sábado, 16 de março de 2013

Os direitos humanos também contam no mundo corporativo

Desde ontem se sabe que a McLaren e a Vodafone decidiram não renovar o seu contrato a partir de 2013. Mas o que não se sabia é que um dos grandes motivos pelos quais a operadora mundial de telemóveis decidiu não renovar o contrato tinha a ver com a "espinha" que a Formula 1 tem cravada no seu pescoço: Bahrein.

A imprensa inglesa fala hoje que o acordo - que valia cerca de 50 milhões de libras por ano - terminará no final deste ano e apesar de oficialmente ter dito que tinha a ver com coisas como "uma redefinição das prioridades no futuro", como afirmou Morten Lundal, o chefe do departamento comercial da marca, na realidade, o facto da Formula 1 ter ido no ano passado ao conturbado GP do Bahrein, apesar de todas as opiniões em contrário, também pesou na decisão.

Com esta decisão da marca, coloca-se de novo em cima da mesa a questão barenita. É que a Formula 1 estará lá a 21 de abril e a situação ainda não está resolvida. A maioria xiita continua em conflito com a família real, que é sunita, e dois anos após o seu inicio, os conflitos, apesar de serem poucos e de baixa intensidade, existem. Há pouco mais de duas semanas, um jovem manifestante morreu em conflitos com a policia, por exemplo.

E a FIA sabe que um novo regresso ao Bahrein irá significar um novo conflito, algo que quer o governo, quer os manifestantes têm o conhecimento e que poderão usar a Formula 1 como instrumento no intuito de fazer valer os seus objetivos. E se em 2012 os manifestantes estiveram algo desorganizados - e pacificos -  para que pudessem fazer açoes de grande impacto, nada garante que façam algo mais organizado - e mais perigoso - para 2013. E caso algo de mau aconteça e Bernie Ecclestone não tome uma atitude, isso poderá fazer com que outras marcas possam seguir o mesmo rumo da Vodafone.

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