minha última corrida, mas para mim eu acho que é diferente. Todos parecem realmente muito preocupado, mas no momento eu não estou, pois tenho trabalhado duro para conseguir patrocinadores", acrescentou.

Contudo, para além de procurar através das vias habituais, Kobayashi está a aproveitar a sua enorme popularidade para fazer algo diferente: uma espécie de "crowdfunding", onde pede uma verba aos seus fãs para que este possa arranjar lugar na Formula 1 em 2013. E lançou na sexta-feira um site sobre isso, o http://www.kamui-support.com/.

Segundo contou esta tarde Taki Inoue no seu Twitter, em apenas quatro dias, o site conseguiu angariar mais de 450 mil euros de apoio vindos dos seus fãs, o que é algo avassalador. 

Mas Kobayashi não é um piloto normal: não tem empresário, não tem casa na Europa - prefere ficar em hotéis enquanto viaja - e sempre foi pago para correr, logo, nunca teve grandes patrocinadores atrás dele. Mas com a sua popularidade e o pódio no Japão, este ano, poderá mudar as coisas.

O chato é que está apenas escrito em japonês...

Noticias: Mads Ostberg vai ser piloto da M-Sport em 2013

É oficial: o norueguês Mads Ostberg vai ser piloto oficial da M-Sport, a estrutura de Malcom Wilson que em 2013, após a saída da Ford, vai correr com as cores da Qatar. Apesar de não ser uma equipa oficial na próxima temporada, o facto da M-Sport não ter abandonado os seus vínculos com a marca da oval pode-se afirmar que o norueguês, vencedor do Rali de Portugal de 2012, vai para uma estrutura melhor do que a "sua" Adapta. 

Numa reação ao anuncio, o piloto de 25 anos afirmou que isto é “uma grande oportunidade para mim e, definitivamente, é a concretização de um sonho. Estou muito contente por estar integrado nesta equipa e ter um programa para fazer uma temporada completa”, começou por afirmar.

Ainda segundo o piloto, “passar para uma equipa oficial significa que tudo será diferente, nomeadamente, testaremos mais e desenvolveremos o carro. Isso quer dizer que ganharei experiência e que conseguiremos melhores resultados. Tudo é possível, mas, penso no essencial, que poderemos começar a ganhar ralis e lutar pelas primeiras posições”, concluiu.

Quanto ao segundo piloto da equipa, fala-se que Wilson está indeciso entre o russo Evgueny Novikov, de 22 anos, mas que começa a ter experiência nestas lides, e o veterano norueguês Petter Solberg, que já disse desejar tanto o lugar que fez uma proposta irrecusável: que guiaria de graça. “Não quero terminar assim a minha carreira no WRC, e por isso corro de borla se for necessário. Esta época foi difícil, mas sei do que sou capaz e do que este carro é capaz. Esta equipa é a melhor e quero fazer parte dela.”, referiu. 

Mais uma versão do despiste de Raikkonen...

A história do despiste e respectivo passeio pela escapatória de Kimi Raikkonen em Interlagos já é objeto de imensas piadas. Esta é a mais recente... 

Esta vi no WTF1.co.uk.

Grosjean, Boullier e o dinheiro que é preciso

Eis uma imagem interessante de Romain Grosjean, o talentoso - mas estouvado - piloto francês da Lotus-Renault. Apesar de ser um grande motivo de despesa, as vezes em que terminou as corridas foram em pelo menos três ocasiões, num pódio. O chato foi a parte final do campeonato, mas isso tem a ver com a sua incapacidade de se safar nos primeiros metros das corridas.

Apesar de ainda não estar confirmado, Grosjean se calhar será piloto da marca em 2013, apesar de se saber que existem três pilotos absolutamente endinheirados e que precisam de lugar para correr: Bruno Senna, Luiz Razia e Vitaly Petrov. Curiosamente, dois deles ex-Lotus-Renault... mas provavelmente, com o acordo da Coca-Cola, através da marca de energéticos Burn, isso lhe permitirá uma temporada mais desafogada.

Grosjean tem motivos para sorrir, mas... o ar de Eric Boullier poderá significar que ele esteja a fazer calculos para o orçamento de 2013. Com ou sem o francês na equação?

domingo, 25 de novembro de 2012

Kubica despista-se no Rally du Var


Robert Kubica poderia ter ido mais lento, depois de ter conseguido no final do primeiro dia uma vantagem de mais de cinco minutos sobre o segundo classificado, e provavelmente ganharia o Rally du Var. Contudo, parece que andar lento não está no seu ADN, e indo demasiadamente veloz num rali como como este, um pouco mais longo do que aqueles que anda em Itália, poderá ter consequências.

Resultado final: perdeu o controle do seu Citroen C4 WRC numa curva, caiu de uma ribanceira, com certca de 15 metros e este pegou fogo. Felizmente, quer ele, quer o seu navegador sairam ilesos, mas o carro ficou irrecuperável e o polaco deixou fugir uma vitória quase certa.

Ainda não há videos do acidente, mas há uma foto que pode ser vista neste outro video da TV polaca. A sorte é que o piloto nada sofreu e que pelos vistos, mesmo debilitado, o piloto está veloz. Resta saber os seus planos para 2013, e se pode deixar de lado a hipótese dos monolugares.

McLaren Cartoons - episódio doze


O 12º episodio do McLaren Toons foi bem interessante. Pelo menos temos lá Ron Dennis (e um papagaio...) e veremos como é que o pessoal da animação fez desaparecer Lewis Hamilton de cena para que pudesse aparecer Sergio Perez, o novo recruta da equipa de Woking. Tem a sua piada...

Em março de 2013, veremos se isto terá continuidade.

Formula 1 2012 - Ronda 20, Brasil (Corrida)

E por fim, chegou o grande dia. Independentemente do resultado, o campeonato teria de ser decidido agora, porque o calendário tinha chegado ao fim. Fernando Alonso e Sebastian Vettel, um destes dois pilotos, teria de acabar a corrida como campeão. Tri-campeão do mundo, algo que apenas oito pilotos tinham conseguido ao longo da história: Juan Manuel Fangio, Jack Brabham, Jackie Stewart, Niki Lauda, Nelson Piquet, Alain Prost, Ayrton Senna e Michael Schumacher. Desses, três deles conseguiram ganhar mais campeonatos. E esta tarde, um nono nome iria entrar nos cadernos de história.

E o GP do Brasil iria ter algumas despedidas. Michael Schumacher iria embora de vez da Formula 1, aos 43 anos, num regresso que foi pior do que se esperava, quando dois anos e meio antes, decidiu aceitar o desafio da Mercedes. E no caso de Lewis Hamilton, seria a sua despedida da equipa que o formou, a McLaren, e queria ir embora como aconteceu em Austin, com uma vitória. Estava a caminho, com a pole-position, e ainda por cima com o monopólio da primeira fila, ficava-se com aquela ideia de que, caso não fosse os problemas daquele chassis, era certamente candidato ao título.

O Grande Prémio do Brasil, neste domingo à tarde, tinha várias incertezas no ar, e a maior delas era o do tempo. Ao longo da semana, havia fortes hipóteses de chuva para o momento da corrida, do qual todos esperavam que iria acontecer. Mas à medida que domingo se adiantava na zona de São Paulo, parecia que haveria incerteza em relação à chuva, pois este iria cair devagar e não em tempestade, como muitos pensariam que iria acontecer. Uma coisa era certa: todos iriam largar com pneus secos. 

O momento da partida aproximava-se com imensa tensão no ar. Todos temiam confusão na primeira volta, nos S de Senna, que afastasse um dos candidatos ao campeonato. Quando as luzes se apagaram, Vettel partiu pior do que Alonso, mas o pior foi na Curva do Sol, onde o alemão da Red Bull levou um toque do Williams de Bruno Senna e sofreu um pião, que o colocou no fundo do pelotão. Senna e Sergio Perez acabaram no muro, mas no meio do azar, o alemão teve sorte: manteve o carro a funcionar, não tinha estragos significativos e a partir dali, tinha de correr "atrás do prejuízo"

Na frente, com o assentar da poeira, havia um piloto que dava nas vistas: o alemão Nico Hulkenberg, que disputava posições no seu Force India com os McLaren de Jenson Button e Lewis Hamilton. Para ele, Interlagos nesta situação não lhe era estranho, pois tinha feito aquela pole-position em 2010, e na corrida, o facto de ter largado bem e andado melhor em ritmo de quase chuva fazia com que os McLaren tivessem dificuldades em se livrar dele. Atrás, Vettel fazia uma recuperação espectacular, passando todo o pelotão intermediário, chegando até a rolar em lugares de pódio até mais ou menos o meio da prova.

Contudo, com o adiantar dos minutos, a pista ficava a secar, fazendo uma linha seca para que os pilotos rolassem sem problemas com o seus pneus secos. Mas alguns dos toques tinham feito com que alguns pedaços de fibra de carbono estivessem no meio da pista, causando, por exemplo, um furo no Mercedes de Nico Rosberg. E assim na volta 25, o Safety Car entrou na pista para limpar os destroços.

Alguns aproveitaram para trocar de pneus, mas sempre de olho do radar meteorológico, para ver se poderiam trocar quando fosse a altura, mas no lado de Vettel, mais um azar: o seu rádio ficava avariado e lá se voltava aos sinais para comunicar ao piloto. Na frente, era uma luta a três, com Alonso incapaz de se aproximar quer dos McLaren, quer de Nico Hulkenberg, e este tentava se superar a Button e Hamilton. Mas na volta 51, quando a chuva começou a cair um pouco mais forte, Hulkenberg perdeu o controlo do seu carro na Laranjinha e Hamilton aproveitou para ficar com o comando. O alemão não desistiu e no inicio da volta 55, tentou ultrapassar, com o Caterham de Heiki Kovalanien à frente deles. Hamilton travou o mais tarde possivel, na linha seca, mas Hulkenberg, na linha molhada, faz um pião e bate... em Hamilton. Resultado final: a entrada do Safety Car em pista.

Nas voltas que se seguiram, o tempo agravou-se, ao ponto de quando tudo começou, Button se afastasse do resto do pelotão. Alonso beneficiava dos favores do seu companheiro de equipa e depois da penalização de Nico Hulkenberg, para ficar no segundo lugar, mas Sebastian Vettel parecia ter tudo controlado. Depois de uma paragem mais demorada, passou Kamui Kobayashi e o Mercedes de Michael Schumacher para ficar no sexto lugar, mais do que suficiente para continuar a manter a liderança do campeonato por três pontos.

E no final, este foi algo anticlimático. Na Curva do Café, o acidente de Paul di Resta na Curva do Café faz com que a saída do Safety Car fosse inevitável. Com uma chegada "em parada", mais parecia que a corrida iria mais acabar como se tivesse a acontecer nos Estados Unidos do que uma corrida de Formula 1. E foi nesse cenário que Sebastian Vettel chegou ao sexto lugar e se tornou campeão do mundo pela terceira vez consecutiva.

Como era óbvio, as emoções eram contrastantes: o olhar vazio e distante de Fernando Alonso, ao ver que todo o seu esforço tinha sido em vão, enquanto que Michael Schumacher e Sebastian Vettel abraçavam-se, numa passagem de testemunho, com o alemão mais novo a subir ao seu carro, mostrando ter conseguido domar a máquina, apesar de todas as contrariedades.

Vettel é, assim, o mais novo tricampeão do mundo de sempre. Muitos dizem que ele só é isso porque tem uma máquina que lhe permite chegar lá, mas mais do que isso, ele consegue superar os obstáculos e recuperou-se de uma enorme desvantagem. E são esses momentos do qual são moldados os campeões. O alemão mereceu o título graças à sua parte final, mas Alonso não ficaria mal com o ceptro.

Assim termina a imprevisível temporada de 2012. Daqui a cento e onze dias, em Melbourne, haverá mais campeonato, mais lutas e mais pilotos vitoriosos.